Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 34
Aita (pai)




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Capítulo 32

Aita (pai)

 

San Sebastián, Espanha

30 de janeiro de 2008

 

Durante aqueles onze dias que ficaram juntos, Gotzone aproveitou-se um pouco do poder da Ordem que usou para livrar Syaoran do controle mental de Hernán Cuesta para controlá-lo também. Todas as noites, os dois aproveitaram para se “conhecer melhor”, seja na cama, no banho, nos jardins, na sala, no quarto, no beco, no carro ou até mesmo na praia. 

Nada era obstáculo para o desejo de Gotzone. Quanto mais diverso o ambiente, melhor. Mesmo que ele não tivesse consciência ou controle do que fazia (ou ela mesma não tivesse controle da situação), sentiam tanto prazer e satisfação um com o outro que nem parecia que ela influenciava os pensamentos dele. Mas, um dia, aquilo acabaria, Gotzone sabia disso.

— Sho-ran-ci-to! Já vai? Fica aqui comigo! Vamos dormir juntos! — disse Gotzone, sorrindo maliciosamente para o chinês. Ela estava na cama, coberta com o edredon até a altura dos seios. Ele estava sentado na cama, só de cueca, calçando as meias.

— Você não acha que eu já tô aqui faz tempo? — respondeu Syaoran, colocando as calças. 

— Pode ser, mas duvido que você tenha feito com a Sakura tudo o que você fez comigo nesse tempo todo. Você não fez nem um terço! Dá pra ver na cara! — disse a loira, gargalhando. O rapaz continuava quieto, envergonhado. — Não fica assim! Eu também era virgem, você sabe… Estamos empatados.

Syaoran estava tão empenhado em terminar de se vestir que nada que Gotzone falasse faria efeito nele. Ela insistiu:

— Eu era virgem em partes, é claro! O que você conheceu de mim, eu já deixei bem claro para você, não deixei? — disse Gotzone. Syaoran se irritou com as gargalhadas dela.

— Você acha que o que a gente estava fazendo aqui é certo? Para pra pensar um pouco! Eu nem sei o que deu em mim!

— Eu tava querendo te ajudar, só isso… 

— Não sei que ajuda é essa que prejudica os outros… — respondeu o chinês, finalmente vestindo as calças. Gotzone encostou seu peito nas costas dele e o jogador sentiu que ela não queria acabar aquela assunto tão cedo.

— Eu não me importo em ser sua amante, eu já te disse! Eu sei que sou melhor que a oficial! Pra mim, isso me basta! Você não vai se esquecer de mim tão cedo assim, eu sei disso… — disse Gotzone, sussurrando no pé do ouvido dele. Depois, ela deu um beijo e mais outro no lóbulo da orelha dele, descendo até o pescoço. Syaoran se agitou e levantou-se da cama.

— Já que você é tão feminista assim, Goti, então ela pode ter um amante e está tudo certo, não é? 

— Não é bem feminismo, se você concordar com isso… 

— Se eu concordar com isso?

— Eu não ia aceitar que você tivesse uma amante… — disse Gotzone, voltando a se cobrir com o edredom. 

— Não ia aceitar? 

— Claro! Você acha que eu ia te deixar cair nas garras de outra biscate pior que eu? Jamais! Eu sei que sou mais bonita que qualquer uma e sou muito boa de cama, por sinal!— disse Gotzone, gargalhando. Syaoran escutava indignado o que ela dizia. 

— Por que isso?

— Eu gosto de você, Syaoran, eu simplesmente gosto. — disse Gotzone, olhando fundo, fixamente nos olhos dele. Ela não mentia, nem hesitava quando dizia aquilo. 

— Uma pena… Você chegou tarde… 

— Cheguei nada! Eu tava mandando indireta pra você direto e você nem aí comigo! Eu tive que tomar minhas providências! Concorda? — disse Goti, com um sorriso sádico nos lábios. Syaoran entendeu a mensagem.

— Você é uma bruxa mesmo! 

— Sei que eu sou… Imagina escreverem uma história de uma Bruxa do País Basco? Pelo menos, eu sou uma bruxa bonitona! 

Syaoran sorriu com aquilo. 

— Vai me dizer que você não gostou? — perguntou a bruxa de tranças. Ele calou-se.

— Pela sua cara, deu pra ver que sim!

— Eu não quero você só pra minha cama de noite! Eu quero você na minha vida, do meu lado! Compreende? Nunca ia admitir te ver como uma amante! Nunca ia quebrar meu compromisso com a Sakura pra isso!

— Sim. Eu sei disso. A gente tem a mesma profissão. Eu posso ficar sempre do seu lado. 

— Essa é a pior parte! — disse Syaoran, resignado.

— Pensa que eu não sou menina de família? Sou sim! Sou sim! 

Syaoran gargalhou escutando aquilo.

— Olha… Eu sei que você é um rapazinho bonzinho e comportado, eu sei que você não me quer só pra cama… Eu também não queria uma coisa dessas… Nem queria te dizer tão cedo isso… 

O Chinês estranhou a conversa dela.

— Não queria me dizer tão cedo o quê? 

— Aita (pai)! Você vai ser aita!

— Como assim? Eu nem toquei em você direito! 

— Não tocou? Para com isso, Shorancito! Você tocou em tudo que é canto do meu corpo! Faz uma semana que a gente brinca de fazer bebê, tá? Não vem com essa não! Fiz o teste hoje de manhã e deu positivo!

— Não vem com essa, você! Em uma semana não dá pra saber essas coisas?

— Se esqueceu que eu sou uma bruxa? Quando a gente tem magia, a gente sabe quando esse tipo de coisa acontece. Você também sente isso… 

Syaoran ficou em silêncio, tenso com aquela revelação. 

— Eu quero ver o teste! Eu exijo! 

— Não precisa… Eu já te disse que você vai ser Aita! De dois, ainda por cima!

— Dois? 

— Pensa que eu sou fraca? Não sou fraca não! Vou te dar dois filhos de uma vez! Dois varões!

— Já tá sabendo até o sexo, é? 

— Quero ver quantos aquela sem graça vai te dar!

— Lá vem você dizendo que é feminista com essa coisa de se comparar com outra mulher, de querer me dar mais filhos que a outra! 

— Eu sempre quis ser mãe. Tem muita mulher que não quer, mas eu quero, eu sempre quis. Fico feliz que vai ser com o homem que eu gosto, com o homem que eu escolhi, sem precisar fazer tratamento nenhum. — disse Gotzone, séria. Syaoran terminou de vestir a camisa e, por livre e espontânea vontade, beijou os lábios da bruxa. Ela realmente ficou surpresa com o gesto.

— Shorancito… 

— Olha, aquele homúnculo que vocês fizeram pra me substituir tá com o prazo de validade vencido. Eu vou voltar pra minha vida normal no Japão e… Tentar entender tudo o que aconteceu aqui entre a gente, está bem? 

— Tá, se você quer assim… — disse Gotzone, resignada. 

— Nada de querer se exibir pra Sakura! Mesmo que você esteja grávida, eu não vou desistir do meu casamento com ela… Isso eu não vou parar.

 Gotzone ficou triste escutando aquilo.

— Mas olha, não me olha assim! Eu nunca, nunca vou deixar de ser pai desses meninos, ou dessas meninas, eu não sei o que vai vir… Seja lá o que vier, faço questão de ter o meu nome neles, nelas… 

— Faz questão?         

— Eu fui homem pra fazer, não fui? Não foi uma coisa que eu quis, nem planejei, mas não é isso, que vai me fazer fugir dessa responsabilidade. Ainda mais quando envolve uma vida que não tem culpa de nada… 

— Shorancito, não precisa, eu posso assumir… 

— São meus, não são? Eu também vou ser pai, não é só você. Quero ter contato com eles ou elas, vou dar todo o amor que eu puder e… Um dia, eu conto essa história direito pra Sakura e pras crianças… 

Gotzone deu um abraço apertado nele.

— Syaoran… Você é demais! Você vai ser o melhor Aita do mundo! Eu vou ser a melhor Ama também! — disse a loira.

Atrás da porta, Kerberos escutava tudo.

 

Continua… 

 

 


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