A Volta da Raposa escrita por Claen


Capítulo 19
É Dinheiro o Que Você Quer? Então Pegue!




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No dia seguinte, Don Alejandro se levantou bem cedo e pediu para que Bernardo acordasse Diego, porque ele fazia questão de acompanha-lo na visita ao quartel. O rapaz também aproveitaria a ocasião para se despedir do pai, já que Don Alejandro seguiria logo depois para a capital.

— Vamos, Diego! Já está pronto para irmos? – chamou o velho fazendeiro.

— Sim, meu pai! Vamos fazer uma visitinha ao Capitão! – respondeu sorridente enquanto descia a escada ajeitando o colete.

Bernardo, como sempre, foi guiando a carruagem, enquanto pai e filho seguiram conversando até chegarem ao povoado. Apesar de ainda ser bem cedo, já havia um pequeno alvoroço em frente ao quartel. Bernardo parou bem próximo de lá, para que seus patrões não perdessem tempo.

— Bom dia, Sargento! – cumprimentou jovialmente seu amigo corpulento.

— Bom dia, Don Diego! Don Alejandro, que alegria vê-lo aqui no povoado. – cumprimentou pai e filho enquanto fazia uma mesura com o chapéu na mão.

— É uma pena, que esta não seja uma visita de cortesia, Sargento. – respondeu Don Alejandro.

— Vieram pagar os impostos?

— Sim, Sargento. Poderia dizer ao Capitão Monastário que estamos aqui?

— Sem dúvida, Don Alejandro. Entrem, por favor.

Em poucos instantes, Garcia já estava batendo na porta de seu capitão.

— Entre! – gritou uma voz de lá de dentro.

— Bom dia, meu Comandante! – cumprimentou o soldado batendo continência.

— O que você quer assim tão cedo, Garcia?! – esbravejou o capitão, que sempre acordava de mau humor.

— Desculpe incomodar, mas é que os senhores De La Vega estão aí fora para falar com o senhor. Vieram pagar os impostos.

Assim que ouviu isso, a feição de Monastário mudou da água para o vinho, exatamente como sua atitude.

— Por que não falou antes, Garcia? Não os faça esperar mais. Deixe-os entrar!

— Sim, meu Capitão! – obedeceu Garcia com mais uma continência e logo em seguida foi chamar os visitantes.

— Don Alejandro, Don Diego, que prazer recebê-los em meu humilde alojamento! – recebeu os dois esboçando seu maior sorriso. – Sentem-se, por favor.

— Obrigado, mas estamos com pressa. – respondeu Don Alejandro rispidamente. – Só viemos pagar os impostos devidos.

Dito isso, desamarrou uma bolsa cheia de moedas de ouro de seu cinto e jogou sobre a mesa de Monastário. Assim que atingiu a mesa, o laço que a amarrava se soltou e algumas moedas se espalharam.

Ao observar a quantia, Monastário notou que havia mais dinheiro do que os De La Vega deviam e ficou curioso.

— Me corrija se eu estiver errado, mas creio que aqui há mais dinheiro do que os De La Vega devem.

— Você está certo, Capitão. – respondeu Don Alejandro. – Aqui está o meu imposto e de todos os meus funcionários.

Monastário levou alguns segundos para entender o que Don Alejandro queria dizer, mas logo compreendeu.

— Don Alejandro, acho que o senhor não deveria desperdiçar seu dinheiro com aqueles pobres coitados. E o senhor, Don Diego, deveria aconselhar melhor seu pai, ou então vai acabar ficando sem sua herança! – completou com uma gargalhada.

— Bem, Capitão, o que o meu pai faz com o dinheiro dele ou deixa de fazer, não é da minha conta ou da sua. Meu pai é um homem sábio e por isso apoio todas as suas decisões.

Apesar de estar se segurando para não esmurrar Monastário ali mesmo, dentro do quartel, ouvir tais palavras saindo da boca de seu filho encheu Don Alejandro de alegria e colocou um sorriso no seu rosto. Em retribuição ele deu uma batidinha no ombro de Diego, que ao olhar para seu pai, entendeu tudo o que ele queria lhe dizer naquele momento, mesmo sem dizer uma palavra.

— Se é assim que pensa De La Vega, não sou eu que direi o contrário. Os impostos dos De La Vega e de seus empregados estão quitados.

— Obrigado, Capitão, agora precisamos ir. Com licença.

— Toda.

Assim que chegaram à praça, se reencontraram com Bernardo e a carruagem que partiria para a capital já o aguardava. Ao se despedir, Don Alejandro não pode mais conter seu orgulho e deu um abraço apertado em seu filho.

— Obrigado, Diego!

— D-de nada. Mas pelo quê? – perguntou Diego surpreso com a reação inesperada do pai.

— Pelo quê?! Por conseguir me deixar mais orgulhoso a cada dia que passa. Eu gostaria que todos pudessem vê-lo como eu vejo. Às vezes me entristeço por observar como algumas pessoas o tratam, e também por lembrar como eu mesmo o tratei um dia. Eu sei que você merece muito mais, mas sei também que tudo o que você faz é por uma causa maior. Eu te amo, meu filho.

Diego precisou conter as lágrimas que encheram seus olhos naquele momento. Ele não esperava ouvir tal declaração de seu velho pai. Sentia-se muito feliz por deixa-lo orgulhoso daquela maneira, e dessa vez quem deu um abraço apertado foi Diego. Não disse uma palavra, apenas ficou ali alguns segundos enquanto pousava a cabeça no ombro do pai, lembrando-se de quando ainda era uma criança e não tinha nenhuma preocupação nesse mundo.

Bernardo também se emocionou com a cena e assim que os dois se separaram, apertou calorosamente a mão de Don Alejandro em despedida.

— Até breve, Diego. E Bernardo, fique de olho nesse meu filho, e não deixe ele fazer nenhuma besteira! – despediu-se Don Alejandro enquanto Bernardo batia continência, indicando que seguiria a risca as ordens de seu patrão.

— Até logo, meu pai!

Bernardo e Diego ficaram lá por mais alguns instantes enquanto observavam a carruagem partindo e deixando um rastro de poeira para trás. Já estavam de saída em direção a taverna, quando perceberam que toda aquela cena entre pai e filho estava sendo observada a distância. Só se deram conta disso, quando a observadora se aproximou para cumprimenta-los.

— Bom dia, Diego! Bom dia, Bernardo! – era a sorridente Lupita quem se aproximava.


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Notas finais do capítulo

Olá, leitor destemido que deu uma chance à minha fanfic e está acompanhando ela até aqui. Gostaria de agradecer e também de saber o que estão achando e se estão interessados que ela continue. Sua opinião é muito importante para mim. Caso o feedback seja positivo, tentarei programar as postagens dos capítulos para que elas aconteçam todas as sextas-feiras no período da tarde. Obrigada! :)



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