Uma Wolfstar Qualquer escrita por lumosandnox


Capítulo 2
Meio




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Mais tarde naquele mesmo dia, Sirius ainda bufava inconformado com a situação. Quero dizer, ele sabia que ele não tinha direito nenhum em ficar ali reclamando e xingando Remus por ter saído com alguém. O próprio Sirius saiu com uma garota mais cedo. Mas era só que... Foi uma surpresa ter visto o seu doce e inocente Remus com um cara desconhecido. Sirius nem mesmo sabia que Remus estava gostando de alguém, pra ele Remus não era interessado em nada além dos estudos dele, e ele sabia o quanto isso era importante para Remus, e por causa desse exato motivo ele achou melhor não contar nada para o lupino sobre a pequena paixonite que ele tinha. E Sirius sinceramente pensava que ainda demoraria muito tempo para que ele começasse a se preocupar em como agir com algum tipo de pretendente do amigo, então ninguém podia culpá-lo realmente por sua reação brusca ao, inesperadamente, ver Remus em um encontro.

 


E por esse mesmo motivo, quando ele ergueu seu olhar do jogo de xadrez que ele estava tendo com James, para olhar na direção da entrada da sala comunal pela sexta vez nos últimos quinze minutos, e não viu nem um sinal de que Remus havia voltado, ele não se sentiu infantil ao fazer bico.

"Apesar do Aluado ser um bruxo, ele ainda não irá aparecer magicamente se você olhar vezes o suficiente para a porta, Sirius." Cantarolou James antes de comandar seu cavalo para um canto do tabuleiro que o deixava em uma posição perfeita para ganhar sua rainha. Sirius fechou a cara.

"Cala a boca e presta atenção no jogo." Resmungou Sirius mexendo sua rainha para tirá-la do caminho do cavalo. James negou com a cabeça de forma quase triste.

"Ah meu caro amigo, o único que precisa prestar atenção no jogo aqui é você." Apontou James ao mandar seu bispo na direção de sua rainha que só agora Sirius percebeu estar na exata linha de ataque do bispo. Sirius xingou quando percebeu que agora que ele estava sem sua rainha, ele só tinha uma torre e alguns peões para proteger seu rei, e que dependendo do lugar pra onde ele movesse seu rei, ele estaria em xeque. "O que eu disse? Xeque."

Sirius aumentou sua carranca.


Os dois amigos se viraram para a entrada da sala quando ouviram o retrato abrir, e então Remus entrava no cômodo com um sorriso nos lábios e dois pacotes em um braço. O lupino deu alguns passos antes de perceber seus amigos sentados em um dos sofás, e então seguiu até eles. 


Sirius estava tão sério que James não ficaria surpreso se as sobrancelhas dele se tornassem uma. Ele tentou disfarçar um chute na perna de Sirius e esse grunhiu de dor antes de o mandar um olhar irritado. James mexeu as sobrancelhas de uma forma estranha, mas Sirius pareceu entender o recado e tentou suavizar sua feição para algo mais neutro.

"Boa noite, cavalheiros," começou Remus, sorrindo e apenas deixando Sirius mais irritado do que ele já estava. "Espero não estar atrapalhando o jogo..." Remus comentou ao olhar o tabuleiro entre eles e James afastou sua preocupação com um gesto de mão.

"Não se preocupe com isso, Sirius já perdeu o jogo de qualquer jeito." Afirmou James, e Sirius balbuciou indignado, o que só fez Remus rir.

"Ah sim, ninguém pode te vencer realmente no xadrez não é mesmo?"

"Então..." Começou James como quem não quer nada, e Sirius segurou um suspiro cansado ao pressentir que a conversa a seguir seria algo que ele não apreciaria. "Demetri Greenwood, hm?" James mexeu as sobrancelhas de forma sugestiva, e Remus ruborizou antes de tentar acertar por cima do sofá, um soco no braço de James que ria e desviava do ataque do amigo. Sirius não pode deixar de notar que Remus sorria e parecia estar realmente feliz.

"Idiota." Resmungou o lobisomem e James riu mais uma vez. "Nós apenas conversamos, okay?" James ergueu as mãos como se estivesse se rendendo.

"Eu não disse nada! É só que eu não sabia que você era amigo de alguém que joga no time da Corvinal… até mesmo eu, que já joguei contra ele, não o conhecia tão bem. Quero dizer, é obvio que nós vencemos, mas enfim..." James deu de ombros, tentando nao parecer muito convencido, e Remus deu uma risada enquanto dava a volta no sofá e se jogava sentado nele depois que James tirou o tabuleiro com as peças de cima do estofado. Sirius apenas fechou a cara de novo e cruzou os braços.

"Bom, eu não sabia que ele existia realmente até atropelar ele hoje mais cedo quando saí de uma loja."

"Quanto clichê. Vocês se esbarraram e então o que? Ele te ajudou a pegar seu material do chão também?" Remus ergueu uma sobrancelha questionadora na direção de Sirius e seu tom mal humorado, e James suspirou cansado.

"Ignore-o, ele levou um fora de uma garota hoje." Explicou James abanando uma mão, e Remus voltou sua atenção para James.

"Ele levou outro tapa também?"

"Infelizmente. Você deveria ter visto," James então afinou a voz, fazendo uma pose que Remus deduziu ser da garota alisando o cabelo. "Você gostou mesmo do meu cabelo?" James mudou o tom de voz de novo, dessa vez assumindo uma personalidade mais brusca, e Remus tentou segurar a risada com a imitação de Sirius que James fazia. " Se você quer mesmo saber a verdade, eu achei horrendo. Parece um ninho de passarinho!" Sirius grunhiu desanimado, cobrindo o rosto com as mãos enquanto Remus ria sem pudor algum.

"Sirius, por que você sempre faz isso? Você precisa aprender a usar um filtro entre o que se passa em sua cabeça e o que sai pela sua boca." Apontou Remus, secando uma lágrima no canto dos olhos. Sirius jogou os braços para os lados, quase acertando um aluno que passava atrás do sofá, no processo.

"Eu disse que o cabelo dela estava bonito da primeira vez! Ela quem insistiu pra eu ser sincero!" Reclamou Sirius, e Remus escondeu outra risada atrás de uma mão.

"Claro, claro..." Remus negou com a cabeça, um ar divertido à sua volta ainda. "Ninho de passarinhos..." Remus ainda bufou uma risada antes de pegar seus pacotes de seu colo e se levantar do sofá. "Bom, eu adoraria continuar aqui e ouvir mais sobre essa intrigante história, mas eu temo que tenho ainda algumas tarefas a terminar antes do jantar. Então, eu verei vocês mais tarde, sim?" James bateu continência enquanto Sirius concordava com a cabeça. "Até mais tarde então!"




##



O tempo continuou passando. Remus continuou trabalhando em sua parte do mapa sempre que podia, ele estava tendo dificuldades em achar um feitiço que impedisse qualquer outra frase que se não a correta, de ativar o pergaminho, e só faltava essa parte pra terminar o mapa. Felizmente James disse que o ajudaria nessa parte.


Sirius parecia cada vez mais mal humorado, infernizando a vida dos sonserinos (Remus estava começando a sentir pena de Severus), e agora também dos corvinais. O Black andava perseguindo Remus e atrapalhando o mesmo quando este queria estudar. James que não era bobo nem nada, se recusava a tentar se meter entre eles, apenas observando seus dois amigos discutirem e se abraçarem depois de Sirius se arrepender de ter dito alguma coisa. Peter, o coitado, não sabia pra onde correr, e por esse motivo achou melhor seguir o exemplo de James, e se manter longe dos dois amigos quando eles começavam a discutir.

Remus e Demetri continuavam se encontrando. Eles não eram nada muito sério, mas Remus gostava de passar tempo com ele, mesmo o corvinal passando metade do tempo falando sobre quadribol. Pelo menos Demetri levava os estudos a sério, e eles sempre estudavam juntos.



"Eu ainda acho que isso é uma má ideia... Se o Remus descobrir que você mexeu nas coisas dele sem permissão de novo, ele vai ficar furioso!" Avisou pela terceira vez aquela tarde, Peter. O garoto estava vigiando a porta do dormitório deles, enchendo a boca com bombons enquanto olhava de olhos arregalados e corpo tenso, o corredor para as escadas que davam para a sala comunal da Grifinória. Sirius que estava dentro do quarto, e mexia no malão de Remus, parou por entre um movimento e outro para rolar os olhos com os avisos de seu amigo.

"Bom, o Remus não vai ficar sabendo de nada se você não contar nada!" Comentou Sirius num tom alegremente cinico, voltando a erguer algumas peças de roupa e revistas sobre algumas bandas trouxas de dentro do baú, procurando pelo caderno que ele sabia que Remus escondia alí.

"Por que você não pediu pro James te ajudar? Eu não quero ser pego pelo Remus. Eu não gosto quando ele fica bravo comigo..." Resmungou Peter, enfiando mais um bombom na boca e tentando apurar mais seus ouvidos para ouvir se alguém subia as escadas. Sirius bufou de dentro do quarto.

"Pff! Imagine, James me ajudando a bisbilhotar nos pertences de Remus! James não consegue guardar um segredo nem mesmo se a vida dele dependesse disso! Você sabe como ele é..." Relembrou Sirius, e Peter teve de concordar, James realmente não conseguia guardar um segredo de seus amigos por muito tempo, o moreno de óculos provavelmente contaria tudo para Remus antes mesmo de Sirius conseguir achar seja lá o que ele estava procurando.

 

 Peter deu um pulo assustado, derrubando as embalagens vazias de chocolate que ele tinha em uma mão assim que Sirius deixou uma exclamação reverberar pelo quarto, e se virou para ver Sirius com um sorriso vitorioso no rosto e um caderno de couro em uma mão.

"Ahá! Eu sabia que ele guardava isso aqui!" Sirius parecia estar falando sozinho, então Peter o ignorou para voltar a vigiar o corredor.

"Você já encontrou o que queria, não é? Nós já podemos sair daqui? Eu estou começando a ficar com um mal pressentimento..." Pediu Peter, olhando rapidamente por cima do ombro antes de voltar sua atenção para o corredor.

"Não seja medroso, Rabicho! Eu só preciso encontrar um negócio aqui e nós podemos voltar para o Grande Salão." Peter ouviu o som de Sirius folheando o caderno e falando sozinho em voz baixa, provavelmente lendo o caderno a procura de alguma coisa. Peter deu mais um pulo assustado quando Sirius exclamou mais uma vez. " Eu sabia! Remus aquele espertinho... Eu sabia que aquele 'Demetri'," Sirius disse o nome do corvinal num tom de deboche, e Peter olhou por cima do ombro para ver o que ele estava fazendo e encontrou o outro garoto franzindo o cenho para uma das páginas no meio do caderno, " só tinha cara de bom moço!" Sirius fechou o caderno de forma quase violenta, antes de voltar o caderno dentro do baú e fechar o mesmo com um baque que assustou Peter e o fez arregalar os olhos. Sirius deu meia volta e marchou até a porta, empurrando Peter para fora do quarto e arrastando o coitado pelo corredor até a escada.

"Sirius! Sirius! O que aconteceu? O que era aquele caderno que você estava lendo?" Questionou preocupado Peter, tropeçando escada abaixo para acompanhar os passos apressados de Sirius que ia à sua frente bufando e assustando alguns alunos do primeiro ano que estavam estudando na sala comunal.

"Aquele Remus! Ele disse que me contaria quando-! Ele vai ouvir poucas e boas! A se vai..." Continuou Sirius, marchando e bufando pintura a fora do dormitório. Peter felizmente conseguiu parar seu amigo antes que eles atravessassem o corredor até as escadas ao segurar Sirius pelo braço.

"Sirius, pare de correr! Você está esquecendo de um detalhe importante aqui!" Avisou Peter assim que Sirius girou em seus calcanhares para o encarar.

"E qual seria esse detalhe importante, Peter?" Perguntou Sirius num tom impaciente, e Peter o olhou como se ele estivesse ficando louco.

"Eu não sei o que você leu naquele caderno, mas eu tenho certeza que era algo que o Remus não queria que ninguém soubesse!"

"E?" Apressou Sirius de forma impaciente ao cruzar os braços, e Peter quase rolou os olhos, mas se segurou no último momento.

"Se não era pra ninguém saber, como você vai explicar pra ele a forma com que você descobriu seja lá o que foi que você descobriu?" Exasperou-se Peter, mexendo os braços de forma impaciente enquanto falava, e Sirius lentamente perdeu sua expressão irritada para uma dolorida.

"Ugh, você tem razão. Ele não pode saber que eu li o diário  dele..." Comentou Sirius desanimado, e Peter arregalou os olhos, olhando Sirius de forma horrorizada.

"Você leu o diário dele?!" Questionou Peter em voz alta, e Sirius pulou em cima dele para o calar.

"Shhhhh! Por Merlin, Pete! Será que você pode gritar mais alto? Eu acho que Dumbledore não te ouviu na mesa dos professores no Grande  Salão!" Reprovou Sirius, e Peter fez uma careta sem graça.

"Desculpe, mas eu não acredito que você fez isso! Sirius, se o Remus descobrir que você estava lendo o diário dele, ele vai te amaldiçoar até o próximo ano!"

Sirius não queria admitir, mas Peter estava certo, Remus não podia descobrir, ou então ele o transfiguraria num penico e o deixaria na sala do Filch.

Sirius grunhiu desanimado antes de andar até a escadaria mais próxima e se sentar no primeiro degrau. Peter o seguiu, sentando-se ao lado de seu amigo e o oferecendo um de seus chocolates. Sirius olhou o doce de forma desanimada, mas pegou o bombom no final, desembrulhando o chocolate e o jogando inteiro dentro da boca.

E agora, o que ele faria? Ele queria conversar com Remus sobre o assunto, mas como Peter já apontou, seria estranho se Sirius chegasse falando sobre algo que tecnicamente é um segredo que Remus ainda não contou a ninguém. E por que Remus não contou nada pra ninguém? Eles sempre contam tudo um para o outro.

Sirius não sabia como se sentir. Em um momento ele estava irado, depois ele se sentia indignado, e então triste por um de seus melhores amigos não ter confiado nele.

Os dois amigos retesaram surpresos quando a escada em que eles sentavam, começou a mexer para o lado, mas logo voltaram a relaxar e se segurar no corrimão até que a escada encaixasse em outro corredor.

Sirius precisava achar uma maneira de começar uma conversa com Remus onde ele pudesse tocar nesse assunto sem levantar suspeitas de que ele já sabe as respostas para suas perguntas. Quero dizer, Remus e Demetri devem estar em um relacionamento mais sério do que Sirius esperava, já que eles estavam fazendo aquele tipo de coisa. Remus não parece ser do tipo de pessoa que dorme com pessoas aleatórias, quem faz isso é Sirius, e todo mundo sabe disso. Remus é muito certinho pra fazer esse tipo de coisa, não é?

"Oh!" Sirius olhou para o lado pra ver o que estava acontecendo com Peter, já que o garoto não parava de o dar cotoveladas, e viu o garoto olhando pra frente, então ele seguiu a direção do olhar de Peter, e viu o próprio Remus subindo lentamente os degraus da escada onde eles estavam sentados. Ele parecia pensativo, olhando para o chão ao invés de olhar para frente.

"Aluado." Chamou Sirius quando Remus chegou mais perto, e o mesmo olhou pra cima, parecendo surpreso em ver seus dois amigos sentados ali.  "Aconteceu alguma coisa? Você parece… bom, aluado. " terminou Sirius, dando de ombros meio sem graça pela piada que, dessa vez, definitivamente não foi intencional. Remus bufou uma risada antes de negar com a cabeça.

"Está tudo bem," começou a explicar Remus, chegando mais perto dos outros dois adolescentes antes de se sentar no degrau abaixo do de Sirius. "É só que Demetri e eu não poderemos mais nos encontrar." Terminou de explicar Remus, e Sirius ficou prontamente mais atento a conversa.

"Como assim?" Perguntou Peter, e Sirius poderia ter beijado seu amigo pela pergunta, se ele não estivesse tão focado na resposta.

"Demetri arrumou um namorado."

"Ele o quê?" Questionou repentinamente indignado, Sirius. Quero dizer, ele estava feliz por eles não estarem mais juntos, mas ainda assim, como aquele Demetri se atreve a deixar Remus para ficar com outra pessoa? Ele tinha Remus, o que ele queria mais?!

"Bom, não é como se nós estivéssemos namorando sério, nós só ficávamos juntos às vezes." Explicou Remus, dando de ombros. O queixo de Sirius caiu, chocado com o que estava ouvindo sair da boca de Remus. "Demetri  sabia que eu não queria nada sério, então ele me avisou hoje que encontrou alguém com quem ele gostaria de tentar um relacionamento sério." Sirius fechou a boca que ainda estava aberta, num estalo, e segurou o ombro de Remus para chamar a atenção dele. O adolescente de cicatriz o olhou confuso.

"Espera, eu acho que meus ouvidos não estão em seu perfeito estado, pois eu podia jurar que acabei de ouvir você, meu doce, inocente Aluado, dizer que apenas ficava às vezes com Demetri, e que o que vocês tinham não era nada sério." Remus ergueu uma sobrancelha na direção de Sirius.

"Bom, eu fico feliz em lhe informar, meu caro e bom amigo Almofadinhas, que seus ouvidos estão em perfeitas condições, pois foi exatamente isso o que eu disse."

"Mas…. Mas você não faz nada casualmente!" Acusou Sirius, sentindo-se estranhamente traído por não ter tido esse conhecimento sobre Remus antes. Esse apenas bufou uma risada.

"Sirius, só porque eu não gosto de ficar gritando aos quatro ventos que eu beijei alguém, não significa que eu não tenha, de fato, beijado alguém. " Explicou Remus de forma quase sarcástica, e Sirius se afastou um pouco de Remus para o olhar dos pés a cabeça antes de menear a cabeça, lenta e positivamente.

"Todo dia aprendendo algo novo… Quem te viu, quem te vê, em Remus. Eu aqui, pensando que você era apenas um aluno estudioso e bonzinho, quando na verdade, você é mais um galanteador… É isso o que eu chamo de lobo em pele de cordeiro." Concluiu Sirius, afastando sua perna quando Remus, rindo, tentou o dar um tapa. Remus ainda sorria quando ele levantou do degrau.

"Eu nunca disse que era bonzinho." Lembrou Remus, piscando um olho para Sirius, que sentiu seu rosto esquentar, antes de avisar que subiria para o dormitório na frente, e então dar uns tapinhas no ombro de Peter.


Peter ainda ficou olhando Remus terminar de subir a escada antes de sumir corredor adentro, e então voltou sua atenção para Sirius, que ainda tinha o rosto vermelho.

"Tem certeza de que você leu mesmo o diário dele?" Questionou duvidoso, Peter. Sirius tentou recuperar sua dignidade ao dar dois tapinhas em suas próprias bochechas com ambas as mãos.

"Acho que eu acabei de me apaixonar…" comentou Sirius de forma sonhadora.

"Eu pensei que você já fosse apaixonado." Retrucou Peter, parecendo perdido. E Sirius o olhou surpreso.

"O quê?"

"O quê o que?" Perguntou Peter ainda confuso. E Sirius franziu o cenho.

"Eu pensei que você não-! Quer saber de uma coisa? Tanto faz! O importante no momento, é que eu tenho de bolar um plano para conquistar o Remus!" Terminou Sirius parecendo estar falando consigo mesmo ao esfregar as mãos como um vilão enquanto planeja algo mirabolante. Peter franziu o cenho.

"Por que você só não diz para o Remus como você se sente?" Questionou Peter, e Sirius o mandou um olhar cheio de pena.

"Pete, Pete... Você não sabe como se divertir! Sedução é uma das partes mais emocionantes da coisa toda! A troca de olhares, a incerteza se seus sentimentos são recíprocos ou não.…

"Você está começando a falar igual ao James…"

"James!" Sirius estalou os dedos de forma repentina, assustando Peter e o fazendo pular. "Eu preciso encontrar James. Nós precisamos bolar um plano para que eu consiga conquistar Remus!" Decidiu Sirius, se apressado em levantar de degrau e quase tropeçando em sua pressa.

"Eu não acho… que isso seja uma boa ideia." Terminou Peter para si mesmo, vendo Sirius correr pelo corredor atrás de James.

 



##




Bom, o plano era simples... ou pelo menos parecia simples.


Depois de encontrar James e contar todo seu drama para ele, os dois melhores amigos começaram a planejar. No fim, James achou melhor ir no bom e velho caminho do Admirador Secreto. Sirius achava isso meio besta na verdade, quero dizer, por que alguém faria isso? Parece coisa de perseguidor (Não que ele possa realmente dar palpite depois de passar uma hora e meia procurando pelo diário alheio, mas enfim…), e a ideia de Sirius não é assustar Remus, mas sim fazê-lo se apaixonar. Mas James apontou que essa era uma tática que funciona 99% das vezes. 

 

Sirius se segurou para não falar que o 1% que deu errado, foi quando James usou essa tática em Lily. Foi quase, mas Sirius precisava da ajuda do amigo, então ele mordeu sua língua e permaneceu calado.

"Lembre-se, colocar os chocolates embaixo do envelope, ou então o Aluado vai comer o chocolate e ignorar a carta. " Relembrou James, e Sirius concordou com ele pela quinta vez só nos últimos três minutos.

Sirius tirou a caixinha de bombons de dentro do bolso de seu casaco, e o colocou em cima da mesa ao lado da cama de Remus, ajeitando as outras coisas alí em cima para que a caixa ficasse em destaque, para só depois tirar o envelope com o bilhete que ele escreveu de dentro do outro bolso e o colocar em cima da caixa. Sirius ainda respirou fundo antes de levantar o olhar para James ao seu lado. O moreno de óculos assentiu de forma firme com a cabeça uma vez, e Sirius imitou seu gesto antes dos dois saíram do quarto, descerem as escadas, e então saírem da sala comunal da Grifinória.

Eles tentaram passar despercebidos ao entrarem no Grande Salão, indo direto para a mesa de sua casa e se sentando ao lado de Peter e Remus.

Peter estava comendo, o que não era novidade, e Remus estava lendo um livro, o que também não era novidade, mas esse pelo menos ergueu o olhar quando os dois chegaram a mesa.

"Pregando peças?" Questionou Remus antes de voltar sua atenção ao seu livro, e perdendo o olhar que Sirius e James trocaram. James pigarreou antes de começar a colocar purê de batata em seu prato.

"É, você sabe como que é... " começou James, e Sirius começou a se servir das ervilhas a sua frente. James o deu uma cotovelada por debaixo da mesa, o fazendo derrubar parte das ervilhas na mesa antes de virar sua atenção para James e começar a discutir com ele apenas com trocas de olhares e franzido de sobrancelhas. No fim, James venceu.

"Hn… Remus, você está-!" Remus se virou para ele, e Sirius perdeu a fala. Remus estava tão bonito aquela tarde… Ele deve ter tomado um pouco de sol, porque o rosto dele estava com mais cor e as sardas mais presentes. O cabelo dele continuava caindo por cima de seu olho, e ele continuava colocando uma mecha atrás da orelha daquela forma que por algum motivo estranho, o fazia parecer inocente. O pulso fino e delicado dele era quase feminino, mas as mãos de Remus eram grandes e com cicatrizes. Sirius não conseguia entender como as pessoas não enxergavam a beleza de Remus. Será que era mesmo por causa das cicatrizes no rosto dele? Mas as cicatrizes nem eram algo horrível ou assustador. Eram só... cicatrizes. Ou talvez, assim como Remus já disse, Sirius apenas não conhecia as pessoas que achavam Remus atraente porque o lupino não ficava contando sobre isso pra todo mundo. Até mesmo conhecer o Demetri foi pura coincidência.

 

Sirius viu Remus erguer uma sobrancelha e abrir um sorriso, e o moreno engoliu a seco.

"Estou o que?" Perguntou Remus de forma inocente, e Sirius agradeceu por ele próprio ter o cabelo comprido o suficiente para cobrir suas orelhas, porque ele tinha certeza de que elas estavam vermelhas.

"Estudando! Você está estudando, na mesa, outra vez! Você precisa comer, sabia? Você está muito magro!" Concluiu Sirius apressado, e James ao seu lado, cobriu o rosto com uma mão, não acreditando no que seus ouvidos estavam escutando sair da boca de Sirius. Remus franziu o cenho de forma confusa, olhando para seus braços e barriga por cima de seu uniforme antes de voltar sua atenção para Sirius.

"Você acha mesmo? Eu pensei que eu tivesse engordado um pouco…" Trilhou Remus, voltando a olhar seu próprio corpo de forma confusa.

Sirius quis bater sua própria cabeça na mesa, mas seu prato estava na frente, então ele acho melhor apenas voltar a pegar comida e começar a comer. Até porque, se ele estiver com a boca bem cheia, ele não pode falar.



#



“Sirius, por que você só não conta de uma vez para o Remus como você se sente?” Questionou Peter, observando Sirius olhar por detrás da prateleira, Remus, que estava sentado em uma das mesas da biblioteca revezando entre ler de um livro e escrever em um pergaminho.

 

Eles estavam escondidos ali, apenas esperando Remus sair da mesa para pegar outro livro, assim Sirius poderia deixar uma barra de chocolate em cima da mesa dele junto do outro bilhete que ele escreveu. Sirius mudou de posição, parando de olhar pela beirada da estante a qual eles se escondiam, para virar e encarar seu amigo.

 

“Peter, eu já te disse: a parte mais emocionante, é a sedução. Eu não posso ir lá e…” Sirius mexeu as mãos de forma exasperada. “Contar como eu me sinto!” 

 

Peter rolou os olhos dessa vez, e Sirius voltou a vigiar a mesa de seu esconderijo.

 

Remus que estava debruçado sobre seu pergaminho, finalmente colocou sua pena de lado e arrumou sua postura antes de erguer os braços para se espreguiçar. Sirius olhou com o coração na boca, Remus se levantar devagar da cadeira antes de sumir entre algumas prateleiras.

 

Agora, pensou Sirius, se apressado em andar até a mesa onde Remus estava sentado alguns segundos atrás, deixar sua carta e chocolate em cima do pergaminho, e voltar correndo para seu esconderijo, ignorando os olhares divertidos de algumas pessoas que observavam a cena, e a expressão reprovadora da senhora que atendia a biblioteca.

 

Não cinco minutos mais tarde, Remus voltava a sua mesa, carregando mais dois livros os quais ele deixou em cima da mesa. 

 

Sirius prendeu a respiração quando viu Remus notar o chocolate e a carta na mesa, e pegar primeiro o envelope de forma devagar, olhando a frente e o verso do envelope a procura de um nome. Sirius se recostou a prateleira apressado, quase derrubando Peter no processo ao se esconder quando Remus olhou em sua direção. 

 

 O moreno podia sentir seu coração correr, uma energia enchendo seu peito de algo como ansiedade misturada com excitação ao quase ser pego. Sirius nunca se sentiu desse jeito. Ele não sabia realmente que tipo de expressão ele tinha no rosto, mas ele se sentia quase desesperado, porém sua boca, com vida própria, insistia em abrir um sorriso. Haviam tantos sentimentos misturados dentro de sua barriga, que seu estômago parecia estar apertando. Mas por incrível que pareça, toda essa confusão de sentimentos e reações não eram realmente ruins.

 

Sirius esperou mais um tempo antes de virar para ficar de frente para os livros da prateleira, e tirar dois volumes do canto, abrindo uma fresta por entre os textos e enxergando Remus, que naquele momento já havia aberto o envelope e lia o bilhete que tinha lá dentro. Sirius observou de forma maravilhada, um sorriso abrir no rosto de Remus, antes desse olhar uma última vez para os lados, a procura da pessoa que deixou os presentes alí, e depois de não encontrar ninguém, voltar a olhar o bilhete por mais alguns segundos para só então deixar a carta na mesa para pegar o chocolate e abrir a embalagem, mordendo um pedaço do doce, e fechando os olhos com um suspiro satisfeito. 

 

Sirius voltou os livros no lugar, e então fez um sinal com a mão para que Peter o seguisse em silêncio para fora da biblioteca.



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