Sob o Olhar de Notre Dame escrita por Lily the Kira


Capítulo 9
A Fuga da Catedral


Notas iniciais do capítulo

Lá vamos nós para a treta que a dona Phoebe começou! Vamos tirando as conclusões necessárias sobre Esmeraldo e a capitã enquanto acompanhamos madame Frollo e monsieur Leon. Boa leitura!



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A noite começava a cair em Paris, os sinos de Notre Dame soavam alegremente e as estrelas já começavam a faiscar nos céus enquanto Leon andava apressadamente em direção ao Palácio da Justiça. Por várias vezes ele fizera aquele caminho, observando Claudia de longe, cumprimentando-a polidamente às vezes, recebendo dela uma resposta igualmente polida mas sempre distante e às vezes fria.

Como médico, ele era frequentemente chamado pela ministra para examinar um ou outro réu que, encarcerado em uma das celas profundas daquele sinistro palácio, sofria com alguma doença ao longo do processo ao qual respondia.  Às vezes ocorria de Leon ser requisitado para cuidar da saúde da própria madame Frollo, embora ela não fosse adepta a consultas médicas frequentes e, quando era submetida a algum exame, portava-se sempre como quem estivesse sempre muito melhor do que na realidade estava.

Mas naquele dia Leon não pretendia ir ao Palácio da Justiça como profissional, mas como amigo. Sua família era velha conhecida da família Frollo, os pais de Leon e Claudia sempre tiveram uma boa relação e isso era suficiente para que o médico tivesse certeza de que seria, pelo menos, bem recebido.

“Eu deveria ter feito isso muito tempo antes, quando ainda éramos jovens! Desisti fácil demais e veja no que deu!” o médico reprovava a si mesmo pela falta de determinação enquanto recordava-se de que tentara várias vezes aproximar-se de Claudia mas, por algum motivo inexplicável, ela o tratava sempre com tamanha frieza que chegava a ser assustador, a ponto de Leon desistir dela. “Agora ela está só, desamparada e obviamente sua saúde vai mal. Aquele olhar desesperado não era o de uma pessoa que teve um incômodo passageiro: ela parece alguém à beira de um abismo. Que Deus me ajude mas preciso fazer alguma coisa!”

Àquela hora, Claudia já deveria estar em casa, e Leon, determinado, postou-se diante do magnífico pórtico de entrada da residência da ministra e, sem demora, bateu. Uma empregada atendeu-o gentilmente.

— Boa noite, monsieur Dunois. – a mulher sorriu com simpatia – Em que posso ajudar?

— Madame Frollo está em casa? Gostaria de conversar por um minuto com ela, se não for incômodo. – o médico respondeu polidamente mas seu coração batia acelerado, ansioso para ver Claudia e, quem sabe, ajuda-la. Mas o olhar simpático da criada vacilou e ela respondeu um pouco constrangida.

— Lamento muito, monsieur Dunois, mas a ministra não deseja receber ninguém, esta foi a ordem que recebi dela assim que a vi.

— Ela está bem? Eu a vi hoje de manhã na praça em frente à catedral e ela me pareceu muito abatida. – Leon olhava furtivamente para dentro do amplo hall de entrada enquanto falava, na esperança de Claudia aparecer de repente, sua preocupação com ela só aumentando.

— Ela está cansada, monsieur, nada além disso. Se quiser, posso transmitir à ministra algum recado do senhor. – a mulher continuava polidamente mas Leon não se convenceu, aquela história de “ela só está um pouco cansada” não o convencendo nem um pouco.

— Recado? – ele pensou por um segundo, olhando novamente para dentro da residência da ministra, em dúvida se insistia mais um pouco ou se deixava seu recado e seguia para casa, mas o olhar desolado de Claudia estava tão firmemente gravado em sua mente que Leon não se sentiu capaz de desistir, e acrescentou resoluto – Não, eu desejo vê-la. Perdoe-me pela insistência mas, como médico, eu sei reconhecer quando alguém precisa de cuidados. Se puder dizer a madame Frollo que estou aqui e preciso vê-la com urgência, eu agradeceria.

A criada ainda tentou argumentar com um Leon decidido, dizendo que tinha ordens expressas para não deixar entrar ninguém mas o médico retrucou que era pelo bem da ministra. A mulher ia responder mas, sem que percebessem, mais alguém entrou na conversa.

— Monsieur Dunois? – era Claudia, que escutara a insistência de Leon e, curiosa, aproximou-se da porta. Olhando para ela, Leon arregalou os olhos e sua preocupação redobrou.

Claudia estava novamente vestida à sua maneira austera e extremamente elegante na visão de Leon. Era um vestido simples, discreto mas que lhe caía bem. Seus cabelos claros estavam presos em uma trança simples e ela estaria perfeita para Leon se ele não tivesse notado que seu rosto parecia ter envelhecido devido ao sofrimento. Os olhos cinzentos estavam muito inchados, havia olheiras a rodeá-los e não havia cor alguma em suas bochechas. Havia tamanha tristeza e desespero em seu olhar que o médico preocupou-se seriamente com sua saúde mental, temendo que ela fosse capaz de cometer alguma tolice.

— Madame Frollo, suplico que me deixe entrar pois, como médico, estou preocupado com a senhora. – Leon encarou a ministra nos olhos, sua voz firme em um comando difícil de desobedecer, a preocupação visível e um carinho ainda mais óbvio em seus olhos esverdeados. Surpresa, Claudia permitiu a entrada de Leon mas não ousou encará-lo nos olhos por muito tempo. A vergonha pelo que fizera naquela manhã ainda a torturava terrivelmente e ela não se sentia digna de encarar quem quer que fosse.

— Acompanhe-me, por favor. – madame Frollo fez sinal para que Leon a seguisse até a sala de estar e, assim que entraram, ela fechou a porta e sentou-se em uma poltrona, indicando para Leon a outra à sua frente.

— Preciso de um calmante, monsieur Dunois. – ela disse sem emoção, ainda sem encarar Leon.

— O que aconteceu, madame Frollo? – o médico perguntou sem conseguir disfarçar o carinho que sentia e nem a compaixão cada vez maior pela dor nos olhos de Claudia – Devo confessar que não vim apenas como médico, mas como amigo. Eu a vi hoje na praça, a senhora me pareceu tão...

— Não quero falar sobre isso. – a ministra fechou-se, seu rosto endurecendo – Preciso apenas que me receite um calmante ou não conseguirei dormir. Por favor, é só disso que eu preciso.

Leon, que já havia previsto aquele pedido desde que vira o olhar desolado dela, estendeu para Claudia um frasco contendo um calmante e, quando ela o pegou, o médico segurou suas mãos e ela, surpresa, olhou em seus olhos pela primeira vez e agora sem conseguir desviá-los.

— Três gotas desse preparado em um chá de alecrim serão suficientes para fazê-la dormir por uma noite inteira mas, se precisar de um amigo ao invés de um calmante, saiba que estou aqui, madame Frollo. Basta me chamar e eu virei na mesma hora. – Leon disse com toda a sinceridade, rezando para que a ministra aceitasse sua amizade e finalmente colocasse para fora toda a tristeza que havia em sua alma e, depois disso, finalmente voltasse a si e encontrasse alívio.

Claudia por um segundo avaliou Leon, seu coração sentindo uma estranha paz que há muito tempo não sentia. “Tão diferente de Esmeraldo! Forte e sábio como reis do passado, como Carlos Magno ou o Imperador Constantino.”

“Você deveria ter dado atenção a Leon quando ele constantemente a procurou no passado”. Sua consciência ponderou e Claudia foi obrigada a concordar “Agora não estaria enfeitiçada por um homem que jamais será seu, não estaria com a alma em risco de perdição ao deseja-lo como amante e não teria feito a grande tolice de ameaça-lo com uma sentença injusta.”

Essa lembrança foi como um raio violento que explodiu nos céus e assustou a desavisada ministra e ela, mais uma vez tomada pela extrema vergonha tanto pela ousadia daquela manhã quanto pelas suas intenções quanto a Esmeraldo, desvencilhou-se de Leon, um sentimento de indignidade tomando conta dela.

— Agradeço, monsieur Dunois, farei como disse quanto ao calmante. – Claudia respondeu, um peso gigantesco sobre os ombros, os olhos baixos, vidrados no pequeno frasco em suas mãos – mas agora preciso me recolher. Peço desculpas pela pressa mas necessito urgentemente de sono.

— É claro, eu entendo, ministra. – Leon, frustrado, respondeu educadamente, mas em seguida acrescentou em um último esforço para chegar ao coração de Claudia e fazê-la se abrir com ele – O calmante ajudará mas talvez uma boa conversa tenha o mesmo efeito. Sabe que pode confiar em mim, ministra, pode me dizer o que quiser, eu a ajudarei no que puder.

— Por favor, não insista. – Claudia respondeu quase em um sussurro, consciente de que jamais teria coragem de dizer a quem quer que fosse o que se passava em sua mente e em seu coração – Já fez o suficiente por mim e eu agradeço muito, mas agora devo ir, monsieur Dunois. Boa noite.

Sem dizer mais nada, a ministra retirou-se da sala e saiu apressadamente em busca de uma xícara de chá de alecrim e do alívio imediato que o calmante traria à sua mente e alma atormentadas. Nos dias que se seguiram, as olheiras sumiram dos olhos de Claudia e suas forças voltaram mas não havia calmante no mundo que a fizesse esquecer do olhar em chamas de Esmeraldo no dia do Festival dos Tolos e de tudo o que sentiu quando, em um ato de extrema ousadia, ela o beijou.

Esmeraldo ainda olhava para a porta da catedral por onde Phoebe acabara de sair. Era difícil de acreditar que, em dois dias, eles estariam juntos, nem que fosse por apenas algumas horas. Mas ele a teria, seria a realização de um sonho. E o beijo dela ainda fazia correr chumbo derretido pelas veias do cigano.

Ansioso, o rapaz foi até um quartinho em uma das torres, onde dormia desde que chegara a Notre Dame, e derramou um pouco de água em seu rosto. O frescor da água trouxe um pouco de alívio e, assim que se recompôs, ele seguiu até a torre de Quasímoda. Se era para deixar a catedral, se o veredito de madame Frollo já estava pronto e se era verdade que ele seria executado realmente, então por que esperar para fugir? Ele faria isso naquele mesmo dia, passaria o restante do tempo que tinha com os amigos ciganos, no Pátio dos Milagres e, no dia marcado, se encontraria com Phoebe e partiria.

— Quasí? – Esmeraldo chamou discretamente e a garota, que trabalhava em seu modelo de Notre Dame, virou-se e sorriu ao vê-lo – Preciso urgentemente de um favor seu.

Quasímoda escutou com paciência o plano de Esmeraldo sobre a decisão do cigano de fugir naquela mesma noite e sobre como ele precisava urgentemente deixar aquela prisão em que estava.

— Notre Dame é magnífica, eu sempre amarei esse lugar, mas hoje me sinto engaiolado e juro para você que vou enlouquecer se permanecer mais um dia aqui. Por favor, ajude-me a fugir, minha amiga! – o rapaz pedia quase desesperado e a garota, assustada, apenas o encarava de volta.

— Espere, você vai se encontrar com a capitã da guarda em pessoa e ela vai tirar você de Paris? – a sineira ponderou – Ela vai tirar você de Paris depois de ter ficado uma fera por deixar você escapar da prisão para Notre Dame?

— Ela me ama, Quasí! – Esmeraldo respondeu, sonhador – ela me disse isso, eu vejo e sinto na voz dela. Phoebe disse que me ajudaria e ela ajudará, só preciso sair daqui.

— Phoebe está mandando você ir até ela, está mandando você se arriscar quando ela podia tirar você daqui sem risco para ninguém, bastava uma ordem, um plano bem feito, qualquer coisa. – Quasímoda não estava convencida e encarava Esmeraldo com um olhar desconfiado – Que forma de amar. Quem ama se arrisca pela pessoa amada mas não a manda se arriscar.

— Quasí, por favor, não é hora de discussões, só preciso sair daqui. – Esmeraldo respondeu impaciente e a sineira suspirou, entre irritada e comovida.

— Esmeraldo, eu não confio nessa Phoebe e, se quer um conselho, não vá nesse encontro. Mas eu ajudarei você a sair da catedral porque sei que está enlouquecendo aqui dentro. – Quasímoda disse, lutando para não sair dali e desistir de ajudar Esmeraldo, os ciúmes e a raiva de Phoebe faziam sua cabeça latejar suas mãos se fecharem – Mas pelo amor de Deus, tenha juízo, meu amigo! Não se arrisque, fique em segurança.

— Mas eu ficarei, Quasí. – Esmeraldo respondeu, sorrindo docemente – Ficarei bem, deixarei Paris e a ministra Frollo vai ser obrigada a me esquecer.

— Esmeraldo... – a garota sentiu que seu coração estava sendo apertado por uma mão fria – você sabe o que é amar sem ser amado? Já sentiu isso? Sabe o quão desesperador é saber que a pessoa que você mais preza não sente nada por você?

— Não, e tomara que nunca venha a sentir. – o cigano respondeu, seu rosto se fechando – mas não tente desculpar sua madrinha, já lhe pedi que não a defenda. É fácil fazer besteiras e culpar o desespero, não é?

— Mas você poderia ao menos perdoá-la algum dia? – Quasímoda encarou o amigo – Não faz ideia do que ela está sofrendo.

— Veremos, mas agora eu quero somente escapar desses sentimentos não correspondidos que sua madrinha nutre por mim ou ela vai acabar me matando e ainda dizendo que a culpa é minha. Podemos ir? Por favor!

Quasímoda, respirando fundo, levou Esmeraldo até um dos parapeitos na lateral da catedral e o encarou, determinada.

— Eu só conheço um jeito de sair daqui: escalando. Eu levo você mas você precisa se segurar firmemente e não dar nem um pio até que esteja em segurança, aconteça o que acontecer. Você pode fazer isso?

— Espere aí:  você vai me carregar até lá embaixo? Eu ouvi direito? – Esmeraldo arregalou os olhos e olhou para baixo, para o chão de pedras duras vários e vários metros abaixo deles, e dali para Quasímoda, que se mantinha calma, como se bastasse um salto de alguns centímetros para que Esmeraldo ficasse livre.

— Isso mesmo. Mas não se preocupe: escalar essas paredes é algo que eu faço com tanta frequência que não há como dar errado. Agora venha: segure em mim e vamos sair daqui.

Esmeraldo obedeceu, aterrorizado, mas a calma que irradiava de Quasímoda era tamanha que o rapaz, assim que sentiu o abraço dela, acalmou-se na mesma hora e sorriu.

No segundo seguinte, ambos estavam descendo pela lateral da magnífica catedral, Quasímoda segurando-se em cada cantinho que conseguisse, Esmeraldo bem seguro, abraçado nela, e nenhum guarda sequer sonhando com o que ambos estavam fazendo.

A descida inicial foi difícil, Quasímda saltando e agarrando-se nas canaletas de pedra com uma mão enquanto, com a outra, segurava firmemente Esmeraldo, que fazia um esforço gigantesco para se manter calado. Eles desciam do alto de uma das torres em direção ao telhado, rezando para que tudo desse certo, escondidos pela escuridão da noite.

Metade da descida já havia passado, e agora ambos estavam sobre o telhado logo acima da nave, as placas escorregadias de metal ofereciam um risco para a descida segura, mas Quasímoda sabia o que estava fazendo e, saltando como um gato sobre uma das folhas de zinco, a garota foi andando em direção ao encontro entre o telhado e a parede da lateral, Esmeraldo olhando para ela com admiração.

— Você é uma verdadeira acrobata, Quasí! – ele comentou baixinho, ela sorriu para ele mas essa pequena distração custou caro. A garota pisou em uma telha solta e, quando viram, ambos estavam escorregando junto com a barulhenta filha de metal em direção à lateral e a uma queda dolorosa.

Mas assim que atingiram o pequeno espaço onde terminava o telhado, a telha passou voando para longe, causando um grande barulho, enquanto Quasímoda, com Esmeraldo firme em seu braço, saltava mais uma vez como um gato, agarrando-se a uma das canaletas, depois escalando pelas ranhuras da pedra até um nicho quase na altura do solo. Os guardas, assustados com o barulho da telha solta, deixaram seus postos. Era a deixa de que eles precisavam.

— Vá, Esmeraldo, é sua chance! – a sineira disse em um sussurro.

— Não sei como posso agradecer, minha amiga! Saiba que nunca esquecerei você! – o cigano respondeu e, assim que disse isso, abraçou Quasímoda com força, carinhosamente, e beijou sua bochecha, desaparecendo na escuridão da noite e deixado para trás uma Quasímoda desamparada e cheia de tristeza, que subia de volta até sua torre pela parede por onde descera ainda relembrando o beijo que acabara de receber.

— Espero que você esteja certo sobre Phoebe e que ela o faça feliz, Esmeraldo – a sineira disse baixinho, sem realmente acreditar que aquela capitã pudesse de fato fazer o cigano feliz, pensando em como lidaria com a ausência definitiva de Esmeraldo que, se tudo desse certo, partiria na manhã seguinte de Paris para nunca mais voltar – Se você soubesse que eu amo você... Se soubesse que eu realmente arriscaria tudo por você... será que você fugiria dessa maneira com uma pessoa que não teve medo algum de colocar sua vida em risco mandando-o sair por aí para encontrá-la? Se isso é amor então eu é que não sei mais nada.

Quando viu Esmeraldo chegando apressado, furtivamente, Clopin, o rei cigano, levantou-se de seu banco em uma varanda no Pátio dos Milagres e correu para o rapaz, a quem chamava de irmão, os braços estendidos e um olhar de alívio nos olhos negros.

— Por tudo o que é mais sagrado, Esmeraldo! – o homem alto, de voz melodiosa, em dois passos chegou ao rapaz e colocou suas mãos sobre os ombros dele – Como conseguiu sair daquela catedral? Aqueles malditos guardas não me deixaram entrar para vê-lo e eu fiquei sem notícias! Como é que você está, meu velho?

— Meu irmão! – Esmeraldo abraçou Clopin e rapidamente contou tudo sobre Phoebe, seu plano de fuga e sobre a ajuda de Quasímoda.

— Aquela mulher é um verdadeiro anjo, meu velho! – o rapaz dizia com um grande sorriso no rosto – Ela me tirará de Paris daqui a dois dias e eu estarei livre de madame Frollo! Aliás, cuidado com ela, aquela mulher é tão perigosa quanto Laurette!

— Esmeraldo, espere aí, rapaz. – Clopin, com o rosto fechado e uma ruga de preocupação na testa, interrompeu o rapaz e o encarou com firmeza – Você está me dizendo que a capitã da guarda, uma das pessoas mais fiéis ao seu serviço que eu já vi, tirará você daqui?

— Ela sabe que sou inocente, por isso me tirará de Paris. – Esmeraldo respondeu, seu sorriso cada vez mais largo e sonhador – Ela acreditou em mim quando ninguém mais o fez e agora vai me ajudar. Bem diferente da superior dela!

— E como saberemos se você pode confiar nela? – o cigano mais velho questionou, ainda encarando o irmão com firme descrença – Já vi essa tal de Phoebe em ação, ela não é de dar moleza para ninguém. E aquele charme dela é uma das melhores armas que ela tem. Não confio nela, não vou deixar que você faça isso.

Esmeraldo congelou, encarando Clopin sem acreditar no que ouvia.

— Mas... – foi tudo o que o rapaz conseguiu dizer.

— E, para que não reste dúvidas de que você está caindo em uma armadilha, façamos o seguinte – Clopin, experiente como era ao lidar com guardas e com esse tipo de situação, propôs -  no horário combinado, eu irei na frente e verificarei a casa e verei se Phoebe está lá, sozinha, desarmada. Se estiver tudo bem, deixarei você ir. Mas enquanto isso, você ficará escondido, aguardando meu sinal sem questionar. Sem truques, sem bater o pé. Ou é isso ou você não vai. O que vai ser?

Esmeraldo relaxou.

— Não tenho medo algum de ser enganado. Façamos como você disse. – o rapaz sorriu e o cigano mais velho cruzou os braços, entre preocupado e penalizado.

— Muito bem então. Até lá, você não sairá desse lugar, ficará aqui, seguro. – a advertência era inquestionável mas Esmeraldo simplesmente sorriu, despreocupado.

— Sim, senhor.

— Pois muito bem! - o rei cigano bateu palmas para chamar a atenção dos demais e fez sinal para que trouxessem um barril de cerveja – Já que vai ficar aqui, então façamos isso ao nosso melhor estilo! Que comece a festa!


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que Esmeraldo vai conseguir deixar Paris? hehehehe cenas dos próximos capítulos, literalmente!



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