Dahlia escrita por prongslet


Capítulo 2
Capítulo 2 - Pedaços de madeira.


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?
Sim, eu sei que foram precisos três meses para postar mais um capítulo mas a minha vida anda extremamente corrida desde que voltei à faculdade. Tenho pouquinho tempo para escrever e estou a passar por um bloqueio criativo.
Reescrevi este capítulo várias vezes e ele não ficou exatamente do jeito que eu queria, mas vai mesmo assim ♥ Espero que gostem!



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II.

Foi tudo demasiado rápido.

Se perguntassem a Harry o que se sucedeu nos minutos seguintes, ele não saberia responder. Num momento, o número quatro estava mergulhado no mais profundo dos silêncios e no outro... Bem, no outro estava um verdadeiro caos. O grito horrorizado da tia Petúnia foi tudo o que bastou para que a casa se enchesse de berros. Dudders gritava a plenos pulmões porque não podia ir ver a sua tão adorada sinistra, o tio Vernon estava mais vermelho que o brasão dos Gryffindor e a tia Petúnia... Bem a tia Petúnia fez a coisa mais sensata que se podia fazer naquela situação: caiu que nem um tordo no meio do chão, espalhando os brinquedos de Dudders por todo o lado.

Durante alguns segundos o tio Vernon parou de gritar, Duddley terminou a birra e a desconhecida – que agora ele sabia que se chamava Dahlia – correu para socorrer a suposta mãe biológica. E ele continuou ali, com os pés presos ao chão e a boca aberta, enquanto o seu cérebro tentava processar toda aquela informação de uma só vez.

Aquilo era uma pegadinha de mau gosto, só podia. Desde quando é que a tia Petúnia tinha uma filha? Seria ela bastarda? Abanou a cabeça. Não, não podia ser… ao menos que fosse? Não, não. Era impossível. Ou não seria?

Inspirou pesadamente. Não, não era. Aquela garota parecia demasiado gentil para ser uma Dursley… ou não seria uma Dursley?

— Vamos garoto. — O tio Vernon gritou momentos depois, enquanto o sacudia várias vezes. — Um copo de água com açúcar. JÁ!

Harry assentiu com a cabeça, mas as suas pernas continuaram presas no mesmo lugar e a sua cabeça continuava longe. Quando voltou a dar atenção a entrada do número quatro, a tia Petúnia já não estava desacordada no chão, mas continuava bastante abalada. Harry podia jurar que a pouca cor que ainda lhe restava iria desaparecer qualquer momento e iria voltar a cair no chão, inconsciente. Os seus olhos, porém, pareciam bem vivos e esbugalhados, presos na figura ao seu lado, como se o pior dos seus pesadelos se tivesse tornado realidade.

E se calhar era mesmo isso que estava a acontecer. 

— Tire-a daqui Vernon. — Petúnia balbuciou de forma ridícula, antes de fazer um gesto com a mão, numa tentativa falhada de enxotar a figura de cabelos cor-de-fogo do seu lado. Dudders grunhiu enojado e imitou a fala da mãe, ao ver o pai enxotar Dahlia para longe da mulher. O coração de Harry, porém, apertou-se de forma estranha quando viu os olhos cor-de-avelã cheios de água.

Podia jurar que a desconhecida ia sair dali o mais rápido possível, correr para longe deles e nunca mais regressar. Petúnia encarava-a como se fosse o ser mais nojento de todos e Harry sentiu um sentimento estranho crescer dentro de si. Não queria imaginar a dor que a garota poderia sentir naquele momento. 

Dahlia abanou a cabeça, limpou as lágrimas e levantou-se do chão. Segurou a mochila no ombro e suspirou pesadamente. — Eu só queria respostas. — Acrescentou, antes de virar as costas para Harry e para a tia. Avançou a passos largos pelo corredor mas a mão forte de Vernon impediu-a de dar mais um passo. Segurou-a sem qualquer cuidado pelo ombro e puxou-a fortemente, fazendo-a soltar o papel que trazia consigo no chão.

Dahlia gemeu de dor e Vernon segurou-a novamente pelo ombro, sem se importar com a força com que apertava a desconhecida. — Você não vai a lado algum, mocinha. Não sem nos explicar direito o que é que está a fazer em minha casa de verdade. Isto é alguma pegadinha de mau gosto? Quem é que te pagou para fazer este espetáculo?

— Ninguém. Eu estou a dizer a verdade! — Ela respondeu, antes de puxar o seu braço para longe do aperto, mas parecia impossível. Os olhos esbugalhados do tio de Harry pareciam querer saltar das suas orbes e cuspia mais e mais a cada palavra proferida. Estava furioso. —  Largue-me seu maníaco! — Ela gritou novamente, antes de puxar de algo do bolso de trás das suas jeans.

Harry não conseguiu perceber o que era, mas pelo grito horrorizado de Dudders só podia ser uma arma.

— Anormal! Anormal! — Duddley gritou descontrolado, antes de se esconder atrás do sofá. O tio Vernon deu um passo para trás e a tia Petúnia gritou escandalizada antes de se segurar no marido para não voltar a desmaiar.

E o Harry? Bem, ele ficou chocado ao ver o pedaço de madeira que ela empunhava na mão direita.

*

Pela segunda vez naquele dia, o número quatro no mais profundo dos silêncios. O horror estava estampado nas caras de todos os seus residentes e ninguém parecia saber o que dizer ou como agir. 

— Tu. — O tio Vernon gritou, virando-se para ele para o tentar agarrar. Nesse exato momento, Harry pareceu despertar do transe e num reflexo extraordinário (algo que ele tinha de agradecer aos anos de Quidditch) conseguiu esquivar-se do aperto do tio. Afastou-se a passos largos, antes de se colocar ao lado de Dahlia. Sabia que o tio nunca teria coragem de passar para aquele lado. Não enquanto a varinha de Dahlia estivesse apontada ao seu peito.

Ou pelo menos, assim o esperava.

— Eu não tenho nada a ver com isto! — Harry gritou de volta, quando o tio começou a gritar descontroladamente que aquilo era obra dele e dos seus amigos anormais. Por longos momentos, Harry teve medo do que poderia acontecer com ele e com aquela desconhecida… nunca o havia visto daquela forma, nem mesmo quando teve a sua casa infestada de dezenas de cartas sobre uma escola mágica.

— Cale-se! — Dahlia gritou alguns momentos depois, fazendo um movimento com a mão direita. Dudders gritou horrorizado e tapou os olhos, incapaz de ver o que iria acontecer a seguir. 

Mas o feitiço não veio, pelo contrário. Dahlia começou a baixar a varinha.

— Estava aqui para descobrir a verdade sobre a minha mãe biológica. — Disse certa, apertando ainda mais a varinha na pele alva, parando-a no ar novamente. — E agora não vou sair daqui sem pelo menos uma confissão. Não estou aqui para vos fazer mal, só quero que ela me diga a verdade. Quero que admita que me abandonou a porta de um orfanato e disse a uma das freiras que era demasiado nova para cuidar de mim, mesmo já tendo um filho! Quero que ela me diga o que eu tenho de tão errado para uma mãe se desfazer de uma filha!

— Cale-se, sua anormal! — O tio Vernon gritou, colocando-se a frente da esposa. Estava horrorizado. — Nós não temos nada a ver com as suas anormalidades e não sabemos de orfanato algum! Desapareça de minha casa, agora! — Os olhos de Vernon aumentaram duas vezes mais, incapaz de acreditar naquelas palavras. Só de pensar que tinha dois anormais em sua casa… não, ele não iria tolerar nada daquilo. Preferia morrer do que acreditar que a sua mulher poderia ser mãe de uma anormalidade daquelas. Não, eles eram perfeitos... uma família normal e perfeita. O seu Dudders era um menino normal, era o que bastava. Não podia ser, não podia. — Saia de minha casa antes que eu chame a polícia! Saiam os dois daqui, rua! Já! Não vos quero ver aqui!

Antes que Harry pudesse raciocinar, o tio atirou-se para cima dos dois, derrubando a varinha de Dahlia no processo. O pedaço de madeira rolou várias vezes no chão antes de parar nos pés de tia Petúnia que saltou horrorizada, como se aquilo fosse a mais contagiosa das doenças. Deu alguns passos atrás, pisando o pedaço de papel esquecido no meio daquela confusão toda.

— Leve aquela anormalidade dali! — Vernon gritou, antes de empurrar Harry pelo corredor, fazendo-o cair no chão perto da varinha. Com a mão livre, puxou Dahlia pelos cabelos, arrastando-a até à porta de entrada.

Talvez tenha sido pelos gritos de dor de Dahlia que pareceram perfurar os seus ouvidos ou pelo sentimento estranho que se apoderou dele desde que Dahlia apareceu do outro lado do batente da porta. Tudo o que ele sabia era que não conseguia permitir aquilo, nem podia.

— Pare! — Gritou, antes de segurar a varinha dela na mão direita. Sentiu um formigueiro estranho na sua mão vindo da varinha, como se pedisse para ser utilizada. Numa fração de segundos, considerou a hipótese de atacar o tio. Seria capaz de fazer tal coisa só para proteger alguém que até a alguns minutos atrás não passava de uma desconhecida? Seria capaz de atacar as pessoas que para o bem e para o mal eram os únicos parentes que lhe restavam?

A resposta a essas questões não chegou. Ao invés, um estalico metálico preencheu os seus ouvidos e uma figura altiva de óculos em forma de lua materializou-se aos seus pés. 

— Professor Dumbledore? — Murmurou confuso, soltando a varinha no chão. 

— Olá Harry. — Disse docemente, estendendo-lhe a mão para que ele se levantasse. Com um aceno de varinha conjurou quatro cadeiras na sala de estar e separou o tio Vernon de Dahlia. —  Acho que está na altura de contar a verdade, Petúnia. — Acrescentou, com os olhos vidrados na figura loira que estava atrás de Harry. 

Só nesse momento é que Harry percebeu que a tia segurava o papel amachucado de Dahlia nas mãos. Os seus olhos brilhavam intensamente e as lágrimas escorriam piamente sobre o seu rosto enquanto examinava a fotografia trouxa que tinha nas mãos.

Harry precisou de se esticar para poder observar melhor a fotografia.

Duas mulheres sorriam felizes, à porta do que parecia ser uma florista. Harry conseguiu ler "Flores Evans" num letreiro, mas não precisou disso para  reconhecer o rosto altivo da tia numa delas. Segurava um embrulho cor de rosa com um cuidado extraordinário e encarava o ser debaixo dos cobertores com um amor incondicional. 

Ironicamente, não foi isso que surpreendeu Harry. Não era o letreiro com o seu nome de família materno, não era a tia Petúnia e muito menos o bebé enrolado na coberta cor-de rosa que ela segurava nos braços. Estava mais intrigado na mulher que sorria feliz ao lado da tia. 

— Mãe? — Murmurou incrédulo, antes de piscar os olhos lentamente, como se Lily Potter fosse desaparecer da fotografia a qualquer segundo. 

Infelizmente (ou felizmente) Lily Potter não desapareceu da fotografia, pelo contrário. Continuou a sorrir feliz, alheia ao olhar incrédulo do seu único filho.


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Notas finais do capítulo

Então... o que acharam deste final de capítulo? ahaha
Adoraria saber as vossas teorias sobre a Dahlia... eu acho que podem considerar duas grandes coisas sobre a paternidade dela, mas acho que o passado dela ainda tem muito para vos contar, não fosse esse o maior segredo da tia Petúnia *spoiler alert*
Obrigada a todos os que comentaram, espero sinceramente que não tenham desistido da fanfic!

* Capítulo não revisado. Qualquer erro me avise! Irei revisar muito em breve ♥



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