Quarto de Azulejos escrita por Yuma Ashihara


Capítulo 15
Calmaria


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá, as notas serão longas então tenham paciência com a minha pessoa.

Neste exato momento estou no meu trabalho segurando muito o choro, pois finalmente chegamos ao final de uma fanfic e eu sempre me emociono muito nesses momentos. Eu definitivamente não esperava que a fanfic fosse ser tão boa de se escrever e tão boa de se trabalhar em cima dos personagens como Quarto de Azulejos foi, e pensar que esse plot surgiu após um sonho espiritual que me deixou apavorado...

Eu encerro essa fanfic com muito orgulho do que eu consegui realizar aqui, primeiro por finalmente superar o meu medo de terror, pois eu sempre tive um completo CAGAÇO de tudo o que era relacionado a isso, principalmente envolvendo espíritos. E segundo, porque eu raramente consigo encerrar uma fanfic com um final feliz rsrs' Realmente eu não esperava que a fanfic fosse terminar dessa forma, na verdade eu não esperava nada do que aconteceu nessa trama, pois tudo foi muito intuitivo. Eu não me planejei 100% para escrever essa fanfic como normalmente faço com meus outros projetos, e acho que isso me ajudou muito enquanto escrevia, de fato.

A verdade era que Namseok não estava sequer planejado kkk' Na minha concepção original do projeto o Hoseok seria 100% hétero e o Namjoon o melhor amigo super inteligente e valentão. Mas então: De repente Namseok kkk' Mas eu tenho que admitir que eu gostei MUITO de ter tido a oportunidade de desenvolver esse shipp. Primeiramente por não ser muito comum eles se envolverem romanticamente (normalmente os vejo com shipps de amizade), e em segundo lugar porque surgiu tão naturalmente que eu simplesmente resolvi deixar as coisas seguirem o seu curso natural.

Acho que essa aproximação apenas se tornou possível pelo fato deles começarem a trabalhar juntos e Hoseok começar a ver que Namjoon não era esse monstro que ele pensava ser, e também pelo fato de Namjoon apresentar melhoras significativas a cada capítulo que se passava, até chegarmos neste.

EU NÃO ESTOU BEM, OK?

Eu amo e odeio finais de fanfics. É ótimo finalmente terminar e eu fico com aquela sensação gostosa de dever cumprido, mas ao mesmo tempo é triste porque eu fico pensando "QUE QUE EU FAÇO AGORA AAAAA", mas aí eu lembro que tenho outras trezentas fanfics para atualizar e um monte para postar ainda kkk'

Quero agradecer a todos que acompanharam a jornada de Jung Hoseok até aqui, eu tenho cada um de vocês no meu coração. Eu me diverti em cada comentário e surto lido aqui ou pelo whatsapp (para quem tem meu número e ficou me xingando por lá kkk), e espero que vocês gostem desse desfecho tanto quanto eu amei escrevê-lo!

Estarei publicando nas notas finais assim que possível o link do trailer da fanfic e da trilha sonora que me inspirou a escrever as cenas e falas da Reila.

Boa leitura a todos!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783436/chapter/15

Jung Hoseok deixou o hospital psiquiátrico seis meses após a resolução do caso de Sooyoung Reila. Durante este tempo evitou usar o quarto de azulejos novamente, voltando ao que fazia nos primeiros dias, que era dormir no quarto de Kim Namjoon. Porém, aquela altura já não mais temia o homem que pensava ser uma pessoa horrível por ter assassinado os pais. Na verdade estava até mesmo surpreso por se ver engajado em um relacionamento que acabou surgindo de uma forma tão inusitada.

Namjoon havia ficado no hospital psiquiátrico para terminar o seu tratamento. Fora a sua própria decisão continuar ali para cuidar da saúde mental prejudicada pelos anos de abuso que sofreu dos pais, e admitia ter achado ruim em um primeiro momento, porém Hoseok fez um grande esforço para visita-lo o máximo de vezes que conseguia nos meses que se seguiram.

Além disso, outras coisas boas acabaram acontecendo no tempo em que ficou naquele hospital após os episódios de Reila. Acabou desenvolvendo uma forte amizade com Min Yoongi e Kim Taehyung, o que pensava ser impossível por conta do que viveu ao lado dos dois rapazes. Yoongi foi o segundo a deixar o hospital psiquiátrico e agora investia na carreira de pianista, que era o seu sonho desde pequeno. Logo em seguida Taehyung saiu, juntamente com Jungkook, onde acabaram assumindo um relacionamento fora do hospital e se mudaram para o interior, que era a terra natal do Kim, para terem uma vida mais simples lado a lado.

Kim Seokjin saiu do hospital poucos meses depois de Jungkook e, apesar de não ser mais tão próximo do rapaz como era antigamente, Namjoon fazia questão de manter contato, pois apesar de tudo ainda se preocupava com o bem-estar de Seokjin e em como ele se sentia a respeito de tudo. O Jung admitia não saber ao certo o que Seokjin achava do relacionamento que acabou desenvolvendo com Namjoon, e definitivamente pensava que era melhor não saber.

Cerca de um mês depois foi a vez de Park Jimin receber alta, sendo recebido com muita alegria por um Yoongi que estava com tudo planejado para receber o rapaz e dar a ele todo o suporte de que precisava. Hoseok nunca o ouviu admitir, mas tinha certeza de que os dois estavam em algum tipo de relacionamento.

E era justamente por essa onda de melhoras repentina que estava extremamente nervoso, apertando com as duas mãos a bolsa tiracolo que estava carregando enquanto batia freneticamente com um dos pés sobre o chão. Três meses haviam se passado desde que Park Jimin recebeu alta, e no dia anterior havia recebido a ligação eufórica de um Kim Namjoon que tinha acabado de lhe dizer que finalmente sairia do hospital também.

Àquela altura Hoseok mal conseguia conter a ansiedade que sentia, mal sentindo o lábio inferior de tanto que o mordia para se controlar. As mãos suavam frio enquanto esperava encostado em uma das paredes da ala de visitas que lhe era tão familiar, cumprimentando vez ou outra os funcionários que passavam ali e que o conhecia pelo tempo em que ficou internado.

Foi quando finalmente quem mais queria que aparecesse entrou em seu campo de visão, roubando todas as suas atenções. O rosto em formato de coração estava destacado pelo penteado novo, os cabelos pretos jogados para trás de forma despojada. Diferente das outras vezes, Kim Namjoon naquele momento estava vestindo uma calça jeans e uma camisa branca de mangas longas, provavelmente para cobrir as cicatrizes que tinha. O homem alto puxava uma mala com uma das mãos, os olhos escuros e delineados brilhando ao finalmente se encontrarem com os de Hoseok, que naquele momento havia se afastado da parede para se aproximar do Kim com um enorme sorriso no rosto.

Abraçaram-se quando estavam próximos o suficiente, Namjoon largando a mala e enlaçando a cintura de Hoseok ao mesmo passo em que o beijava, logo em seguida escondendo o rosto sobre a curva do pescoço do mais baixo. O Jung não conseguia esconder o enorme sorriso que tinha nos lábios finos, passando uma das mãos pelas costas de Namjoon enquanto a outra afagava os cabelos lisos.

— É tão estranho te ver sem esse maldito uniforme. – Hoseok comentou rindo, e então Namjoon se afastou apenas o suficiente para fita-lo nos olhos com uma das sobrancelhas erguidas.

— Prefere me ver sem roupas, Jung Hoseok? – O Kim perguntou em tom de zombaria. – Você é bem pervertido quando quer, sabia?

— E você é um idiota. – Devolveu a provocação, porém ainda assim não tirou o sorriso do rosto, puxando o mais alto para um novo abraço. – Eu nem acredito que esse dia finalmente chegou! Como você se sente?

— Estranho, mas bem. – Respondeu simplista, suspirando pesadamente e aspirando o odo maravilhoso que Hoseok exalava antes de se afastar. – Apenas estou um pouco receoso do que irei encontrar quando cruzarmos a porta do hospital.

— Em que sentido? – Hoseok franziu levemente o cenho e Namjoon voltou a segurar a mala, passando o braço livre pelos ombros do Jung, puxando-o para o lado de fora.

— Família. – O Kim mordeu o lábio inferior. – Eu acabei herdando toda a fortuna que meu avô deixou para os meus pais, e eu tenho quase certeza de que vou precisar assumir algumas responsabilidades nos negócios da família Kim.

— Acha que vão dificultar o seu trabalho? – Perguntou, vendo o outro balançar a cabeça positivamente.

— Eu tenho certeza disso, mas o que me incomoda é a convivência. Sabe... – O mais alto suspirou pesadamente, fazendo silêncio por breves momentos, ouvindo apenas o som dos passos que ambos davam pelo longo corredor. – Eu não faço ideia de como agir com uma família, não é como se eu tivesse crescido rodeado por parentes que me amassem, então eu não faço ideia do que uma família normal faz, como que uma família normal se comporta...

Hoseok acabou rindo nasalmente com aquilo, balançando a cabeça negativamente. Não podia julgar Namjoon por estar se preocupando justamente com aquilo, afinal, entendia como que para ele deveria ser uma grande dificuldade conviver em família, afinal, nunca em toda a sua vida teve alguma referência familiar onde pudesse se espelhar para tomar como exemplo.

Quando menos perceberam já estavam do lado de fora. Namjoon estreitou os olhos pela intensidade da luz do sol que se chocava contra os olhos delineados. De fato estava muito quente naquele dia, estavam no auge do verão e tudo o que o sol tocava parecia estar mais iluminado. Hoseok então guiou o rapaz para o lado de fora, onde passaram pelos portões que separavam a propriedade do hospital das ruas da cidade.

— Qual o plano? – Namjoon finalmente perguntou, atraindo os olhos pequenos de Hoseok para si.

— Comer. – Respondeu simplista. – Vamos deixar as suas coisas no meu carro e parar no primeiro restaurante caro que encontrarmos, por minha conta!

Namjoon acabou rindo alto com aquilo, afinal, sabia que o trabalho de Hoseok não era um dos melhores.

Hobi eu tenho dinheiro para pagar o nosso almoço, não precisa ficar se apertando por minha causa. – Comentou, e o Jung ficaria indignado se não fosse pelo simples fato de Namjoon o chamar por “Hobi”. Aquele apelido carinhoso dito pela voz grossa do homem ao seu lado fazia o seu coração se aquecer.

Mas, ainda assim, deu um tapa fraco sobre o braço de Namjoon.

— Eu não vou ficar mais ou menos pobre por causa de um almoço! Vamos, e não quero ouvir reclamações! – Disse simplista, arrastando o outro para o próprio carro.

Namjoon ria alto na medida em que era arrastado por Hoseok, mas ainda assim deu uma última olhada no hospital psiquiátrico, suspirando pesadamente. Apesar de ter sido uma fase difícil para a vida de ambos, Kim Namjoon gostaria de esquecer a maior parte das coisas que aconteceram ali.

Guardou as suas coisas na mala do carro de Hoseok, em seguida entrando no banco do carona e colocando o cinto de segurança quando o mais novo deu a partida, rumando pelas ruas da cidade. Os olhos delineados estavam fixos na paisagem urbana do lado de fora, suas expressões sendo atentamente observada por um Hoseok que sorria de canto na medida em que se lembrava das próprias reações quando deixou o hospital. Por mais que tivesse ficado menos tempo que Namjoon e seus amigos, passar seis meses dentro de um lugar como aquele não era tarefa fácil.

Acabou sendo tirado dos próprios pensamentos por uma pergunta repentina de Namjoon:

— Você voltou a sonhar com ela?

O Jung parou no sinal vermelho, finalmente voltando os olhos pequenos para Namjoon que agora o estava encarando, sério.

— Não depois daquele dia. – Respondeu, encostando-se melhor sobre o banco do motorista. – Acredito que ela tenha encontrado a paz que precisava para finalmente descansar.

— Hm... – Namjoon piscou demoradamente, voltando os olhos para a frente agora. – Acho que também precisamos disso.

— Huh? – Hoseok franziu o cenho sem entender, atraindo os olhos delineados para si novamente.

— Paz para descansar, pelo menos por um tempo. – O Kim levou uma das mãos ao rosto do Jung, acariciando-o brevemente com a ponta dos dedos. – O que acha de fazermos uma viagem? Só nós dois?

Hoseok suspirou pesadamente, sem desviar os olhos dos de Namjoon. Realmente precisavam de algo para se distrair e, além disso, precisavam criar novas lembranças juntos para que finalmente toda aquela história ficasse no passado.

O sinal abriu, e então o mais baixo voltou a dar atenção à rua, dando a partida no carro.

— O que tem em mente? – Perguntou finalmente, vendo Namjoon sorrir quando o fitou de relance.

[...]

Por mais que estivesse escuro, Jung Hoseok não estava com sono. Encarava o teto do quarto um tanto pensativo enquanto ouvia o ressonar tranquilo do homem ao seu lado, que dormia profundamente. Voltou os olhos escuros para Namjoon, que estava deitado de bruços ao seu lado, nu, abraçado aos travesseiros macios enquanto o cobertor o cobria até metade das costas. Havia perdido a vergonha que tinha das cicatrizes conforme o relacionamento de ambos avançava, e Hoseok sentia muito orgulho de Namjoon por isso.

Afagou levemente os cabelos lisos do Kim, agora em um tom de marrom claro, antes de finalmente se levantar, os olhos procurando pelo roupão felpudo para cobrir a nudez. Vestiu assim que o encontrou, caminhando cuidadosamente na direção da cadeira que tinha naquele quarto em frente à uma parede de janelas panorâmicas que permitiam que Hoseok tivesse uma visão privilegiada da cidade de Paris mais abaixo. Contemplava o próprio reflexo no espelho, ainda estranhava o tom vermelho que seus cabelos tinham agora. Havia sido uma mudança radical, e realmente precisava disso.

Suspirou mais uma vez, voltando a atenção para a mesa ao lado da cadeira onde estava. Uma garrafa de champagne Veuve Clicquot Ponsardin brut descansava dentro de um balde com gelo, já aberta, pois haviam bebido um pouco antes de fazerem amor pela terceira vez naquela noite. Hoseok então se serviu de uma taça, bebendo um gole enquanto observava a paisagem urbana, a Torre Eiffel mais ao fundo, iluminada, imponente.

Estavam em Paris há três dias vindos de Lisboa e Milão, cidades que Namjoon era fascinado por conhecer desde pequeno, e iriam para Amsterdã em três dias para realizar o sonho de Hoseok. Haviam decidido fazer um tour pela Europa e, de fato, estavam aproveitando cada momento em que passavam juntos, Namjoon fazendo questão de registrar com o máximo de fotos que conseguia, atualizando as suas redes sociais freneticamente.

Acabou sorrindo, bebendo mais um pouco da bebida alcoólica. Era engraçado pensar em como tudo havia terminado após aqueles incidentes no hospital psiquiátrico e, naquele momento, pôs-se a pensar em Reila novamente. Pela menina não ter mais entrado em contato consigo, imaginava que agora estivesse bem onde quer que estivesse. Hoseok nunca foi uma pessoa muito religiosa, mas acreditava que depois de tudo ela realmente estava bem. Pensava às vezes que ela poderia ter escolhido outros meios para pedir sua ajuda, meios menos aterrorizantes e traumatizantes, mas, ao mesmo tempo, lembrava-se de Namjoon e Seokjin dizendo que não era a primeira vez que ela se manifestava. Aquilo realmente o fazia pensar sobre qual seria o seu posicionamento a cerca disso tudo se ela tivesse tido uma abordagem mais branda. Teria levado a sério as suas manifestações? Teria se unido à Namjoon para ajudar a salvar os seus amigos?

Sorriu de canto com a última indagação. Se não fosse por Reila e sua abordagem peculiar talvez sequer tivesse se aproximado daquela forma do Kim, jamais conheceria a sua história e muito provavelmente teria saído do hospital psiquiátrico sem ter tido a oportunidade de contar para todos que, na verdade, Namjoon era a grande vítima do caso da família Kim. O rapaz provavelmente continuaria ali por anos, sendo tratado da maneira errada e sabe-se lá o que aconteceria com ele quando finalmente deixasse o hospital.

Com isso em mente, serviu-se de mais um pouco do champagne, virando a taça completamente daquela vez apenas para se arrepender logo em seguida por já começar a ficar tonto. Hoseok sempre foi muito fraco para o álcool. Não percebeu que aquele momento de divagação estava sendo observado por um Kim Namjoon que havia acordado há alguns minutos pela movimentação de seu companheiro dentro do quarto. O mais alto estava com um sorriso no rosto, os primeiros raios de sol começando a colorir o início da manhã parisiense e dando destaque aos cabelos ruivos de Hoseok.

Levantou da cama finalmente, vestindo o roupão felpudo e atraindo a atenção do Jung para si, que sorriu um tanto embriagado enquanto o observava se aproximar. Namjoon o abraçou por trás, depositando um beijo sobre o topo da cabeça de Hoseok e em seguida voltando os olhos delineados para o lado de fora.

— Pensei que fosse acordar primeiro que você, mas então eu me deparo com essa cena maravilhosa de você de roupão tomando champagne. – Comentou com a voz ainda rouca por ter acabado de acordar, e Hoseok alisou os braços fortes de Namjoon, cobertos pelo roupão.

— Eu estava sem sono, acho que é o fuso horário. – Respondeu simplista, levantando a cabeça e fazendo um biquinho, Namjoon selou os lábios grossos ali rapidamente. – Você dormiu bem?

— Depois de transarmos três vezes é óbvio que eu dormiria bem. – Respondeu, sorrindo ao receber a risada gostosa de Hoseok como resposta.

O Jung precisava admitir que apesar de Namjoon ter progredido bastante depois de ter passado pelo tratamento certo, simplesmente amava aquela personalidade levemente ácida, debochada e sem filtros. Era a primeira vez que se relacionava com uma pessoa assim, e definitivamente se apaixonou por isso e agradecia mentalmente sempre que podia pelo rapaz não ter perdido isso.

— O que quer fazer hoje? – Namjoon beijou a bochecha de Hoseok brevemente, ainda falando baixinho perto de seu ouvido. – Podemos ir no palácio de Versalhes, você ainda não conheceu. Ou podemos ver o que encontramos na Champs Élysées que valha a pena o deslocamento.

Hoseok se pôs a pensar por breves momentos, entrelaçando os dedos com os de Namjoon.

— Seria pedir demais conhecer os dois lugares ainda hoje? – Pediu, ouvindo o outro rir alto antes de se afastar.

— Teremos um dia cheio hoje então. – Namjoon se aproximou da cama novamente, já pegando o telefone da mesa de cabeceira. – Vou pedir um café da manhã para nós então, completo, para nos alimentarmos bem antes de começarmos a nossa aventura de hoje.

— Mas ainda está muito cedo! – Hoseok também se levantou, indo em direção a cama e se jogando ali ao lado de Namjoon, que estava falando em inglês com o funcionário que o atendeu.

Resolveu pegar o próprio celular e mexer nas redes sociais enquanto Namjoon terminava, sorrindo sozinho ao ver uma foto de Jimin e Yoongi juntos, e precisava admitir que o Park estava radiante com a mudança de visual, agora com os cabelos pretos longos abaixo do queixo jogados para trás. Até mesmo curtiu e comentou na publicação. Aquele tipo de coisa o fazia se sentir muito bem, saber que seus amigos estavam bem e seguindo com as suas vidas como se deve.

Outra imagem que chamou a sua atenção foi a de um Jungkook segurando um troféu acima da cabeça, Taehyung comemorando ao seu lado e várias outras pessoas também na cadeira de rodas ao lado do Jeon. Jungkook havia redescoberto o mundo dos esportes com a ajuda de Taehyung e passou a se dedicar em ser o melhor jogador de basquete em cadeira de rodas do país. A julgar pela felicidade nos rostos das pessoas e pelo troféu, Hoseok assumiu que eles tinham ganhado o campeonato nacional. Abriu um sorriso ainda maior e fez o mesmo o que fez com Jimin e Yoongi, deixando a sua curtida e um comentário satisfeito.

Apenas Namjoon tinha as redes sociais de Seokjin, e o Kim lhe dissera que o rapaz havia escrito um livro sobre a sua vida que acabou se tornando um grande best-seller. Pelo o que deixou escapar para Namjoon, estava se relacionando com um rapaz que conheceu enquanto ainda estava procurando por alguma editora que se sentisse interessada em publicar o seu livro. Isso deixava o coração de Hoseok mais tranquilo, afinal, Kim Seokjin havia conseguido seguir em frente também.

Foi tirado de seus pensamentos ao sentir os braços fortes de Namjoon ao redor de seu corpo, seguido do peso do mesmo. Sorriu e deixou o celular de lado, virando-se de barriga para cima quando o mesmo lhe deu o espaço, e então se beijaram novamente, o Jung passando os braços ao redor do pescoço de Namjoon e descendo pelas costas enquanto o mais alto acariciava cada pedaço de seu corpo, e então riram entre o beijo, Hoseok mais alto quando Namjoon começou a descer um caminho de beijos até o seu pescoço.

— Você está mais carinhoso que o normal... – Comentou, ouvindo o outro rir nasalmente.

— Aproveite, não é sempre que estou assim. – Deu um último beijo em seu pescoço antes de se afastar, fitando o menor nos olhos. – Eu queria te dizer uma coisa, algo que eu nunca disse antes.

Hoseok franziu o cenho brevemente, mas permitiu que o mesmo continuasse.

— Eu estava procurando entender o que aconteceu entre nós desde os... “Eventos”, no hospital. – Namjoon fez aspas no ar, mas o Jung entendeu o que ele queria dizer. – E eu acho que finalmente entendi.

— Pode dizer. – Pediu, acariciando o rosto em formato de coração do Kim.

— Eu te amo, Jung Hoseok. – Disse firme, e o rapaz travou por breves momentos. – Eu sei que nós dois já sabemos que o que sentimos um pelo outro é amor, mas eu precisava dizer isso em voz alta.

Hoseok foi pego desprevenido com aquilo. Era um fato de que ambos já sabiam perfeitamente o que sentiam um pelo outro, mas nunca imaginou que Kim Namjoon seria o primeiro a se manifestar sobre isso. Na verdade sentia-se até mesmo feliz com aquilo, e não fez esforço algum para esconder o sorriso que se formou em seus lábios mais do que depressa.

— Droga Namjoon... Pensei que eu fosse dizer isso primeiro! – Disse brincando, arrancando outra risada do rapaz. O Jung o puxou para um beijo, mais intenso dessa vez por conta dos sentimentos que estavam aflorados naquele momento.

Porém o momento acabou sendo interrompido pelo som de batidas na porta que Hoseok assumiu se tratar do café da manhã que Namjoon havia solicitado. O Kim mais do que depressa se levantou para pegar as coisas, deixando um Hoseok sorridente em cima da cama, que ajeitava-se para se sentar.

Podia ter sido na mais estranha e inusitada das situações, mas Jung Hoseok jamais se arrependeria das escolhas que fez. E, se pudesse ter a oportunidade de voltar no tempo, faria tudo exatamente igual apenas para ter o mesmo desfecho que estava tendo naquele momento, com um Namjoon apenas de roupão caminhando com a bandeja do café da manhã parisiense em sua direção.

Desfecho esse que se repetiria por muitos e muitos anos.

FIM.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

TUDO QUE É BOM ACABA Ç.Ç

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quarto de Azulejos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.