A Volta da Raposa escrita por Claen


Capítulo 24
Garcia Conta Com a Sorte




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Zorro sentiu um baque muito forte no ombro direito e deu um passo para trás sem entender direito o que estava acontecendo. Ele olhou para o ombro e, mesmo no escuro, pôde ver que sua roupa estava suja de sangue. Ele percebeu, com surpresa, que quando já achava estar em segurança, tinha sido atingido por um tiro. Ficou ainda mais perplexo, quando viu de onde tinha partido o tiro. Monastário virou-se e sentiu a mesma perplexidade.

Ao seu lado, estavam caídos e brigando, o Cabo Reyes e o Sargento Garcia, com um mosquete na mão, ainda soltando fumaça.

— Cabo, seu idiota! Tome mais cuidado! Eu poderia ter acertado o Capitão! – repreendeu Garcia, se levantando do chão.

— Me desculpa, Sargento, é que no meio dessa confusão alguém me empurrou e eu acabei caindo em cima do senhor! – desculpou-se o Cabo, também já se pondo de pé.

— O senhor está bem, Capitão? – perguntou o soldado grandalhão.

Quando Garcia olhou para Monastário, viu que seu comandante gargalhava e não acreditava na cena que tinha acabado de presenciar. Sua alegria era tanta que foi cumprimentar a dupla de soldados trapalhões.

— Meus parabéns, Sargento Garcia! Eu nunca imaginei que viveria para ver o Zorro sendo abatido pelo soldado mais incompetente de todo o regimento! Bravo, Sargento! – e deu-lhe um tapinha nas costas de contentamento.

— Mas eu não acertei o Zorro, senhor. Eu não atirei nele, - respondeu Garcia, achando graça do comentário de seu Capitão. - foi só um disparo para o alto, sem querer.

— Então olhe para o telhado, homem! – pediu Monastário ainda rindo.

Foi aí que Garcia e Reyes viram o que tinham acabado de fazer. Zorro estava ajoelhado no telhado com a mão sobre o ombro direito e parecia ter dificuldades para se levantar, enquanto os soldados se aproximavam.

— Eu acertei o Zorro? – contemplou atônito. – Eu acertei o Zorro!

— Sim, Sargento, o senhor acertou o Zorro! Finalmente! – cumprimentou o Cabo, também absolutamente surpreso.

Diante daquela cena inesperada, vários soldados até abandonaram suas disputas pessoais com os prisioneiros e correram para tentar capturar o Zorro que ainda estava sobre o telhado.

A dor era forte, mas Zorro conseguiu se levantar e se afastar um pouco dos soldados. Ele viu que não conseguiria chegar até o muro e percebeu que precisaria da ajuda de Tornado para sair da lá.  Ele então assobiou para o cavalo, que fez jus ao nome, e entrou no quartel como um vendaval e foi até onde seu dono se encontrava. Antes que os soldados pudessem pôr suas mãos nele, Zorro já havia pulado na sela do majestoso animal e os dois cruzavam os portões em direção à praça.

Mesmo sem conseguir segurar as rédeas firmemente, ele desviou por um triz de Monastário, que tentou detê-lo, e empurrou-o com o pé. O Capitão caiu sobre um monte de feno e imediatamente começou a gritar.

— Atrás dele, rápido! Não podemos deixa-lo escapar, ele está ferido!

Assim que ouviram as ordens de seu comandante, os soldados montaram em seus cavalos e partiram atrás do fora da lei.

Monastário fez questão de ir junto dessa vez e arrastou Garcia com ele. Alguns soldados ainda ficaram no quartel para colocar os prisioneiros recapturados de volta às suas celas. Apesar de o plano não ter saído como o esperado, dos dezesseis prisioneiros, dez tinham conseguido escapar e agora precisariam ficar escondidos.

Nessa hora, a cidade já estava toda alvoroçada com a confusão no quartel e a notícia de que Zorro tinha sido ferido, e ainda mais pelo Sargento Garcia, correu mais rápido do que rastilho de pólvora. Os moradores estavam preocupados com a situação de Zorro e ficaram de vigília em frente aos portões do quartel, aguardando o retorno dos soldados, de preferência sem o seu herói como prisioneiro.

De dentro da sala do Capitão, Lupita também tinha acompanhado tudo o que acontecia no quartel pela janela entreaberta. Não pôde fugir, pois Monastário tinha tido o cuidado de tranca-la na companhia de um soldado antes de se ausentar.

Por aquela janela, ela finalmente tinha conhecido o famoso Zorro. Ele estava distante e se vestia todo de negro, não permitindo que ela o visse como gostaria, mas gostou imediatamente da valentia e ousadia do famoso fora da lei. Mesmo tendo acabado de conhecê-lo, ficou preocupada ao perceber que havia sido ferido. Se estivesse em sua casa ela com certeza lhe daria abrigo e ajuda, mas do lugar onde se encontrava, só poderia rezar para que ele conseguisse escapar e que o ferimento não fosse grave.

Assim que a confusão passou, ela se ajoelhou onde estava, fechou os olhos e começou a rezar pela saúde e segurança de Zorro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando a fanfic e não se preocupem, porque as aventuras do Zorro continuam em 2020. Feliz Ano Novo! :)



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