A Volta da Raposa escrita por Claen


Capítulo 22
Diego Já Sabe o Que Fazer




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— Como este homem teve a audácia de levar minha filha presa?! – bradou Don Miguel desesperadamente.

— Acalme-se, Don Miguel. Nervoso, como o senhor está, só conseguirá piorar a situação de Lupita.

— Mas e se ele fizer alguma coisa com a minha menina?

— Não se preocupe com isso. Apesar de todas as loucuras do Capitão, não acredito que ele fará algum mal a ela. Eu conheço Monastário muito bem e sei que Lupita vale mais para ele como uma prisioneira, assim como os seus homens. Ele só tem um objetivo com toda essa história estapafúrdia de coleta de impostos: atrair a atenção do Zorro.

— O Zorro sempre me pareceu um homem de bem, apesar de ser considerado um fora da lei. Você acha que ele pode ajudar minha filha e meus homens?

— Não tenha dúvida disso, Don Miguel. Não importa o que aconteça, Zorro sempre ajuda àqueles que precisam dele.

— Deus te ouça Diego, porque me parece que a única coisa que posso fazer agora é esperar pela ajuda dele.

— Pois ele virá.

— Assim espero...

Já um pouco mais calmo e com alguma esperança, Don Miguel compreendeu que não havia nada que pudesse fazer naquele momento e embora fosse extremamente difícil ficar de braços cruzados, só lhe restava esperar.

Quando viram que Don Miguel finalmente tinha entendido a situação, Diego e Bernardo se despediram e seguiram para a fazenda De La Vega.

Durante boa parte do caminho, Diego se manteve silencioso e com a expressão fechada, tanto que quando finalmente decidiu falar, deu um grande susto em Bernardo.

— Como eu fui burro! – Soltou ele inesperadamente, fazendo com que o criado puxasse as rédeas dos cavalos um pouco demais e lhe lançasse um olhar arregalado.

— Como eu fui burro, Bernardo! – continuou inconformado consigo mesmo – Eu devia saber que era uma armadilha de Monastário e o pior foi que eu caí nela como um pato! Eu sabia que essa história toda era uma desculpa para atrair o Zorro, mas acabei me descuidando e não percebi que tínhamos sido seguidos. Agora Lupita e os homens de Don Miguel estão presos e sabe-se lá quantos mais já estão trancafiados nas celas do quartel.

Bernardo balançava a cabeça tristemente concordando com tudo o que o patrão dizia e ao final só tinha uma coisa a dizer, ou melhor, gesticular. Ele desenhou com o dedo indicador um “Z” no ar.

— Sim, Bernardo. Mesmo sabendo que é outra armadilha, não há nada a se fazer. Esse é um trabalho para o Zorro. Preciso pensar bem no que fazer, porque sei que o Capitão vai estar me esperando com todos os seus homens e não posso deixar que nada de errado aconteça desta vez. Vamos Bernardo, vamos para casa porque preciso pensar.

Atendendo ao pedido do patrão, Bernardo bateu com um pouco mais de força nos cavalos para que corressem mais e alcançassem logo a fazenda. Assim que chegaram, Diego foi para o quarto ponderar suas alternativas e passou algumas horas nessa atividade até que finalmente decidiu que precisava libertar os prisioneiros naquela mesma noite.

Apesar de concordar que todos precisavam da ajuda de Zorro, Bernardo mostrou-se completamente contrariado com a decisão de Diego, porque sabia que era muito perigoso ir até o quartel tão rapidamente. Ele sabia que Diego estava preocupado principalmente com Lupita e poderia não estar raciocinando direito, deixando-se levar por seu coração.

— Eu sei que é perigoso Bernardo, mas eles precisam de mim. Algo me diz que o Capitão está perdendo o juízo. O antigo Monastário manteria os prisioneiros apenas como uma isca para o Zorro, mas esse novo Monastário, eu já não tenho tanta certeza e não sei o que ele poderia fazer com eles.

Bernardo desenhou no ar as formas de um corpo feminino, indicando que seu patrão estava mais preocupado com Lupita do que com qualquer outro prisioneiro.

— Eu admito, você tem razão. Eu não consigo enganar você, Bernardo! – rendeu-se Diego com um suspiro – Estou muito preocupado com Lupita. Você viu como ela é teimosa e impulsiva. Tenho medo que ela possa piorar a situação.

Isso era um fato e Bernardo teve que concordar, mas estava com o coração apertado e pediu para ir junto, porém, Diego não permitiu, justamente por achar ser muito perigoso para o amigo.

— Não Bernardo, dessa vez eu quero que você fique aqui em casa. Não se preocupe, eu logo estarei de volta.

Mesmo contrariado, o criado teve que obedecer a ordem do patrão e naquele momento, ele só podia esperar, rezar e torcer para que tudo desse certo e que Diego retornasse em segurança.


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