Entre Vampiros & Lobos escrita por Mad Love, Alina Black


Capítulo 16
6x2 - Decisões


Notas iniciais do capítulo

Aproveitando o horário do almoço para atualizar.



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O som de um pequeno bip perturbava em meu ouvido enquanto meus olhos se abriam e se fechavam irritados com a luz clara, eu tentei me mover mas senti algo doer, mas estava confusa demais para descobrir de qual parte do meu corpo a dor vinha.

Minhas mãos estavam completamente deformadas com tubos claros, e alguma coisa estavaamarrada cruzando meu rosto, embaixo do meu nariz. Eu levantei minha mão para tirar aquilo.

— Não, não faça isso!

— Mamãe!

— Shhhh - Ela me silenciou beijando minha testa – Está tudo bem agora.

— O que aconteceu? - Eu não conseguia lembrar, as últimas imagens que eu tinha eram de Riley gritando por meu nome.

—Você atravessou na frente de um carro, ele acertou você em cheio, oh meu amor, seu pai, sua irmã e eu quase morremos de preocupação!

— Acho que agora eu lembro! Sussurrei.

— Riley esteve aqui durante todos esses dias, mas precisou ir para escola hoje pois iniciavam suas provas, você está a cinco dias nesse hospital, ele pediu para ligar assim que você acordasse.

— Eu não quero falar com ele! Respondi.

Mamãe apertou um pequeno dispositivo na cama fazendo com que a mesma lentamente se erguesse me deixando em uma posição semi-sentada o que fez com que eu me sentisse mais confortável – Você quer conversar comigo sobre isso?

— Podemos conversar em outro momento – Respondi olhando para meus pés, o direito estava no gesso.

— Você fraturou, vai ficar uns meses com isso!

Suspirei dando um sorriso com o canto dos lábios – E o papai?

— Ele deve estar de volta em algumas horas, querida Charlie estava desesperado.

—Mãe, eu estive pensando – Dei uma pausa e suspirei – Será que teria um lugar para mim em Jacksonsville?

Renee me olhou surpresa, era como se a história se repetisse, mas com a diferença que agora eu estava pedindo para ir, após fazer a pergunta Charlie me veio em minha mente, eu o magoaria se partisse então poderia ser apenas nas férias, seria bom passar um mês longe de Foks.

— Você quer ir morar comigo?

— Não, quer dizer! Mordi o lábio – Passar as férias, eu sinto sua falta mãe e as coisas não estão indo bem.

As mãos dela flutuaram por cima de mim sem poder fazer nada, tentando encontrar um lugar onde ela pudesse segurar em segurança. Ela encontrou minha testa, havia um pequeno curativo do lado esquerdo da minha testa – Podemos conversar sobre isso!

— Por favor poderia não comentar com o Charlie?

— Está bem! Ela sorriu – Será o nosso segredo.

Olhei para a pequena poltrona ao lado da cama e havia algumas coisas, um buque de flores na mesa ao lado e um unicórnio de pelúcia com detalhes rosa e lilás, ao perceber que eu havia notado os presentes mamãe sorriu virando seu corpo na direção do urso e o pegou entregando a mim.

— Sua irmã quem trouxe!

— A Bela? Sussurrei surpresa.

— Na verdade ela disse que estava entregando o presente – Ela explicou me entregando o unicórnio – Tem um pequeno bilhete no bolso da frente.

Ri baixinho compreendendo que ela já havia lido o tal bilhete principalmente pela expressão engraçada que fez, o unicórnio tinha um pequeno bolso em forma de coração, lentamente enfiei a ponta dois dedos e retirei o pedaço de papel, e para minha surpresa era de Jacob.

“ Eu sei que te devo um pedido de desculpas pelo que houve na última vez em que nos vimos, espero que melhore logo, você também é importante para mim, Jacob.”

— Queria acreditar nisso! Sussurrei guardando o pedaço de papel no unicórnio e o deixei de lado.

— Achei muito fofo da parte dele! Renee falou sorridente – As flores são de Riley.

— As flores pode jogar fora!

— Renesmee!

— Mãe,eu não quero falar do Riley!

— E do Jacob? Como você se sente em relação a ele? - Ela escondeu muito mal a curiosidade na voz dela.

Eu suspirei, desviando o olhar. Não importava o quanto eu amasse minha mãe, essa não era uma conversa que eu queria ter com ela.

— Eu sou apaixonada por ele.

— Bem, ele parece muito legal, e, minha nossa, ele é incrivelmente lindo, mas você é tão novinha Nessie - a voz dela estava incerta, até onde eu podia lembrar, essa era a primeira vez desde que eu tinha oito anos que eu ouví alguma coisa aproximada de autoridade materna. Eu reconheci aquele tom razoável mas firme que nós tínhamos nas nossas conversas sobre homens.

— Eu sei, mãe. Não se preocupe. É só uma paixonite - eu acalmei ela.

Então ela suspirou e deu uma olhada cheia de culpa para o grande relógio redondo na parede.

— Você precisa ir?

Ela mordeu o lábio. - Phil deve ligar em pouco tempo, eu não sabia quando você acordaria.

— Sem problemas, mãe - eu tentei não mostrar muito o alívio para que ela se sentisse um pouco culpada. - Eu não vou ficar sozinha! Falei ao ver Charlie abrir a porta.

— Eu volto logo, eu dormi aqui durante todos esses dias - Ela falou orgulhosa de sí mesma.

— Mãe, você não precisava fazer isso, podia ter ido dormir em casa, eu nunca iria reclamar.

A onda de medicamentos para dor me deixava confusa, talvez por eu ter dormido durante dias.

— Eu posso ficar, bebê, se você precisar de mim.

— Não, mãe, eu vou ficar bem, papai vai ficar comigo – Sorri tentando lhe passar tranquilidade – Eu te amo mãe!

— Eu te amo também, Nessie, olhe para os lados antes de atravessar uma pista, eu não quero perder você.

Uma enfermeira invadiu o quarto nessa hora para checar meus tubos e fios. Minha mãe beijou minha testa e foi embora, Charlie permanecia calado como se esperasse a hora certa para que pudesse finalmente falar.

A enfermeira estava checando o papel da minha avaliação e o monitor do meu coração.

— Você está se sentindo ansiosa, querida? O seu coração está parecendo um pouco rápido aqui.

— Eu estou bem, só estou sentindo um pouco de dor –Respondi.

— Eu vou dizer á medica que está cuidando de você que você está acordada. Ela vai vir te ver em um minuto.

Assim que ela fechou a porta Charlie relaxou se aproximando da cama.

— Nunca mais faça isso comigo!

— Me desculpe! Respondi o abraçando, mas logo erámos interrompidos pela médica que ao passar pela porta pedia desculpas por atrapalhar o nosso momento de pai e filha.

— Bom pelo jeito você teve sorte! A médica falava de forma gentil enquanto olhava os aparelhos e tinha uma prancheta nas mãos.

— Eu não vou abusar da sorte, vou prestar mais atenção ao atravessar a rua!

— Eu acho bom! Charlie sussurrou e a médica riu.

— Sei que quer voltar para casa, mas caso não haja nenhum tipo de mudança nas próximas 48 horas eu lhe darei alta, está bem?

— Obrigada! Agradeci, a médica sorriu e então saiu.

— Bela está preocupada com você!

— Eu acredito que sim pai!

— Sei que essa história toda entre vocês duas e Jacob...

—Pai! O interrompi – Prometo fazer as pazes com ela – Eu decidi esquecer Jacob, Riley e quem quer mais que seja.

Charlie me olhou surpreso e ao mesmo tempo senti um ar de alívio vindo dele.

— Eu gostei de ouvir isso! Ele sussurrou segurando minha mão carinhosamente e novamente a enfermeira entrou, segurando uma seringa.

— Com licença - ela disse bruscamente para Charlie.

Ele se levantou e cruzou o pequeno quarto, se encostando na parede, - Aí está, meu bem. -  A enfermeira sorriu enquanto injetava o medicamento no tubo.

 - Você vai se sentir melhor agora.

— Obrigada - eu murmurei, sem entusiasmo. Não demorou muito. Eu pude sentir a sonolência invadir minha corrente sanguínea quase imediatamente.

E então a noite se fechou sobre mim.

Apesar da promessa que eu sairia em dois dias a médica estendeu para três, eu havia batido forte a cabeça e por isso ela precisava refazer meus exames, só deixaria eu sair do hospital quando tivesse certeza que eu não havia sofrido nenhuma sequela, após um dia inteiro entrando em diversas salas diferentes finalmente eu podia voltar para casa.

Renee já havia retornado para Flórida e como combinado não contou a Charlie sobre meu pedido, Bela havia me feito companhia nos últimos dois dias e como prometido não havia brigado com ela, combinamos não tocar no nome Jacob e pela primeira vez ela começou a agir como irmã mais velha.

— Finalmente em casa!

Falei aliviada ao entrar sendo segura por Charlie que cuidadosamente me ajudou a sentar no sofá, Bela largou minha bolsa no chão e caminhou em direção ao corredor.

— Você deve estar com fome, eu sei muito bem como é a comida de hospital!

Tinha que admitir que ela estava bem animada, mesmo sabendo qual era o motivo de sua empolgação, no fundo Jacob estava fazendo ela esquecer Edward e isso era bom para ela, eu não aceitava a possibilidade dela se tornar um deles, Charlie sofreria, Renee sofreria e eu sofreria por enganar a eles.

Após o jantar Charlie me ajudou a subir as escadas e ir para o meu quarto, eu não queria dormir, já havia dormido demais no hospital, peguei um livro e após vestir o baby doll sentei na cama com alguns travesseiros em minha costa e comecei a ler um livro, meu celular tocou mas ignorei a chamada ao ver que era de Riley.

Apesar do horário a casa não estava em silêncio, eu podia ouvir o distante som da TV vindo da sala, com certeza Charlie assistia algum jogo, mas o que me chamou a atenção foi as vozes, lentamente levantei da cama dando pequenos passos mancos e abri a porta caminhando da forma mais silenciosa o possível pelo corredor, então ouvi a voz vindo do quarto de Bela, ela conversava com alguém e eu reconhecia muito bem aquela voz, era de Jacob.

Respirei fundo e fechei os olhos pousando a mão sobre a maçaneta e impulsivamente a abri, Jacob e Bela estavam frente a frente e ele segurava as mãos dela, a atenção de ambos se voltou para mim, Bela me olhou assustada enquanto Jacob me lançava um olhar penetrante.

Eu me perdi dentro dos olhos dele e por alguns segundos senti que ele se perdeu nos meus.

— Jacob!

Bela sussurrou nos tirando de nosso pequeno transe, Jacob ficou estranho, levou ambas as mãos à cabeça passando pelos fios de seus cabelos que agora estavam curtos, só então percebi que ele havia mudado, trajava uma bermuda surrada, estava sem camisa e os músculos haviam se evidenciado, senti que meu corpo tremeu, ele estava igual aos outros garotos da reserva o que me fez desconfiar que aquilo também havia acontecido com ele.

— Jake você está bem? Bela perguntou percebendo a mudança em seu comportamento.

— Desculpa eu não deveria ter entrado sem bater!

— Não deveria mesmo! Ela respondeu irritada.

— Bela! Jake me olhou de soslaio e em seguida olhou para ela – Não fala assim com ela!

Acho que não havia entendido direito, Jacob estava me defendendo? Não somente eu, Bela também o olhou confusa.

— Eu preciso ir! Ele falou com um tom de voz tremula indo até a janela.

— Não seja idiota, Jake! Bela Reclamou - Você vai quebrar a perna. Use a porta Charlie já deve estar dormindo!

— Eu não vou me machucar -  ele murmurou, e então se virou para a mim me olhando com uma expressão diferente como se alguma coisa estivesse incomodando ele, em seguida ele levantou uma mão, como se fosse falar algo, mas depois voltou para janela e pulou.

Bela correu para a janela e eu me arrastei logo atrás, tudo que consegui ver foi seu corpo desaparecendo em meio as arvores.

— O que deu nele? Sussurrei

— Você não compreenderia! Bela respondeu saindo da janela.

— Tem a ver com os Cullens? Perguntei em uma tentativa de descobri até onde ela sabia.

— Não! Ela respondeu de forma seca – Talvez você precise ir dormir, ainda não está recuperada do acidente.

— Tudo bem! Suspirei mancando lentamente até a porta – Boa noite Bela!

— Boa noite! Ela respondeu fechando a porta.

O que Bela não podia imaginar é que eu sabia muito mais do que ela.


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