Twilight in Titanic escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 4
Capítulo 4




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 12 de abril de 1912

Na manhã seguinte Esme e Charles estão tomando o café da manhã quando ele lhe diz:

— Não quero mais que você saia sem companhia, entendeu?

— Achei que você já tivesse superado seu ciúmes. Eu já disse que não tenho ninguém e fui ao hospital ontem. Nem amigas você deixa eu ter! Parece que os comprimidos estão funcionando e não sinto mais aquele embrulho no estômago e ânsia de vômito - diz para arrematar e reforçar.

— Esme, entenda que você é MINHA noiva e tem que me respeitar! Fiquei parecendo um idiota ontem que não consegue nem controlar uma adolescente mimada.

— Não sou sua propriedade Charles – o insulto mesmo leve provoca seu orgulho.

— Você é MINHA noiva – ele levanta enfurecido e vira a mesa. - Fui claro!

Esme soluça apavorada e assente:

—S-sim.

— Boa menina! – diz Charles e sai dali.

Esme ajoelha no chão e começa a ajuntar a louça quando a empregada chega:

— Pode deixar que eu limpo senhora – a moça percebe o quanto Esme está abalada.

— Desculpe.

— Tudo bem. Não deveria provocar o Sr. Evenson, você sabe que ele é bravo.

— Você sabe?

— Sim senhora eu sei de tudo. Eu gosto tanto da senhora, não quero vê-la machucada.

— Obrigada Carol.

— Vai ficar tudo bem, não se preocupe – abraça a patroa.

Esme sabe que não está nada bem.

Ela deveria saber que ele não deixaria por menos o desafio no que ela disse. Mas foi sem pensar. Quando viu já tinha falado. Ele atacou seu brio quando a ofendeu. Ela não é mimada, nem nunca foi. O que ele disse foi injusto. Ela sabe do que ele é capaz, já está mais do que provado; disso ela tem certeza, ele já mostrou que não conhece limites. Ele é que foi mimado pelos pais, nunca nada lhe foi negado, davam tudo que ele queria, por isso ele não aceita ser contrariado, e diz que ela foi mimada. O que aconteceu agora reforça ainda mais o que ele faria. Ela caiu como um patinho na armadilha.

Ele bate nela até, agora ela não tem mais dúvidas de que se estiver mesmo grávida vai fugir assim que chegarem em Nova York para poder ter o filho em paz. Nenhuma criança merece crescer em um lar assim, vendo a mãe apanhar do pai. Isso nem é um lar.

...XXX...

 

Naquela noite depois do jantar quando estava sozinha, pois sua mãe foi dormir e Charles ficou no salão de fumar conversando com seus amigos, Esme saiu correndo de sua cabine em direção a parte traseira do navio.

Ela estava farta. Já chega, vai dar um basta nesse tormento. Não consegue mais ver nenhum motivo para continuar viva. Esme sabe que não está grávida como temia e se tivesse que abortar preferiria fugir.  Era isso que faria se precisasse, mas seu fluxo desceu hoje, Graças a Deus, ela não precisa se preocupar se vai matar outra pessoa. Vai dar um fim a esse sofrimento. Não vê porque passar por  isso. Sua mãe que lhe perdoe, mas  ela não deveria exigir tamanho sacrifício da filha.

Esme sobe a grade de proteção e passa para o lado de fora do navio quando ouve alguém se aproximando – se ele quisesse, ela não teria percebido.

— Não se aproxime ou eu vou pular - ela avisa.

— Não faça isso – diz a voz familiar. – Se você for eu vou atrás.

Quando ela vira um pouco a cabeça para ver quem é, pois não acreditava apenas em seus ouvidos, precisava também ver, percebe que é Carlisle. Ele está aqui, ela não pensou nele antes de tentar se suicidar. Por ele ela poderia suportar. Faria qualquer coisa por ele. Mas será que ele iria aceitá-la mesmo depois de tudo? Ela acaba se desequilibrando e o sapato escorrega, e ela quase cai sem querer no mar. Por um instante a expressão dela fica apavorada.

— Esme! – ele exclama vindo segurá-la, mais rápido do que qualquer humano.

Ela sente as mãos frias do médico, mas não diz nada, pois a noite está mesmo gelada e é normal que elas estejam assim. Observa as mãos dele e elas são grandes e seguras, como ela gostaria que essas mãos a protegessem para sempre! Queria sentir isso com seu marido.

Ele facilmente a puxa para dentro e a abraça. Por um instante Esme percebe que pode confiar nele.

— Por um momento tive medo de perdê-la, o que você estava fazendo?

Esme fica emocionada com a preocupação dele. Ele realmente se importa com ela! É a primeira pessoa que demonstra isso em anos.

Ela percebe que ele não vai acreditar em alguma coisa que ela inventar então decide contar-lhe a verdade, pois ele merece saber:

— Eu queria me matar.

— Por quê? – ele pergunta realmente interessado. – Você é tão jovem, tem a vida toda pela frente.

— Não posso explicar... – ela queria muito contar, mas é uma longa história. Abaixa sua cabeça e olha para as próprias mãos. Seus dedos doem e parecem pedras de gelo.

Carlisle nota o anel de noivado na mão dela.

— Você já está noiva?!

— Sim – ela confirma. – Meu pai arrumou o casamento pouco tempo antes de partir.

— E ele, seu noivo, não é bom com você, porque se fosse você não teria tentado se suicidar. E sua mãe sabe disso?

— Sim, ela sabe, já pedi ajuda para ela, mas ela não me ouve. Quer que eu me case para salvar a nossa fazenda que está na família a gerações.

— E isso a custa da felicidade da própria filha. Me desculpe, mas isso não é certo, sua alegria é mais importante do que uma propriedade.

— Infelizmente é isso sim, acredite. – ela entende assim, não tem outra maneira de ver o que está acontecendo.

— Eu não sou pai, mas jamais faria uma coisa dessas com minha filha. Não a obrigaria a se casar com um homem que ela não ama e que ainda por cima a maltrata.

‘Quantos anos então será que ele tem?’ pensa Esme.

Passos apressados se aproximam e os dois param subitamente e ficam se entreolhando.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

- Essa cena da mesa foi uma das mais marcantes que já vi em toda minha vida!



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