Muito tempo depois apenas um dos botes salva-vidas voltou para resgatá-los. Carlisle ajuda Esme a subir, pois ela já estava ficando paralisada pelo frio.

Alguém percebe a temperatura do médico e lhe entrega um cobertor:

— Nossa doutor o senhor ficou na água todo esse tempo?!

Ele assente e se acomodam no bote ao lado de outros que foram resgatados, entre eles Rose (Dewitt Bukater) Dawson.

Horas depois do naufrágio eles foram resgatados pelo Carpathia. A bordo do navio que os resgatou eles não encontraram Charles, apenas Katherine e Caroline:

— Mamãe!

— Minha filha! Graças a Deus você está bem. O que a fez pular daquele jeito? Eu quase tive um infarto! – ela dramatiza. – Ai que alívio vê-la bem, rezei tanto por você!

— Carlisle cuidou de mim.

— Devo-lhe a vida de minha filha mais uma vez doutor. Sabia que você estaria com ela – abraça a filha. – Obrigada.

— De nada. Você não me deve nada, foi um prazer ajudar.

— Mamãe, quero casar com ele. Nós já conversamos e decidimos – declara Esme.

Carlisle aquiesce.

— Eu sabia que vocês iriam ficar juntos, mas e Charles?

— Não o encontramos aqui e mesmo se ele estivesse... Que Deus o tenha - Esme diz para não ficar com a consciência pesada. Ela não é como o ex-noivo. Sabe que pelo que ele fez vai direto para o inferno, ou no mínimo vai ter um longo purgatório. Deus não vai deixá-lo impune, mesmo que seja muito misericordioso. Charles foi tão mau que não tem como escapar do castigo.

— Eu não permitiria que ela voltasse para aquele homem. Ela me contou tudo que passou ao lado dele – informa Carlisle.

— Ah, senhora! – diz Caroline. – Que bom revê-la.

— Ah minha amiga! – Esme abraça a empregada.

— Para onde eu vou agora? Trabalhar para a família tem sido minha vida desde que era pequena. Minha mãe foi empregada do Dr. Evenson e eu e o senhor Evenson crescemos juntos. Ele era como um irmão mais velho para mim. Então, Charles morreu no naufrágio do Titanic?

— Acho que sim.

Carlisle se sente um pouco culpado por ter quebrado a mão dele, mas quem quis lhe dar um soco foi Charles. Ele não tem culpa do que aconteceu. Se Charles não fosse violento não teria se machucado.

— Ah! – ela diz com um misto de pesar e alívio.

— Ele alguma vez tentou fazer alguma coisa com você também? – Esme identifica o sentimento tendo sentido ela própria a mesma coisa.

— Sim.

— Você pode ficar comigo. Não prometo um salário tão grande como o que os Evenson te pagavam, mas será suficiente para se manter – diz Katherine.

— Obrigada, estou feliz em poder ficar com quem eu conheço. Não tenho mais ninguém nessa vida, estou sozinha.

— Vamos recomeçar nós quatro juntos – decreta Esme.

Todos assentem.

...XXX...

 - Estamos falidos, não temos mais nada – lamenta Katherine.

— Temos uma a outra mamãe e isso é o que importa – responde Esme.

— Eu não suportaria se você tivesse morrido, mas...

— Vocês duas podem vir morar comigo.

— Ah doutor, muito obrigada. Não precisa fazer isso.

— Eu não poderia abandoná-las agora sabendo como estão. Que espécie de homem eu seria se fizesse isso? Além do mais estou apaixonado por sua filha. Eu sei que o momento não é dos melhores, mas qualquer momento é bom para se declarar. Aproveito para pedir licença para cortejar sua filha.

— É claro que eu consinto. Já consenti desde que estávamos no Titanic. Fui eu quem encobriu vocês para que Charles não descobrisse. Eu sabia o que ele fazia com Esme.

— Ah mamãe, você estava do meu lado e eu pensava que tivesse me abandonado! – diz Esme abraçando a mãe.

— Eu vi em seu olhar eu sabia de tudo. Eu fiquei tanto tempo com você sei o que você quer dizer mesmo sem palavras, querida. Sempre estarei com você filha. Sempre.

— Charles descobriu no final – afirma Carlisle.

— É bom mesmo, bem-feito. Ele fez por merecer, não deveria esperar que eu continuasse com ele depois do jeito que me tratava.

— Não quero atrapalhar. Vou ficar na casa que Esme ganhou do ex.

— Não iria nos atrapalhar, mãe.

— Vou comprar uma casa perto.

...XXX...

Alguns dias depois eles já estão instalados em uma casa no bairro de Queens em Nova York quando Esme se sente enjoada e acorda subitamente ao lado de Carlisle. Ela se levanta e vai correndo ao banheiro onde expele o jantar de ontem.

Carlisle acompanha a noiva, pois já estava acordado. Ele não pode dormir porque é um vampiro e por isso passa as noites velando o sono dela.

— Querida, você está bem?

— Carlisle você não precisa ver isso. Eu estou bem. Foi apenas um mal estar provocado acho pela comida estrada.

— Se fosse a comida não teria demorado tanto. Acho que é outra coisa. Depois verei se sua mãe passou mal, mas agora a minha preocupação é você.

— Eu estou bem agora, querido.

Durante o desjejum pergunta se Katherine sentiu-se mal após o jantar ontem e ela respondeu negativamente. Carlisle fica desconfiado de que não foi um enjôo provocado pela alimentação e por isso indaga quando estão no quarto:

— Esme, desculpe mexer no passado, eu sei que é muito doloroso para você pois ainda é recente, mas você e Charles fizeram sexo alguma vez? – ele nem imagina como um homem pode fazer isso com uma mulher. Ele jamais faria antes do casamento. Não apenas porque seria pecado, mas porque tiraria todo o sentido do matrimonio. As pessoas se casam por algum motivo, principalmente amor.

— Eu sei que tenho apenas dezesseis anos e sou muito nova, mas sim é possível que eu esteja grávida. – ela entende onde ele quer chegar. – Charless  me estuprava quase todos os dias, me perdoe Carlisle – ela diz chorando.

— Esme, meu amor, a culpa não é sua. Ele é que não deveria ter abusado de você. Canalha como ele pode?! Você já era noiva dele, em breve esposa. A não ser que ele não tive intenção de casar...

— Talvez, há alguns dias ele não me forçava mais porque eu disse que estava enjoada.

— Quando você foi ao hospital do navio?

— Sim.

— Você já tinha menstruado? – pergunta o médico.

— Sim, foi pouco antes de você ter cuidado de minha perna quebrada. Desculpe não ser mais virgem, eu queria lhe dar isso, querido, mas Charles me roubou.

— Não importa tanto, agora terei você para sempre ao meu lado, vou ser o último homem para você, você não precisará mais nenhum depois de mim. eu vou lhe dar tudo e tratá-la com muito amor e respeito. Com toda a dignidade que você merece, minha rainha, meu anjo, minha deusa!

— Ah Carlisle, você é tão bom! Eu não sou boa o suficiente para você. Você merecia alguém melhor do que eu.

— Só você é você Esme e é você que eu quero. Você me faz sentir o que eu nunca senti antes em quase trezentos anos porque você não tinha nascido ainda. Eu esperei tanto por você Miss Platt. Valeu a pena.

— Não sou Carlisle. Agora que eu já estou esperando um filho daquele monstro do meu ex-noivo você pode desfazer o noivado comigo que vou entender. Se quiser me repudiar eu terei que aceitar que é seu direito e vou morar com minha mãe.

— Eu não sou esse tipo de homem e jamais faria isso com você Esme. Eu te amo e quero ficar para sempre com você. Você é minha parceira, minha vida agora. Você precisa ainda mais de mim nesse momento. Eu vou criar esse bebê como se fosse meu.

— Muito obrigada querido, eu também te amo tanto.

— De nada.

Carlisle dá um passo a frente e se inclina para beijar a noiva.

...XXX...

Sete meses depois nasceu o filho de Esme e Carlisle e o bebê recebeu o nome de Matthew Peter Platt Cullen. Ele é muito parecido com a mãe, ainda bem, Esme rezava pedindo para que fosse assim para que o noivo atual não lembrasse do ex sempre que olhasse para o filho. Ele não merece, mesmo tendo aceitado o filho de outro homem seria demais para Carlisle ter que suportar ver Charles sempre que olhasse para o filho. Matthew também tem o temperamento da mãe e é uma criança tranquila.

...XXX...