A Seleção do Santuário: Dreams Coming True escrita por Phoenix M Marques W MWU 27, BILSS O DESTRUIDOR
Enquanto se encaminhavam para o vestiário, Matt não podia deixar de notar que Marcelo alisava e passava as mãos sempre pelo topete, quer estivesse sendo visto ou não, quer houvessem pessoas por perto ou não. Na verdade, haver pessoas por perto parecia ser o menos importante nesse caso, para ele. Um galã incurável..., pensava Matt com seus botões.
— Queridos alunos!! – Mal chegaram ao vestiário, e a voz de Joca invadiu seus ouvidos, com o professor exclamando a plenos pulmões. Ele chamava sempre os alunos de “queridos”, mas com um tom de voz que deixava claro que ele estava na verdade querendo dizer qualquer outra palavra de forma intensa, exceto “queridos”. – Estamos diante desse desafio. Uma competição continental contra excelentes atletas dos demais países americanos. Que o cosmo de vocês possa brilhar cada vez mais alto!! No entanto, devo lembra-los de que usar ou ter apenas o cosmo em mente pode não ser o suficiente nessa competição. Estejam focados e firmes. Não quero brincadeirinhas em campo!! Entrem para jogar à vera, para jogar sério. Entrem como se fosse numa batalha para defender o Santuário, Atena, nossos demais colegas cavaleiros, a humanidade e o planeta Terra. Não subestimem nenhum adversário. Não façam pouco caso nem piadinhas. Joguem para valer! Joguem sério!! VIGILÂNCIA CONSTANTE E PERMANENTE!! Um por todos, e todos por um! Juntem-se aqui no meio.
Os garotos obedeceram, e Joca estendeu a mão para a frente. Todos colocaram a mão em cima da de Joca.
— Viva os Cavaleiros de Atena! – bradou o treinador.
— Viva!!!! – responderam os meninos, ecoando em uníssono.
Joca os deixou no vestiário para mais alguns momentos de descontração pré-jogo. Alguns finalizavam seu aquecimento. Joca e a comissão técnica do Santuário subiram em direção à área técnica, à beira do gramado, já para se preparem para o início do jogo. Os reservas subiriam logo depois, enquanto os titulares iriam para o túnel do Maracanã para esperar o início da partida.
Como capitão, Matt também tinha que dizer algumas palavras. Depois do discurso de Joca, ficava até difícil pensar em dizer algo. Ele optou por uma via simples.
— É isso aí, pessoal. Vocês ouviram o treinador! Vamos nos dedicar com força total, dar nosso máximo e melhor e vamos para cima de qualquer adversário que teremos. Foco sempre!! Viva os Cavaleiros de Atena!
— Viva!! – os meninos bradaram novamente.
Os reservas foram se dispersando, para se juntar à comissão técnica na beira do gramado. Alguns ainda permaneciam no vestiário para bater um último papo.
— Por que o Marcelo tá sempre alisando os cabelos? Penteando? Se olhando no espelho? – quis saber Pedro. – Quer se arrumar todo assim, logo antes de um jogo de futebol?
— Mesmo sem saber se vai jogar mesmo ou não – pontuou Thiago.
— Deixa ele – respondeu Matt. – É um galã que não sabe a hora de parar de se admirar.
— Sei não – comentou Gustavo. – Não deve ter ouvido nadinha do que você e o treinador falaram...
— Deixa. Uma hora ele se toca – disse Matt, embora não estivesse 100% certo do que dizia.
É uma criança, dizia para si mesmo em pensamento. Eu trabalho com crianças. No fundo, todos somos crianças. Até eu, no fundo, sou uma criança, as vezes...
Matt sacudiu a cabeça, afastando os pensamentos. Preparou-se para seguir para o túnel.
...
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Antes de subirem, Marcelo veio para perto do cavaleiro de Fênix, seu colega de equipe e capitão, para cochichar.
— É só o Japão, meu amigo. Vai dar certo. Mesmo que eu não entre em campo para contribuir e ajudar vocês.
Exibia um sorriso largo de orelha a orelha, ultra confiante.
— Tenha calma – advertiu Matt. – Você ouviu o que o professor Joca nos disse. Não podemos subestimar nenhum adversário nem entrar de salto alto em campo. Pode ser o Japão, pode ser um jogo-teste, mas eles vão entrar para ganhar. Todos querem ganhar do Brasil... Isso não muda mesmo em se tratando da comunidade mágica e da comunidade de Cavaleiros de Atena espalhados pelo mundo. A rivalidade e o desejo de ganhar são grandes, e sempre irão existir. Respeito. Temos que pregar o respeito, sempre. Além disso, os japoneses têm motivo de sobra para ter confiança. Conhecem muitos de nós há tempos. Alguns, desde o tempo do orfanato Filhos das Estrelas. Além disso, a maioria de nós apareceu para os olhos do público e dos Cavaleiros em geral na Guerra Galáctica... um evento que ocorreu no Japão. Não podemos dar bobeira. Não podemos baixar a guarda nem ficar de olhos fechados perto deles.
— Tá certo... – Marcelo deu de ombros, sem parecer se importar muito com o que o amigo lhe dizia.
— Eu espero sinceramente que você entre em campo – falou Matt de súbito. – Assim, quem sabe, você tem a chance de demonstrar que leva a competição ou qualquer jogo, a sério. Se você realmente fizer a diferença, Marcelo, ao nosso favor... Então essa sua pose e sua pompa todas terão feito sentido, sim. Potencial, você tem. Falta só focar e ajustar esse potencial para usa-lo de modo positivo, propositivo, benéfico para você e para a equipe. Você tem toda a condição de mostrar a todos esse seu potencial, é só você se esforçar.
Marcelo lançou um olhar estranho ao amigo, como se refletisse sobre aquelas palavras.
— Acho que você tem razão...
— Você vai se sair bem, Massa. É só se concentrar – garantiu-lhe o garoto de Fênix.
Marcelo assentiu, e foi se sentar com os reservas. Matt e os demais titulares seguiram para o túnel.
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