O Som da porta se abrindo e a luz que entrava me acordou, Bela moveu-se deitada com meus pés sobre ela e Jake começou a acordar, suspirando e pulando para ficar de pé.

— Desculpa- Billy sussurrou - Nós acordamos vocês?

Meus olhos lentamente se focaram no rosto dele, e então, quando eu consegui ler sua expressão, eles se encheram de lágrimas.

— Oh Billy o que houve? Perguntou Bela.

Ele balançou a cabeça lentamente, a expressão dele estava dura de do, imediatamente Jake correu para o seu pai e pegou uma das suas mãos. A dor fez o rosto dele ficar repentinamente infantil, parecia estranho no topo do corpo de um homem.

Lembrei que enquanto Jake me salvava do acidente na praia eles citaram hospital, alguém estava no hospital? Olhei para Sam que estava bem atrás de Billy, empurrando a cadeira dele pela porta, sua expressão era de agonia.

Billy acenou com a cabeça - Será difícil para todos!

— Do que estão falando?

— Harry Clearwater, ele faleceu! Sam respondeu.

Eu fiquei imóvel e por alguns minutos o sofá pareceu diminuir muito mais, eu conhecia Harry havia passado muitas manhãs em sua companhia, as lagrimas dominaram meus olhos mas engoli baixando a cabeça;

— Eu lamento muito – Bela sussurrou- Mas onde está o Charlie? Bela perguntou em um tom de preocupação.

— Seu pai ainda está no hospital com Sue. Têm muitos arranjos a serem feitos.

— Eu engolí seco.

— É melhor eu voltar para lá - Sam murmurou, e saiu apressadamente pela porta.

Billy tirou sua mão da de Jacob e levou sua cadeira pela cozinha em direção ao seu quarto, Jake ficou olhando pra ele por alguns minutos, e deposi veio se sentar ao meu lado e colocou o rosto nas mãos, Bela esfregou o ombro dele, acho que pensava em alguma coisa pra dizer, depois de um longo momento, Jake pegou minha mão e colocou em seu rosto, eu fiquei impactada pelo gesto dele sem conseguir esboçar nenhum tipo de ração enquanto Bela nos olhava tão impactada quanto eu.

— Como você está se sentindo? Você está bem? Eu provavelmente devia ter te levado para um médico - ele suspirou.

— Não se preocupe comigo – Respondi,

Seus olhos se fixaram nos meus, estavam muito vermelhos. - Você não parece muito bem!

— Eu não me sinto muito bem, mas não deve ser nada sério!

— Eu vou pegar a sua caminhonete e depois te levar pra casa, provavelmente é melhor você estar em casa quando Charlie chegar – Ele falou levantando.

Bela ficou   indiferente deitada no sofá enquanto esperávamos por ele, Billy estava em silêncio no quarto, eu me senti como uma intrusa, como se estivesse em um grande jogo e de repente ele tivesse virado, a sensação de ver Jacob ignorando a presença de Bela mesmo que por alguns instantes me incomodou, eu já tinha experimentado estar do outro lado e nenhum dos lados era bom.

Jake não demorou muito, o ronco do motor da caminhonete da Bela quebrou o silêncio antes do que eu esperava. Ele me ajudou a levantar do sofá sem falar nada, mantendo seus braços ao redor dos meus ombros quando o ar gelado me fez tremer.

Bela apenas me olhava em silencio com uma expressão fechada em seu rosto.

Ele foi para o lado do motorista sem pedir, e depois me puxou para o lado dele para manter o seu braço bem apertado ao meu redor, eu fiquei entre ele e Bela.

— Como é que você vai voltar para casa? Bela perguntou quebrando o silencio.

Eu não vou para casa. Nós ainda não pegamos a sugadora de sangue, lembra?

Meu próximo arrepio não teve nada a ver com o frio, eu tive medo, medo de perde-lo.

Depois disso a viagem foi silenciosa, Jacob aprou a caminhonete na frente da minha casa escura e desligou o motor, ele e Bela trocaram olhares e eu me senti constrangida estando no meio deles.

— Eu vou entrar! Sussurrei tentando sair do meio deles.

Ele colocou seu braço ao meu redor, me apertando contra o seu peito, me colando nele, aquilo foi bom, mas ao mesmo tempo constrangedor, em seguida pressionou a sua bochecha quente no topo da minha cabeça.

— Me desculpe, eu sei que você não se sente exatamente como eu me sinto, Ness, mas eu juro que não me importo, eu estou feliz que esteja bem.

Minha respiração deu um pulo, secando as paredes da minha garganta, voltei a olhar para Bela que estava totalmente incrédula, eu não sabia o que falar, como agir, o que havia mudado? Porque ele estava tão diferente? As borboletas encheram meu estômago, não, eu não podia acreditar naquilo tinha que haver uma explicação.

— Já vi que estou sobrando! Bela resmungou arfando e pude ouvir o barulho da porta da caminhonete sendo aberta por ela, o vento frio da tempestade invadiu a cabine da caminhonete.

— Espera Bela! Ele falou alto.

Ele estendeu o braço e bateu a porta dela girando as chaves na ignição ao mesmo tempo. As mãos dele estavam tremendo tanto que eu nem sei como foi que ele conseguiu.

— Qual é o problema? Bela perguntou.

Ele acelerou o motor rápido demais – Tem um vampiro aqui!

— Como é que você sabe?- Bela perguntou novamente.

— Porque ele consegue cheirar! Respondi com a voz tremula.

— Droga! Ele novamente gritou irritado. Ele mal parecia estar consciente dos tremores que balançavam todo o seu corpo - Me transformar ou dar o fora daqui? - Ele murmurou para si mesmo.

Ele olhou para mim por um milésimo de segundo, olhando para os meus olhos arregalados de horror e então rastreou a rua de novo – Não se preocupe vamos sair daqui!

O motor cortou com um ronco. Os pneus cantaram quando ele fez a volta com a caminhonete, se virando na direção da nossa única saída, os faróis passaram por cima das calçadas, iluminaram a frente da floresta escura, e finalmente refletiram num carro parado na calçada do outro lado da minha casa.

— Para! Bela gritou.

Parado diante da casa havia um carro preto, eu conhecia aquele carro, já o havia visto diversas vezes e mesmo não conhecendo modelos de carro eu conhecia aquele modelo, Era uma Mercedes S55 AMG, era o carro de Carlisle.

— Pare! Ela gritou novamente, mais alto dessa vez, porque Jacob estava levando a caminhonete para o fim da rua- Não é Victória. Pare, pare! Eu quero voltar!" Ele pisou no freio com tanta força que eu tive que me segurar no painel.

— O que?

— É o carro de Carlisle! São os Cullens! Ela respondeu.

Senti que novamente seu corpo tremeu, olhei para Bela e um sorriso se fez em seu rosto – Jake calma, está tudo bem! Sussurrei tocando em seu braço, assim que ele me olhou eu tirei a mão.

— Há um vampiro na sua casa e você quer voltar lá?

— É claro! Ela respondeu.

— Ele respirou fundo - Você tem certeza de que isso não é um truque?

— Não é um truque. É Carlisle. Me leve de volta!

Um tremor escapou pelos seus ombros largos, mas os olhos dele estavam compenetrados e sem emoção e ele respondeu de forma ríspida – Não!

— Jake, está tudo bem? Perguntei.

— Não. Volte você mesma, Bella, sozinha, a Nessie fica!

Bela o olhou de forma séria e em seguida olhou para mim.

— Qual é o seu problema? Porque você está agindo tão estranho nos últimos dias? E essa repentina obsessão pela minha irmã?

Ele ignorou suas perguntas - Eu não posso voltar, com acordo ou sem acordo, aquele lá é o inimigo!

—Não é assim!

— Eu vou ter que contar pra Sam imediatamente. Isso muda as coisas. Nós não podemos ficar presos no nosso território".

— Jake, isso não é uma guerra!

Ele engatou a caminhonete e pulou para fora da porta, deixando ela ligada, respirei fundo eu estava cansada de me envolver nos DR deles, estava com frio, vestida com uma roupa de homem que ficava gigante em mim, com um gesso no pé machucado coçando, eu queria um banho, minha cama e dormir.

— Tchau, Bella", ele falou por cima do ombro -Eu realmente espero que você não morra!

— Ai chega vocês dois! Reclamei, em seguida escorreguei para o outro banco e mesmo com o pé machucado coloquei a caminhonete em marcha de novo, virei cuidadosamente a caminhonete e a dirigi em direção a nossa casa.

Tudo ficou muito escuro quando eu desliguei os faróis. Charlie saiu com tanta pressa que havia esquecido de ligar as luzes da varanda.

— Bela e se Jake tiver razão, e se for um truque? Sussurrei.

Ela me ignorou e saiu caminhando apressadamente até a entrada da casa, eu lentamente sai da caminhonete indo atrás dela, Bela pegou na maçaneta da porta para abri-la, ela girou facilmente embaixo da sua mão e então a porta se abriu, as luzes se acenderam mesmo nenhuma de nós duas ter acendido, realmente havia alguém procurando por ela, era Alice.