Éons de Sangue escrita por NineLunaCath
Notas iniciais do capítulo
Aqui estamos nós novamente!
Uma boa leitura!
Era uma manhã de outono. Às folhas das árvores no pátio da mansão dos Dortaam já haviam começado a cair, enchendo o chão com suas cores alaranjadas. Dois jovens se encontravam no meio deste, cercados por uma dúzia de outras pessoas, que observavam silenciosamente.
O primeiro jovem era um garoto. Era pálido e magro, e não aparentava ter mais de 20 anos. Ele sorria, num gesto irônico, já que suas mãos estavam amarradas e se encontrava de joelhos. A outra jovem era uma garota, nem alta, nem baixa, mas forte, e trajando roupas que não seriam bem aceitas para uma moça de sua classe fora do palacete.
Ela apontava sua arma para o rosto do garoto. Ele não demonstrava medo nenhum, apesar de estar de cara com a morte. Mas ele não tinha o que fazer, não havia escapatória, então pra que sofrer? Se escapasse, seu destino seria pior.
— E então? Vamos encurtar esse seu teatrinho? Já me capturaram. — ele falou, e tossiu, engasgando.
A garota segurou a arma mais firmemente, o ódio em seus olhos crescendo. Ela respondeu:
— Nós sabemos que há outros. O rei esconde a verdade, comemorando sua vitória sobre os doentes a anos, mas ainda encontramos vários dos seus por aí. Não podemos correr o risco de outros doentes poluindo nossas ruas e nos matando, já temos violência demais.
— E então por que não me mata logo, docinho? É para eu apreciar essas pernas usando caças? Atrevida, você, não?
— Essas calças — ela disse, se aproximando. — servem para fazer isso mais facilmente.
E ao dizer a palavra “isso”, chutou a face dele. O jovem tossiu novamente, e dessa vez, um pouco de sangue saiu. Se era dele ou de outros, não era possível dizer.
Da plateia, então, veio um homem que estava mais afastado. Henry Dortaam, o dono da casa e que aparentava ser o líder, tocou o ombro da garota, e pediu para que esta se apressasse. Ela voltou seu olhar ao garoto quase morto no chão, evitando encará-lo nos olhos. Lembrar de que ele ainda era um humano, infectado por uma doença incurável… Ele poderia ter pais, amigos, família, toda uma histórias… Chega. Ela não deveria pensar nisso. A única vez que se distraiu com um daqueles seres a levou a ganhar uma cicatriz para toda a vida. Isso não iria acontecer de novo.
— Últimas palavras? — Ela levantou a arma, que estava apontada para baixo.
— Ele… Ele terá o rei em breve. Logo logo, todos vocês serão apenas escravos, e ele triunfará! Se preparem. Eles já são amigos, e em breve, o rei cairá nos encantos dele!
Ao terminar de falar, o garoto caiu no chão, numa crise de risos.
— Basta! — A garota gritou, e a crise de risos foi interrompida com uma única bala alojada na cabeça do jovem.
O corpo caído foi arrastado para longe, mas o aviso havia sido dado: todos correriam perigo se o nobre infectado não fosse impedido.
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