Crepúsculo de Sonhos escrita por Alina Black


Capítulo 63
Bom Amigo




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Pov Nessie

O primeiro mês longe de Jacob estava sendo difícil, à medida que os dias se passavam eu sentia ainda mais a sua falta, meu amor por ele não havia mudado e por mais que não conseguisse compreender o porquê, acho que havia aumentado.

Não era como Seth, apesar de ter sofrido quando fui trocada por Kris a dor era muito maior, todas as noites as lagrimas me consumiam, a qualquer momento sentia que iria desistir.

Ash e Tommy haviam se tornado grandes amigos, o salário que ganhava trabalhando a noite não era muito, mas o suficiente para ajudar Ash a pagar o aluguel o problema era que se eu não trabalhasse não tinha dinheiro e nas ultimas noites havia me sentindo tão mal que não consegui ir trabalhar.

— Nessie eu trouxe o café!

Ash me chamava de forma gentil, me movi no sofá cama cobrindo meu rosto com o cobertor, senti meu estomago revirar só de sentir o cheiro do cappuccino.

— Eu não quero! Resmunguei voltando a fechar os olhos, mas imediatamente os abri ao sentir o cobertor se puxado de cima de mim.

— Você precisa levantar, está a dois dias nessa cama, tenho uma coisa para você!

Ao perceber que ela não desistiria suspirei e sentei no sofá cama, Ash me entregava uma sacola, pela logo vi que era de uma farmácia.

— Que isso? Remédio? Perguntei abrindo a mesma, ao ver as duas caixinhas olhei para ela com um olhar de reprovação – Para que eu preciso de um teste de gravidez?

— Não se faça de boba Nessie, desde que começamos a morar juntas você tem passado mal, e nos últimos dias ficou bem pior, eu só não te obrigo a fazer esse teste se me disser que é virgem!

Respirei fundo e levantei com ambas caixinhas nas mãos, eu já sabia o resultado, desde a noite que Jake e eu havíamos feito amor na barraca que minha menstruação estava atrasada, ou seja, a quase dois meses, entrei no banheiro encostando a porta e então fiz o teste.

— Mesmo sabendo que é impossível, por favor que seja negativo! Sussurrei enquanto esperava o resultado do teste, mas como o esperado dava positivo.

Eu estava grávida.

Sentei no chão do banheiro e escondi o rosto entre os joelhos, acho que por ter chorado tanto não conseguia mais chorar, Jake havia tido um imprinting com Shannon, com certeza a aquelas alturas estavam juntos, não havia lugar para mim e para uma criança em sua vida, eu estava totalmente perdida.

Ash entrou no banheiro e ao me ver sentada no chão imaginou qual havia sido o resultado – Deu positivo, não é? A olhei concordando com a cabeça e ela me abraçou forte.

— A minha vida acabou! Sussurrei sentindo novamente as lagrimas rolando em meu rosto.

— Não fala isso Nessie, um bebê é algo lindo!

— Como vou cuidar de um bebê? E ainda por cima sozinha?

— Vem comigo! Ela respondeu me levantando e saiu comigo do banheiro, ao chegarmos na sala sentei colocando ambos os pés sobre o sofá e abracei minhas pernas novamente.

— Eu não sei se quero esse bebê!

— Não fala isso nem brincando! Ash falava de forma agressiva – Eu não sei o que aconteceu entre você e o pai do seu bebê, mas tenho certeza que foi por causa dele que veio parar aqui, essa criança não tem culpa.

Ash tinha razão, me senti um monstro por ter pensado aquilo, era meu filho, mesmo que Jake o rejeitasse eu tinha que o proteger, baixei a cabeça e levei ambas as mãos a minha barriga, apesar de não aparentar eu sentia que tinha um leve inchaço- Eu preciso pensar! Respondi levantando e indo trocar de roupa.

Após me arrumar e ter sido forçada por Ash a tomar o bendito café sai sem um rumo definido, após uma hora caminhando avistei uma grande roda gigante, como eu conhecia aquele parque significava que eu estava próxima ao mar, era disso que eu precisava para me acalmar.

Tirei as sapatilhas e pisei na areia, então comecei a caminhar, enquanto sentia o vento bater em meus cabelos me perdia nas lembranças de nossos momentos juntos, a cada momento que nosso filho crescesse dentro de mim, mas eu lembraria dele, não seria fácil, mas eu precisava ama-lo, eu amaria o meu bebê.

Sentei na areia e fiquei olhando o mar voltando a acariciar minha barriga, dei um leve sorriso e fechei os olhos, mas uma voz conhecida interrompia aquele momento.

— Nessie!

Olhei para o lado e Tommy caminhava em minha direção sentando-se ao meu lado – Você está bem?

— Como me encontrou? Perguntei um pouco surpresa.

—Você comentou comigo que ama o mar, como Coney Island é a praia mais próxima ao seu apartamento com Ash, deduzi que a encontraria aqui.

— Imagino que você já sabe! Sussurrei voltando a olhar para o mar.

— Ash me ligou preocupada com você!

— Não sei o que fazer Tommy, como vou criar um bebê, sozinha?

— Não crie sozinha!

Virei olhando para Tommy que sorriu – Você é um bom amigo!

— Você lembra muito minha irmã, quando ela tinha a sua idade ela engravidou, mas nosso pai a expulsou de casa porque o pai da criança não estava à “altura” dela segundo ele.

— Você tem uma irmã?

— Tinha, ela morreu faz um ano, sofreu um acidente e estava gravida! Ele respondeu olhando o mar – Por isso quando a vi pela primeira vez na taverna eu imaginei que estava fugindo.

— Eu sinto muito!

— Não precisa assumir isso sozinha Nessie, volte para casa, para sua família.

— Não é tão simples! Sussurrei – O pai do meu bebê ama outra garota.

—Você disse que conheceu seu pai a pouco tempo, sua mãe o escondeu de você por mais de 15 anos, vai fazer a mesma coisa que ela?

As palavras de Tommy de alguma forma mexiam comigo, percebi que assim como eu outras garotas também passavam por isso, um lado meu queria contar a Jake que teríamos um filho enquanto o outro tinha medo da rejeição, eu ainda não estava pronta para isso.

Olhei para Tommy dando um sorriso e ele segurou a minha mão – Vou contar a ele quando eu estiver pronta!

— Não tenha pressa, primeiro cure esse coração! Ele respondeu beijando minha mão.

Encostei minha cabeça em seu ombro e ele sorriu e ficamos alguns minutos em silêncio ouvindo as ondas do mar.

— Tommy...

—Oi!

— Me empresta seu celular?

— Vou te cobrar se para Forks! Ele respondeu me entregando o seu aparelho e ri baixinho – Aproveite que o meu número é privado.

—Sério, porque? Perguntei digitando os números.

— Para poder ligar para minha mãe, sem ser incomodado por meu pai.

Sorri ligando para Charlie, ele não precisava saber onde eu estava, mas queria que soubesse que eu estava bem.


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