Depois daquela noite Jacob desapareceu, e mesmo ele sendo idiota o bastante comigo eu estava preocupada com ele.

Bela havia ligado e Billy atendeu e disse que Jacob ainda estava na cama, depois ligou de novo, várias vezes por dia, pelos dois dias seguintes, mas nem tinha

Ninguém lá, quando ela ligava eu deitava no sofá disfarçadamente fingindo estar mexendo o celular.

Seu olhar se voltou para mim.

—Não, me desculpe, o namorado é seu!

— Jacob não é meu namorado e o Billy gosta de você!

— Eu não vou ligar para ele!

— Eu sei que está preocupada!

Respirei fundo e peguei o telefone colocando no viva voz.

— Oi, Billy, tudo bem é a Nessie, só estou ligando para saber como Jacob está. Ele já pode receber visitas? Eu estava pensando em passar por aí.

— Eu lamento filha -  Billy interrompeu, e eu me perguntei se ele estava assistindo TV; ele parecia distraído - Ele não está aqui.

— Ele stá se sentindo melhor, então?

— Sim! Billy hesitou por um instante longo demais - Acontece que no fim

ele não estava com Mononucleose,  só algum outro vírus.

—  Então... onde ele está?

— Ele está dando a alguns amigos uma carona até Port Angeles, eu acho que eles vão pegar uma sessão dupla ou alguma coisa assim.

— Ele vai ficar fora o dia inteiro.

— Bem, isso é um alívio fico feliz que ele tenha se sentido bem o suficiente para sair.

— Tem algo em particular que você queira? Billy perguntou educadamente.

— Não, na verdade não.

— Bem, eu digo pra ele que você ligou”, Billy prometeu. “Tchau, Nessie”.

Eu fiquei parada um momento com o telefone ainda na minha mão e sem seguida entreguei a Bela – Satisfeita?

— Há algo errado?  Charlie nos perguntou enquanto descia as escadas.

— Billy disse que Jacob está se sentindo melhor – Bela respondeu.

— Ele está vindo aqui, ou você está indo para lá? Charlie perguntou.

— Nenhum dos dois-  Bela respondeu - Ele saiu com uns amigos.

Ao perceber que a conversa se resumiria a Jacob Black levantei do sofá pegando minha bolsa – Eu vou a Seattle, fiquei de almoçar com Riley!

— Essa é uma boa ideia, você anda desanimada! Mas me olhou com uma expressão Preocupada.

Eu levei um minuto para entender, de tão distraída que estava – Mais problemas com o urso?

Charlie balançou a cabeça, fazendo uma careta - Nós temos um mochileiro desaparecido, os patrulheiros encontraram o acampamento dele essa manhã, mas não havia sinal dele. Haviam algumas pegadas muito grandes de animal... é claro que eles apareceram mais cedo, sentindo o cheiro da comida. De qualquer forma, eles estão colocando armadilhas para eles agora.

— Oh não se preocupe pai, é mais fácil Bela ser devorada por Jacob do que por um urso!

Charlie me fuzilou com o olhar, eu ri e sai batendo a porta.

Enquanto dirigia pelas estradas rumo a Seattle eu me sentia perdida, pensava em quais possibilidades eu tinha, esquecer Jacob era impossível, pensei na possibilidade de ir a uma psicóloga e tentar compreender porque eu me sentia tão ligada a ele, também havia a possibilidade de sumir, ir morar com Renée na Flórida, tinha certeza que ela ficaria muito feliz, eu só teria que suportar todo esse terror e sofrimento até as aulas terminarem, e a última possibilidade era me acertar com Riley, quando eu estava com ele eu me sentia mais segura e conseguia enfrentar Jacob.

Qualquer coisa estava sendo melhor que continuar assistindo aquilo, a última vez que Jacob havia falado comigo ele tinha deixado claro o quanto me odiava e apesar de aquilo ser algo humilhante eu cada vez mais o amava, eu só podia estar doente, eu deveria amar o que era bom para mim e Jacob estava longe de ser isso, após três horas dirigindo estacionei diante da escola da faculdade de Seattle, e sai dando um largo sorriso.

Atravessei o grande estacionamento e olhei o celular verificando o local que Riley havia dito, havia muitos alunos trajados com um uniforme na cor azul com um grande símbolo da escola em seus casacos, as meninas usavam uma saia acima dos joelhos e de pregas pequenas, com meias que cobriam metade das suas pernas, me perguntei se o colégio era da universidade ou um convento.

Assim que li a descrição do local onde Riley me aguardava apressei meus passos pedindo informações enquanto procurava, um grupo de alunos apontou a direção e agradeci sorrindo, e quando vi a descrição do local igual o que ele havia escrito meu sorriso se alargou principalmente ao ver Riley de costas conversando com um grupo de amigos.

Apressei meus passos indo ao encontro dele mas parei ao ver a garota loira surgir e o abraçar o beijando em seguida, os garotos do grupo sorriam e aplaudiam e eu o olhava sem compreender o que estava acontecendo.

Assim que a garota saiu de seus braços o olhar de Riley se voltou para mim, eu estava parada, imóvel, vi a expressão de susto em seu rosto e ao vê-lo correr em minha direção dei as costas apressando meus passos.

— Nessie! Ele gritou me segurando pelo braço.

— Me solta! Respondi puxando meu braço da sua mão e voltei a caminhar.

— Nessie espera! Não é nada disso que está pensando, eu não sei porque ela me beijou.

— Não se preocupe eu sei muito bem! Respondi caminhando apressadamente.

— Porque não me avisou que viria?

Ao ouvir sua pergunta parei e virei meu corpo ficando de frente para ele – Por acaso você está caçoando de mim? Você me mandou uma mensagem pedindo para eu vir!

Riley me olhou confuso- Eu não mandei mensagem nenhuma – Em seguida olhou para a garota que conversava com o grupo sem tirar os olhos de mim – Nessie me escuta!

— Eu não quero escutar você, me deixa em paz! Gritei e então corri, tudo que eu precisava era sair dali, corri o mais rápido que pude enquanto ouvia a voz de Riley me pedindo para espera-lo, após cruzar o estacionamento ouvi um grito de Riley muito mais alto.

— Nessie!

Em seguida o choque forte contra o meu corpo, o som de vidro quebrando e uma imensa dor, ouvi vozes, e mesmo de forma embaçada vários rostos desconhecidos – Nessie! Riley gritou novamente e seu rosto foi o único que reconheci – Você vai ficar bem, por favor fica comigo, não feche os olhos Nessie!

Estava doendo, tudo, a cabeça, o corpo, o coração, alguns minutos depois ouvi o som distante como uma sirene, e gemi ao sentir que estavam me movendo, vi novos rostos estranhos e respirar se tornou um pouco mais fácil.

Então fechei meus olhos, acho que estava morrendo.