- Muito bem! Hoje a última aula será arremesso de shurikens!

- Ahhhhnnn?!– Toda a sala resmungava.

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- Que sorte em Iruka.

- Do que esta falando Yamanishi-san?

- Todos os alunos ficam exaustos e dificilmente acertam o alvo – Ele respondeu irônico – Já ela acerta alvos cegos.

- Ah sim, Yuki-san é bastante talentosa e aprende rápido também.

- Um talento como esse, no mesmo no tempo dele...

- É. Como ela era aliada ao Itachi-san, provavelmente ele a ensinou. – Iruka respondeu feliz fitando a garota – Você era sensei dele né Yamanishi-san?

- Ora, estou ficando velho.

- Que nada – Iruka sorriu – Você não envelheceu nem um pouco.

- Heeey! Yuki! – O grito desviou a atenção – Yuuuki!

- O que faz aqui Naruto? – Perguntou Iruka.

- Yuki eu consegui! – Naruto gritou para toda a sala ouvir – Estou flutuando!

-“Flutuando?”

- “Serio? Yuki ensinou isso pro Naruto?”

- “Hey Hey olhem ali!”  

- Conseguiu? – Yuki se virou e tacou uma kunai fazendo com que Naruto perdesse o equilíbrio – Tem certeza?

- Isso não vale!

- Ainda não está bom!

- Claro que está! Ontem você só tinha me mandado flutuar!

- Err... Naruto...

- Calma aí Iruka-sensei! Ela só me mandou andar em cima daquele lago maluco e ficar usando a “dominação da Natureza” para conseguir e eu consegui.

- Naruto você está interrompendo a aula. – Iruka disse num sorriso amarelo.

Naruto se virou para a turma que ria sem parar e coçou a cara envergonhada. Yuki suspirou e recolheu suas kunais e shurikens a aula estava no fim e Iruka chamou os alunos para um último aviso:

- E não se esqueçam que amanhã terá um festival aqui na vila, avisem seus pais.

- Festival?

- Sim, é um festival que acontece todo ano e esse ano a vila da areia vem festejar conosco.

 - Então o Gaara...!

- Isso mesmo Naruto.

- Legal! – Comemorou o loiro – Vamos treinar mais Yuki! Tenho que mostrar pro “Kazekage” o que o futuro Hokage sabe fazer!

- Não, você está dispensado.

- Ué, por quê?

- Porque você precisa se arrumar e eu também.

- Arrumar?

- Naruto, um festival de kimonos e yukatas... – Iruka sussurou.

- Ah tá! Então... Até amanhã de noite.

- Uhum.

A noite toda a vila se preparava para o festival, os homens montavam barracas, as mulheres colocavam os enfeites e as lojas, todas lotadas, por desesperados que ainda não arrumaram um kimono ou yukata.

Yuki revirava um baú de madeira em busca de tecido para o obi, faria uma linda yukata para a noite seguinte. Com linha e tesoura bordava pequenas borboletas na barra da yukata, fazendo daquele simples pedaço de pano branco um vestido bonito. Enquanto tecia sentia sua presença, aqueles arrepios só podiam ser de uma pessoa:

- Você se lembra?

-Hun?

- A mamãe costumava bordar também.

- Você é um espelho de sua mãe, não posso negar isso.

- Você também acha? – Yuki respondeu para o nada sorrindo – Acho que puxei mais o lado do papai, nee?

- Porque está costurando?

- Tem festival amanhã.

- Porque simplesmente não compra uma yukata?

- Porque... – Ela parou de bordar – Eu sinto que a mamãe me olha quando costuro. Sempre que erro um ponto ela aponta o buraco certo.

- Eu queria poder te tocar, sinto saudades...

- Eu também Itachi-san. – Yuki voltou a passar a agulha – Eu também...

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- Droga! Só tenho esse kimono velho que usei da última vez que saí com a Sakura-chan... – Naruto resmungava – E não tenho dinheiro pra comprar outro...  - “Ótimo salário ninja!”

Passava das dez e Naruto xingava o céu e a terra por não ter dinheiro. Desistiu e foi tentar dormir, mas o sono não vinha.

No dia seguinte os únicos que saiam para a rua eram os donos de bares que forneciam mantimentos paras as barraquinhas. Algumas crianças corriam pelas esquinas tentando surrupiar algum brinquedo, quase sempre sem sucesso terminavam de castigo pelos pais que pagavam os preços absurdos dos estragos.

Por volta de meio dia a caravana de Suna chegou, trazendo Gaara, os irmãos e alguns tietes de Areia, sempre paparicando seu querido Kazekage.

Todas as kunoiches estavam enfurnadas nas lojas, poucas ou quase nenhuma sabia laçar o obi por cima da Yukata. Hinata e Tenten estavam no apartamento da sensei enquanto a mesma fazia os nós.

- Linda sua yukata, Hinata. – Tenten sorriu.

- E-Era da minha mãe.

- Fique quietinha e prenda a respiração. – Kurenai pedia – Tenten pode acordar o Asuma pra mim?

- Hai.

- K-Kurenai-sensei ele não dá trabalho?

- Toda criança dá trabalho.

- É m-mesmo. Nem parece que você teve um filho.

- Sim, arrumar casa e andar para todos os lados com ele faz perder alguns quilos – Kurenai deu o último puxão e o laço se formou – Está pronta.

- A-Arigatou Kurenai-sensei.

- Não tem de quer.

- Kurenai-sensei, aqui está o Asuma.

- Vocês vão na frente, eu ainda tenho que amamentar e vestir minha Yukata.

- H-Hai.

As duas partiram e Kurenai se sentou na poltrona com o filho. Hinata sempre esteve acompanhando a sensei e muitas vezes usava a desculpa para sair do clã. Aprendeu muita coisa sobre filhos e realmente gostaria de ser uma mãe como Kurenai.

Era exatamente quatro da tarde e todos saiam de suas casas para as ruas já iluminadas. Takoyaki, Pescaria, Algodão doce, Maçã do amor, nenhum desses interessava a pequena Yuki. Apenas uma árvore bem no topo da pedra. Calmamente subiu e se sentou encostando na cerejeira florida. Dali podia se ver o mais lindo pôr-do-sol em contraste com a iluminação das barraquinhas.

Sentia-se leve, tranqüila.  O vento carregava cada sorriso para a árvore e ela não pode deixar de liberar seu canto mais uma vez...

Yane no ue de sora o aogu, hizashi wa uraraka 

No telhado, olhando para o céu, a luz do sol está quente e suave 

Miageru sora, karadajuu genki ga minagitteku  

Quando eu olho para o céu meu corpo inteiro é enchido com energia 

- Levanta esse rosto Naruto!

- S-Sakura-chan?

- Você realmente tá duro hein. – Ino debochava – Seu kimono está desgastado!

- Vocês realmente querem acabar comigo... – Ele sussurou.

- Quanto tempo Naruto.

- Gaara!

- É Kazekage pra você! – Temari disse.

- Fica fria camarãozinho... Então senhor Kazekage? Poderíamos tomar uma taça de sake?

- Obrigada, não bebo.

- “Esse cara não existe!” – Ah, como o Kazekage poderia beber não é mesmo?

- Mudando de assunto, você não estava com uma menina que andava com Uchiha Itachi?

- O nome dela é Yuki, Kazekage. – Ino respondeu. – Por falar nisso onde ela está?

- Boa pergunta.

THAT’S SO WONDERFUL! Ikiterunda! 

Isso é tão maravilhoso! Eu estou vivendo!

Yamerarenai, akirameru da nante 

 Eu não posso desistir, eu não posso me dar por vencida

- Hinata-san! Tenten!

- Ah! Oi Lee.

- Alguma de vocês duas viu o Naruto-kun ou a Sakura-san?

- Nem vi.

- D-Devem estar por perto.

- Vocês não querem vir comigo.

- Acho que não temos escolha né. - Lee abraçou cada uma em um dos braços e saiu rua afora.

Tohou ni kureta kinou ni sayonara 

Adeus para o ontem confuso  

Futsufutsu to wakiagaru kono kimochi 

Meus sentimentos estão me levantando 

Nando demo yomigaeru, hana o sakaseyou  

Eu posso trazê-los muitas vezes, como uma flor desabrochando 

- Kurenai-sensei!

- Como vai Shikamaru?

- Eu... – Disse ele arfando – Te procurei por toda a parte! O que faz aqui tão afastada?

- A paisagem é bonita, silenciosa.

- Não posso deixar vocês dois sozinhos.

- Não estamos.

- O que? – Shikmaru olhou confuso para a kunoiche.

- Meus olhos estão lacrimejando. – Kurenai respondeu sorrindo – É cigarro...

Omoi dewa itsumo amai nige basho 

Memórias são doces lugares escondidos 

Dakedo tachi kire, asu o ikiru tame 

Viver para ver o outro dia

Shukufuku no toki wa kuru, te o nobashite

Um dia o pedido virá, levante suas mãos

O sol se foi, a primeira estrela brilhou e soltaram os fogos. Uma gota vermelha caiu na grama e Yuki se sentiu sendo abraçada.

- Te amo. – Ele sussurrou – Te amo demais.

- Até quando vou ter que esconder isso?

- Você não precisa esconder – Itachi sorriu – Só precisa esperar que descubram.

- Porque posso te ver, mas a mamãe não?

- Itoko está num lugar melhor que esse, acima do céu e das estrelas. – Ele respondeu e perguntou – Você sente muita falta dela não é?

- Mas eu tenho você, a Ami e o baka.

O espírito sorriu e colocou as mãos na testa de Yuki.

- Feche os olhos e faça um pedido.

- Eu já fiz.

- O que você pediu?

- Se eu contar não vai funcionar.

- Você vai contar para o nada, sabia?

- Quando chegar à hora você vai saber. – Yuki fechou suas orbes e se aconchegou. Acabou adormecendo debaixo da árvore.

- Durma com os anjos...