Eternizado escrita por Evangeline White


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hello, babes~

Bem, eu resolvi voltar a escrever fanfics para o fandom de HP, essa coisinha mágica e linda. sz E como faz uma vida que não escrevo nada, resolvi começar com uma oneshot mais suave para voltar a pegar o jeito.

Espero que gostem. ♥



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A primeira folha caiu sobre os pés de Sirius, trazendo o sinal de que o verão chegava ao fim. Devagar, amassou o laranja seco e barulhento, e o som quebradiço foi suprimido pela bota pesada. Ali, não restara nada do que pedaços farelentos da pequena folha, bem como sua animação para com o outono. Era uma boa estação, mas não era a estação dele; não era a estação de James.

James Potter sempre foi o garoto do verão.

Ainda se lembrava de quando os raios de sol se tornavam quentes e frequentes no céu, e as noites eram mais brilhantes e curtas. Sirius recordava de cada dia ao lado de seu melhor amigo; se lembrava dos sorrisos pelos dias coloridos, da empolgação com as férias quando podiam se ver, da volta às aulas agitadas e das primeiras pegadinhas do semestre. E Deus, como eram bons com aquelas pegadinhas.

Sirius lembrava-se de como, por vezes, se pegou comparando James Potter como o próprio sol. Ele era energia pura, de uma alma incontrolável e tão quente que podia queimar. James acolhia qualquer um que quisesse apreciar sua luz. James Potter era o Sol do internato de Hogwarts.

Outra folha se soltou da árvore grande, mas Sirius a ignorou. O cigarro em sua boca já estava no final, assim como o verão. Assim como seus dias de escola. Terminados sempre na estação mais quente, mais animada.

Talvez fosse para ser assim. As melhores coisas começavam e terminavam no verão. O início e término do ano letivo, as férias, seu primeiro beijo com Remus... sempre banhados pela proteção do sol. Sempre abraços pelo calor de James. Qualquer outra estação teria se curvado sob a liderança do garoto que criou o melhor – ou pior – grupo de todo o internato. Eram os Marotos; eram os seguidores do hiperativo Prongs.

As cinzas do cigarro caíram em sua bota, e Sirius bateu o pé para limpar. Precisaria se livrar do resto de cigarro, mas não queria se mover. Não ainda. Não enquanto o sol iluminava o memorial que eternizaria sua amizade com James Prongs Potter.

O verão carregava os melhores começos, e os mais profundos finais.

James teria rido de si, se o visse agora. Saudoso e nostálgico, com pensamentos filosóficos parecidos com os de Remus, no auge de sua adolescência. Talvez estivesse próximo demais dele, mas o que podia fazer? Era seu namorado afinal.

Um sorriso finalmente enfeitou o rosto duro e fino. Sirius só estava namorando Remus graças a James, de novo. Parecia que tudo o que houve de bom em sua vida veio depois da presença do amigo hiperativo. Suas amizades, seus amores, sua família...

Talvez realmente fosse um pouco dramático, como Remus sempre fazia questão de dizer. Mas e daí? Ele tinha esse direito. Remus não sabia de tudo o que James fizera por Sirius. Não sabia que James, por tantas e tantas noites, ficou acordado ao seu lado, ouvindo Sirius chorar sobre seus pais abusivos; não sabia que James batera em Sirius tantas e tantas vezes para tirar sua loucura inconsequente da cabeça; não sabia que o acolheu como um Potter, como um irmão, quando fugiu de casa.

Remus jamais saberia que James Potter foi o primeiro verão a derreter a geleira invernal da vida de Sirius Black.

E talvez por isso, Sirius não se via na coragem de dar mais um passo perto daquilo. Porque era de James, afinal. Porque Sirius nunca conseguiu cumprir a única promessa que realmente lhe importava.

“Eu vou devolver tudo a você, Prongs. Algum dia, eu vou devolver.”

E James ria e lhe abraçava, alegando que ele, Remus e Peter já davam tudo o que mais desejava na vida. Mesmo assim, para Sirius, havia uma dívida invisível ali, uma necessidade de pagar por todos os problemas dos quais James teve de lidar.

E agora, James havia ultrapassado a linha do possível, e seu legado estaria para sempre gravado em letras bonitas. E Sirius se via amassando o resto de cigarro, ansioso, por pensar que não poderia devolver tudo o que James fizera por ele. Pensando que a partir daquele momento, viveria com uma dívida da qual não saberia como pagar.

Porque James Potter havia se doado de tal forma pelos amigos, que Sirius Black jamais saberia como retribuir todo aquele amor, mesmo que tentasse do fundo do seu coração.

— Vai ficar quanto tempo aí parado? Está esperando a morte? Vamos, Pads, vamos conhecer nosso futuro memorial.

A mão quente e carinhosa de James abraçou seus ombros, e Sirius e virou para o melhor amigo com o sorriso mais vívido. De frente a eles, o pub de seus sonhos se erguia com elegância, com força, com todo o poder que a dupla inseparável podia causar.

Jamais saberia como agradecer a James pelo empréstimo para construir o lugar, ou pela ajuda em buscar os melhores arquitetos e pelos dias correndo atrás de apoiadores, funcionários e estoque. James dera a Sirius uma chance de verdade, e Sirius se via na obrigação de dedicar aquele lugar ao rapaz animado e travesso que agora o guiava para dentro do pub.

Antes de passar pela porta, Sirius olhou mais uma vez para a placa: Pads & Prongs. Um memorial digno, que eternizaria James Potter da forma como devia ser.

— Vamos, Padfoot. Quero experimentar as bebidas horríveis que vai oferecer.

— Vai cair na primeira dose, fracote.

— Isso é um desafio? — James virou os olhos castanhos, brilhando daquela forma de quem se preparava para um plano digno de um mês de detenção.

Sirius riu, de coração aquecido.

— Sempre é um desafio, Prongs. Prometo te carregar até sua casa quando você vomitar, bebezão.

E se dependesse de Sirius, carregaria James até o final de suas vidas, pois era seu melhor amigo; seu irmão. E James Potter merecia ser eternizado como o primeiro a fazer Sirius Black entender que nunca mais estaria sozinho.


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Notas finais do capítulo

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