A Volta da Raposa escrita por Claen


Capítulo 32
Don Alejandro Convoca os Dons




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A cavalgada foi curta e pouco tempo após deixar sua fazenda, Don Alejandro já estava às portas da Fazenda Robles, para a surpresa e alegria de Don Miguel.

— Olá, Miguel! – cumprimentou Don Alejandro.

— Alejandro, que bom vê-lo! – alegrou-se Don Miguel ao rever o amigo, porém ainda estava muito abalado com os últimos acontecimentos - Acho que você já sabe das últimas notícias.

— Sim, e é por isso que estou aqui. Desculpe não ter vindo antes, mas posso entrar para conversarmos melhor?

— Claro, velho amigo, entre!

A Fazenda Robles, não era tão grande quanto a De La Vega, mas era uma das maiores da região e logo se notava pela bela sala de estar na qual os dois cavalheiros se encontravam reunidos tomando um bom conhaque.

— Não sei mais o que fazer Alejandro, estou desesperado! – confessou Don Miguel - Minha filha presa como se fosse uma criminosa e eu aqui sem poder fazer nada! A Teresa está muito triste por causa da irmã e eu não posso conforta-la dizendo que Lupita logo estará em casa, porque eu também não sei quando isso vai acontecer.

O desespero estava estampado no rosto de Don Miguel e Don Alejandro entendia perfeitamente pelo que seu velho amigo estava passando.

— Eu te entendo Miguel e é por isso que estou aqui.

— Como assim? – perguntou Don Miguel, começando a ver uma luz de esperança despontar em seu coração.

— Eu tive uma ideia e acho que você concordará comigo. – começou Don Alejandro - Acredito que se todos os fazendeiros mais influentes se unirem, é possível que consigamos tirar Monastário daqui. Nós temos todas as provas de que ele passou dos limites e que o que ele está fazendo com os prisioneiros é um crime muito maior do que simplesmente não ter dinheiro para pagar seus impostos abusivos.

— É uma boa ideia, Alejandro, e eu com certeza me uniria a você em sua luta, mas não acho que os outros seriam capazes de se arriscar dessa forma...

— Diego também pensa assim, mas só teremos certeza se conversarmos com eles. O que me diz de fazermos uma reunião secreta aqui?

Don Miguel ponderou por alguns instantes sobre a proposta de Don Alejandro e tudo o que implicaria esse pequeno ato de traição, mas entendeu que talvez seu amigo tivesse razão e que valeria a pena arriscar.

— Eu me preocupo com segurança de Teresa, mas me preocupo ainda mais com o que pode acontecer se Monastário conseguir todo o poder que anseia. Nós precisamos fazer alguma coisa e Zorro não pode ser o único homem com coragem nesse povoado! Vou escrever bilhetes e mandar meu capataz ir às fazendas agora mesmo entrega-los!

— É assim que se fala, Miguel! – alegrou-se Don Alejandro dando um tapinha nas costas do amigo.

Em menos de uma hora, oito fazendeiros atenderam ao chamado de Don Miguel e já se encontravam na Fazenda Robles para conversar.

— Alejandro, eu concordo que a situação está ficando insustentável e que Monastário está se tornando um verdadeiro tirano, mas não acho que poderemos fazer alguma coisa contra ele. – disse Don Augusto, sem nenhuma coragem de tentar se amotinar.

— Senhores, - disse Don Alejandro – não podemos deixar que Zorro lute nossa luta sozinho! É preciso enfrentar a tirania! Eu estive na capital e conversei com o governador interino, assim como com o próprio Governador Alcazar, e garanto que eles são homens bons e não fazem ideia dos desmandos de Monastário. Se os alertarmos quanto a isso, eu garanto que nossa denúncia terá muito peso.

— Mas e se ele descobrir nosso plano? Todos nós acabaremos na cadeia! – Ponderou Don Ricardo.

— É um risco que corremos. - concordou Don Miguel – Mas e se der certo e nós conseguirmos acabar com essa loucura sem derramarmos mais sangue inocente? Não vale a pena a tentativa?

Os fazendeiros começaram a ponderar o assunto, porém, três deles não quiseram continuar com o plano e foram embora. Mas considerando tudo, o saldo foi positivo. Cinco homens estavam de acordo com o plano e se somaram à empreitada clandestina. Don Alejandro não perdeu tempo e redigiu imediatamente uma carta contando tudo o que tinha acontecido desde a volta de Monastário e todos os sete fazendeiros a endossaram com suas assinaturas.

— Eu tenho um cavalo muito rápido em meu estábulo e um empregado de confiança que cavalga muito bem. – disse Don Rafael Ortega – Se ele sair agora para entregar essa carta, garanto que ela estará nas mãos do Governador amanhã de manhã.

— Muito bem, Don Rafael! Leve a carta até o seu homem e vamos rezar para que tudo dê certo. – concordou Don Alejandro. – Eu agradeço imensamente a coragem dos senhores. Não tenho ilusões e acredito que em breve Monastário tomará ciência de nosso plano e nosso ato terá consequências e retaliações, mas será por uma boa causa. Ele provavelmente está de olho em mim e em Don Miguel, mas ficará confuso com todos os senhores aqui e isso pode ser bom para nós.

— Brindemos a esse motim! – disse Don Miguel servindo várias taças de vinho aos homens ali presentes. – Que a sorte nos acompanhe, cavalheiros!

E todos brindaram antes de voltarem para suas casas, esperançosos e ao mesmo tempo apreensivos.


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Notas finais do capítulo

Para você que bravamente chegou até aqui, deixo o meu muito obrigado por estar acompanhando esta humilde fanfic de uma escritora inexperiente. Aproveito para avisar que você acabou de chegar ao meio da história. Parabéns! :D



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