Das alcunhas fantasmagóricas escrita por Josefine Algor
Fevereiro, 2016.
Os anos passaram, minha querida Rachel.
Quem era o remetente daquela carta atemporal que datava o difícil ano de 1923?
E para quem era, afinal?
Eu ainda não encontrei um vestido vermelho para eu e Silvia dançarmos.
E eu ainda não escrevi algo para Virginia. Ela e Silvia se tornaram suicidas nas mãos da musicista. Ambas gostam de morrer dentro de águas salgadas…
As veias são costuras frágeis. Covil têxtil que alberga feras hereditárias, irreversíveis desde o útero, menos estanques que os modernos corsários, e tão estanques quanto o outro mundo. Perto e longe as costuras têm a mesma forma de fragilidade.
Esse é um tipo de carta que sempre pode-se adicionar mais e mais, Rachel.
Quando eu escrevi aquela carta à Silvia, minha mãe disse que eu deveria escrever mais daquele jeito. E toda vez que releio aquela carta, choro. Não sei se foi a música ou algo mais… Sempre é esse algo mais intraduzível.
Alguma de nossas teorias haverá de estar certa, Rachel?
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