Em todos os meus sonhos, o lindo lobo de pelos acobreados se fazia presente, seu cheiro amadeirado me trazia paz e fazia com que eu me sentisse protegida.

Segurei seus pelos com força enquanto ele corria pela floresta – Jacob, Jacob, por favor, cuidado! Eu gritei ao perceber que ele tentava fugir comigo de algo, ou alguém cujo meus olhos não conseguiam acompanhar o movimento.

 Senti o impacto de algo batendo no lobo o atirando a metros de distancia enquanto eu caia ao seu lado, eu senti dor, o lobo levantava-se com dificuldade se colocando a minha frente, finalmente eu pude ver o que havia nos atingido, eram dois vampiros que imediatamente avançavam sobre o lobo, um deles o prendia entre seus braços enquanto o outro o atingia fortemente.

— Não, Não o machuquem! Gritei correndo até o lobo caído no chão, o olhar dos dois vampiros se direcionou para mim, mas antes que pudessem me atingir o casal de vampiros se posicionava a minha frente.

— Anda cachorro, precisa tira-la daqui!

A vampira falava em alto e bom tom, e o lobo levantava-se com dificuldade esfregando o focinho em minhas mãos.

— Eu estou bem! Respondi em meus pensamentos, ele abaixava-se para que eu montasse em suas costas e novamente partia correndo o mais rápido possível enquanto os vampiros se enfrentavam.

Não sei ao certo por quanto tempo ele ainda conseguiu correr, mas quando parou já havia anoitecido, estávamos bem longe de toda aquela guerra, porém ele não conseguia mais caminhar, o lobo caiu em meio à arvores logo eu descia de suas costas tocando seu pelo.

— Por favor, não me deixe.

Lagrimas escorriam por meu rosto, o lobo esfregou novamente o focinho em meu rosto tentando enxuga-las, então caia novamente fechando seus olhos.

Debrucei meu corpo sobre o lobo e chorei até a exaustão me consumir, quando acordei não estava mais sobre ele, um rapaz me levava em seus braços por um lugar até então desconhecido para mim, ao perceber que eu havia acordado ele me colocava no chão e abaixava-se a minha altura dando um leve sorriso.

— Esta segura agora!

Toquei sua mão mostrando a confusão que havia em minha mente, seu sorriso se desfez assim que perguntei sobre o lobo.

— Eu sinto muito! Ele respondeu melancólico – Não pude fazer nada pelo lobo ao encontrar vocês, mas prometi a ele que a manterei em um local seguro.

Ele me estendeu a mão e eu segurei, então caminhamos até um pequeno vilarejo, era lá que eu cresceria até me tornar adulta e buscar respostas para que teria acontecido com os meus pais e com o lobo.