Pokémon - Laço Eterno escrita por Benihime


Capítulo 2
O elo é revelado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783603/chapter/2

É claro que sim. Foi a resposta, seguida por uma risada que lembrava o  som de guizos de prata. Mas só com você.

— Mas por que? — Calista inquiriu. — E por que você não disse nada quando nos conhecemos?

Porque não precisei. Angel respondeu, ainda dando risadinhas. E também porque seria um choque e tanto. Imagine só a sua reação.

A jovem não respondeu, sabendo que a Meloetta estava certa. A Pokemon Melodia soltou uma gostosa gargalhada, se divertindo com a surpresa de sua parceira. Calista não conseguiu deixar de rir junto com ela.

— Tudo bem, teria sido engraçado. — A jovem admitiu a contragosto. — Para você. Eu teria ficado apavorada.

Angel uniu as mãos atrás das costas, baixando a cabeça e assumindo uma expressão arrependida. O modo como os cantos de seus lábios insistiam em se curvar em um sorriso, porém, acabava com sua fachada. Calista riu de novo, finalmente se pondo de pé.

— Isso é telepatia, não é?

Claro que é. A Meloetta assentiu. Muito legal, não acha?

— Com certeza!

A jovem lançou mais um sorriso para a Pokemon Melodia enquanto voltava a praticar seus passos de dança.

Você devia descansar. Angel disse depois de vários minutos. Já está ficando tarde.

— Não se preocupe com isso. — Foi a resposta. — Vou encerrar daqui a pouco, assim que acertar esse passo.

Por favor, Calista. Angel insistiu, voando para a frente da jovem de forma a olhá-la nos olhos. Você está se esforçando demais. Vai acabar se prejudicando.

— Sei o que estou fazendo, não se preocupe. — A morena revirou os olhos com enfado, embora um sorriso brincasse em seus lábios. — Caramba, você está falando igualzinho a uma amiga minha.

Se refere à campeã de Sinnoh?

Calista arquejou de surpresa, corando violentamente. Angel abriu um sorrisinho malicioso, divertindo-se com aquela reação.

— Como sabia sobre quem eu estava falando? — A irmã de Ash inquiriu, esperando que sua companheira não houvesse notado a forma como gaguejara no começo da frase. — E como você a conhece, afinal?

Nos conhecemos há alguns anos. Foi a resposta, em um tom inocente. Inocente demais para que a jovem performer confiasse nele. Ela sabia que Angel estava aprontando alguma. E tenho visto vocês duas juntas. Formam um belo par, sabia? Me diga ... Quando você percebeu que gosta dela?

— Já chega! — Calista exclamou, corando ainda mais e se jogando na cama. — Você venceu, garota. Eu vou dormir.

Está bem. A Meloetta deu uma risadinha maliciosa, se aninhando entre as mechas negras de sua jovem parceira. Boa noite, Calista.

— Boa noite. — A morena respondeu. — E ... Não conte a ninguém, certo? Sobre Cynthia e eu.

Não se preocupe. Angel disse, brincando com um cacho negro de sua companheira. Só você pode me ouvir.

— Só eu? — A morena repetiu, curiosa. — Mas por que?

É assim que o elo funciona. Foi a resposta. Quando escolhemos um treinador, ele ou ela ganha a habilidade de se comunicar conosco.

— Então o mesmo aconteceu com os garotos?

A Meloetta assentiu, e Calista soltou uma risada zombeteira quando um novo pensamento lhe ocorreu.

— Ho-Oh escolheu Ash. — A jovem kantoniana lembrou. — Quero só ver como aquele meu irmãozinho idiota vai reagir quando descobrir sobre a telepatia.

Não muito melhor do que você.

— Eu reagi muito bem. Pare de ser malvada!

Ah, claro. Angel riu. Aquele tombo foi uma ótima reação.

A jovem meramente sorriu ante aquela provocação. Não conseguiria ficar zangada com aquela malandrinha mesmo se quisesse.

— Você é impossível, sabia? — Ela rebateu simplesmente.

Essa foi a última coisa que a morena disse antes de cair no sono. Na manhã seguinte ela foi acordada por mãozinhas minúsculas sacudindo seu ombro.

— O que ... ? — A jovem kantoniana murmurou, ainda sonolenta, sem abrir os olhos. — Angel? O que foi?

Você vai se atrasar. A pokemon a lembrou. Levante, dorminhoca.

— Ah, que droga! A performance é hoje! — Calista exclamou, levantando-se de um salto. — Obrigada, Angel. Você é mesmo meu anjinho da guarda.

A Meloetta sorriu, cheia de si ao ouvir aquelas palavras. Minutos depois, quando a jovem corria para tomar café da manhã, a pokemon empoleirou-se em seu seu ombro esquerdo.

A pressa da morena era parcialmente causada por nervosismo, isso logo ficou óbvio pela forma como ensaiou a manhã inteira. A maioria das performers que compunham o grupo saiu para almoçar, menos Calista. Ela mal percebia o tempo ou sentia fadiga. Estava determinada.

Só parou quando viu Serena entrar. Os olhos da menina luziam, sua postura era tensa como um tambor e suas faces estavam avermelhadas. Ela estava obviamente furiossa.

— Caly! — A perfomer loira exclamou, fincando as duas mãos nos quadris ao parar à sua frente. — Não acredito que ainda está aqui! A que horas você começou a ensaiar?

— Logo depois do café da manhã. — A morena respondeu displicentemente. — Nem comece, Serena. Eu estou bem.

— Você está maluca, isso sim! — A performer kalosiana protestou. — Não vai vencer se estiver doente!

— Não vou ficar doente. — Calista zombou, dirigindo-lhe um breve sorriso entre uma série de piruetas. — Deixe de ser boba.

Serena corou de fúria e avançou para agarrar o pulso de sua amiga. Apesar de ser mais de uma cabeça mais baixa, a atitude inesperada conseguiu seu intento: fazer Calista parar e olhá-la nos olhos.

— Você vem comigo. — A loira declarou, sem deixar espaço para protestos. — Agora. Está aqui ensaiando há quase quatro horas. Já chega.

A irmã de Ash ergueu uma sobrancelha, encarando a menina mais nova com uma expressão que beirava o desdém.

— Isso não é da sua conta, Serena.

— Somos amigas, Caly. — A garota rebateu, sem se deixar intimidar. — Isso torna a situação da minha conta, quer você goste ou não.

Calista ia protestar novamente mas uma ajuda inesperada surgiu sob a forma de Mirabelle, que soltou um rosnado furioso e usou suas fitas para empurrar sua treinadora na direção da porta. Os esforços combinados de Serena e da pokemon tipo Fada conseguiram forçar Calista a encerrar o ensaio.

Assim que saíram Ash as encontrou no corredor, de braços cruzados e com cara de poucos amigos.

— Eu te disse, não foi? — O rapaz disse, estendendo uma das mãos para segurar o pulso de sua irmã mais velha, puxando-a para si. — Pode deixar que agora eu me entendo com essa teimosa. Obrigada, Serena.

— Não seja duro demais com ela, Ash.

— Vou tentar.

Calista encarou seu irmão. Ash tentava não demonstrar, mas obviamente estava furioso. Ele praticamente a arrastou pelo corredor, seus dedos como tenazes ao redor do pulso de sua irmã mais velha. Em outras circunstâncias ela teria dado socos e discutido até que ele a soltasse mas ali, sabendo que haviam outras pessoas ouvindo, a morena se obrigou a dominar seu temperamento. Não se atreveria a fazer um escândalo em público logo antes de seu grande retorno.

— Ash Ketchum, eu vou te matar. — Ela sussurrou simplesmente.

— Pode me matar quantas vezes quiser. — Ash rebateu. — Depois que comer alguma coisa e descansar um pouco.

— Eu estou bem, seu babaca!

— Não, não está. — Ele rebateu. — E pare de discutir, sua teimosa, ou vou ligar para a mamãe. Você sabe muito bem o que ela vai fazer.

Calista sabia, sim. Sua mãe estaria em Kalos em um piscar de olhos, e furiosa por a morena ter quebrado a promessa de tomar cuidado. Não seria nada bom.

Com um suspiro de frustração, a irmã mais velha de Ash cruzou os braços e lançou mais um olhar furioso ao rapaz, que ignorou sua raiva. Somente quando estavam em frente à porta que levava ao refeitório foi que ele a soltou.

— Seja boazinha, mana. — O rapaz moreno disse. — Coma alguma coisa e descanse. Você já ensaiou o bastante.

Calista simplesmente o ignorou, girando nos calcanhares e se afastando de queixo erguido, sem olhar para trás, fumegando de raiva.

Algumas horas depois a jovem estava na sala de preparação do enorme auditório da Exibição Pokemon juntamente com as outras performers, aguardando sua vez de subir ao palco. Os olhos de todas estavam grudados nas telas dispostas pelo local, de onde assistiam às apresentações de suas rivais.

— Oi. — A morena sorriu timidamente ao ver Serena parar ao seu lado. — Uau, vocês duas estão ótimas!

Braixen, que acompanhava Serena, sorriu com prazer e fez uma pirueta para exibir o vestido roxo que usava. A jovem deu uma risadinha com a atitude da pokemon.

— Obrigada. — A performer loira respondeu. — Vocês duas também estão ótimas.

Calista corou de leve, enrolando um cacho negro no dedo indicador da mão esquerda. Seus cabelos estavam soltos, mantidos longe do rosto por uma presilha dourada que combinava exatamente com a cor de seu vestido. O modelo simples valorizava seu corpo sem exageros, permitindo que sua beleza natural fosse o centro das atenções.

— Obrigada, loirinha. — A irmã de Ash disse. — Não foi fácil ficar pronta em um prazo tão curto.

— O que não teria acontecido se você não tivesse ficado obcecada em ensaiar.

— Culpada. — Calista admitiu, corando de novo sob as camadas de base e blush. — Sobre isso ... Eu sinto muito, Serena. Você tinha razão, é da sua conta e você é uma ótima amiga por ter me chamado à razão quando precisei. Minha reação foi imperdoável.

— Está tudo bem. — Serena assegurou calorosamente. — É o nervosismo de estreia. Eu sei bem o quanto é difícil.

— Não estou nervosa.

— Fale isso para suas mãos. — A loira provocou. — Estão tremendo.

— Impressão sua.

Mas Calista rapidamente escondeu as mãos atrás das costas, por via das dúvidas.

As duas jovens e suas pokemon esperaram juntas, ansiosas por sua vez. A morena assistia com tanta concentração que só voltou a si quando Serena lhe chamou. Ela se virou para a jovem com um olhar inquisitivo.

— Ande logo. — A performer kalosiana disse. — É a sua vez.

— O que?!

Braixen avançou com um revirar de olhos, dando um empurrão leve na morena. Ainda naquela espécie de transe, quase sem saber o que fazia, a jovem avançou para o palco, correndo brevemente os olhos pela plateia.

Ash, Bonnie e Clemont lhe acenaram, gritando seu nome a plenos pulmões. Angel flutuava acima da cabeça do rapaz kantoniano. Ela acenou para sua companheira e fez uma pirueta, imitando uma líder de torcida. Calista deu uma risadinha ao ver aquilo, seu nervosismo cedendo um pouco enquanto ela erguia a mão direita em um aceno, cumprimentando o público. Sua expressão relaxou em um sorriso confiante assim que a música começou.

Quem iniciou a coreografia foi a morena, dando uma pirueta enquanto Mirabelle usava Estrela Cadente e Tony, seu Delcatty, usava Bola das Sombras. A esfera sombria colidiu com as estrelas do ataque da pokemon tipo Fada, criando uma chuva de faíscas douradas sobre o palco.

Calista ficou na ponta dos pés, trocando o peso rapidamente de uma perna para a outra antes de saltar e estender uma das mãos para pegar uma das minúsculas estrelas cintilantes. A estrela brilhou na palma de sua mão aberta, mas a jovem tropeçou assim que seus pés tocaram o palco.

Mirabelle foi rápida e segurou a morena pelos pulsos, impedindo que caísse e disfarçando o erro usando o gesto como ponto de apoio para saltar por cima de sua treinadora, girando suas fitas no ar para formar um círculo através do qual Tony saltou com uma graciosa pirueta.

Treinadora e pokemon trocaram um rápido olhar. Calista sabia que ninguém havia percebido seu erro, mas mesmo assim o fato de tê-lo cometido a fez ficar hiper consciente, alerta a cada gesto que fazia, o que a distraiu e levou-a a perder o ritmo. Apenas sutilmente, mas Mirabelle notou. Por baixo dos grossos cachos negros de sua treinadora, onde ninguém perceberia, a Sylveon lhe deu um tapa no ombro com suas fitas.

Concentre-se, aquele gesto e o olhar desaprovador da pokemon disseram claramente.

Estou tentando, Calista pensou, esboçando um sorriso de desculpas para sua parceira.

— Ela não parece nada bem. — Bonnie comentou, preocupada. — Não acha, Ash?

— Ela só está nervosa. — Foi a resposta do rapaz. — A Caly vai superar essa, espere pra ver.

Mas Calista não superou, e os pequenos erros de timing na coreografia continuaram. Era quase imperceptível, um estranho com certeza não notaria. Ash, porém, conhecia sua irmã bem demais. Cada giro, cada sorriso pareciam forçados. Para ele, o nervosismo de Calista era óbvio em cada um de seus movimentos.

— Que droga, Caly. — Ele murmurou para si mesmo. — Se controle, mana.

O encerramento da coreografia começou bem, com Mirabelle usando suas fitas para lançar Tony o mais alto possível no ar enquanto o Delcatty usava Carga Selvagem. Isso envolveu o pokemon felino em faíscas elétricas, que giraram ao seu redor enquanto ele fazia uma série de acrobacias antes de aterrissar com leveza no palco. Mirabelle então usou Explosão Lunar na direção do chão, criando uma onda cor de rosa que pareceu varrer o palco enquanto ela e Calista davam um impressionante salto mortal.

A Sylveon girou duas vezes sobre si mesma e aterrissou perfeitamente sobre as quatro patas, mas sua treinadora não se saiu tão bem. A morena perdeu o equilíbrio mais uma vez e caiu de costas, o que causou várias exclamações de horror da plateia. Calista, porém, mal percebeu esse fato. Sua atenção estava fixa na mulher de cabelos castanhos, quase invisível contra a parede mais distante do enorme auditório.

A estranha usava jeans e moletom, com os cabelos caindo suavemente sobre os ombros em uma cascata cor de chocolate. Mas não foi a aparência dela que lhe chamou a atenção. Honestamente, Calista não a teria percebido se não fosse pelos olhos. Os olhos da mulher misteriosa eram de um intenso azul-celeste, quase como duas pedras preciosas, que a fitavam com um misto de preocupação e desapontamento. E Calista conhecia aqueles olhos.

Não! A morena pensou, em pânico. Por favor, que eu esteja enganada. Não pode ser ela!

Mas era. Não havia como confundir aqueles olhos azuis, ou aquele rosto de porcelana. Antes, porém, que Calista sequer pensasse em agir, a mulher de cabelos castanhos girou nos calcanhares e deixou o auditório.

Um focinho gelado tocou sua bochecha, tirando-a do estupor, e a irmã de Ash se voltou para encontrar os olhos lilases de Mirabelle, que a fitavam com preocupação.

— Não se preocupe, fadinha. — A morena sussurrou ao se pôr de pé. — Eu estou bem.

Ela e seus dois pokemon agradeceram ao público com sorrisos e uma reverência antes de se retirarem para os bastidores.

— Caly! — Serena exclamou, correndo ao seu encontro. — O que foi que aconteceu? Você se machucou?

— Não, eu estou bem. Só não pratiquei aquele salto tanto quanto deveria. — A morena respondeu, forçando um sorriso para sua amiga. — Vá, é a sua vez. Quebre a perna, Serena.

A jovem assentiu, retribuindo o sorriso. Assim que ela se afastou Calista entrou em um dos provadores desocupados e trancou a porta, se recostando contra a parede com um suspiro de derrota. Tony miou alto e cutucou a palma de sua mão direita com o focinho. Ela o acariciou distraidamente.

— Me desculpem, pessoal. — Calista disse. — Vocês foram ótimos. Me desculpem por estragar tudo.

Para sua surpresa, Mirabelle negou com um aceno enfático e pulou para seu colo, envolvendo-a com suas fitas azuis. A jovem retribuiu o abraço, seu braço livre ao redor de Tony, que enterrara a cara peluda em seu ombro, ronronando alto. Os três ficaram em silêncio, completamente imóveis, pelo que pareceu uma eternidade.

— Certo, certo. — Calista disse enfim. — É melhor irmos encontrar os outros antes que eles comecem a se preocupar. Vou pegar minha bolsa e trocar de roupa.

O grupo se reuniu pouco tempo depois. Serena ainda usava o vestido vermelho com qual se apresentara. Calista já estava de jeans e camiseta. Para surpresa de todos, a morena havia removido até mesmo a maquiagem, e prendido seus rebeldes cachos negros em um displicente rabo de cavalo.

— Não acredito que você não venceu! — Bonnie exclamou, desapontada. — Mesmo que você tenha errado no final, sua coreografia foi incrível!

— Eu fiquei em quinto lugar, baixinha. — A irmã de Ash a lembrou gentilmente. — Levando em conta a besteira que fiz, foi um bom resultado. Eu esperava uma colocação pior.

— Nem pensar! — A irmãzinha de Clemont protestou com veemência. — Você merecia uma classificação melhor. Certo, pessoal?

— Com certeza. — Ash concordou — Você foi ótima, mana. Apesar da sua ... Besteira, como você mesma disse.

— Obrigada. — Calista sorriu, agradecida. — Hey, quem quer sorvete? Eu adoro sorvete depois de uma apresentação.

— Eu! — Bonnie exclamou, animada. — Eu quero!

— Nada disso. — Clemont interferiu. — Falta uma hora para o jantar. Nada de doces, Bonnie.

— Você é um chato, irmãozão.

A menina cruzou os braços e fez biquinho, contrariada, virando as costas para seu irmão mais velho com um "humf" bem audível. Calista e Ash riram.

— Eu vou com você. — O moreno disse. — Mas só se for agora.

— Tudo bem, então. — A jovem aquiesceu, já prevendo pelo olhar de Ash o que a esperava. — Pessoal, nos vemos no centro pokemon. 

Os outros concordaram e os irmãos Ketchum se afastaram juntos. Assim que se viram longe do grupo Ash parou de andar e segurou sua irmã pelo pulso, puxando-a para fora do caminho.

— Ok, pode falar. — Ele disse severamente. — O que aconteceu lá, no final da sua apresentação? Que diabos foi aquilo?

— Falta de prática. — A performer kantoniana deu de ombros casualmente. — Só isso.

— Conversa fiada! — Ash exclamou, frustrado. É claro que sua irmã não admitiria facilmente uma fraqueza, mesmo que fosse óbvia. — Você tem praticado aquele salto há semanas. Eu vi. Então não me venha com essa bobagem. O que aconteceu? Desembucha, Caly!

— Você tinha razão, Ash. — A morena admitiu depois de alguns segundos, para total surpresa de seu irmão mais novo. — Eu devia ter esperado. Não estava pronta.

O rapaz percebeu a vergonha na voz de sua irmã mais velha e desistiu de insistir no assunto. Não seria justo com ela. Ele queria simplesmente ajudar, não machucá-la mais ainda.

— Então fique pronta. — Ele disse simplesmente. — Ensaie mais e faça melhor na próxima performance. E não tente resolver tudo sozinha, também. Promete que vai me dizer se estiver com problemas da próxima vez? Sabe que eu só quero ajudar, não sabe, Caly?

— Está bem. — Calista forçou um sorriso enquanto seu irmão mais novo estendia uma das mãos para puxar carinhosamente a ponta de seu rabo de cavalo. Por dentro, ela só queria fugir. — Eu prometo.

Mais tarde naquela noite, quando finalmente ficou sozinha, a jovem deixou que sua frustração irrompesse na forma de lágrimas.

Calista. A voz doce de Angel soou em sua mente. Não seja tão dura consigo mesma. Todos cometem erros.

Sim. A morena concordou tristemente. Mas esse erro pode me custar tudo.

Não vai. A pokemon garantiu. Você não pôde sentir as emoções daquelas pessoas como eu pude. Eles a adoram. Verdadeiramente a adoram, não importando quantos erros você cometa.

A morena se voltou e esboçou um sorriso para a pokemon aninhada ao seu lado.

Obrigada, anjinha.

A Meloetta sorriu de volta e estendeu uma das mãos para acariciar gentilmente a bochecha de Calista. A irmã de Ash chorou até dormir naquela noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pokémon - Laço Eterno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.