Entre Vampiros & Lobos escrita por Mad Love, Alina Black


Capítulo 19
9x2 – Penhasco




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Eu acordei cedo na manhã seguinte e como era sábado e eu não tinha como sair sozinha planejei passar o dia lendo livros, também aproveitaria para fazer meu dever de casa e deixar as matérias em dia, havia faltado uma semana de aula por causa do acidente e como as provas finais estavam próximas eu precisava fazer tudo isso.

Após fazer minha higiene matinal eu desci com cuidado pelas escadas me segurando no corrimão, Bela estava na sala e arrumava uma muda de roupa em sua mochila.

— Você vai sair? Perguntei curiosa.

— Nós vamos, Charlie não está em casa!

— Eu não vou sair, tenho dever de casa e eu não preciso ir onde você for! Reclamei.

— Charlie disse que eu não poderia deixa-la sozinha, ele não está em casa e eu preciso sair você não tem outra opção!

— Argh!

— Anda vem comigo! Bela foi até porta, fiz uma cara de dor e caminhei manca atrás dela.

Uma grossa camada de nuvens se apertava na atmosfera agora anunciando que ia chover, deixando ela quase abafada; estava quente e aconchegante em baixo do cobertor cinza, Bela saiu do carro e eu sai logo atrás e bateu baixinho na porta de Billy. Quanto mais eu queria me afastar de Jacob mais ela me levava até ele.

— Entre! Falou Billy.

Ao entramos o vimos na mesa da cozinha, comendo cereal frio - Jake está dormindo? - Bela perguntou.

— Não!  Ele abaixou sua colher, e suas sobrancelhas se apertaram.

— O que aconteceu? - Eu quis saber, podia ver pela expressão dele que alguma coisa havia acontecido.

— Não aconteceu nada Renesmee! Ele respondeu dando um leve sorriso – Vocês podem espera-lo na sala.

Billy voltou para o seu café da manhã; eu me sentei no sofá e fiquei passando os canais da Tv à toa. Isso não durou muito tempo, conhecendo Bela como a conhecia percebi que ela estava se sentindo   fechada na sala pequena, claustrofóbica, chateada pelo fato de que eu não conseguia enxergar através das cortinas da janela.

— Vamos para a praia!

— Eu não vou, prefiro esperar aqui! Respondi voltando a mudar o canal da Tv.

— Você vem sim! Ela me puxou fazendo com que eu deixasse o controle cair.

As nuvens empurravam um peso invisível, a floresta parecia estranhamente vazia enquanto caminhávamos na direção da praia, eu não via os animais, nada de pássaros, nada de esquilos, não ouvia os pássaros. O silêncio era melancólico; não havia nem o som do vento nas árvores.

— Eu estou cansada! Reclamei – é difícil andar assim Bela, meu pé está doendo.

Mas ela me ignorou e apressou os passos me deixando para trás. Assim que eu cheguei na praia, eu desejei não ter vindo – Eu estava com dor, havia aguentado o suficiente. As ondas aumentaram enquanto nós andávamos começando a se chocarem com as rochas, mas ainda não havia nenhum vento. Eu me senti esmagada pela pressão da tempestade.

Nós podíamos ver elas banhando a fila de precipícios, espalhando grandes nuvens brancas que saiam do mar em direção ao céu. Ainda não havia nenhum movimento no ar, apesar das nuvens estarem se movendo mais rapidamente agora. Era uma vista melancólica como se as nuvens estivessem se movendo por vontade própria. Eu tremi, apesar de saber que isso era só um truque da pressão.

Continuei a seguir bela por um caminho de onde eu podia ver que nos aproximávamos de um penhasco, a tempestade estava se movendo mais rapidamente agora e o vento finalmente havia começado a me tocar, as nuvens se aproximando ainda mais do chão. Assim que chegamos no fim do caminho de terra que levava ao precipício de pedra, as primeiras gotas começaram a cair e bater no meu rosto.

— Que lugar lindo! Sussurrei encantada.

O vento soprava mais forte agora, soprando a chuva como um redemoinho ao nosso redor, Bela pisou na beira do precipício, mantendo meus olhos no espaço vazio à sua frente enquanto seus pés seguiram em frente cegamente, acariciando a margem da pedra quando a encontraram.

— Bella! A chamei ficando assustada.

— Sim? Ela respondeu dando um sorriso.

— O que está fazendo? Perguntei me aproximando dela.

— Jacob prometeu que pularíamos do penhasco! Ela respondeu.

— Você está maluca? Não faça isso!

Mas ela ignorou se preparando para saltar.

— Por favor. Por mim.

A chuva forte nos encharcava deixando nossas roupas grudadas em nosso corpo, ela rolou nos calcanhares sem perceber o quanto eu estava próxima e ao se inclinar para frente aproveitei sua distração e segurei seu pulso a puxando em minha direção.

— Nessie me solta! Ela reclamou puxando o braço com força, me desequilibrei pelo impulso que ela usou e meu corpo foi jogado direto para o precipício, gritei enquanto caia no espaço como um meteoro, o grito de Bela por meu nome se perdeu e o vento resistiu, tentando inutilmente lutar contra a invencível gravidade, se empurrando contra mim e me girando em espirais como um foguete caindo na terra, meu corpo entrava cortando a superfície da água, ela estava mais fria, mais gelada do que eu temia.

— Socorro! Eu gritei tentando nadar, mas o gerso  do meu pé me impedia, Eu senti que as ondas estavam brigando comigo, me jogando pra frente pra trás, como se estivessem determinadas a se juntarem pra me partir ao meio.

A água raivosa era preta em todas as direções; não havia nem um brilho para me guiar. A gravidade era toda poderosa quando lutava com o ar, mas ela não era nada nas ondas - eu não conseguia me sentir sendo puxada pra baixo, ser guiada em nenhuma direção. Eu só podia sentir o banho das correntes que me jogavam para lá e para cá como se eu fosse uma boneca de pano.

Eu lutei para manter o meu ar para dentro, para manter os meus lábios selados na minha última reserva de oxigênio.

— Bela! Gritei, mas a água gelada estava deixando meus braços e pernas dormentes, nem sentia mais as ondas batendo, era mais como uma vertigem, como um rodopio sem esperança na água.

A corrente ganhou nesse momento, me jogando abruptamente contra alguma coisa dura, uma rocha invisível na escuridão. Ela bateu solidamente no meu peito, me atingindo como uma barra de ferro, e então o ar foi roubado dos meus pulmões, escapando com uma grossa nuvem de bolhas prateadas.

De alguma forma eu fiquei parada em um só lugar, apesar das ondas ainda estarem batendo em mim. Eu não conseguia ver nada além da água em todo lugar, alcançando o meu rosto.

— Respire!  A voz, selvagem de ansiedade, ordenou, de forma desesperada, eu senti um fio de esperança, eu reconhecia aquela voz, eu lutei, mas não consegui obedecer, a cascata de água que saía da minha boca ainda não havia diminuído o suficiente pra me deixar respirar, a água gelada enchia meu peito, me queimando, a rocha bateu nas minhas costas de novo, bem no meio dos meus ombros, e outra onda de água me asfixiou quando saiu dos meus pulmões.

— Respire pequena, anda!  Jacob implorou.

Algo bloqueava minha visão, e eu era atingida novamente, mas agora era quente, me dei conta de que era a mão de Jacob, tentando bater a água para fora dos meus pulmões.

Eu estava morrendo de novo? Parecia que a morte estava me perseguindo, tudo havia ficado escuro – Ness! Jacob perguntou, a voz dele ainda estava tensa, mas não tão desesperada como antes – Ness meu anjo você consegue me ouvir?

— Por quanto tempo ela esteve inconsciente? Alguém perguntou.

Eu não sei- Jacob respondeu ainda tenso, a voz dele estava muito próxima e as mãos quentes sobre mim tinham que ser dele, ele tirou o cabelo molhado do meu rosto.

— Alguns minutos? Eu não demorei muito para segui-las até a praia.

— É minha culpa! A Voz de Bela saia em um som de choro.

Minha respiração queimava como se meu nariz estivesse em carne viva ao mesmo tempo senti que estava congelando.

— Ela está respirando, vai acordar, mas ela pode pegar um resfriado, mas não gosto da cor que ela está ficando! Reconheci a voz de Sam.

— Você acha que tudo bem mover ela? Perguntou Jacob.

— Ela não machucou as costas ou alguma outra coisa quando caiu?

— Eu não sei – Bela respondeu.

Eu tentei abrir os olhos mas tive dificuldades, mas após insistir consegui ver as nuvens escuras – Jake! Sussurrei.

— Ness! Ele asfixiou e um aliviou lavou sua expressão, percebi que os olhos dele estavam molhados com a chuva – Pequena você está bem? Você consegue me ouvir? Você está machucada em algum lugar?

— Só a minha garganta! Eu gaguejei, meus lábios estavam tremendo com o frio.

— É, eu cuido dela daqui. Volte para o hospital. Eu me junto a vocês mais tarde. Obrigado, Sam.

Sam se despediu e então partiu.

— Eu vou tirar você daqui! Ele passou os braços por baixo de mim e me levantou sem esforço como se estivesse pegando uma caixa vazia. O peito dele estava nu e quente, ele curvou os ombros para evitar que a chuva caísse em mim e minha cabeça descansou no braço dele.

Enquanto ele caminhava comigo mantive os olhos fechados mas podia ouvir a conversa deles.

— Como você nos encontrou? - Bela perguntou.

— Eu estava procurando vocês, corri no meio da chuva, pela praia e a caminho da estrada, segui as trilhas e então eu te ouvi gritar – Senti que o corpo dele tremeu – O que você estava fazendo Bela? Você não percebeu que havia um furacão se formando aqui?

— Me desculpe, foi estupido! Ela respondeu.

— É, foi muito estúpido, e quem se machucou foi ela! Ele respirou fundo -Olha, você poderia parar de se colocar em perigo, principalmente quando estiver com a Nessie?

— Realmente está preocupado comigo? Porque até agora só reclamou por causa dela! Ela respondeu irritada.

— Não briguem! Sussurrei tremendo em seguida, apesar de não estar tão frio perto do corpo ridiculamente quente dele.

— Xi, está tudo bem! Jacob balançou a cabeça. Ele ainda estava mais correndo do que andando enquanto ele andava na estrada a caminho da sua casa.

Nesse momento a chuva parou, só me dei conta de que já estávamos na casa de Jacob quando ele passou pela porta -  Fica quietinha aqui okay?  Jacob disse enquanto me colocava no pequeno sofá. "Eu falo sério - bem aqui. Eu vou pegar roupas secas para você.

Eu deixei meus olhos se ajustarem a escuridão da sala enquanto Jacob ia caminhando para o seu quarto, Bela sentou ao meu lado e percebi seu olhar desolado.

— Eu estou bem! Sussurrei segurando sua mão.

— Me desculpa!

— Não foi sua culpa.

Jacob estava de volta em segundos com uma roupa dele nas mãos -Isso vai ficar enorme em você, mas ainda é o melhor que arranjei, er, vou lá para fora para você se trocar!

— Obrigada!

Assim que ele saiu Bela me ajudou a trocar de roupa, realmente a camisa de Jacob parecia um vestido e ficou com o cumprimento abaixo dos joelhos, enquanto o short, melhor nem comentar, Bela deu uma risadinha ao me ver naquele estado deplorável.

— Eu adoraria bater uma foto disso!

—Não se atreva! Resmunguei.

— Acho melhor você descansar!

— Meu pé está doendo!

— O Gesso molhou, vai ter que ir ao hospital para resolver isso!

Jacob entrou e lançou novamente seu olhar sobre mim em seguida se sentou no chão ao meu lado, com as costas no sofá e sorriu, ele parecia tão exausto quanto eu me sentia, ele inclinou a cabeça numa almofada próxima a minha e bocejou, os olhos dele se fecharam e eu deixei os meus se fecharem também.


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