Eu e meu professor: como literatura e gramática escrita por AntonellA


Capítulo 3
Capitulo 3: Chasing cars


Notas iniciais do capítulo

Bom diiiiiia, porque o dia vai ate meia noite ♥ boa leitura.
Essa musica, pra quem assistiu/assiste Grey's, eh de matar, ne? Mas aqui ela se aplica bem romantiquinha mesmo. Perdoem qualquer erro de ortografia ou falta de acento, meu notebook ta maluco! Kkkk. Ate la embaixo!



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— Boa! Professores também vivem, sabe? - você obviamente percebeu o susto e entendeu errado.

Estava lindo como eu sempre achava, com a mesma roupa da manhã, mas com uma cara meio cansada. Ficamos Dois segundos em silêncio. Engraçado como eu sou faladeira – você sabe, suas aulas nunca eram muito silenciosas – mas quando ficávamos só nós dois, todos os assuntos possíveis faltavam, eu falava besteira, ficava nervosa, gaguejava… Ou pior, falava qualquer coisa sem sentido e sem parar… Diga se essa frescuragem toda não seria paixão mesmo? Me sentia com 12 anos de novo.

— O senhor vem sempre aqui? - foi a primeira coisa que pensei e, logo que falei, reparei como essa frase era clichê, a cara de filme de romance americano. Ri por dentro.

— Sempre não, porque afinal, eu mataria minha saúde se fizesse. Mas às vezes saio da universidade e passo direto aqui e levo pra casa.

Você tirou o dinheiro do bolso e entregou a moça que segurava seu pacote.

— Você mora aqui perto?

— Na verdade, sim, moro aqui do lado… Saí pra ir ao mercado e estava fechado. Precisava de comida imediatamente e estava com zero coragem pra fazer agora - nessa exata hora, me lembrei da roupa com a qual havia saído e senti minha cara esquentar de vergonha. Cruzei os braços na frente dos peitos.

— Pertinho da universidade, que maravilha!

— É perfeito, exceto pelo fato de ser tão caro. O pessoal não entende que estudante não tem dinheiro, sabe?

— Sei exatamente. Não vai pedir a sua coxinha?

E aí lembrei que depois do susto, tico e teco tinham entrado em pane e eu nem tinha lembrado desse detalhe.

— Ah, verdade! Me distraí tanto com o fato de ver um professor pedindo coxinha pra viagem e me recomendando, que esqueci. - ri olhando pra você, que deu aquele… Aquele sorriso. Derreti toda. Pedi pra moça duas do sabor que eu queria.

— Acontece! - você disse rindo – meu carro chegou, já estou indo. Bom “jantar” - você fez sinal de aspas com as mãos.

— Obrigada, pra o senhor também!

Acenou pra mim e te observei ir embora. Inevitavelmente, olhei pra sua bunda e pensei “bem, pelo menos você acha bonito, Antonella, mas bunda tá em falta.”

Fui pra casa pensando em você.

Me banhei pensando em você… Tomando banho comigo.

Comi pensando em você… Comendo comigo.

Meu noivo chegou enquanto eu estudava, me beijou na testa e me deu boa noite. Me senti extremamente culpada. Passei a vida jurando que jamais seria capaz de trair alguém, especialmente depois de tudo que meu pai fez à minha mãe. Mas agora, eu sentia que já estava traindo Francisco em meu coração. Pior: tinha certeza que se tivesse uma chance com voce, algum dia, não exitaria em fazer essa barbaridade com ele.

— Como foi o dia hoje?

— Normal e extremamente cansativo. E o seu?

— Igual o seu, mas com menos textos – falou olhando pra pilha que me cercava – e mais ação.

— Sorte a sua. Ou não… - falei sorrindo.

— Já comeu?

— Sim, tava morta de fome, precisava de algo rápido, tava sem coragem pra cozinhar e ainda por cima, você sabe que não sou muito fã da minha comida.

— Não precisa ser, eu sou – piscou pra mim. Vou comprar coxinha. Quer?

Pensei amarga na coincidência, mas não me segurei de falar:

— A de mistão é ótima.

 

Na manhã seguinte

— Sabe o que eu tava pensando? - ela disse enquanto caminhávamos pra sala seguinte.

— O que, Sabrina de Deus?

— Será que o professor é gay?

— José? - engasguei com a ideia. - Não sei, nunca pensei nessa possibilidade. Quando eu perguntei naquele dia, ele disse que não tinha namorada, lembra?

— Tá, mas ele pode não ter namorada porque tem namorado. Ou não ter namorada porque o interesse dele é outro.

O pior é que realmente era possível. Não que você desse sinais, além do teu jeito certinho demais pra ser homem – acredite, eu morava com um e sabia bem como homens podem ser desorganizados. Mas era só. Nada mais, Nada que você tivesse dito indicava isso. Ou você era profissional demais pra mostrar? Meu cérebro deu um nó e passei a manhã pensando nisso.

Á noite, naquele dia, te mandei o e-mail sobre nossa prévia de ideias pro trabalho.

 

Tonton@outemail.com para Josebchj@uema.com.br

 

Boa tarde!

Professor, segue nossos plano inicial para o trabalho. Estamos decidindo ainda com qual filme vamos trabalhar, até agora são 3 opções.

Desde já, grata.

 

Antonella Silva

 

Pra minha felicidade – ou sofrimento – você respondeu 5 minutos depois.

 

Josebchj@uema.com.br para Tonton@outemail.com

 

Boa tarde, Antonella.

Obrigada. Você poderia converter para PDF e me mandar novamente? Meu notebook está com problemas e enquanto não compro outro, estou acessando o e-mail pelo celular.

 

José B. Jung

Professor de Letras com Italiano,

Universidade Estadual Machado de Assis

 

 

“Meu prazer, José”, pensei contente.

 

 

 

Tonton@outemail.com para Josebchj@uema.com.br

 

Claro! Segue cópia convertida.

Por falar nisso, a loja onde comprei o meu está com promoções bem legais. Vou te mandar uns links, tá? Não pode um professor universitário sem um notebook! Kkkk.

 

Antonella Silva

 

 

Fazia piada com você sempre, só pra depois me sentir louca e sem graça. Não sei porque não desistia… Aliás, sabia bem o porquê.

 

 

Josebchj@uema.com.br para Tonton@outemail.com

 

Não é má ideia, sabe? Muito obrigada, vou olhar.

É que nem sempre professor universitário ganha como todo mundo imagina. Ainda mais um que mudou recentemente de cidade e teve que montar um apê do zero. Mas já era tempo mesmo de eu comprar um. O meu era da época da graduação. Até que durou muito! Agora que reparei seu e-mail. “Tonton”?

 

 

 

 

Tonton@outemail.com para Josebchj@uema.com.br

 

Até parece que tem tanto tempo assim sua graduação… No máximo 8 anos?

Tonton é apelido de infância, horrível né? Eu não estava pensando bem quando fiz esse e-mail. Ele é o menos profissional possível, mas tudo que é importante já tá associado a ele… Não tenho como desfazer ou criar outro, haha.

 

Antonella Silva

 

 

Josebchj@uema.com.br para Tonton@outemail.com

 

Na verdade, sim. Estou com 31 anos agora e concluí a universidade com 22. Mas o notebook foi de quando entrei, aos 18, logo… Já tinha 13 anos! Assim a gente percebe que está ficando velho.

Nunca perguntei, mas você tem descendência italiana? O nome e a escolha de curso me fizeram pensar nisso, apesar de você não parecer fisicamente.

 

José B. Jung

Professor de Letras com Italiano,

Universidade Estadual Machado de Assis

 

 

Então nossa diferença de idade era de 8 anos? Não muito, mesmo. Sempre tive problemas com caras bem mais velhos que suas parceiras, talvez por trauma de ver meu pai sempre com as garotas mais jovens possíveis – com idade mais próxima da minha que da dele.

Pensei em como eu realmente não tinha nada a ver com as italianas, altas, brancas, de cabelos escuros e olhos claros. Era o exato oposto: baixinha (1,59 não é tão baixinha, né?), morena – bem esse tom perdido entre o índio, o negro e o branco –, com olhos castanhos-normais-demais e cabelo também perdido na mistura de raças desse Brasil. Ou seja: ZERO influência dos maravilhosos italianos, que bem que eu queria.

 

 

 

Tonton@outemail.com para Josebchj@uema.com.br

 

Pensei que o senhor era mais velho… Ou mais novo. Não sei! Sou péssima com essas coisas de idade. E sobre o meu nome… Não mesmo! De italiano, só o nome – digamos que minha mae gostava muito de revistas de fofoca e escolheu pra mim o nome de uma artista qualquer. Sou brasileirrísima, misturadíssima. Escolhi o curso porque amo tudo relacionado ao país, especialmente a comida!

 

Antonella Silva

 

 

Josebchj@uema.com.br para Tonton@outemail.com

 

Sou bem jovem, nasci outro dia, kkk. Na verdade, lecionar pra jovens adultos têm me feito sentir cada vez mais velho. As diferenças das gerações são enormes, percebo... Você mesma, tem uns 20?E sobre seu nome: apesar de não ter sido de uma origem que você goste tanto, o nome é lindo. Combina.

 

P.S.: que comida no mundo é melhor que a italiana? Não provei ainda.

 

José B. Jung

Professor de Letras com Italiano,

Universidade Estadual Machado de Assis

 

Li seu e-mail assim que chegou e sorri com o “combina”. Meu coração bateu forte no peito. Seria um elogio? Levantei pra escovar os dentes sem vontade nenhuma de dormir – mas morrendo de sono – e pensando que poderia passar a noite naquela… Aparentemente eu não ficava tão nervosa estando protegida do outro lado da tela de um computador.

Fechei os olhos um pouco pra pensar e… Acordei no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Tem jeito melhor de pegar no sono? Tem nao! Kkkk'. Beijooo, ate o próximo!



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