EDWARD

Quando eu a vi eu precisei piscar os olhos algumas vezes para ter certeza que eu não estava dormindo. Ela continuava linda exatamente como eu me lembrava e eu mal podia acreditar que ela estava bem ali no meio do jardim da casa da minha mãe segurando um... bebê? Ela era mãe? Quantas coisas sobre ela eu não sabia?

Me aproximo quando a vejo sozinha, nossa conversa foi tensa, Isabella estava na defensiva e eu não entendia o porquê. Aquele momento que tivemos há meses atrás tinha sido amigável, porque ela estava me atacando dessa forma? Não era possível que ela possa estar sentindo ciúmes de Tânia, era?

Nossa conversa de desastrosa assumiu um rumo que eu jamais imaginaria, ela realmente insinuou que aquele bebê era meu? Ela realmente acreditava que eu iria cair nessa? Nós tivemos algo apenas uma vez, não é possível que ela realmente possa ter ficado grávida...

Não, não, NÃO!

A sigo em direção á mesa de jantar disposto a esquecer o que essa louca dissera, ela quis apenas me deixar perturbado, e parece que conseguiu... mas eu não permitiria que ela percebesse o quanto me afetou, Isabella não venceria.

—Senti sua falta. – Tânia disse assim que me sentei ao seu lado, sorri para ela sem tirar os olhos de Isabella que se sentou ao lado de sua filha, irmã, seja lá quem fosse e colocou a bebê deitada no bebê conforto apoiado na cadeira do seu outro lado.

—Isabella! Jasper estava dizendo sobre a transferência de hospitais. – Alice disse.

—Ah sim, foi inesperado mas eu sempre quis trabalhar na UCLA, ouço falar desse hospital desde a faculdade. – Responde com um sorriso genuíno.

—Você está em que área Rosalie? – Carlisle pergunta para a outra irmã de Jasper.

—Eu sou da área pediátrica, eu gosto de cuidar dessas gracinhas. – Olha com amor para as filhas de Isabella.

—Você parece bem nova Isabella. – Minha sogra Charlotte disse. – Apesar de ter duas filhas parece que nada saiu do lugar. – Apesar de um comentário super desnecessário Isabella riu antes de responder.

—Apenas uma saiu de mim, Olivia foi trazida pelos anjos pra minha vida. – Acaricia o rosto da pequena menina.

Logo todos se entreteram em diferentes conversas e eu vez ou outra respondia alguma pergunta direcionada a mim, eu estava mesmo era focado em observar Bella em todos os seus movimentos. Ela revezava entre comer, fazer gracinhas para a bebê e ajudar sua outra menina a cortar alguns pedaços grandes de carne.

—Seria como fazer 9x12 de cabeça. – Tânia diz fazendo muitos rirem. Não entendi o motivo e nem o rumo da conversa mas o evento a seguir eu jamais poderia esperar.

—Cento e oito – A criança diz quando termina de engolir sua garfada fazendo todos encara-la. – O resultado de 9x12 é 108. Eu estava aprendendo as tabuadas na outra escola... – ela parece pensar e logo faz uma carinha adorável de espanto. – Não ensinavam tabuada nas escolas antes?

—Gatinha, isso é uma conversa entre adultos. – Tânia disse sem se importar para a menina.

—A senhorita é muito grosseira. – Olivia larga os talheres e cruza os braços.

—Sua mãe não te deu limites? –Tânia diz e eu noto então Bella deixar de dar atenção para Clara para encara-la de forma odiosa, mas antes que pudesse dizer algo Olivia retruca.

—A sua não te deu educação? – Ergue uma sobrancelha.

—Você deixa sua filha responder adultos dessa maneira? – Tânia questiona diretamente para Bella e eu noto que agora todos prestam atenção nelas.

—Não esperava que ela respondesse de outra forma. Lá em casa ela aprende todos os dias como tratar as pessoas com respeito e educação, mas ela também aprende a não deixar ninguém passar por cima dela. Mas não te julgo, a inteligência de Olivia pode constranger qualquer um, mas ela não deixa de ser uma criança e não vai medir palavras para expressar o que sente. – Dá ombros.

Aos poucos todos se recuperam do choque do recente acontecido e voltam ás suas conversas, Tânia ao meu lado está espumando de raiva e eu por dentro não deixo de pensar em quantas versões de mulher existem dentro daquele corpo... a jovem e divertida de Las Vegas, a mãe amorosa, e a que não leva desaforos pra casa.

—Bella, Olivia costuma fazer contas assim de cabeça? – Carlisle pergunta.

—Ela sempre teve facilidade no aprendizado e gosta muito de aprender coisas novas. Enquanto na escola a professora começava a ensinar a tabuada do 1 e 2 ela queria aprender em casa a do 3 e 4 também.

—E quantos anos ela tem mesmo?

—Eu tenho seis! – Olivia diz animada.

—Um pequeno gênio. – Carlisle diz para a menina que cora.

—Como eu sabia que haveria criança na mesa hoje, a sobremesa envolve algo que eu acho que toda criança ama! Bom, pelo menos as crianças aqui de casa amam até hoje! – Minha mãe diz passando a mão na cabeça de Emmett.

Logo os pratos de petit gateau foram sendo servidos e eu vi os olhos de Olivia brilharem em contentamento, ela se virou para Bella e disse algo no ouvido dela que fez a morena sorrir.

—Mano, deveríamos marcar para jogar Baseball qualquer dia desses. Jasper disse que um amigo dele está vindo pra cá também e nós podemos apresentar a ele o jeito Los Angeles de jogar. – Emmett diz pra mim.

—Isso seria demais, mas logo aviso que Jacob é um excelente jogador. – Riram.

—Vamos marcar sim, depois você nos avisa quando ele chegará e a gente usa a quadra do clube. – Seria uma boa um dia de jogos com os garotos.

Tânia está em uma conversa infinita com Alice sobre a nova Boutique que minha irmã vai abrir, aproveito o momento para observar Isabella mais uma vez, ela estava tirando Clara da cadeirinha pois a menina reclamava e fazia um bico para chorar adorável. Ela tinha os cabelos muito parecidos com os de Isabella, mas seus olhos claros eram estranhamente muito parecidos com os meus.

Bella diz algo para minha mãe que sussurra algo pra ela de volta, Bella também diz algo para Rosalie enquanto pega uma bolsa cor de rosa e caminha para dentro da casa com Clara em seus braços. Rose ocupa o lugar de Bella na mesa e auxilia Olivia a comer a sobremesa, a garotinha já está com a boca toda suja de chocolate e sorvete e Jasper brinca com ela a respeito disso dizendo algo sobre um “bigode de chocolate” fazendo a menina rir

—Mãe, pra onde Isabella foi? – Pergunto discreto.

—Ela foi trocar a fralda da neném, mas não sei se ela vai achar os banheiros, pode ir auxilia-la pra mim querido? – Era a desculpa perfeita para ir atrás dela, obrigada mãe!

Como minha mãe imaginou, encontro Isabella visitando portas e mais portas para achar o banheiro com Clara chorando no seu colo.

—Imagino que para troca-la seja melhor um quarto para deita-la. Logo a frente tem um de hóspedes que você pode usar. – Digo.

—Obrigada. – Ela responde simplesmente e entra no quarto que eu apontei. Ela deixa a menina chorosa na cama e começa a tirar as coisas da bolsa, eu fico encostado observado.

—Você está incomodada meu amor? Que chato estar com a fraldinha suja não é coisa gostosa da mamãe? – Ela brinca com a menina. – Você é a princesa da mamãe? – Pergunta com uma voz infantil enquanto tira a roupa da menina. – Eu tenho certeza que sim! Você está com soninho amor? Ou a sonequinha que tirou vindo foi o suficiente? – Ela conversava como se a menina fosse poder responder.

Com agilidade ela troca as fraldas e coloca a roupa de volta. Logo ela coloca a chupeta na boca da menina que coça os olhos na hora, Bella coloca um paninho com rosto de boneca em seus braços e a menina o abraça com força enquanto é balançada no colo de sua mãe.

—Virou algum tipo de poste? – Bella questiona.

—Você estava brincado não estava? – Pergunto.

—Sobre ela ser sua? Não Edward. Eu não espero que acredite, eu só achei justo dizer. Peço desculpas pela forma como disse, eu não queria dar uma notícia dessas assim, mas eu estava irritada na hora. Clara é tudo pra mim e eu a criei todo esse tempo sozinha, claro que em alguns momentos foi difícil e eu queria sim ajuda, mas graças a Deus deu tudo certo.

—Eu não sei o que pensar... ou o que dizer.

—Eu entendo que você é comprometido, e que pode ser um choque na sua relação uma criança, você pode escolher não contar pra ninguém e fingir que eu nunca te falei nada... a escolha é sua. Como eu disse, eu estive com ela todo esse tempo e criei Olivia sozinha também e ela é o meu maior orgulho. – Lembra com amor da menina. – Mas eu não quero ninguém achando que eu sou algum tipo de oportunista, ou que eu estou dando o golpe ou coisa do tipo. Você pode acreditar em mim ou não e aquelas pessoas podem ir ás favas, eu não me importo uma grama com o que pensam a meu respeito.

—Eu acredito em você.

—Mas se falarem mal das minhas filhas aí o balde vira e elas não tem nem idéia do que eu sou capaz.

—Bella, eu disse que acredito em você.

—E eu também não... – se freia – espera, você disse que acredita?

—Sim, eu não sei o porquê, mas acredito. – me aproximo – E eu jamais negligenciaria uma criança minha Bella, eu sei que não nos conhecemos o suficiente mas eu não sou esse tipo de cara.

—Hm, eu não esperava por essa. – Ela olha para a menina que adormeceu em seus braços. – Ela foi uma surpresa, eu não duvidei um minuto que ela era sua porque antes de você eu só tive um e as contas passavam muito longe dele. Eu queria te contar desde o início, mas bem, eu não tinha como.

—Eu nunca te liguei porquê...

—Não importa – me cortou. – Quer segura-la?

—E se eu derruba-la? – Pergunto preocupado.

—Bobagem. – Responde colocando-a nos meus braços.

Ela ressonava tranquila e logo se aconchegou nos meus braços, pude observar mais de perto todos os seus traços e ela era linda, perfeita como eu nunca imaginei que alguém pudesse ser e era minha. Esse pequeno bebê em meus braços era meu, e eu gostava disso.

—Bella? – Ouvimos alguém do lado de fora. –Olivia está precisando de uma ajudinha aqui. – Logo Rosalie surgiu na porta do quarto com uma Olivia toda suja de chocolate.

—Meu Deus filha, você parece uma porquinha. – Bella riu e Olivia corou. Rosalie deu uma olhada sugestiva pra mim que segurava Clara. – Ele me ajudou a achar um quarto e a segurou pra mim enquanto eu arrumava a bolsa. Muito obrigada Edward, se não for abusar você pode leva-la lá para fora e coloca-la no bebê conforto? – Ela questiona e eu aceno antes de sair com a garotinha em meus braços.

—O que faz com essa criança querido? – Tânia questiona assim que chego do lado de fora.

—Um favor para Bella. – Respondo simplesmente.

—Essa garota é muito folgada e criou uma monstrinha respondona, você viu como ela me constrangeu na mesa?

—Tânia você estava discutindo com uma garotinha de seis anos, ela é uma criança.

—Mas ela é intrometida demais, tenho dó de Alice que fará parte dessa família. – Olho para Alice agarrada a Jasper e imagino que Tânia não podia estar mais errada a respeito daquela família, e que em breve ela surtaria com as novas novidades.

BELLA

—Você não acha realmente que eu cai nesse papinho, acha? – Rosalie pergunta.

—Querida, pegue esses lencinhos e vá se limpar no banheiro. – Oriento Olivia para que nos deixe a sós. – É ele! – Sussurro assim que a menina sai de vista.

—Ele...?

—O pai da Clara, o cara da noite de Las Vegas! Ele é cunhado de Jasper, meu Jesus, quando eu imaginaria algo assim?

—Você contou pra ele?

—Contei! Não do jeito que eu queria mas na hora eu acabei soltando e... enfim, ele lidou melhor do que eu esperava.

—Ele vai assumir?

—Vai, mas vou dar o espaço para ele decidir quando vai contar, afinal ele está ou vai ficar noivo, eu não entendi direito.

—Aquela Tânia é nojenta!

—Nem me fale, na primeira conversa que tivermos eu vou deixar claro que eu quero minha filha longe daquela mulher!

—Mas se ela se casar com ele não vai ser meio impossível Bells?

—Impossível vai ser minha mão ficar longe da cara dela, pode ter certeza!