Celine a trois escrita por lljj
A festa shoujo que Celine organizara aconteceria numa badalada cafeteria oriental. A movimentação no local era intensa quando Panda chegou. A equipe de organização dava os retoques finais na decoração. Balões rosas e vermelhos flutuavam aos montes, totens em tamanho real dos personagens estavam espalhados pelo salão, também havia uma mesa com acessórios de cosplay para os convidados. Cada detalhe refletia o cuidado com que o evento foi concebido.
Admirado, Panda caminhou por entre a agitação desejando tirar algumas fotos. Qualquer otaku ficaria satisfeito naquele ambiente.
— Panda? — Alguém chamou as suas costas. Virando, ele se deparou com o rosto surpreso de Celine. — O que está fazendo aqui?
Os saltos dos sapatos dela estalaram ao se aproximar. Usava um terninho xadrez e camisa branca, um rádio comunicador estava pendurado em sua cintura. Era a manifestação física das palavras profissionalismo e estilo. Também era ainda mais bonita do que ele lembrava.
Droga!
— Você tinha dito que eu podia vir para ajudar — respondeu, incerto. — Eu vim.
Ela estreitou os olhos.
— Agradeço a consideração, mas já estamos com tudo sob controle. Então...
— Tá bom, eu sei que você não quer me ver aqui, mas já faz muito tempo que estamos tentando falar com você. Esse foi o único lugar onde eu sabia que te encontraria.
O celular dela tocou. Celine se afastou dois passos antes de atender. Quando encerrou a chamada, pegou o rádio comunicador e disse:
— O aniversariante está a caminho. Vinte minutos, pessoal.
Ao redor, o zumbido de atividade se intensificou. Os convidados que estavam presentes se animaram com a notícia que viajou de boca em boca. O momento mais importante de uma festa surpresa se aproximava.
Celine voltou-se para Panda. Sua postura altiva aparentava confiança, porém sua voz transbordou cansaço ao declarar:
— Não tenho tempo para conversar, nem vejo necessidade disso. Já falei tudo o que precisava falar pra você e seus irmãos. Por favor, vá embora.
— Espera, você não ouviu o que nós temos pra dizer. Pelo menos, me escuta...
O rádio comunicador apitou, interrompendo-o. Uma voz afoita chiou pelo aparelho, dizendo:
— Celine, você precisa vir na cozinha. Estamos com um problema com o bolo.
Proferindo uma maldição, ela virou-se e saiu a passos rápidos. Sem saber o que fazer, Panda apenas a seguiu. Era a primeira vez que a via em mais de duas semanas. Se perdesse essa oportunidade, talvez não houvessem outras.
Ele acabou dentro da cozinha da cafeteria. Todos os funcionários do setor encontravam-se em torno da larga bancada de aço inox, onde um bolo de uns quatro andares estava desmoronado. Entre os pedaços de massa de chocolate e o recheio avermelhado, haviam figuras modeladas dos personagens de um anime.
— O que diabos aconteceu? — perguntou Celine. — A confeitaria entregou ele bonitinho.
Um homem baixo, usando o típico chapéu de chefe, afirmou:
— O auxiliar estava preparando para levar pra mesa quando as camadas caíram. Foi um acidente.
— Não importa se foi um acidente ou não, vocês precisam concertar. O aniversariante chega em... — ela encarou o relógio — ... catorze minutos!
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