O doce da atenção escrita por Kori Hime


Capítulo 1
O doce da atenção


Notas iniciais do capítulo

É um conto curto mas feito com amorzinho yey



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Tanjiro estava determinado agradecer a Tomioka pela sua constante ajuda desde que ele entrou em sua vida e na vida de Nezuko. Contudo, ele não possuía dinheiro para comprar nenhum tecido bonito ou uma cerâmica para presenteá-lo. Ao deixar o quarto onde Nezuko dormia, Tanjiro decidiu não fazer muito barulho e chamar a atenção de todos na casa em que estava hospedado no quartel general dos caçadores de demônios.

Ele já havia se curado de quase todas as feridas que havia acumulado na última missão e agora descansava com a irmã para saber qual seria sua próxima viagem. Nesse tempo, decidiu caminhar pela propriedade. O lugar era muito amplo e com um suntuoso jardim, os visitantes costumavam ficar ali, pelo que foi dito, as vezes eles eram convidados para permanecer na casa de um dos nove pilares. Como aconteceu com Tanjiro quando pisou ali pela primeira vez.

Mesmo que suas visitas ao quartel general tenham aumentando nos últimos meses, Tanjiro ainda não conhecia a casa de Tomioka Giyu. Sequer fora convidado a ir até lá. Isso não o deixava menos animado em buscar uma forma de agradecê-lo por tudo o que ele fez, muito pelo contrário. Não era de conhecimento geral, mas estava em seu âmago o desejo de atenção.

E com tal pensamento o jovem balançou a cabeça firmemente e corou de forma violenta, quando passou as portas da cozinha e foi interpelado pela entrada sem autorização.

O caçador de demônios pediu desculpas pela intromissão e logo depois o aroma doce penetrou suas narinas e ele sentiu os ombros vacilarem junto com as pálpebras que se fecharam, como se pudesse assim sentir mais aprofundadamente o delicioso cheiro do alimento.

A cozinheira ficou melindrosa pelos elogios de Tanjiro e permitiu que ele comesse um pedaço da torta que havia terminado de confeitar. Ela explicou que era uma receita vinda de outras terras, a Inglaterra, por isso estava fazendo alguns testes com os ingredientes que faltavam, substituindo pelos produtos locais.

Tanjirou comeu a fatia com tamanha alegria que terminou mais rápido do que ele queria. A lembrança da mãe cozinhando o tomou de assalto e de repente ele soube o que poderia fazer para presentear Tomioka.

Ele precisaria usar a cozinha e para isso pediu a liberação para compartilhar o espaço com a cozinheira. Curiosa, ela permitiu, mas precisaria limpar tudo em seguida.

Tanjiro sorriu, animado ao lavar as mãos e em seguida separar os ingredientes para preparar a massa do doce. Ele foi pegando o pote com farinha, entre outros itens, buscando os ovos no galinheiro. Ao retornar, encontrou Nezuko em pé ao lado da cozinheira que parecia ainda não ter se acostumado com sua irmã.

Tanjiro contou para Nezuko que estava preparando uma das receitas da mãe deles, o que fez os olhos da menina demônio crescerem.

Ele se recordava muito bem de como Nezuko, mesmo jovem, cozinhava ao lado da mãe. E sua comida era tão saborosa que as vezes ele não saberia distinguir quem foi quem reparou a refeição.

Os ingredientes da massa estavam em mãos então ele os misturou em um tacho de cerâmica, amassando bem para fazer uma mistura homogênea. Enquanto a massa descansava, Tanjiro preparou o feijão para fazer o recheio, amassando-o em seguida como um purê e acrescentando o açúcar. A cozinheira todo o momento o olhava com curiosidade, a fim de saber exatamente o que ele estava aprontando. O caçador ofereceu para ela uma colherada da pasta de feijão, e assim que a cozinheira provou, ela sorriu ao saborear o gosto agradável.

Assim que a massa estava no ponto. Tanjiro fez bolinhos com as mãos e os recheou, colocando depois para cozinhar a vapor. A partir daí era só esperar mais um pouco que estaria pronto.

Nezuko não ficou até o final na cozinha, ela aparentava cansaço desde a última missão e por isso retornou para dormir. Tanjiro ficou um pouco triste porque a irmã parecia triste já que ela ainda não tinha como provar a receita que fizera tantas vezes ao lado da mãe. Entretanto, isso também o motivava a continuar sua saga e trazer a irmã de volta ao que ela era.

Quando os bolinhos ficaram prontos, Tanjiro separou alguns para a cozinheira e para ele próprio comer depois. Ainda restou uma boa quantidade para guardar em um recipiente de madeira que mantinha o vapor quentinho lá dentro.

Tanjiro terminou de limpar a cozinha e lavar todos os utensílios que havia sujado. Em seguida, ele pegou o recipiente e foi caminhando pela propriedade, até chegar próximo da casa de Tomioka.

Foi andando e falando em voz alta o que ele poderia dizer quando o encontrasse. Mas todas as palavras que saiam de sua boca pareciam atropelar numa confusão total. Ele então parou e refletiu se estava mesmo fazendo algo certo. Olhou a casa ao longe, era um lugar muito simples e com uma arquitetura não muito diferente das outras casas, o que chamava mais atenção era a varanda ao redor de toda a casa onde parecia ser um ambiente muito tranquilo em que Tomioka descansava.

E com isso ele pensou que talvez não fosse uma boa ideia interrompê-lo, seja lá o que ele estivesse fazendo. Tanjiro então deu a volta, disposto a retornar, com a coragem esvaindo do peito. Mas foi nesse momento que ouviu a voz do espadachim.

— O que carrega? — Era Tomioka caminhando em sua direção, ele estava vindo da central do quartel general. Nesse caso não estava em casa, Tanjiro concluiu.

— Eu, eu trouxe isso, eu não trouxe. — Ele se complicou nas palavras, depois respirou fundo e estendeu as duas mãos com o recipiente em mãos. — Preparei esses doces para expressar minha gratidão Giyu-san. — Disse, com a cabeça inclinada olhando para o chão. O que foi uma pena porque ele não viu o sorriso de Tomioka quanto terminou de falar.

Assim que Tanjiro ergueu a cabeça, Tomioka já estava sério. Eles se olharam em silêncio por um momento, até que o mais velho inclinou a cabeça e aceitou o presente.

— Obrigado. — Giyu falou.

— Espero que goste, é uma receita de família. — Tanjiro pressionou os lábios e recuou alguns passos, quando percebeu que estava muito agitado e próximo de Tomioka.

— O cheiro é bom. — Ele falou, abrindo a tampa do recipiente. — Você vai entrar e dividir comigo um chá?

— E-eu? — Ele gaguejou, sentindo o estômago causar reviravoltas, enquanto a voz morria na garganta. — C-claro, eu posso, eu acho.

Eles andaram alguns passos até chegarem na varanda, como imaginado, aquele era um lugar muito agradável. Dentro da casa não havia muitos móveis e ao que parece, Tomioka tinha um gosto modesto. Ele preparou o chá com muita desenvoltura e facilidade, enquanto Tanjiro notava um corte em sua testa, não estava sangrando, já havia cicatrizado, mas agora estava apenas um risco ainda fresco. Também notou as pontas dos cabelos negros que faziam leves curvas, além dos olhos de um azul profundo e escuro. Eram tão misteriosos e ao mesmo tempo admiráveis.

Tanjiro sentiu o rosto aquecer e desviou o olhar quando Tomioka se aproximou com a bandeja. O chá foi servido e o mais jovem esperou com expectativa o outro dar a primeira mordida no doce.

A expressão no rosto de Tomioka era passiva, e ele piscou levemente para Tanjiro que apertada os nós dos dedos tamanha era a sua curiosidade.

— Está gostoso. — ele finalmente revelou.

— Que bom que gostou. — Tanjiro deu seu melhor sorriso e agradeceu mais uma vez. — Eu não estaria aqui se não fosse por você, Giyu-san.

— Não. — Tomioka falou. — Você é o maior responsável por ter chegado até aqui.

Tanjiro concordou, estava eufórico e sentindo aquela batida ritmada do coração. Não sabia dizer o que fazia ele se sentir tão eufórico e ao mesmo tempo preenchido com uma leve esperança. Havia alegria naquele momento, uma alegria diferente advinda da atenção e do olhar que recebia de Tomioka. Seu coração esquentava na expectativa de vê-lo e de ser notado por ele.

— Coma também.

— Claro! — Tanjiro pegou um dos bolinhos e levou a boca, achando melhor mantê-la ocupada antes que todos seus pensamentos saíssem em formas de palavras.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse, é curto mas super fofinho, estava me coçando para escrever algo sobre o anime e decidi começar com algo bem levinho yey.
Beijos, comentem.



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