Éons de Sangue escrita por NineLunaCath


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui estamos nós novamente!
Uma boa leitura!



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Era uma manhã de outono. Às folhas das árvores no pátio da mansão dos Dortaam já haviam começado a cair, enchendo o chão com suas cores alaranjadas. Dois jovens se encontravam no meio deste, cercados por uma dúzia de outras pessoas, que observavam silenciosamente.

O primeiro jovem era um garoto. Era pálido e magro, e não aparentava ter mais de 20 anos. Ele sorria, num gesto irônico, já que suas mãos estavam amarradas e se encontrava de joelhos. A outra jovem era uma garota, nem alta, nem baixa, mas forte, e trajando roupas que não seriam bem aceitas para uma moça de sua classe fora do palacete.

Ela apontava sua arma para o rosto do garoto. Ele não demonstrava medo nenhum, apesar de estar de cara com a morte. Mas ele não tinha o que fazer, não havia escapatória, então pra que sofrer? Se escapasse, seu destino seria pior.

— E então? Vamos encurtar esse seu teatrinho? Já me capturaram. — ele falou, e tossiu, engasgando.

A garota segurou a arma mais firmemente, o ódio em seus olhos crescendo. Ela respondeu:

— Nós sabemos que há outros. O rei esconde a verdade, comemorando sua vitória sobre os doentes a anos, mas ainda encontramos vários dos seus por aí. Não podemos correr o risco de outros doentes poluindo nossas ruas e nos matando, já temos violência demais.

— E então por que não me mata logo, docinho? É para eu apreciar essas pernas usando caças? Atrevida, você, não?

— Essas calças — ela disse, se aproximando. — servem para fazer isso mais facilmente.

E ao dizer a palavra “isso”, chutou a face dele. O jovem tossiu novamente, e dessa vez, um pouco de sangue saiu. Se era dele ou de outros, não era possível dizer.

Da plateia, então, veio um homem que estava mais afastado. Henry Dortaam, o dono da casa e que aparentava ser o líder, tocou o ombro da garota, e pediu para que esta se apressasse. Ela voltou seu olhar ao garoto quase morto no chão, evitando encará-lo nos olhos. Lembrar de que ele ainda era um humano, infectado por uma doença incurável… Ele poderia ter pais, amigos, família, toda uma histórias… Chega. Ela não deveria pensar nisso. A única vez que se distraiu com um daqueles seres a levou a ganhar uma cicatriz para toda a vida. Isso não iria acontecer de novo.

— Últimas palavras? — Ela levantou a arma, que estava apontada para baixo.

— Ele… Ele terá o rei em breve. Logo logo, todos vocês serão apenas escravos, e ele triunfará! Se preparem. Eles já são amigos, e em breve, o rei cairá nos encantos dele! 

Ao terminar de falar, o garoto caiu no chão, numa crise de risos.

— Basta! — A garota gritou, e a crise de risos foi interrompida com uma única bala alojada na cabeça do jovem.

O corpo caído foi arrastado para longe, mas o aviso havia sido dado: todos correriam perigo se o nobre infectado não fosse impedido.


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