— Então tem um encontro?

Charlie perguntou desconfiado ao me ver arrumando a pequena bolsa sentada no sofá da sala, eu havia contado a ele que sairia com um colega da escola.

— É, você mesmo disse que eu precisava sair, Bela tem o Edward e não acho bom estar sempre colada nela.

— Então estão se entendendo?

— Acho que sim! Desconversei.

A campainha tocou e Charlie caminhou para atender – Boa noite senhor Swan! A Voz de Riley ecoou pela pequena sala me fazendo levantar de forma rápida enquanto ele era convidado por Charlie para entrar.

— Oi! Falei dando um largo sorriso e indo ao encontro dele.

— Você está...linda! Ele sussurrou estendendo a mão, Charlie pigarreou ao me ver segurar a mão dele – Eu a trarei as 21 horas!

— Certo as 21! Charlie respondia e em seguida dava um beijo em minha testa e então Riley e eu passamos de mãos dadas pela porta.

— As 21? Reclamei enquanto ele abria a porta do carro para mim.

— Bom eu tenho 18 anos e você 15, preciso respeitar os horários pré-estabelecidos ou serei preso.

— Então você é um pedófilo? Perguntei dando uma pequena risada.

— Eu seria se estivesse aqui contra a sua vontade! Ele respondeu prestando atenção na pista – E Charlie não concordasse!

Novamente rimos juntos, eu me sentia bem ao lado de Riley, ele era engraçado, gentil, inteligente e muito bonito. Após aproximadamente 30 minutos ele estacionava em frente à sua casa no centro da cidade.

— Chegamos! Ele sussurrou saindo e dando a volta em seu carro abrindo a porta para que eu saísse.

— Obrigada! Agradeci.

— Senhorita! Riley me estendeu a mão e então segurei e entramos de mãos dadas na casa dele.

Não haviam muitos convidados na festa, somente os amigos mais próximos e alguns familiares, Riley me apresentou aos seus pais que foram muito gentis e atenciosos e logo Emma grudou em mim o que fez com que eu me sentisse o mais confortável possível.

— É hora de irmos!

— Nossa, mas já? Reclamei fazendo um bico.

— Se chegarmos na hora seu pai não vai negar que eu te entregue as 22 no próximo.

— Bom, vendo por esse lado! Respondi sorrindo.

Riley me puxou pela mão e me despedi de seus pais e então saímos indo em direção ao carro.

— Então você gostou? Ele perguntou enquanto dirigia.

— Muito, sua família é um encanto e Emma me fez rir a festa inteira!

— Quando vejo ela com você nem acredito que ela te odiava – Ele falou dando uma pequena risada.

— Mulheres com ciúmes as vezes são difíceis de se compreender!

— Faz sentindo! Ele respondeu parando o carro na frente de casa – Eu adorei a noite Renesmee.

— Eu também! Respondi tirando o cinto, mas o olhar de Riley se fixou no meu e lentamente nossos rostos se aproximaram fazendo meu coração disparar em meu peito, quando dei por mim nossos lábios estavam próximos e se uniram em um pequeno e breve beijo.

— Boa noite! Ele sussurrou.

— Boa noite! Respondi sentindo minhas bochechas corarem e então sai do carro caminhando até porta da casa de Charlie, olhei para trás antes de abri-la olhando o cantar dos pneus e Riley me olhando mais uma vez antes de ir embora.

Eu tinha acabado de dar meu primeiro beijo.

Mordi meu lábio inferior e então entrei em casa, Charlie estava me esperava na sala, não somente a mim, mas a Bela que ainda não havia chegado.

— Oi Pai! Falei de forma animada me jogando no sofá ao seu lado e tirando os sapatos.

— Que animação, pelo jeito a festa foi boa!

— Foi ótima! Respondi dando um beijo no rosto dele e ele me olhou surpreso.

Enquanto esperávamos por Bela, Charlie me contou como havia sido seu dia e me falou sobre a caça ao animal que estava fazendo vítimas nas redondezas, ele havia perdido um grande amigo nas últimas semanas e era uma questão de dias para encontrarem essa fera.

— Vá embora, Edward. – Bela gritava batendo a porta e interrompendo nossa conversa.

— Bella? - Charlie falava assustado e em questão de segundos já estava de pé.

— Me deixe em paz! – Ela gritou entre lágrimas, que estavam jorrando sem parar

E subiu correndo para o seu quarto, batendo a porta e trancando com a chave.

Charlie subiu atrás dela e eu logo atrás.

— Bella, você está bem? O que está acontecendo? – Ele perguntava com a voz assustada batendo na porta do quarto.

— Eu não aguento mais – Bela Gritou.

— Ele machucou você? - A voz de Charlie estava beirando a raiva.

— Não!

— Ele terminou com você? Perguntei preocupada.

— Não! – Ela gritou novamente.

— O que aconteceu, Bella? - Charlie gritou da porta, começando a bater de novo.

— Eu terminei com ele - ela gritou de volta.

Bela destrancou a porta e me empurrou para cima de Charlie com força enquanto descia as escadas.

— O que aconteceu? - Ele gritou indo atrás dele e eu os segui- Eu pensei que você gostasse dele.

— Bela porque não fala o que está acontecendo?

Ao me ouvir Bela parou diante da cozinha e me encarou de forma séria e Charlie a segurou, ele estava confuso, eu também estava, mas o seu aperto era firme e em seguida a virou para encará-lo, e eu podia ver pelo rosto dele que ele não tinha nenhuma intenção de a deixar ir.

— Eu gosto dele, esse é o problema. Eu não posso mais fazer isso! Eu não posso mais fincar raízes aqui! Eu não quero acabar presa nessa cidade estúpida, chata, como a mamãe! Eu não vou cometer o mesmo erro idiota que ela cometeu. Eu odeio isso, não posso ficar aqui nem mais um minuto”.

As mãos dele largaram o seu braço como se eu tivesse o eletrocutado meu coração se partiu ao ver seu rosto ferido, enquanto Bela começou a andar para a porta.

— Espera! Falei de forma agressiva e então ela parou mantendo-se de costas para nós dois – Como pode ser tão egoísta?

— Não se meta nisso!

— É claro que eu me meto, Charlie é nosso pai, tem ideia das coisas que acaba de dizer a ele?

— Renesmee, Charlie tentou me fazer não falar.

— Se quiser ir vai, eu achei que você era idiota apenas comigo quando dá esperanças ao Jacob sabendo que eu o amo, sabendo que pode magoa-lo, que pode magoar o Edward, mas não vou admitir que magoe o Charlie.

— Bells, você não pode ir agora. É noite. - Charlie murmurou atrás de mim.

— Me deixe ir Charlie – Ela repetiu as mesmas palavras da mamãe quando ela saiu por essa mesma há anos atrás em seguida abriu a porta. - Não deu certo, tá bem? Eu realmente, realmente odeio Forks!

Charlie ficou congelado na porta, atordoado, enquanto ela saia noite afora- - Eu te ligo amanhã – Ela gritou ligando o motor da sua caminhonete e dando partida e então foi embora deixando meu pai despedaçado.

—Pai! Ele me olhou com os olhos cheios de lagrimas, podia ver o quanto estava magoado – Ela vai voltar!

— Queria ter certeza disso! Ele falou me apertando em seus braços e beijou o alto da minha cabeça – Vá dormir querida eu vou ficar bem!

— Tem certeza?

— Sim! Vou ligar para sua mãe!

— Está bem! Respondi dando um beijo em seu rosto e subir as escadas indo para o meu quarto.

Durante o banho fiquei pensando nas palavras de Bela, nada daquilo fazia sentindo, ela parecia feliz, estava bem, fugir para não se prender a Edward era uma desculpa esfarrapada demais para mim, não conseguia ver Charlie daquela forma precisava fazer alguma coisa.

Ouvi os passos de Charlie pela casa o que significava que ele não conseguiria dormir, precisa tomar uma atitude, peguei o celular e liguei para Bela mas ela não atendeu, impulsivamente coloquei algumas roupas dentro da mochila e me vesti, aproveitei que Charlie não estava na sala e então sai atrás dela.

Só havia um lugar para onde ela poderia ir, Phoenix, deixei um pequeno bilhete para Charlie sobre a mesa da cozinha e então sai entrando em minha caminhonete, ela não havia saído a muito tempo, eu a encontraria e a traria de volta e voltaríamos a ser uma família.