O sol se levantava no horizonte quando James chegou a sua casa. Ele não havia demonstrado para Katherine, mas ficou extremamente abalado com a descoberta. Ela era tão boa, tão prestativa! Ela acolhia aqueles rejeitados, os sem lar, era uma garota tão doce, como poderia ela ser uma matadora de seres como ele?

Ao entrar pela porta, Demétria o esperava. Ela era sua demônia de estimação, como a própria gostava de se chamar, embora ele a considerasse uma amiga e empregada. A jovem parecia preocupada, afinal seu mestre havia demorado para chegar e não havia se preparando para tomar luz do sol.

Ela perguntou a James o porquê da demora, e este lhe contou todos os acontecimentos. A demoniazinha ficou furiosa, pois acreditava que o mestre deveria matar Katherine. Os seus feitos de bronca para com ele acabaram atraindo o outro morador da mansão, um vampiro transformado e outro servo de James, chamado Frederick. 

— Bem-vindo de volta, mestre. — ele falou. — estávamos preocupados.

— eu percebi, Fred. Demétria já me xingou de todos os nomes o possível. Mas agora preciso descansar, não sei o que farei agora. — James respondeu, o encarando. Ele respirou pesadamente, e continuou — Katherine nunca me ouvirá, não agora. Todo o meu plano foi por água abaixo.

— Então vá descansar, mestre! Deseja que eu lhe traga sangue? Ou algo do tipo?

— Não precisa. Vão vocês dois descansarem, devem estar cansados de me esperar.

E então, com essa ordem, os dois servos foram embora. James foi até o seu trono, onde costumava ficar quando precisava pensar. Ele se sentou na poltrona, e Frederick lhe trouxe o sangue do mesmo jeito. O vampiro mais novo era claramente apaixonado pelo mestre, mas respeitava a decisão deste de se casar com Katherine, pois preferia vê-lo feliz. 

James seguiu o tempo sentado no trono, pensando. Um dia inteiro se passou, e ele só conseguia pensar em sua amada, em como seria seu próximo encontro. Ele se dirigiu à janela, então, quando o sol se pôs, para olhar a lua. Ele costumava fazer passeios com Kath luz a esse horário, quando acabava de escurecer, e quando a lua iluminava a garota e seus cabelos ruivos, que ficavam maravilhosos.

Enquanto isso, na casa Dortaam, Katherine fazia o mesmo. Ela tinha sido dispensada da enfermaria, para não levantar suspeitas acerca de seu ferimento. A garota olhava para a lua, dividindo seus pensamentos entre James e o que faria agora com a mordida. 

O certo a se realizar seria o suicídio: uma morte honrada para evitar a proliferação de infectados. Mas ela não havia sido transformada, não apresentava sintomas, afinal, comeu o jantar normalmente, e o prato de hoje era sopa de alho. Ela precisaria, então, ir atrás de James para descobrir o que estava acontecendo.

Mas então, seria ir bom ir o mais rápido o possível. Ou seja, naquele momento.

Ela se levantou bruscamente do parapeito da janela, e trocou seu roupão de dormir pelas suas vestes da noite anterior. Ela tinha algo a fazer, ir até ele.