Logo que Rudolf se despediu, o cavaleiro de Fênix voltou a se perder em seus pensamentos. Saber que Dino Thomas, outro membro da comunidade mágica, estava presente para acompanhar as transmissões dos seus jogos era uma novidade interessante.

            Ele ainda lutava para se acostumar com toda aquela gama de informações, a respeito das pessoas do mundo mágico que, agora, conviviam e interagiam com os Cavaleiros de Atena nas mais diferentes esferas de vivência. Saber que Dino era em parte brasileiro também era interessante. Imaginar as conversas que os meninos do Time Bronze poderiam ter que o londrino sobre diversos assuntos em comum, além do futebol...

         Em breve vai começar o amistoso entre Brasil x Japão, anunciava o sonoplasta do estádio.

            Uma voz tirou Matt de seus pensamentos.

— Matt! É hora da preleção!

            Um dos novos recrutas do time, Marcelo, que era um dos aspirantes a cavaleiro no Santuário, veio em direção a ele.

— Certo – respondeu Matt, deixando seus pensamentos de lado.

            Marcelo e ele seguiram pelo túnel para a prelação. Marcelo era alto, a pele levemente bronzeada, cabelo em um leve formato de topete, castanho, mas com luzes levemente loiras. Era forte e se cuidava muito. Tinha um físico de invejar até mesmo para os Cavaleiros já efetivos, considerando que era um aspirante – comentava-se que ele estava muito perto de ser agraciado com uma Armadura de Aço em breve. Matt gostava de conversar com ele; era um ótimo ouvinte e que não tinha julgamentos para com ninguém. Um pensamento muito maduro para alguém que não era ainda um Cavaleiro efetivado.

— Ansioso? – questionou o novato. Marcelo havia entrado na seleção com uma leva de novatos para completar os treinos, mas o treinador havia gostado tanto do desempenho deles que cogitava adicionar, pelo menos alguns deles, para o grupo principal que iria participar da competição.

— Muito. Nem te conto – respondeu Matt, ainda se lembrando de Isabella e da conversa com Rudolf.

— Calma, é só um amistoso de teste, rs... – Marcelo tentou tranquilizar.

— Eu sei disso, não é por isso. Não foi o que eu quis dizer – Matt tentou se justificar. – Sei que é um treino, mas eu estou ansioso para que possamos finalmente jogar a competição.

— Sim! Eu estou mega ansioso. Nem sei se vou entrar em campo, mas só de estar com vocês no elenco e na competição, já vai ser incrível.

— Deixa de onda – falou Matt. – Você tá se saindo bem nos treinamentos. Acho que o treinador vai te colocar sim pra jogar.

— Sim. Pode ser, acho que sim. Vamos aguardar...

            Matt assentiu e os dois seguiram até o vestiário. Joca, o treinador esportivo do Santuário, iria começar em breve sua preleção.

            Se Matt se recordava das aulas e preleções de Joca lá no Santuário corretamente, era certo de que eles iriam ouvir um papo extra motivacional, embora pontuado com broncas e puxões de orelha, devido à preocupação de Joca para que eles sempre se saíssem bem, seja em treinamentos, seja em jogos-teste, seja em jogos para valer. Todos teriam que preparar os ouvidos...