Magia Literária escrita por Emiko


Capítulo 17
Conflito de sonhos


Notas iniciais do capítulo

Recomendação de música: Sweet Dreams, Eurythmics, Annie Lennox, Dave Stewart.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783682/chapter/17

Não demorou muito para que todos os alunos de Hogwarts fossem reunidos no Salão Principal, o problema era ganhar a atenção completa deles. Sempre que Minerva tentava começar a discutir o assunto em mente, alguns alunos emendavam com alguma conversa paralela, enquanto outros estavam tão aflitos que começavam a expor suas preocupações aos professores. 

— Vão fechar a escola, mamãe? - Perguntou Lucy, timidamente, sem querer chamar a atenção.

— É óbvio que não - sibilou Margot - Srta. Snape. Somente teremos algumas mudanças.

— Que tipo de mudanças? - Tornou a perguntar a menina, com um certo ar de preocupação.

— A senhorita irá saber, assim que todos se calarem. - Respondeu Snape, antes de usar a varinha para amplificar a voz. - Silêncio! Ou teremos que utilizar um feitiço para que todos fiquem de boca fechada?

Em instantes, o salão inteiro se silenciou, os olhares dos alunos eram uma mistura de antipatia e susto, pois havia muito tempo que Snape não se comportava como o indigesto mestre de poções de antigamente. Logo em seguida, Minerva começou a explicar a situação, sem grandes rodeios, falando abertamente sobre o caos do mundo a fora e o cuidado que todos estão tendo para não serem contaminados pela doença. Ao ouvirem os relatos de mortes, os alunos ficaram ainda mais apreensivos, o que aconteceria com eles a partir de então? Também deveriam se isolar, ou voltar para casa? Como Hogwarts iria agir? Eram algumas das perguntas que faziam no meio do discurso da diretora, que teriam sido respondidas, se não houvesse uma repentina interrupção.

Subitamente, a porta do Salão Principal foi aberta, dezenas de bruxos mascarados entraram e, no meio deles,estava a ministra da magia. Atordoada pela surpresa, Minerva foi receber os visitantes, sendo rapidamente parada por um dos aurores.

— Distanciamento social, Profª McGonagall. No mínimo, dois metros de distância entre cada pessoa, por precaução - disse Harry, sinalizando para os demais colegas colocarem em ordem todos os presentes.

— Entendo, as coisas estão realmente sérias - falou Minerva, sendo assentida por Hermione.

— Muito sérias, e precisamos resolvê-las imediatamente - concordou Hermione, olhando para todos em volta.

— Então, vamos para minha sala? - Perguntou a Profª McGonagall, mas a ministra não lhe deu atenção, encaminhando-se para frente.

— É muito bom revê-los, mas, infelizmente, não é um dos melhores momentos - disse Hermione para os professores, depois dirigiu-se aos estudantes. - Boa tarde a todas, e todos, espero que estejam bem e se cuidando, tanto da saúde quanto da educação. Em tempos como este, precisamos nos manter sãos, de corpo e mente. Vocês já devem ter sido avisados do real cenário que estamos vivendo e, por conta disso, serão tomadas algumas medidas emergenciais - dentro de um dos bolsos da capa de viagem, Hermione tirou um rolo de pergaminho, desenrolou e começou a ler: - A partir de hoje, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts terá de paralisar suas atividades, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, do governo trouxa, que serão repassadas e adaptadas pelo Ministério da Magia. Desse modo, todos os presentes, alunas, alunos, professores e professoras terão de ser consultados e examinados. Aqueles que não apresentarem anormalidade alguma  serão mandados de volta para suas casas, que também deverão passar por uma análise médica. Já aqueles que apresentarem os seguintes sintomas: febre, tosse seca, cansaço, dificuldade de respirar, dor ou pressão no peito e perda na fala ou no movimento; serão encaminhados para o ambulatório de Londres, respeitando o período de quarentena e realizando exames.

— Espera, quer dizer que não faremos os NOM’s? - Perguntou uma aluna da Sonserina.

— Você não escutou ela dizendo que as atividades serão paradas? - Rebateu um aluno da Grifinória, bastante impaciente. - Quando faremos os exames.

— Agora mesmo - respondeu uma bruxa, no meio do corredor. - Iremos separá-los pelas casas e anos...Os primeiros anistas da Grifinória, juntamente com sua diretora, por gentileza, venham comigo...os demais serão acompanhados pelo Sr. Briggs, Sr. Henriques e Sr. Grant..

Ao receber um sorriso amarelo da bruxa, Margot o devolveu e apressou os seus alunos.

— Como serão esses exames, Vivian? -  Perguntou Margot a medibruxa, que, da mesma forma que Hermione agiu, comportava-se distante e fria.

— Logo você vai saber, agora rápido, cada segundo é precioso e preciso - ao dizer isso, Vivian encaminhou-se pelo salão e saiu pelos corredores de Hogwarts, até chegar à enfermaria  - Quero que fiquem nas macas, com um intervalos de duas macas entre vocês. Não é necessário que tirem as roupas, mas preciso que bebam a poção que irei lhes dar e, independente do efeito, continuem acordados. 

— Rapidamente, Vivian retirou alguns frascos da maleta que carregava e entrou aos alunos e Margot, que ao receber a poção, fez uma expressão de nojo ao sentir o cheiro.

— Não é para cheirar, é para beber. - Repreendeu Vivian, recolhendo os frascos vazios e retirando alguns instrumentos da maleta. - Relaxem, não são para torturar...a menos que sejam esse maldito vírus.

Ao ouvirem isso, os alunos engoliram a seco, e pela expressão em seus rostos, não estavam à vontade para serem examinados. Tão pouco Margot também estava confortável com a situação, desconfiava da forma como Hermione e sua equipe chegaram em Hogwarts, além de desaprovar os modos de Vivian. Porém, talvez seja impressão pessoal, afinal, elas nunca foram muitos próximas, e não importava o quanto Margot tenta-se mostrar que não era mais a bruxa de antigamente e que se arrependia, amargamente pela morte do pai de Vivian, a jovem bruxa continuava a tratando sem alguma consideração, principalmente quando não estavam na presença do padrinho de Vivian, Severo.

Um por um, os alunos tiveram a temperatura medida, o controle da respiração e reação do corpo analisados, e, por último, responderam algumas perguntas. Em poucos minutos, eles foram liberados para retornar aos seus dormitórios e esperarem as ordens da equipe ministerial. Sozinhas, Vivian e Margot não trocaram uma palavra enquanto os exames eram realizados. Foi quando a medibruxa começou a realizar algumas perguntas, que Margot a interrompeu:

— Estou perfeitamente bem, sem cansaço, dores de cabeça, indisposição ou febre, não tenho problemas respiratórios, somente sinto latejar um pouco aqui - disse a mulher, mostrando o antebraço esquerdo.

— Bem, você tem sorte por continuar...saudável, essa dor que sente é um dos menores problemas agora - falou Vivian, enquanto trocava os pares de luva.

— Estão vivendo apenas de plantões, vocês medibruxos, certo? Já faz duas semanas que Tobias não responde às minhas cartas.

— O setor que ele trabalha está proibido de sair do hospital, mas não se preocupe - disse Vivian, imediatamente, ao olhar, pela primeira vez, para o rosto de Margot. - Ele está bem, é um dos mais dedicados e cuidados da equipe, ele quer ajudar o melhor possível, do mesmo modo que não quer se contaminar.

— Entendo...você então poderia mandar um recado meu, e do pai dele?

— Se for rápido, pois preciso continuar o meu trabalho, e a senhora também.

— Diga para ele que estamos com saudade, mas também apreciamos a decisão dele. Esperamos que consiga realizar tudo o que precisa fazer e que não se cobre tanto...estaremos sempre do lado dele - disse Margot, secando as lágrimas que mal saíam dos olhos.

— Certo…- disse Vivian, e, sem expressar sentimento algum, retirou um lenço da maleta. - Tome, precisamos de compostura nessas horas...Tobias tinha razão quanto sua preocupação, e, já antecipo a resposta dele, ele sente o mesmo, e espera que vocês todos se cuidem. E que não tentem nada arriscado.

— Ele é mesmo filho de Severo Snape...e você, quero que saiba que também temos orgulho pela sua conduta, mesmo sendo um pouco…

— Severa? - Complementou Vivian, deixando um riso abafado - Obrigada, mas, não preciso de elogios...estou fazendo o meu dever, e espero que todos façam o mesmo. 

Com um tom de quem encerra uma conversa, Vivian se retirou, e Margot seguiu-a, sem tentar outra aproximação. Na tarde inteira, e parte da noite, os exames foram realizados, e a escola passou por uma limpeza que nem mesmo nos tempos de Merlin havia acontecido. Porém, mesmo que ninguém estivesse infectado, Hermione não quis escutar os pedidos de Minerva sobre continuar as atividades em Hogwarts, mas com pesquisa. Da mesma forma Vivian, que não aceitava continuar a ouvir os conselhos de Snape.

— Já tentamos tudo o que nos resta, agora, teremos que esperar - disse Snape, enquanto escutava as reclamações de Margot, no quarto deles, em Hogwarts.

— Esperar para quê? Para vermos que as coisas vão melhorar ou piorar? Pelo jeito que todos agiram hoje, as coisas não parecem que estão sob controle.

— Eles só estão fazendo o que é esperado, é responsabilidade deles cuidar da população bruxa.

— E também nossa, como uma instituição que preza pelo desenvolvimento, tentar, ao menos, ajudar…

— E estamos ajudando, só que indiretamente.

— E você acha mesmo que o que iremos fazer, terá o mesmo efeito se estivéssemos conduzindo alguma pesquisa?

— Essa preocupação toda, tem alguma relação com a situação de Tobias? - Perguntou Snape, encarando calmamente Margot, que o perfurava com os olhos.

— Independentemente do motivo, só não quero que fiquemos parados, de braços cruzados, enquanto outros se sacrificam - respondeu Margot, rispidamente.

— Não ficaremos parados a toa...com o tempo, nossos esforços serão recompensados.

— Imagino como serão  nossos esforços e recompensas - rebateu Margot, secamente.

— Então, espere para ver…- disse Snape, antes de ir para o banheiro, deixando a esposa arrumando a cama.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura, até a próxima o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Magia Literária" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.