Cassis (Série Alestia I) escrita por Jane Viesseli


Capítulo 13
Ferida não Cicatrizada




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Os raios do Sol adentram a janela, clareando o quarto real e despertando Sara para mais um belo dia em Alestia. Uma semana já havia se passado desde sua conferência com Cassis e da noite em que o vampiro simplesmente invadira seus sonhos, tempo suficiente para que engavetasse no fundo de sua mente a raiva que sentia por sua espécie e se acostumasse com sua presença, tolerando-o com mais facilidade do que nos seus primeiros dias de casada.

Vários rumores interessantes surgiram em Alestia desde a visita à Cidadela e Sara sentia-se feliz por serem todos positivos, mesmo que nenhum fosse realmente verdade. Naquela manhã, em especial, a princesa estava radiante, planejando um delicioso banquete para àquela noite a fim de mostrar ao rei o quanto estava se tornando sociável com o vampiro.

― Ele já acordou – pensa ela ao espreguiçar-se e ver a poltrona vazia –, como consegue despertar sempre tão cedo?

Sara se levanta às pressas, banhando-se como fazia todas as manhãs, esperando as criadas para vestir-se e arrumar os cabelos, podendo enfim seguir para o salão de banquetes onde o rei sempre a aguardava.

Qual não foi sua surpresa ao constatar que não havia ninguém à mesa do desjejum, apesar dela ainda estar posta. Seus lábios se abrem em perplexidade ao perceber que ninguém a havia esperado para a refeição. Ela não costumava acordar tarde, talvez seus cuidados femininos com o cabelo e o estado das roupas levasse certo tempo, mas nada que lhe rendesse uma demora tão grande a ponto de ser deixada para trás, como se sua companhia fosse dispensável.

Insatisfeita e já sentindo sua alegria brilhante se esvair, a princesa ergue o queixo e caminha a passos duros atrás de um sinal da realeza, ignorando a presença dos soldados e criados, parando somente ao chegar ao pátio do castelo, onde Cassis praticava suas técnicas de batalha com seu criador.

― Onde está o rei? – pergunta com voz alta e firme, interrompendo o treinamento dos vampiros sem ao menos prestar-lhes alguma reverência ou cumprimento.

― Sim, eu lhe dou licença, milady – comenta Cassis com certa impaciência, irritado o suficiente por não estar indo bem no treino, para lidar com os surtos mal-educados da mulher –, você não está atrapalhando.

― Que bom – responde com ironia, não se deixando abater pelas farpas que, apesar de menos frequentes, ainda existiam entre eles –, agora responda minha pergunta, sim?

― Sua majestade, o rei, decidiu visitar o médico da Cidadela, pois não se sentia bem. Não almejou convocá-lo ao castelo para não alarmá-la, então decidiu ir até ele, satisfeita?

― Muitíssimo! Desculpe-me por atrapalhá-lo, Sir Thorkus – pede a menina com educação, apanhando a saia do vestido e curvando o tronco em reverência –, prometo que este tipo de intromissão não voltará a acontecer, sei que seu aprendiz precisa de muito treino e educação. Vou deixá-los a sós, com licença.

O ancião coloca o punho fechado sobre o coração inerte, curvando-se e correspondendo a reverência que lhe fora feita. Retornando sua atenção para Cassis assim que a humana cruzou o batente da porta principal do palácio, encarando-o com semblante duro e reprobatório.

― O que fiz de errado dessa vez? – questiona Cassis, como uma criança que acredita nunca fazer nada de inconveniente.

― Ancillae arrogante! – repreende.

― Arrogante, eu? – retruca, abalado por ter sido rebaixado a “ancillae” pelo mesmo homem que o colocara como “príncipe”. – Foi Sara quem nos interrompeu, desatando a falar sem pedir licença ou sequer cumprimentá-lo, parecia uma gralha descontrolada!

― Não interessa! – rosna evidentemente descontente. – Tu é que és o meu filho e não foi esta a doutrina que lhe dei, nem tampouco esta foi a ordem de seu clã. Agora que enfim começaram a se dar bem, resolve repeli-la?

― Não estou repelindo ninguém – contesta, aumentando o tom de voz, mas baixando o olhar logo em seguida, pois apesar de ter sido colocado num nível hierárquico acima de Thorkus, dentro do clã, não ousava exercer tal autoridade sobre ele.

― Talvez já esteja na ocasião de esquecer o passado e pôr-se a trilhar um novo caminho, Cassis – explana o ancião, observando o rosto enfurecido do príncipe e guardando sua espada na bainha, como um sinal claro de que aquele treino havia chegado ao fim.

― Não concordo. Estou aqui apenas para cumprir a missão que me foi incumbida, pois nunca mais obterei uma companheira.

― Aparte esta armadura que colocaste em seu peito. Depois de tudo o que me relatou sobre Lady Sara e sobre seu progresso numa suposta amizade, acha mesmo que não está à altura de ser sua parceira amorosa? – fala com simplicidade, como se a situação pudesse ser resolvida com aquela única frase.

― Sim – responde rapidamente –, eu não a quero, estou neste matrimônio apenas pelo tratado e aproximando-me apenas pela promessa que fiz ao rei, simples assim. É melhor interrompermos a conversa por aqui. – decreta, colocando sua espada de volta à bainha e retirando-se de maneira desrespeitosa.

Sara, que ouvia toda a discussão às sombras da porta principal, sente seu ego profundamente ferido com a declaração do vampiro. Era difícil ter sua presença notada com tantos soldados e odores masculinos ao redor, e, apesar de não ter ouvido toda a conversa com perfeição, havia escutado o suficiente para fazê-la correr de volta ao quarto, transtornada. Notar que ele não a amava era uma coisa, mas ouvir de sua própria boca que ela não era boa o bastante para agradá-lo, era algo completamente diferente, estranhamente humilhante e constrangedor.

― Alto lá, ancillae, não foste dispensado! – lança Thorkus num tom de comando, fazendo Cassis parar imediatamente e encolher-se diante do poder de suas palavras, pois nem mesmo seu próprio filho podia escapar da dominação poderosa que sua presença e o timbre de sua voz impunham.

― Não sou mais um ancillae – retruca num sussurro.

― Foste colocado no alto da hierarquia, mas age como uma criança imatura – repreende no mesmo tom. – Ousa mesmo confrontar-me com sua posição? Achas mesmo que podes dominar sobre mim?

― Não, senhor – confessa o vampiro baixando a cabeça, humilhado, temendo que qualquer um dos soldados os estivesse escutando naquele momento. – Este ancillae ainda está sobre seus cuidados.

― Muito bom, pois o dia em que verdadeiramente tomar posse de seu título, não terei mais direito ou capacidade de zelar por ti, e não estou preparado para me afastar – explica com voz mansa, demonstrando o quanto sua cria ainda lhe era importante. – Aproxime-se, minha criança – pede com paciência, fazendo o vampiro contrariado girar em seus calcanhares e retornar ante sua presença.

― Desculpe-me!

― Você é um bom garoto – confessa, colocando a mãos sobre seus cabelos negros como se estivesse falando com uma criança –, mas nem sempre me terá por perto, precisa aprender a agir sozinho, sem erros.

― Sei que necessito seguir a não-vida com minhas próprias pernas. Se fosse qualquer outro ancião eu não hesitaria em exercer minha autoridade, mas diante de ti… – Pausa, não sabendo ao certo como dizer tal coisa.

― Qual o seu receio quanto a mim?

― Não me considero digno de estar acima de meu criador, quando não consigo sequer ser igual a ele. Por outro lado, eu quero que esteja sempre por perto. Se assumir o meu principado diante de ti, resultar em seu afastamento permanente, opto por ser eternamente seu ancillae – confidencia ainda de cabeça baixa.

― Cuide bem de sua lady, filho – diz Thorkus, depositando um beijo sobre sua cabeça pela primeira vez em sua existência, um ato tão inédito, que Cassis prontamente ergueu o olhar na tentativa de desvendar o semblante controlado do lorde. – Sara ainda é humana, com tantos sentimentos conflitantes como qualquer outro, o que a torna frágil… Não a abandone!

― Jamais farei isso – garante, perscrutando o rosto de Thorkus com atenção, tentando entender o que se passava em sua mente, já que os anciãos não eram dados a demonstrações de afeto, mas falhando miseravelmente. – Perdoe-me por tê-lo envergonhado.

― Está absolvido – declara o ancião, antes de se despedir do filho de maneira formal e pouco afetiva, fazendo planos de retornar assim que possível para uma nova sessão de treinamento.

Cassis adentra o hall do castelo assim que se encontra sozinho, tentando esboçar a mais terrível de suas carrancas para intimidar qualquer soldado que tenha ouvido demais de sua repreensão, pois, mesmo aceitando a correção de seu criador, o vampiro jamais engoliria qualquer insinuação inferior vinda de um simples humano. Ele atravessa o hall rapidamente, não reparando no cheiro feminino que ainda pairava por aquela região, porque tudo o que ocupava sua mente, naquele momento, era sua retratação.

Sara já estava em seu quarto há algum tempo, absorta em seus pensamentos e com o olhar perdido na vista que a imensa janela de seu quarto lhe proporcionava. Ela realmente gostava daquela paisagem e por muitas vezes sentia-se privilegiada por ter aquele quarto para si, mas, naquele instante, seu coração ansiava pela noite, para contemplar o brilho das estrelas que tão alegremente cintilavam apesar da assustadora escuridão, como se nada as deixasse tristes.

A saúde de seu pai e as palavras de Cassis lhe acertaram fortemente, fazendo sua mente pesar com tantas conjecturas e desejar ardentemente por algo que a livrasse de toda aquela tensão. Por alguns milésimos de segundos, a humana lembrou-se da harpa de sua mãe, instrumento que aprendera a tocar com a própria matriarca e que sempre lhe servira de libertação dos sentimentos ruins, mas que agora permanecia inerte e coberto no quarto do rei. Será que ousaria tocá-lo novamente? Não, não se sentia forte o bastante para isso.

O vampiro adentra o quarto lentamente, fechando a porta atrás de si e fazendo barulho suficiente para que sua presença fosse percebida. Os dedos de Sara se apertam levemente uma na outra, mas seu corpo não se move um milímetro em direção a ele.

― Tudo bem? – pergunta o príncipe, se aproximando. – Me perdoe por agora a pouco, fui insensível e tolo, um homem volúvel, como um dia observou.

― Está tudo bem, nada lhe farei ou direi de sua pessoa. Perdoe-me pelo meu péssimo comportamento, não consigo reagir bem à contrariedades, mas reconheço que preciso melhorar. Garanto que aquela descortesia não acontecerá novamente. – Suspira, fechando os olhos e massageando a nuca, ainda sem coragem de encará-lo. – Posso lhe fazer uma pergunta pessoal?

― Certamente! Uma boa resposta é o mínimo que posso lhe dar, pela forma com que a tratei – concorda depressa, observando seu semblante desanimado. – Qual o seu questionamento?

― Já amou alguém? – interroga sem rodeios, fazendo o vampiro travar diante da coincidência de tocar naquele incômodo assunto novamente. – Digo, durante sua vida de vampiro, você já achou alguém? Alguém especial?

― Ah, bem, eu… – gagueja, fazendo uma ligeira pausa antes de continuar. – Já achei alguém especial, há muito tempo.

― Como se chamava? – continua, voltando sua atenção para ele com evidente interesse, fazendo-o cogitar se aquilo era obra do acaso ou se ela havia escutado sua conversa com o lorde.

― Violeta. Uma moça tão bonita quanto a flor de mesmo nome.

Sara o observa atentamente, notando um pequeno sorriso brotar em seus lábios ao citar o nome daquela outra mulher, uma mulher que obviamente não era ela. E apesar daquela ser a primeira vez que a princesa ouvia o seu nome, ainda assim, sentia-se incomodada ao escutá-lo falar dela.

― Conte-me mais, como ela era? Como se conheceram?

― Ela era incrível – explica lentamente –, tinha os cabelos negros como a noite, corpo esguio e os olhos claros; uma personalidade doce, feminina e compreensiva, mas, às vezes, raivosa e importuna. Violeta era única. – Sorri em meio ao devaneio, fazendo um bolo de angústia entalar na garganta de Sara ao mesmo tempo em que analisava sua própria aparência para ver se podia se equiparar a ela. – Lembro-me que pretendia roubar uma ovelha de sua família, quando a avistei pela primeira vez, há 136 anos. Neste dia, Violeta juntava algumas flores num vaso de barro, trabalhando em seu arranjo com tanta maestria que eu simplesmente fiquei ali, escondido, observando – narra, com o olhar perdido, como se estivesse retornando ao cenário em que se conheceram.

― Ela era assim tão bonita? – retoma a conversa, puxando-o à realidade.

― Muito – responde sem hesitar. – Dia após dia, eu fiquei a admirá-la, até o momento em que a árvore onde me escondia se partiu. Apesar do pouso tranquilo e sem ferimentos, eu não esperava que ela ficasse lá, me olhando, rindo como se soubesse de minha presença o tempo todo.

Sara encara o profundo dos olhos de Cassis, encontrando algo realmente diferente ali. Sua íris escura parecia cintilar com a lembrança de Violeta, gritando aos quatro cantos o quanto ele a amava, o quanto somente ela conseguia alegrá-lo, o quanto ela era insubstituível.

― Senti-me envergonhado diante de seu riso, e, ao mesmo tempo, hipnotizado com o som dele. Violeta me deixou sem ação e sem fala, e foi dela a iniciativa de aproximação, acabando com meu constrangimento ao dizer: “finalmente apareceste, nobre admirador, pensei que nunca o conheceria”.

― Então não foi apenas uma impressão, ela realmente sabia que você estava lá, o tempo todo – conclui Sara.

― Sim, e a partir daí ficamos amigos. Confesso que, às vezes, desejava torcer seu pescoço, tamanha era a irritação que me fazia sentir, mas não conseguia ficar sem vê-la, sem admirá-la, sem tocá-la. – Pausa. – Naquele tempo, não entedia o porquê de meus sentidos se conturbarem tanto diante de sua presença, quando Sir Thorkus claramente me dizia que devia mantê-los em controle. “Isso é amor”, ela disse, “você foi capturado pelo sentimento mais lindo do mundo, capaz de te fazer voar mesmo que não seja um pássaro. Seu coração acelera e borboletas povoam seu estômago, sensações que se tornam ainda mais intensas depois de um beijo”.

As palavras eram tão bonitas que pareciam ter saído de alguma espécie de poema e Sara não pôde deixar de imaginar o tamanho do sentimento de Violeta ao dizer tais coisas. Ela já o amava, tanto quanto ele a estava amando e, no final, quando a palavra “beijo” foi citada, a humana não pode evitar um olhar rápido em direção aos lábios que lhe contavam aquela história.

― Suas palavras não fizeram sentido para mim naquele momento – continua ele, ainda afogado nas lembranças que tinha de Violeta e não se dando conta do quanto estava revelando a respeito dela –, eu a contestei e a chamei de estúpida, pois borboletas no estômago era uma ideia bastante ridícula. Então, Violeta se curvou sobre mim, em direção ao meu rosto, e me beijou, fazendo todos os meus sentidos se desregularem e cada uma de suas palavras fazerem sentido. Foi aí que descobri que a amava!

O relato já havia se encerrado, mas Cassis ainda se mantinha em outro tempo, em algum outro lugar e na companhia de outra pessoa, apreciando a doce memória de seu beijo como se a estivesse vivenciando pela primeira vez.

― Tudo isso é tão lindo – diz Sara, forçando um sorriso para esconder o quanto aquele conto lhe deixara enciumada –, o que ocorreu depois?

― Não quero mais falar sobre isso – responde rapidamente, desviando o olhar e sentindo seu sorriso murchar, ao mesmo tempo em que julgava a princesa como uma grande inconveniente.

― Por favor, você disse que responderia e que me devia isso pela forma rude com que me tratou. Responda-me… Por que se separaram?

― A aldeia. – Pausa, sentindo claramente a mudança em seu próprio semblante. – A aldeia foi atacada por um grupo de rebeldes e eu estava lá, ao lado dela, quando sua família foi atacada. – Cassis fecha os olhos, revivendo aquele momento em sua cabeça como uma espécie de autoflagelo, enrugando a testa em desagrado. – Violeta queria ajudá-los, mas já era tarde para salvar qualquer um deles… Os invasores a viram e a queriam, não para saciar suas sedes, mas pelo simples prazer de quebrar nossas tradições e nos expor, numa época em que nossas existências ainda não eram conhecidas. Eu tentei protegê-la, mas minha inexperiência custou-me um grande ferimento e a cada gota de vitae que perdia, meu corpo colocava-se mais perto do frenesi. – Pausa. – Ao perceber que não conseguiria vencer, Violeta ofereceu-me seu braço. Por algum motivo, ela sabia o que eu era. “Tome um pouco do meu sangue”, ela disse, “não quero perdê-lo”. Em minha ingenuidade eu a obedeci, não me dando conta de que o doce sabor de seu vitae seria a minha ruína e de que, em vez dos rebeldes, eu mesmo a machucaria.

― O que aconteceu? – questiona Sara com voz sufocada, totalmente envolta na história que ouvia.

― Minha consciência foi abduzida pelo seu vitae e eu perdi o controle. Ela dizia que sentia dor, eu podia ouvir, mas não conseguia parar e no fim… Eu a matei! Como consequência de meu frenesi desenfreado, invadi e massacrei três grandes reinos daquela época, ganhando o título de Sanguinário, pois nunca houve tão grande derramar de sangue como naquele infeliz dia.

Cassis aperta os punhos fortemente, tentando sufocar a dor que a segunda parte de suas lembranças lhe trazia. Sua falha, sua fraqueza diante do sangue humano, estava tão nítida naquela história quanto no restante de sua existência e isso lhe custou à vida da mulher que mais amava.

― Que… Que triste – sussurra Sara entre soluços, fazendo o vampiro abrir os olhos marcados pela tristeza e encarar o semblante desolado de sua mulher de mentira.

Sara apertava as mãos contra o peito, agarrando o tecido de seu vestido com tanta força que parecia sentir dor, como se de alguma forma ela o compreendesse e chorasse por ele. Sem pensar ou medir as consequências, a princesa o abraça, deixando-o mais perplexo do que quando vira seu estado choroso.

― Isso dói, não é? Perder alguém que ama, machuca tanto. – Pausa, sentindo as lágrimas escorrerem por seus olhos. – E você sufocou isso durante todos esses anos! Deve ter sido muito difícil lembrar-se disso todas as noites.

Cassis não tinha palavras para àquele momento, não conseguia colocar sua angústia para fora como Sara estava fazendo, ao chorar. A princesa sentia-se dolorosamente afetada por sua história, porque, além dela própria ter perdido pessoas que amava, ela se dava conta de que aquele deveria ser o real motivo para o vampiro se alimentar com tanta frequência e temer o próprio frenesi: ele havia matado a mulher que amava e tinha medo de fazer tal atrocidade novamente.

E o não-vivo não pôde fazer nada além de corresponder ao caloroso abraço humano e fechar os olhos, deixando as lágrimas de Sara e o aconchego dos seus braços cicatrizarem a ferida aberta em seu passado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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