Twilight in Titanic escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 6
Capítulo 6




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13 de abril de 1912

No horário marcado para o jantar, Carlisle comparece e ao ver que Esme está sozinha enquanto Charles dá o braço para a sogra se oferece para acompanhá-la. Espera até ela terminar de descer as escadas e pega sua mão e beija:

— Você está linda – a elogia.

— Obrigada, você também está bonito de terno. Por que não o usa mais vezes?

— Só de vez em quando eu preciso participar de algum jantar beneficente para arrecadar fundos para os hospitais nos quais trabalhei. Na maior parte do tempo fico com roupas menos formais. As pessoas iriam estranhar um médico atender de paletó e gravata.

— Antigamente era assim que os médicos faziam.

— Sim, é verdade. Mas as enfermeiras já ficam malucas ao me ver todos os dias vestido normalmente, imagina se me vissem de terno!

— Ah, isso é porque você é lindo com qualquer roupa. Mas se não gosta do assedio, suponho que seja casado, não?

— Ainda não.

— Você deve ser muito exigente.

— Não sou, eu só quero que minha esposa me veja além da aparência.

— É verdade. A beleza passa com os anos, não é eterna. - Ela ainda não sabia que no caso dele a beleza é perpétua. – Tomara que você encontre uma mulher que realmente o mereça.

— Tomara. – Ele tenta disfarçar como se sente perante ela, mesmo que Esme esteja comprometida.

Ela também sente algo por ele. Desde a primeira vez que o viu nunca foi capaz de tirá-lo dos pensamentos. Charles serve para mostrar o quanto ele é diferente. A vida com Carlisle seria tão maravilhosa, ela imagina. E pelo jeito não está errada.

Os dois chegam ao salão de jantar e Carlisle puxa a cadeira para ela sentar e fica do seu lado esquerdo enquanto Charles senta ao lado de Katherine, mãe de Esme.

Em outra mesa estão Edward e sua mãe entre outros parentes. O Sr. Masen não veio, pois ficou cuidando de negócios na Inglaterra e pegaria o próximo navio para voltar para os Estados Unidos. O menino ficava observando Esme e Carlisle e só parou quando Esme percebeu e lhe disse ‘Oi’. Ele ficou tão envergonhado que não olhou na direção deles o resto da noite.

Ao lado deles em outra mesa estavam juntos o capitão Smith, Bruce Ismay e Thomas Andrews.

...XXX...

 

Charles puxa conversa depois do jantar:

— Então doutor como está o trabalho no hospital?

— Tudo muito bem, você sabe, apenas casos simples de enjôo e pequenos ferimentos.

— É sempre bom saber que temos um médico a bordo a quem recorrer caso necessário. Mas a quantidade de passageiros do Titanic é grande, não deveria ter mais médicos? É como uma cidade.

— Todos os navios tem uma equipe médica, isso não é exclusividade do Titanic. Eu sou apenas o médico contratado, mas acredito que há muitos colegas entre os passageiros que poderiam intervir em alguma situação de emergência até o socorro chegar. Nós médicos estamos sempre prontos.

— A medicina é um dom, é uma profissão tão bonita! – diz Esme.

— Soube que o senhor nasceu em Londres, é verdade? – pergunta a mãe dela. – Você nem tem sotaque.

— Sim, mas eu mudei com meu pai para a América quando criança.

— O que houve com sua mãe?

— Ela morreu quando eu nasci.

— Oh me desculpe, eu não sabia – ela fica tão constrangida que não fala mais nada o resto da noite.

— Por isso o senhor se tornou médico? – indaga Charles. Por remorso?

Ele fica satisfeito por encontrar uma vulnerabilidade no rival. Mas esse não é o ponto fraco de Carlisle, ele não tem nenhuma fraqueza como o outro pensa.

— Acho que sim. Meu pai sempre me culpou pela morte de minha mãe.

— Oh! Vamos falar de outra coisa? – pede Esme.

— Sobre o que você quer falar, querida? Anáguas e paetês? Ou será sobre seda e rendas? – debocha Charles. Qualquer um pode ver que ele já está embriagado. – Vem conosco ao salão de fumar doutor Cullen? – diz ao se levantar.

— Não obrigado, eu não fumo. Fumar faz mal a saúde.

— Ah sim sim, é claro, você é médico. É bom que alguém fique com as mulheres – ele diz como se pensando que Carlisle fosse um ‘dândi’.

Ele fica preocupado com o que Charles pode fazer com Esme. Ela já passou por isso diversas vezes. Geralmente ele fica tão bêbado que logo adormece depois de começar a abusar dela. Às vezes ela se esconde dele até passar a carraspana.

— Na verdade, já está na hora de ir, pois amanhã volto ao trabalho mais cedo.

— Ah, fique! – pede Katherine.

— Me desculpe, mas eu preciso mesmo ir.

— É sempre bom ter com quem contar! – diz Charles.

— Não se machuque Charlie! – Esme diz preocupada de verdade com o noivo e isso deixa Carlisle ainda mais admirado por ela se importar por alguém que não lhe demonstra o mínimo de zelo.

— Pode nos acompanhar até o quarto Dr.? – pede Katherine para Carlisle e enrubesce ao se dar conta de como ficou estranho seu convite.

— Minha sogra está dando em cima de você, doutor. Que vergonha o Sr. Platt morreu há pouco tempo e você faz isso? – Charles comenta rindo. – Gosta de mulheres mais velhas, doutor?

Ele nem imagina quantos anos Carlisle tem na verdade, ela jamais poderia ser velha demais para ele. Talvez ele seja velho demais para ela. E para Esme também.

— Eu não estou tão velha! Acabei de passar dos trinta. – protesta Katherine. – Não me entenda mal doutor, eu não quis dar em cima do senhor. Você poderia ser meu filho.

— Papa anjo! – Charles rebate e continua rindo tanto até chorar.

— Charlie, não fale assim com a mamãe – intervém Esme.

— Vão dormir e me deixem em paz – responde Charles e sai com os amigos.

— Eu as acompanho, vou descer aos meus aposentos – diz Carlisle.

— Obrigada – Katherine agradece.

Esme e Carlisle saem do salão e ficam esperando pela mãe dela. Quando estão sozinhos ela diz:

— Desculpe minha mãe, ela às vezes fala demais, mas nunca é por maldade.

— Eu sei, eu já me acostumei e estou bem ao falar nesse assunto. Diga a ela que não se preocupe.

Não é o que Katherine disse que o incomodou, mas o jeito como Charles ficou ao saber que Carlisle foi culpado pelo pai pela morte da mãe. O médico percebeu a diferença.

— Sinto muito você não ter conhecido sua própria mãe. Meus pêsames! Eu imagino como se sente, papai morreu há algum tempo.

— Obrigado Esme!  

Ele lembra de ter ouvido Charles dizer isso.

A mãe dela finalmente aparece:

— Por que demorou tanto mamãe? – interroga Esme, assim que a senhora passa pela porta.

— Encontrei uma amiga que não sabia que estava no Titanic também – Era Isabel, mãe de Alice. A filha não quis vir, pois sentiu, ou melhor, pressentiu o desastre. Insistiu para a mãe não ir, mas ela não se deixou convencer pelos pedidos da filha mais velha.

— Vamos senhoras? – Carlisle oferece os braços para as duas, como um cavalheiro. Esme fica em seu lado esquerdo e Katherine no direito.

...XXX...

 

Minutos depois os três chegam até as cabines e se despedem:

— Obrigada doutor – agradece a mãe de Esme. – Tenha uma boa noite!

— Não há de quê, foi um prazer ajudá-las. Boa noite Katherine. – a mãe de Esme não quer que a chame de Sra. Platt. Não por não gostar, mas porque a faz sentir velha.

— Boa noite Carlisle! – diz Esme sorrindo.

Ah, o sorriso dela é tão bonito que quase faz com que ele conte tudo para ela.

— Boa noite Esme!

Ele observa as duas entrarem em seus quartos e prossegue pelo corredor até chegar na sua cabine. Entra e senta na sua cama. Será mais uma noite em claro como tem sido desde 1663, mas agora ele terá uma doce recordação, porque a memória de vampiro é infalível e é como se tivesse tirado uma fotografia de Esme tão perfeita a lembrança dela. E o perfume dela é quase tão provocante que o faz perder a cabeça! Ela é tão linda! Ah, se ela soubesse como ela tem deixado esse vampiro! Uma simples menina fazer tudo isso com um vampiro com quase trezentos anos!

...XXX...


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