Eu conhecia aqueles sons, aquele cheiro forte de medicamentos, álcool e éter misturados como se formassem um novo tipo de cheiro, não era algo bom, mas era suportável, os bipes que atormentavam meus ouvidos, e o teto com luzes brancas.

Era a terceira vez que eu estava ali desde minha vinda para Forks.

Meus olhos ainda estavam pesados e eu tentava lembrar o que havia acontecido depois da forte dor, eu movi a mão direita e havia uma pulseirinha verde em meu pulso e logo abaixo o objeto branco e azul preso por um esparadrapo branco evitando que a agulha fugisse da minha veia e o liquido correndo em o movimento lento, quase que imóvel.

— Meu amor que bom que acordou! Renee sussurrou com um sorriso tímido, sua mão direita pousou lentamente sobre minha testa em um gesto carinhoso, meu rosto virou para o lado assim que o som do ronco de Jacob chamou minha atenção – Ele não saiu daqui nem por um segundo – Renee sorriu.

— Meu bebê! Eu sussurrei ao lembrar novamente da dor, minhas mãos pousaram em minha barriga, Renee colocou as mãos sobre a minha tentando me acalmar.

— Está tudo bem! Ela beijou minha testa – Foi apenas uma crise nervosa, está tudo bem com o seu bebê!

Eu relaxei e respirei aliviada dando um leve sorriso, mesmo que Charlie não apoiasse, mesmo que ninguém me apoiasse eu amava meu bebê, era o resultado do meu amor com Jacob, eu não me importava de tê-lo sozinha ao lado de Jacob, eles dois eram o suficiente para que eu fosse feliz.

O ronco de Jacob sessava, Renee sorriu olhando para o lado e ele dava um pulo da pequena poltrona onde estava deitado de um jeito desengonçado vindo em nossa direção – Ness! Ele sussurrou.

— Vou avisar Charlie que você acordou, ele está desesperado na recepção! Minha mãe falou sorrindo e beijou novamente minha testa caminhando até a porta.

Os olhos de Jacob estavam vermelhos o que denunciava que ele estava chorando, ele apertou o botão ao lado da cama e lentamente ela se ergueu me fazendo sentar e sentou ao meu lado me puxando cuidadosamente para o seu peito.

—Nunca senti tanto medo como hoje Ness! Ele beijou minha cabeça.

—Estamos bem! Eu sussurrei – Me desculpe por assustar você.

— Não tem que pedir desculpas amor! Ele segurou meu queixo carinhosamente me fazendo olhar para ele – O importante é que meus dois amores estão bem! Ele selou meus lábios e em seguida beijou meu rosto inteiro me fazendo rir, mas de repente sua expressão se tornou séria.

— Charlie esta muito mal! Ele falou pousando uma das mãos em minha barriga – Ele ficou desesperado e...

—Talvez a culpa! O interrompi.

—Pequena! Ele continuou a acariciar minha barriga – As vezes falamos coisas sem pensar, se tem alguém nesse mundo que ama você esse alguém é Charlie!

— Eu não duvido Jake – Dei uma pausa sentindo que estava novamente sendo vencida pelas lagrimas – Eu sei que eu decepcionei ele...

—Ei, ei! Ele voltou a me abraçar – Não chora por favor, isso vai fazer mal ao bebê e a você! Ele beijou minha testa – A doutora falou que deve evitar se estressar, que isso aconteceu porque você passou por muito estresse nesse início de gravidez – Ele voltou a olhar para mim – Mas, você vai ver que toda essa angustia vai passar quando conversar com Charlie.

—Está bem! Eu sorri fraco, Jake passou carinhosamente a ponta dos dedos no canto dos meus olhos evitando que as lagrimas caíssem e em seguida enxugou as que rolavam em meu rosto.

A porta do quarto se abriu e Charlie colocou apenas a cabeça para dentro – Eu posso entrar? Ele perguntou meio sem jeito.

— Claro! Jake falou me ajudando a deitar novamente na cama e arrumou o lençol até minha cintura – Eu vou comer alguma coisa! Ele falou dando um beijo em minha testa – Eu não demoro.

—Está bem! Respondi sorrindo e ao passar por Charlie deu um tapinha em seu ombro e então saiu do quarto.

— Oi baixinha! Charlie falou se aproximando da cama – Que bom que está bem – Ele sussurrou e em seguida corrigiu sua própria frase – Que bom que estão bem!

— É! Eu respondi baixando a cabeça.

Charlie aproveitou o espaço que Jake havia deixado ao meu lado na cama e sentou, suas mãos pousaram sobre as minhas que descansavam sobre minha barriga – Eu sinto muito! Ele murmurou.

—Pai eu...

—Renesmee! Ele me interrompeu – Você é minha filha e eu amo você, assim como apoiei Bela em seu casamento com Edward eu sempre apoiarei você, mas foi um choque para seu velho pai saber que sua filha não é mais a menininha que ele sempre tentou proteger!

— Eu sei! Suspirei – Mas eu estou feliz.

—Sei que está! Ele sorriu tirando uma das mãos de cima das minhas e acariciou meu rosto – Me perdoe por te dito aquilo, se eu tivesse perdido você hoje eu não sei como eu viveria!

— Pai eu amo tanto você! Eu falei sendo vencida pelas lagrimas, Charlie me puxou para seu peito e eu me aconcheguei sentindo seus lábios em minha cabeça – Eu nunca quis decepcionar você!

—Você não me decepcionou! Ele respondeu – Eu tenho orgulho da mulher que se tornou.

Eu dei um sorriso largo enquanto ele se ajeitava na cama me mantendo deitada sobre seu peito, uma de suas mãos passearam por meus cabelos fazendo um carinho tão bom que senti que o sono voltava a tentar me vencer.

Seus lábios novamente tocaram o alto da minha cabeça e eu dei um leve sorriso fechando os olhos, e o sono novamente me venceu.