Twilight in Titanic escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 9
Capítulo 9




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Capítulo 9

Esme não viu quem foi que gritou porque foi distraída por um solavanco, pensa que foi Carlisle. Aproveita que o bote está perto do convés inferior e pula de volta para o navio.

Carlisle a acompanhava com o canto do olhar e viu quando ela se precipitou. Por um momento achou que ela fosse cair fora do Titanic, mas quando viu que ela conseguiu, pois foi ajudada a subir a bordo, foi correndo ao seu encontro no andar de baixo.

— Esme! – a abraça. – Sua maluca! – se o coração dele ainda batesse quase teria parado naquele segundo. – O que você estava pensando, Meu Deus! – sim ele é vampiro, mas se ente à vontade para falar em Deus. Não se considera uma criatura do mal.

— Você está bem Carlisle eu ouvi o grito – ela não acredita no que está vendo, ela viu o punho de Charles acertar seu rosto angelical. Uma coisa era bater nela, outra bater em seu amigo. Ela não podia permitir.

— Eu estou bem e você? Você foi muito corajosa.

Ninguém jamais disse para ela algo assim. Só focavam no perigo e não viam do que ela era capaz.

— Carlisle como...?

— Eu não sou humano – ele explica aproveitando o tumulto e que niguém presta atenção neles.

— Pelo contrário, você é a pessoa mais humana que conheci em toda a minha vida.

— Eu não sou um ser humano Esme. Quando eu lhe disse que iria sobreviver, queria dizer que não posso mais morrer.

— Você não parece um... vampiro – ela já leu Drácula e ele não tem muito a ver com o conde.

— Mas é isso que eu sou Esme. Eu nasci em Londres sim, mas só que no século XVII.

— Você se alimenta de que? Eu vi que você jantou outro dia conosco.

— Posso comer, mas meu corpo não digere alimentos sólidos como o seu. Sobrevivo com uma dieta ortodoxa e bebo somente o sangue de animais. Por isso meus olhos estão cada vez mais escuros quando me encontra, devido a sede.

— Como você consegue ser médico?

— Eu pratiquei por vários anos, eu sabia quem eu queria ser, não queria ser um monstro mesmo tendo me tornado um vampiro. Só coloquei-me a disposição quando tinha certeza de que não poria a vida de nenhum humano em risco com a minha presença. Me tornei médico apenas quando eu tinha certeza.

— Deve ser difícil para você.

— Agora eu suporto e não é mais uma tortura. Eu quero ser bom e não me importava em ter que me sacrificar. Não quero machucar uma pessoa nunca.

— Ah Carlisle, você é tão admirável por isso!

— Não Esme, não sou, não faço nada de mais. Eu não deveria existir. Fazer o que faço é o mínimo.

— Se você não existisse só haveria outros vampiros que bebem sangue humano, não é verdade?

— Sim, somos poucos ‘vegetarianos’.

— Vocês são muitos vampiros?

— Não, apenas cerca de quinhentos. Nossa população não é tão adaptável quanto a espécie humana que vive quase em todo o planeta.

Os dois sobem até a primeira classe e procuram por um bote, mas todos já saíram.

— Ah não os botes salva-vidas já partiram! – diz ele.

— E agora Carlisle?

— Não se preocupe Esme, vou conseguir salvá-la, tenho um plano B. Vamos até a proa.

— Não vai demorar muito a água está subindo depressa.

As comportas não funcionaram devido ao tamanho do estrago feito pelo iceberg.

— Venha comigo – ele pega na mão dela e leva para a parte dianteira do navio.

Correm na direção oposta a que vieram e chegam na ponta.

— Segure na grade – quando ele termina de falar o Titanic se levanta e algumas pessoas que não estavam agarradas em alguma coisa acabaram escorregando.

— Não consigo Carlisle, me ajude!

— Estou bem aqui do seu lado Esme, não vou deixar você cair.

— Vamos ficar o maior tempo possível no navio. Quando eu disser prenda o fôlego e nade para longe.

— Não vou soltar sua mão Carlisle.

— Por favor, Esme, você precisa fazer isso para aumentar sua chance de sobreviver. Me ajude a te ajudar.

— Eu quero ser igual a você.

— Agora não, eu prometo que mais tarde. Agora vamos passar por isso. Eu vou encontrar você depois, confie em mim.

— Eu confio.

O Titanic vai afundando até que fica totalmente submerso embaixo d’água. Esme nada e procura voltar à tona. Por um instante ela se distrai e parecia não saber para onde ir mas sente uma força provocada pelo empuxo do navio então sabe que é a direção contrária que deve seguir.

Ela chega na superfície e encontra entre os destroços que flutuam no oceano, uma das portas dos quartos e sobe nela. Quando se instala chama aflita:

— Carlisle! Carlisle! – ela tenta gritar o mais alto que pode em meio ao barulho das centenas de pessoas.

Esme não sabia que ele poderia ouvir até se ela sussurrasse, pois consegue escutar até o som das batidas do coração dela.

— Estou aqui Esme, como eu prometi – ele aparece ao lado dela para seu alívio.

— Suba, tem espaço suficiente para dois aqui – ela convida.

— Obrigado Esme, mas não precisa. Além do mais eu iria fazê-la virar – complementa ao ver a expressão aflita dela. – Não se preocupe comigo. Eu vou sobreviver mesmo na água gelada porque nós vampiros somos frios e não sentimos a temperatura como vocês humanos. Nós vampiros somos frios para vocês.

— É verdade, eu me lembro aquele dia no convés quando você me puxou para dentro do navio. Suas mãos estavam frias, mas eu nem me preocupei com isso porque a noite estava gelada e as minhas próprias mãos pareciam pedras de gelo. Mas você tem certeza que vai ficar bem, querido?

— Absoluta. Além do mais é melhor que eu fique o mais longe possível de você porque minha temperatura baixa poderia afetá-la e fazer mal.

— Eu morreria feliz em seus braços.

Apesar de Esme estar falando sério Carlisle releva e entende que é o frio que está afetando seu raciocínio.

— Eu não quero matá-la.

— Eu quero ser sua esposa e para isso eu sei que preciso me tornar vampira também. Quero que você me morda.

— Você vai sobreviver Esme, não vou permitir que morra.

— Estou com muito frio Carlisle! – ela diz com a voz fraquinha e os dentes batendo.

— O Carpathia logo vai chegar – ele diz tentando passar segurança e otimismo.

A situação é realmente complicada. Se já é assim para ele que é um vampiro é muito mais difícil para os humanos. Muitos ele sente que já morreram ou estão agonizando. Carlisle queria poder fazer alguma coisa. Ele queria tanto ser quente, mas é melhor que Esme não tenha que se preocupar com ele. Se pudesse sair dali! Um dia ele vai levar Esme para uma praia mais quente.

— Carlisle?

— Sim Esme?

— Posso perguntar uma coisa?

— Sim, tudo o que você quiser saber, se eu puder responder eu direi.

— Como você se tornou um vampiro?

— Foi em 1663 e eu tinha 23 anos. Meu pai estava idoso e me encarregou de caçar os monstros que ele acreditava que existiam no mundo. Eu acabei encontrado um grupo de vampiros de verdade no esgoto da cidade que saiam de noite para caçar. Eu reuni um grupo e ficamos esperando os monstros saírem quando finalmente eles apareceram um deles veio para cima de mi ao perceber que estávamos lá. Ele só me deixou porque os outros vinham, mas ele era forte, muito forte, mesmo com sede e escolheu fugir e me deixou ali na rua.

— O que você fez depois?

— Morrendo de dor me arrastei até um galpão abandonado e me enterrei em batatas podres durante o processo de transformação.

— Demora muito?

— Dois ou três dias até o veneno infectar todo o corpo através da corrente sanguínea. Depende de onde e como foi a mordida. No meu caso demorou mais porque não foi tão certo.

— Como você sabe tanto?

— Depois que acordei como vampiro estive por alguns anos com outros.

— E como você descobriu que não precisava beber sangue humano para sobreviver.

— Foi um pouco antes disso quando eu despertei e percebi no que tinha me transformado e fiquei tão mal que não podia suportar a ideia de ter que machucar uma pessoa para continuar vivo ou fosse o que fosse que eu estava. Fiquei dias sem me alimentar e me escondi em uma caverna para morrer de fome. Preferia morrer a ter que matar alguém. Quando um rebanho de alces passou perto da entrada da caverna e eu senti seu cheiro, o sangue deles foi tão apelativo para mim que ataquei todos.

— Desde então você vive sozinho?

— Sim, me dedico apenas aos meus pacientes.

— Mas até você poder ser médico demorou muito tempo?

— Sim eu queria ter certeza que não faria mal a ninguém. Eu queria salvar vidas não matar.

— Por que você faz isso?

— Não sei. Deve ser pela minha mãe, o que eu contei é verdade sobre ela. Ela morreu no dia em que nasci.

— Sinto muito!

— Os vizinhos diziam que eu pareço muito com ela. Deve ser verdade, por isso meu pai me odiava tanto.

— Ele era muito ruim com você?

— Ausente e só me insultava ou reclamava. Nunca me incentivava ou demonstrou qualquer afeto por mim. Acho que ele me culpava por ter matado sua esposa.

— Se você pudesse conversar com ele iria pedir por que?

— Se ele soubesse que eu sou um vampiro iria querer distância. Por isso não voltei para casa. Eu não contei, mas ele era pastor anglicano muito religioso. Eu cresci dentro da igreja.

— Ah! – Esme parece satisfeita por enquanto e já sabe o suficiente sobre seu futuro marido.

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