A Volta da Raposa escrita por Claen


Capítulo 13
Peguem ele!




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Em apenas alguns segundos, toda a frieza que Monastário tentava manter enquanto conversava com seu inimigo, se desfez e seu sangue fervia de raiva quando irrompeu pela porta dando o alarme de intruso e gritando a plenos pulmões para que seus soldados se levantassem e perseguissem o Zorro.

Os soldados, sem entenderem nada do que estava acontecendo, começaram a sair de seus alojamentos e foram apressadamente em direção ao seu Capitão com armas e espadas em punho. Alguns vestiam ainda seus pijamas, outros, apenas partes do uniforme.

— O que aconteceu, Capitão? – perguntou Garcia, confuso e desesperado com a espada em uma das mãos, enquanto a outra segurava a calça que insistia em descer sem o cinturão.

— É o Zorro! Peguem ele! Peguem! – gritava Monastário desesperadamente enquanto apontava para cima do telhado.

— Zorro? Onde senhor? – continuou Garcia, ainda perdido.

— Lá em cima, seu idiota! – berrou Monastário.

— Oh, Zorro! – disse o sargento, surpreso ao finalmente rever seu velho conhecido sobre o telhado do quartel, como tantas outras vezes antes. Os soldados já estavam se acostumando com a tranquilidade do povoado nos últimos meses. Há tanto tempo não eram acordados no meio da noite com uma visita do Zorro, que tinham perdido a pouca prática que tinham em tentar capturá-lo.

— Olá, Sargento! – cumprimentou Zorro, educadamente, já sobre o muro do quartel, enquanto os demais soldados tentavam subir desesperadamente.

— Olá, Señor Zorro! – respondeu inocentemente o Sargento com um aceno e um sorriso, que se desfez imediatamente, assim que recebeu um chute no traseiro de seu capitão.

— Não seja idiota, Garcia! Vá atrás dele!

— S-sim senhor. Peguem os cavalos, abram o portão! Ele está fugindo! – Ordenou Garcia, com mais medo de ser vítima da fúria de Monastário do que qualquer outra coisa.

Enquanto os soldados corriam para abrir os portões, eles puderam ouvir o som do galopar do cavalo de Zorro se afastando. Quando finalmente conseguiram abri-los, a única coisa que viram, foi um rastro de poeira por onde o mascarado tinha seguido e os lampiões das casas que começavam a se acender por causa de todo o barulho na praça. Os soldados partiram em sua busca, mas como de costume, voltaram pouco tempo depois de mãos abanando.

— Sinto muito, Capitão, mas o Zorro escapou. – comunicou Garcia com certo medo da ira de seu comandante.

— Seus incompetentes! Incompetentes! – gritou Monastário com os olhos faiscando de raiva.

— C-com licença, Capitão...

— O que foi dessa vez, Garcia?!

— É que não sei se o senhor percebeu, mas seu pescoço está sangrando. – observou o sargento, com receio de ser xingado novamente.

Somente nesse instante é que Monastário se deu conta de que tinha sido ferido. Ele colocou a mão no pescoço e viu que ela e a gola de sua camisa estavam sujas de sangue. Não era nenhuma hemorragia, nem doía tanto, no entanto, ele se retirou para seus aposentos para limpar o ferimento e bateu a porta na cara do Sargento Garcia, mas não sem antes ordenar que ele e mais um soldado montassem guarda durante toda a madrugada.

— Ortigoza! – chamou o sargento, assim que o capitão se retirou. – Eu quero que monte guarda daquele lado enquanto eu ficarei deste lado aqui, caso o Zorro volte.

— Mas ele nunca volta, Sargento! – disse o soldado Ortigoza desconsolado por descobrir que teria que ficar a noite toda acordado na companhia do Sargento Garcia – E se voltar, com certeza não conseguiremos pegá-lo...

— Se quer saber soldado, eu concordo com você – disse Garcia bem baixinho – mas estas são as ordens do Capitão e se eu fosse você, não retrucaria.

— De maneira nenhuma, senhor! Foi apenas uma observação. – resignou-se o pobre soldado.

— O restante de vocês, volte aos seus alojamentos!

Os soldados obedeceram a ordem do Sargento e rapidamente, o quartel voltou a ser um lugar silencioso.

— Zorro! – murmurou Garcia com um sorriso – Zorro voltou!


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