O Sol e A Lua escrita por Luana de Mello


Capítulo 13
Esquecendo o Passado


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, mais um capítulo pra vocês, mas nesse eu acho que me passei um pouquinho, está bem grandinho, espero que gostem!!



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O sábado amanheceu um pouco nublado, estava muito quente, até mesmo para os dias normais do verão, e um vento seco varria tudo que encontrava pelo caminho; na cabana não era diferente, mas pela quantidade de árvores e vegetação a volta, o clima se tornava mais ameno. Mas para Hinata, que levantara cedo para regar seu jardim, aquele era um sinal claro de que mais tarde choveria muito, ela gostava da chuva, gostava de sentir o cheiro de terra molhada, ouvir o barulho dos pingos d'água caindo no telhado, ou do vento fresco que soprava depois da chuva; em dias assim, ela amava se sentar a porta da cabana, com uma xícara fumegante do seu adorado matcha nas mãos, passava horas admirando a paisagem molhada, a água caindo e formando poças no chão, não era a toa que seu elemento era a água, tinha verdadeiro fascínio por esse elemento.

— Terminou Hime? — Naruto aparece na porta da cabana.

— Acabei agora, você já terminou? — Hinata responde o olhando, Naruto estava extremamente descansado e muito lindo aos seus olhos.

— Sim, deixei a máquina funcionando com as roupas de cama. — ele responde e passa a ajudá-la a enrolar a mangueira — A gente podia ficar em casa e descansar hoje.

— Já adiamos isso muitas vezes, cansei de te ver cair da cama. — ela fala e o vê revirar os olhos, Naruto daria um braço para não ir a vila — E precisamos de alguns mantimentos.

— Eu não me importo que a cama esteja pequena, gosto de dormir pertinho de ti. — Naruto confessa com as bochechas fervendo e deixa a Hyuuga do mesmo jeito.

— Naruto-kun! Sabe que precisamos comprar uma cama nova, você já protelou por quase três meses, a gente precisa de espaço pra conseguir descansar, é por isso que anda tão cansado, e também preciso comprar mais daquele remédio para dor. — ela conta e a postura de Naruto muda imediatamente.

— Você está com dor? Quer que eu te faça massagem? Não precisa ir a vila, fica em casa deitada. — ele começa a falar sem parar, com seu típico jeito afobado.

— Não, não, estou bem, não se preocupe. — Hinata nega antes que Naruto a levasse para dentro de casa — É só que mês passado acabou, quero repor o estoque. Se você já terminou vamos indo, não quero pegar o sol das dez.

— Só você pra me fazer sair de casa no nosso dia de folga, e em pleno sábado de manhã. — o Uzumaki retruca e volta para dentro para se trocar, por mais que estivesse quente, ele não gostava de ir a vila de bermuda e camiseta.

Como Hinata já estava pronta, ficou esperando do lado de fora, admirando as inúmeras orquídeas que ganhara de Naruto durante os anos; presentear Hinata com uma espécie diferente a cada vez que as descobria, virou um tipo de tradição para ele, que adorava ver o sorriso enorme que ela lhe dava quando via a flor, o brilho em seus lindos olhos, a sua face corada, Naruto se deleitava ao ver essas cenas, que ele guardava como preciosos tesouros em suas lembranças. Todas essas pequenas coisas, os mimos, o carinho e o cuidado de Naruto, faziam Hinata se sentir muito especial, ela adorava a vida que levavam e em sua mente, não precisavam de mais nada, já tinham tudo que precisavam, e principalmente, tinham um ao outro; era gostosa aquela sensação, aquele formigamento que sentia sempre que ele lhe segurava a mão, aquela agitação e o frio na barriga toda vez que ele estava muito perto, o que acontecia com muita frequência, o coração acelerado quando ganhava um beijo ou um carinho na face, todas essas sensações a faziam pensar o que poderia ser aquilo que sentia, estava curiosa para descobrir, e mesmo que ainda não tivesse adivinhado, sabia que era algo muito bom. Ela também notara uma mudança sutil nos atos de Naruto, antes ele já era cuidadoso e carinhoso com ela, mas agora parecia que tinha algo de diferente no modo como ele agia com ela; principalmente quando algum colega lhe pedia que ajudasse em aula, o Uzumaki rapidamente se irritava e tratava de ele ajudar o colega em questão, isso sem falar na intensidade e frequência que Hinata o pegou a olhando, o que a deixava muito envergonhada, mas estranhamente a fazia se sentir bem.

— Vamos? — Naruto fala saindo de casa e acaba assustando Hinata.

— Si-sim. — ela responde, isso também mudou, as vezes ela começa a gaguejar do nada perto dele.

— Você fica muito linda de vestido. — Naruto elogia pegando em sua mão, outra mudança, ele passara a elogiá-la com mais frequência agora.

— Obrigada, Naruto-kun. — Hinata sorri minimamente, a face muito corada.

Para Naruto, esses pequenos detalhes nas expressões dela, eram as melhores partes do seu dia, ver o rosto dela corado era seu maior prazer, gostava também de abraçá-la depois que saia do banho, quando seu aroma se faz mais presente e intenso, talvez isso se devesse ao fato dela estar sempre cuidando de suas flores, mas Hinata tinha uma fragrância suave de gardênia, e sentir o cheiro dela tinha virado um vicio para o Uzumaki; claro que ele só passou a prestar atenção nesses detalhes, que faziam seu coração se contorcer no peito e suas pernas virarem gelatina, quando entendeu os sentimentos conflitantes que nutria por sua melhor amiga. Por vezes durante os dias que se passaram, ele se pegou pensando se aquilo era certo, se Hinata ainda seria sua amiga, mesmo com os seus sentimentos tão diferentes; a verdade era que Naruto morria de medo de Hinata não desejar mais ser sua amiga, e só de pensar nisso, só de cogitar que ela poderia nunca mais chamar seu nome com aquela doçura que somente ela tinha, já o fazia entrar em puro desespero, sentia uma dor tão absurda, tão esmagadora, que Naruto nem podia explicar como se sentia, ele só sabia que aquela dor era infinitamente mais terrível do que tudo que já passara em toda sua vida.

— O que foi, Naruto-kun? Não se sente bem? — Hinata o tira dos seus devaneios — Estava sorrindo e de repente ficou tão sério.

— Não é nada demais. — ele tenta desconversar, mas olhando nos olhos dela, percebe que Hinata não acreditou, eles eram assim afinal, não precisavam de palavras para se comunicar, um olhar bastava — Me promete que nunca vai me deixar? Promete que vai ser minha amiga pra sempre? Promete que vai sorrir assim pra mim sempre, independente do que eu seja? Mesmo que as coisas mudem um pouco?

— Naruto-kun. — Hinata sussurra com ternura, ver os olhos azuis dele tremendo em dúvidas era angustiante, por isso ela levou as suas duas mãos a face dele, ignorando a vergonha e o fato de já estarem na vila — Eu nunca te deixarei, meu lugar é ao seu lado, eu prometi a você, no meu primeiro dia na nossa casa, e eu sei quem você é. Você é Uzumaki Naruto, o portador da raposa-san, um jinchuuriki, filho de Minato-sama e Kushina-sama, heróis de Konoha, meu melhor amigo, meu companheiro, você é meu sol! E por tudo isso, eu nunca te deixarei, nem se as coisas mudarem um pouco, sempre seremos eu e você.

Ao ouvir aquelas palavras, tão simples e tão sinceras, o coração de Naruto se desfaz em solavancos de alegria, e ele não consegue se conter, simplesmente abraça Hinata no meio da rua, chamando a atenção de alguns transeuntes; mas ele não ligava, estava feliz, Hinata prometera, estariam sempre juntos.

— Você sempre será minha lua, Hime! Sempre te protegerei, sempre estarei contigo, o teu caminho é o meu caminho, por onde você decidir andar, eu andarei! — Naruto declara e faz as emoções da pequena Hyuuga se desestabilizarem.

— Vamos as compras? Podemos passar no Ichiraku hoje. — a garota fala tentando se acalmar.

Mais leve e feliz do que jamais esteve, Naruto concorda e volta a caminhar com ela, eles decidem ir primeiro ao mercado, e assim que chegam lá, são engolidos pela explosão de aromas do lugar; Hinata adorava fazer compras por isso, a barraca dos temperos era a que ela mais gostava, e tinha uma paixão peculiar por pimentas que Naruto nunca entendia, e enquanto ela se entretêm com os temperos, ele se concentra em escolher frutas, ele analisa bem cada uma delas antes de adicionar ao cestinho, suas cores, textura e o aroma, como Hinata disse para fazer, ao final de tudo, Naruto tinha a cesta cheia de nashis, satonishikis, kinkans, yuzus e budous, por que ele sabia que Hinata amava essa fruta. Depois se dirige para a barraca dos vegetais e verduras, além das batatas, cenouras, aipos e gengibre que eles normalmente compram, Naruto pega também ashitabas e edamames, esses ingredientes não podiam faltar no ramen especial que Hinata fazia para ele. Quando termina ali, ele parte em busca das saladas, mesmo que não gostasse muito, Hinata gostava de sempre ter uma salada diferente a mesa; nesse meio tempo, seus olhos sempre se direcionavam para o lugar onde sua amiga estava, ele sorria quando a via sorrir e conversar com o vendedor.

Depois dos primeiros e mais difíceis anos de sua vida sozinhos, onde eles tiveram que aprender a se virar realmente, alguns vendedores do mercado se acostumaram com seus novos clientes, e tomaram gosto por vender para as duas crianças; perceberam que era muito lucrativo e interessante negociar com os dois, e por fim criaram um vinculo com seus fregueses mais inusitados, tanto que o vendedor dos temperos criou o habito de tentar surpreender Hinata com alguma iguaria nova sempre que a via no mercado, o que resultava numa longa conversa dos dois sobre que pratos criar, e por fim ela sempre comprava o novo ingrediente. Por isso Naruto sabia que deveria ir as outras barracas primeiro, já que a amiga provavelmente demoraria, já tinha virado rotina para os dois e para os próprios vendedores, que se divertiam ao assistir o sistemática deles. Mas foi numa dessas olhadas, quando o Uzumaki terminava de pegar porções de arroz, que ele viu uma cena muito desagradável; seu colega de classe estava no mercado com seus companheiros de mesa, Shiin carregava alguns dangos nas mãos, seus longos cabelos castanhos estavam presos hoje e a garota não usava seu uniforme de sempre, já Ryu parecia nem estar ali, sua expressão era indiferente, assim como seus olhos cor de chocolate, mas o que incomodava Naruto era o braço de Kenta, que estava sob os ombros de Hinata de forma descontraída enquanto ele ria de alguma coisa. 

— É melhor você ir lá salvar sua namorada, ela não parece muito confortável com a situação. — a senhora Shima, vendedora da barraca de verduras comenta, ela tinha visto o olhar de Naruto e percebeu de cara que ele tinha ficado com ciúmes.

— Vou deixar as compras aqui um pouco tia. — Naruto responde sério e larga a cesta no balcão da barraca.

Ele caminha a passos largos até o grupo, o que causa uma onda de risinhos de Shima, que tinha chamado seu marido para observarem a cena, os dois estavam se divertindo ao ver o desespero de Naruto; quando ele chega perto dos quatro, o primeiro a notar sua presença é Hiroshi, vendedor da barraca de temperos.

— Yoh Naruto, achei que não viria falar comigo hoje. — o senhor cumprimenta animado.

— Oi tio, eu estava ocupado com as verduras. — ele responde sério e faz os quatro o olharem.

— Naruto, não sabia que você fazia compras também, achei que a Hinata-chan estava sozinha. — Kenta fala descontraído. 

Mas os outros dois se encolhem quando os olhos do Uzumaki se fixam nele, achavam que o companheiro estava indo longe demais no seu interesse na Hyuuga, lembravam muito bem o que o Uzumaki tinha feito a Kiba nos duelos.

— Onde ela estiver, eu vou estar também Kenta, tenha isso em mente. — Naruto responde frio e causa um desconforto no Shimura — Hime, preciso de ajuda para escolher os goyas da tia Shima.

— Claro Naruto-kun, já peguei tudo com Hiroshi-san. — ela responde aliviada e prontamente se afasta de Kenta e começa a puxar Naruto pela mão para longe dali. — Vamos indo, até mais Hiroshi-san.

— Posso ajudar vocês. — o Shimura começa a andar atrás dos dois, mas é barrado por Naruto, que se coloca a sua frente.

— Não pedimos por ajuda, então não se intrometa. — ele corta seco e faz o outro ficar irritado.

— Não estava oferecendo a você, ofereci a Hinata-chan. — Kenta responde ácido, ele não iria desistir tão fácil.

— Eu também não pedi por ajuda, Kenta-san. Por favor, continue seu caminho com seus amigos. Vamos Naruto-kun, ainda precisamos comprar uma cama nova. — Hinata fala, tentava desviar a atenção do amigo, ela sentia o quanto ele estava irritado agora, e isso nunca era um bom sinal.

— Cama nova? — Shiin pergunta, ela tinha entendido o que Hinata estava fazendo e se aproximou de Kenta para tentar afastá-lo dali — A loja de móveis do meu pai é muito boa, a cama é para você ou para Naruto-san, Hinata-san?

— É para nós dois, a nossa está muito pequena, Naruto-kun vive caindo a noite. — Hinata conta e deixa os três muito surpresos — Seu pai faz camas grandes, Shiin-san?

— Sim, ele faz camas de solteiros e de casais. — a Hikari conta um pouco aturdida pela informação de que eles dormiam juntos.

— Que bom, então passaremos lá depois, obrigada pela informação, nos vemos na Academia. — Hinata fala e sai puxando Naruto, antes que ele se irritasse mais.

Quando já estão longe do grupo, Naruto consegue se acalmar melhor, ele pega sua cesta na barraca de Shima e não diz uma palavra, paga por tudo e sai do mercado, não queria encontrar com o Shimura de novo, ou lhe quebraria a cara; ao seu lado Hinata estava confusa, ela nunca o tinha visto agir daquela forma tão agressiva, nem com Kiba ou Sasuke ele ficou assim. Minutos depois, quando já estavam em outra rua, ela resolve quebrar o silêncio, não aguentava mais ver a expressão fechada dele, ou ouvir seus resmungos ininteligíveis.

— Naruto-kun, você esqueceu os goyas. — ela fala baixinho.

— Eu não queria comprar goyas Hina, sei que não gosta deles. — ele conta, sentia sua raiva se dissipar só por ouvi-la.

— Então por que disse que queria? — Hinata pede perdida.

— Eu usei como desculpa pra te tirar de lá. — Naruto conta e sente as bochechas ardendo, mas por mais vergonhoso que fosse admitir, ele nunca conseguia omitir nada dela.

Hinata acaba rindo da expressão dele, raras vezes ela viu Naruto corado, mas quando acontecia, era a cena mais fofa e encantadora para a Hyuuga, e só por isso ela já sentia aquela sensação estranha novamente.

— Hina, você...você...— Naruto quer perguntar, mas tem medo da resposta, imaginar essa possibilidade lhe causava um grande desconforto — Você gosta dele? Gosta do Shimura?

— O que? Gostar como? — Hinata pergunta confusa — Se você quer saber se gosto quando ele chega perto, então a resposta é não, não gosto de pessoas invasivas e intrometidas, você sabe disso Naruto-kun.

— Mas eu também te abraço daquela forma, também chego muito perto de ti, então você também não gosta que eu faça isso? — Naruto questiona, e chama atenção para o fato.

Hinata até então não tinha pensado direito no assunto, na verdade ela nem notava quando Naruto fazia essas coisas, por que para ela o modo como ele agia já tinha se tornado natural, mas pensando nisso agora, Hinata percebe o que Naruto quis dizer; mas diferente de como se sentiu quando Kenta a abraçou, ela gostava dos abraços de Naruto, gostava de estar perto dele, não se sentia incomodada e nem desconfortável.

— Eu gosto quando me abraça, gosto quando está perto de mim. — Hinata confessa com o rosto em chamas.

Ao ouvir a pequena confissão dela, Naruto sentiu um nervosismo sem igual se apoderar dele, era como se energia pura percorresse todo o seu corpo, e sem se controlar ou saber direito o que fazia, ele a abraça; a principio Hinata fica parada, surpreendida e muito nervosa, mas por fim ela o abraça de volta, sentia aquela sensação de segurança e tranquilidade tomando conta de si, o calor e a paz fazendo seu coração entrar em sintonia. Quando os dois se afastam, com sorrisos tímidos nos lábios, rostos corados e corações leves, dão-se as mãos e voltam a caminhar pelas ruas, param a frente do boticário, Hinata disse que precisavam comprar remédios, já que da última vez que Naruto ficou doente, ficaram sem analgésicos e antitérmicos; assim enquanto ela pegava os medicamentos, Naruto pegava alguns artigos de higiene, precisavam de novas escovas de dentes, pasta de dentes e loções de banho, ele pegou também um creme de tratamento para cabelos que dizia no rótulo que fazia os cabelos crescerem fortes e bonitos, daria para Hinata usar nos seus cabelos, alem disso ele pegou o shampoo que ela gostava de usar, e seus pacotinhos coloridos, como ele chamava. Com tudo pago e empacotado, eles saem do boticário e vão em direção a loja de móveis do centro, e pelo caminho todo, notam os olhares das pessoas para eles, era sempre assim, toda vez que iam a vila, existiam aqueles que já estavam acostumados com sua presença e até eram curiosos a respeito dos dois, mas sempre tinham aqueles que os olhavam com hostilidade, e também os que eram indiferentes; mas mesmo esses olhares não podiam mais atingir Naruto, ele já não se importava mais com a opinião das pessoas da vila, tudo que lhe importava era a opinião de Hinata. Ao entrarem na loja de móveis, mais olhares se voltam para eles, ignorando isso, os dois caminham pela loja buscando o que precisam e rapidamente encontram uma ala cheia de camas.

— Como escolhemos uma? — Naruto pergunta, nunca tinha comprado um móvel na vida.

— Acho que escolhemos a que for mais confortável. — Hinata responde e se senta em uma para testar — Essa não parece boa.

— Essa é macia, parece bem confortável, vem ver Hina. — Naruto fala em cima de outra.

— Realmente é bem boa, e grande. — Hinata concorda depois de se juntar a ele — Vamos falar com o vendedor?

— Vamos, e quando a gente chegar em casa eu quero dormir muito. — Naruto fala e faz Hinata rir dele.

Contente por terem escolhido uma cama nova tão rápido, Naruto caminha até o caixa descontraído, mantinha os braços na nuca e sorria largo, e isso só fazia Hinata rir mais.

— Tio, quanto é aquela cama ali? — ele pergunta ao vendedor que fecha a cara ao vê-lo ali.

— São cem ienes, duvido que um moleque encrenqueiro como você possa comprar. — o vendedor fala cheio de despeito e preconceito.

— Estão aqui seus cem ienes! — Naruto retruca deixando o dinheiro no caixa, para o espanto do homem — Vem Hina, vou selar a cama pra gente sair daqui logo.

Ele caminha até o móvel já com um  pergaminho novo nas mãos, tinham selado todas as suas compras, para que não ficassem com as mãos cheias de sacolas, e agora faria o mesmo com essa compra.

— Tenha certeza que vou reportar essa situação ao Hokage-sama. — Hinata fala ao vendedor que se assusta por vê-la ali — Você está com os dias contados nessa loja!

Ela dá as costas ao homem, que se treme inteiro, havia se esquecido do decreto do Hokage, ninguém deveria insultar ou maltratar o Uzumaki, claro que ninguém na vila cumpria essa ordem, por que nunca teve uma testemunha ou denuncia do que os moradores faziam, e por isso mesmo ele se sentiu seguro do que fazia; só não esperava que aquela pequena Hyuuga estivesse junto do garoto e nem que o defenderia. Quando Hinata para ao lado de Naruto, ele já terminava de fazer as linhas e códigos para o selamento, e se preparava para o fazer, algumas pessoas curiosas pararam para ver o que acontecia e ficaram muito surpresas ao ver o garoto raposa realizando um selamento, a maioria das pessoas da vila pensavam que ele não possuía nenhuma habilidade para ser um ninja e por isso não frequentara antes a Academia.

— Pronto Hime, vamos para casa. — ele fala para ela e parte para a saída.

Eles saem da loja sob o olhar atento dos curiosos, Naruto tinha ficado quieto depois de ouvir o insulto do vendedor, e por mais que Hinata quisesse o animar e dizer que aquele homem era um idiota, ela respeitaria o seu silencio, e quando ele estivesse pronto para conversar, ela estaria ali para ouvi-lo; estavam quase na saída da vila, quando um ANBU os para.

— O Hokage-sama os aguarda com urgência em sua sala, devem se apresentar imediatamente. — o ANBU fala.

— Uma missão? — Hinata questiona.

— Sim. — o ANBU responde e some imediatamente.

Os dois fazem o mesmo, utilizando o Shunshin, se deslocam rapidamente para a divisão, quando chegam lá, passam direto pelos portões e vão para o vestiário, pegam seus uniformes reservas nos armários e passam a se trocar rapidamente; e como vinha acontecendo com frequência ultimamente, Hinata fica muito constrangida e envergonhada por ter que se trocar na frente de Naruto, coisa que ela não fazia mais desde que completou seus nove anos, e ele vendo que ela estava desconfortável, tratou de se manter de costas para a amiga; mesmo que agora não tivessem tempo para pensar no pudor, Hinata não pode evitar, foi involuntário de sua parte e agradeceu imensamente por Naruto ser tão atencioso com ela e perceber o que ela precisava sem que dissesse nada. Não entendiam o que estava acontecendo, tudo parecia tranquilo na divisão, ninguém parecia saber de qualquer informação, e na vila também não parecia ter nada anormal; sem se deter muito, eles se aprontam e utilizando novamente o Shunshin, partem para o prédio Hokage, chegando lá os dois correm apressados para sua sala, sem que nenhum guarda os barre, com ou sem as máscaras já eram conhecidos de todos ali e se sabia que quando os dois apareciam, era por que o Hokage ordenara e com certeza era por algo sério.

— Mandou nos chamar vovô, agora nos diga qual a missão. — Naruto fala afobado, fazia dias que não saiam em uma missão e estava ansioso para isso.

— Como está vovô? Qual a situação? — Hinata cumprimenta fechando a porta atrás de si e recebe um sorriso do Sandaime.

— Você disse que chamaria seus melhores ANBUS, Sarutobi! O que significa isso?! Por que esses dois estão aqui?! — eles dão um pulo ao ouvir a voz irritada de Hyuuga Hiashi na sala.

Olham ao redor e notam não só o pai de Hinata, mas Hizashi e os membros do conselho do clã também, todos muito surpresos por verem a garota que expulsaram anos atrás; Hinata os olha de volta de forma indiferente, não se deixaria abalar por eles nunca mais. Naruto fica desconfortável com a situação que colocaram o Hokage, eles simplesmente foram entrando e se esqueceram de verificar se tinha mais alguém na sala, por isso mesmo não estavam usando as máscaras ou capuz.

— Desculpa vovô, esqueci de por a máscara antes de sair da divisão, não sabia que teria mais alguém aqui. — ele se explica sentindo as bochechas esquentarem, estava envergonhado pela falha.

— Não é culpa de vocês, esqueci de avisar Tenzou sobre o fato. — Kakashi fala saindo das sombras — Esses são meus melhores membros e os mais capazes de cumprir a missão, Hiashi-sama.

— Como pode ver Hiashi, esses são Neko e Kitsune, e agora que já sabem disso, eu agradeceria se mantivessem isso em segredo. — Hiruzen se pronuncia e sorri.

Faziam anos que Hiruzen queria mostrar a Hiashi o quanto ele perdeu por ser um hipócrita, agora finalmente tinha chegado a hora, e estava se deleitando com o assombro estampado no rosto daqueles velhos e do pai de Hinata; ele e Kakashi tinham omitido a presença deles de propósito, sabiam que Naruto e Hinata nunca usavam as máscaras se não fossem avisados com antecedência.

— Qual a situação, Capitão? — Hinata questiona mantendo a postura.

— Hyuuga Hanabi foi sequestrada essa manhã, vocês precisam rastrear os sequestradores e resgatar a refém em segurança. — Kakashi explica e fica satisfeito com a reação dos dois.

— Quanto tempo já faz? Alguma informação dos ninjas invasores? — Naruto toma a frente.

— Fazem quarenta minutos, tentamos resgatá-la por nossa conta, mas não conseguimos seguir qualquer rastro, eles pareciam ser invasores do País da Água. — Hizashi se pronuncia, sabia que o irmão não estava disposto a cooperar agora.

— Precisamos ver o local onde ela estava quando foi sequestrada. — Hinata anuncia e fixa sua máscara no lugar.

— Você não vai entrar no clã! — Hiashi esbraveja descontrolado, estava se deixando levar pelo seu ego.

— Seja razoável Hiashi, acha mesmo que quero pisar novamente naquele clã imundo?! Só estou cumprindo minhas ordens, afinal vocês querem ou não querem sua herdeira de volta? — a resposta ácida e feroz da garota surpreendeu ainda mais o líder Hyuuga e seus conselheiros.

— Capitão? — Naruto questiona de forma simples, também fixando a sua máscara no lugar, sabia que Kakashi entenderia.

— O Hokage não quer prisioneiros, depois de resgatarem a refém, tirem as informações que puderem e eliminem todos. — Kakashi ordena e o garoto assente.

Eles saem da sala sem se importar se os demais os seguem ou não, já tinham recebido sua missão, agora iriam cumpri-la; os conselheiros e Hiashi ainda ficam um tempo parados, mas logo os seguiram, perceberam que teria que ser do jeito deles dessa vez, estavam com as mãos atadas e totalmente dependentes de Konoha, só que mesmo depois de ouvir e ver, eles ainda não acreditavam que aqueles dois eram os famosos ninjas que todos comentavam. Eles optaram por seguir pelos telhados das casas e prédios, não queriam causar alvoroço na vila, nem levantar especulações, mas não esperavam que os demais os seguissem do mesmo modo; em outros tempos Hiashi não faria aquilo, mas estava curioso e louco para descobrir se era possível que sua filha fracassada tinha se tornado alguém tão forte.

— Por que não vamos andando pelas ruas? — um dos conselheiros pergunta, já estava esbaforido por acompanhar o ritmo dos dois.

— Seria um alerta para qualquer olheiro que o inimigo tenha deixado para trás. — Naruto responde sério — Desfaça a barreira Hiashi, precisamos entrar na residência.

— Como você....? Está desfeito. — Hiashi responde aturdido, nem mesmo seus conselheiros haviam percebido que ele tinha ativado a barreira de emergência, para o caso dos invasores voltarem e tentarem levar Neji.

Eles entram nas dependências Hyuugas e seguem as indicações de Hizashi até onde seria o quarto de Hanabi, pelo caminho encontram várias pessoas da família secundária correndo apressadas, todos pareciam muito assustados; quando chegaram ao quarto da menina, encontraram Hiromi aos prantos e mais três mulheres tentando a consolar.

— Saiam, só vão nos atrapalhar. — Hinata ordena indiferente.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo?! — a Hyuuga se enfurece e tenta acertar a garota, que esquiva e segura a mão da mulher bruscamente.

— Quanto mais me atrapalhar, mais longe sua herdeira vai estar daqui. — Hinata fala e empurra a mulher contra Hiashi que a contém antes que faça mais besteiras, ele estava surpreso, nunca imaginara ver sua filha daquela forma.

— Neko, veja isso. — Naruto chama e causa espanto nas quatro mulheres.

— Não foi forçada, é como se o inimigo já estivesse dentro do clã. — Hinata constata ao analisar a janela do quarto — Quem mais tinha acesso direto ao quarto da menina?

— Somente eu, a mãe dela e sua dama auxiliar. — Hiashi responde a contra gosto.

— Preciso ver ela. — Naruto fala e alguém do grupo sai a procura da mulher.

Nos minutos seguintes, os dois analisam minuciosamente o quarto de Hanabi, mas como já suspeitavam, não há nada anormal ou fora do lugar, o que confirma a sua teoria de que os sequestradores tiveram ajuda.

— Aqui está a garota. — o guarda regressa e trás uma mulher pequena e franzina para dentro do quarto.

Naruto a analisa, ela estava nervosa, se tremia da cabeça aos pés, ela estava morrendo de medo; isso era bom, quanto mais medo tivesse, mais cedo soltaria a língua. Ele se vira para Hinata, que já aguardava com o seu estojo em mãos, escolhe calmamente um dos itens, por fim escolhe um moedor de nozes e se volta para a mulher, não dando a minima para os olhares dos conselheiros ou dos pais de Hinata, não tinham tempo de irem até a divisão, precisavam das informações o mais rápido possível, era uma situação de extrema urgência.

— Me diz o tudo que quero saber, e não te farei mal algum. — Naruto fala com a voz suave e pega uma de suas mãos, era sempre assim, na hora dos interrogatórios eles se transformavam em outras pessoas — Do contrário, vou quebrar cada um dos seus dedos.

— Eu... eu... não... não sei...— a mulher gagueja e tenta se afastar.

— Que pena, vamos começar com o menor então. — ele retruca e em seguida coloca o mindinho dela no moedor e aperta.

Os gritos são ensurdecedores, agonizantes e horripilantes, quem assistia a cena, se encolheu inteiro diante aquilo; Hiashi estava assombrado, lembrou-se do dia que aquele garoto tinha lhe cravado uma Kunai na cintura, o medo tomou conta dele, desde aquele tempo eles já faziam isso?

— Por favor, por favor não! Não faça isso. — a mulher soluça e tenta se afastar dele.

— Conta a verdade e não fareia mais nada. — ele responde e coloca mais um dedo no moedor.

— Por favor, não deixa que ele faça isso comigo, por favor. — ela se coloca a implorar a Hinata, que estava parada ao lado.

— Você quer que ela te ajude? Ajude ela Neko-chan. — Naruto fala divertido, os interrogados sempre caiam nesse jogo.

— Você deve estar muito assustada, não é? Kitsune é muito malvado, eu vou cuidar de você, só precisa me contar a verdade. — Hinata se aproxima da mulher e lhe acaricia a face com uma mão, a outra se posiciona na sua orelha direita, segurando firme um alicate de corte — Ouviu o que disse? Se não pode me responder, significa que não pode me ouvir, então não precisa de orelhas.

Num piscar de olhos, a orelha da mulher foi mutilada, o sangue jorrou por seu rosto, os gritos eram ouvidos por todo o clã, mas o que tornava tudo mais aterrorizante para quem assistia, era a indiferença, a frieza no modo de agir daqueles dois.

— Vai me dizer agora ou tenho que cortar a outra? — Hinata questiona e já se posiciona ao seu lado esquerdo.

— Não, eu digo, conto tudo! — a mulher se desespera mais — Eles são comerciantes de escravos, vão vende-la para algum senhor rico como serva, depois que lhe tirarem os olhos para obter informações do byakugan e os segredos da sua linhagem sanguínea.

— Por que fez isso e para que lado foram? — Naruto questiona e quando vê hesitação em seus olhos, aperta o moedor que ainda mantém seu dedo.

— Meu marido foi selado e expulso do clã faz uns meses, ele era inocente, não tinha feito nada de errado, faz duas semanas recebi a noticia de que ele veio a morrer no deserto. — ela conta, sabia que já estava perdida mesmo — Eles vão para algum lugar entre a vila do Chá e do Arroz.

— Ótimo, sabemos qual rota é essa. — Hinata fala e mais veloz do que qualquer pensamento, empunha seu Tessen e lhe corta a garganta.

— O que você fez?! Vocês não tem permissão de executar ninguém sem um julgamento, ainda mais dentro do clã! — um dos conselheiros se exalta.

— O Hokage nos ordenou que não fizéssemos prisioneiros, esse é o nosso julgamento. — Naruto responde enquanto abre um pergaminho — Quer ser julgado por defender a cúmplice do sequestro?

— Mas e se ela fosse inocente? Teriam a interrogado e executado a troco de nada. — Hizashi contesta, a sua velha preocupação com o destino da sobrinha tinha voltado.

— Se ela fosse inocente, estaria ajudando a procurar pela garota como vimos tantos fazendo quando chegamos, ou pelo menos estaria ao lado da mãe dela, demonstrando sua preocupação pela futura líder. — Hinata rebate sem demonstrar nenhuma emoção — Não teria se escondido pelo clã, se aproveitando da confusão para não ser notada, e de mais a mais, sei que ela era uma adepta da tortura de crianças inocentes, não é Hiashi-sama!

— Vamos andando Neko, já temos a rota, não vamos mais perder tempo aqui prestando contas a quem não devemos. — Naruto a chama, tinha acabado de fixar sua Ninja-to dupla nas costas.

— Vou com vocês. — Hiashi se pronuncia e Hizashi dá um passo a frente.

— Desde que não fiquem no nosso caminho, e não interfiram na nossa missão. — o Uzumaki avisa e sai da residência com Hinata ao seu lado.

Os dois não precisaram discutir qual caminho seguir, conheciam cada palmo daquela rota, e bastou um olhar para que se entendessem; os gêmeos Hyuuga's que os acompanhavam, apenas se contentaram em os seguir, visto que não tinham entendido nada. Durante o percurso pela floresta, Hinata e Naruto montaram seu plano de ação, onde o mais importante era retirar Hanabi das garras dos sequestradores em segurança, e as informações que tinham era que os Nukenins vieram do País da Água, então usariam Jutsus de elemento água, variando entre a névoa e o gelo, sem falar nos possíveis Genjutsus Rank-S; enquanto assistia aquela comunicação muda dos dois, Hiashi analisava o que sua filha mais velha tinha se transformado, estava mais segura, determinada e feroz, não se intimidou em nenhum momento e agia tão fria, não parecia ser uma pré-adolescente quando executou a mulher. Hinata e Naruto agiram exatamente como os rumores sobre Neko e Kitsune diziam que eles eram, frios, calculistas, concentrados e imparciais, cumpriram as ordens do Hokage sem questionar, e mesmo estando dentro do clã, não se importaram ou se detiveram; mas para o líder Hyuuga, o que mais o espantou foi a atitude dela com ele e com a mãe, ela os tratou como se nunca os tivesse visto na vida, nenhuma vez os chamou de pai ou mãe, nem mesmo quando estavam na sala do Hokage, e as palavras duras dela ainda faziam eco em sua cabeça, e ele não entendia o que tem de tão diferente na sua vida de agora, em comparação com a que ela levava no clã, já que pelo visto, os treinamentos e as coisas que a sua primogênita teve que fazer eram bem piores do que o treinamento para se tornar a líder Hyuuga que ele queria.

— Pode perguntar Hizashi, sei que está confuso. — Hinata fala, com o byakugan ativo, conseguia sentir todas as oscilações de chakra, e por isso sabia identificar com exatidão a emoção dos outros.

— Faz quanto tempo? Nunca nos falaram nada, nem Kurenai, nem o Hokage. — Hizashi pergunta por fim, a principio tinha ficado sentido por Hinata não chamá-lo de tio, mas lembrou-se que a garota estava em missão, e ali tinha outro nome para sua própria segurança e por isso não podia demonstrar qualquer parentesco.

— Cinco anos. — Naruto responde — Estávamos com sete na época.

— E antes disso? O que faziam? — ele volta a questionar.

— Lembra do dia que aparecemos em casa com um cervo abatido? Bom, a gente já interrogava com Ibiki-san ali, então acho que devemos contar como desde os cinco e meio. — Hinata responde indiferente ao engasgo de surpresa do tio.

— E por que ninguém mais da vila sabe sobre isso? — Hiashi deixa o orgulho de lado e externaliza sua curiosidade sobre o assunto.

— Os conselheiros do vovô são dois velhos idiotas, invalidariam nossa posse assim que ocorresse, nunca fomos a Academia e não fizemos os exames ainda, então eles não aceitariam, não depois do Itachi-sensei. — Naruto explica.

— Mas depois dos exames...? — Hiashi continua.

— Ai será oficial, embora a gente não precise disso, temos um posto na divisão, temos um superior e cumprimos missões como qualquer outro, vai ser só um pedaço de papel na verdade. — Naruto desdenha, achava aquela regra ridícula.

— Mas então, por que não fazer um exame exclusivo para os dois e acabam com isso? Sei que estão indo a Academia agora, Neji me contou. — Hizashi pede, ainda estava confuso.

— Temos que cuidar do Uchiha, e não perguntem sobre isso, só vai trazer problemas se souberem mais. — Hinata explica o básico, não tinham permissão para dizer mais do que isso.

— Neji sabe? — o Hyuuga mais novo pergunta.

— Não, acho que o cabeção ia ter um treco se descobrisse. — o Uzumaki ri com gosto ao imaginar a surpresa de Neji.

— Não devem contar a ninguém, lembrem-se que estar relacionados conosco, faz de qualquer um, um alvo. — a garota alerta séria.

— Vocês estão no Bingo, não é? — Hiashi volta a questionar, estava alarmado com todas as descobertas.

— Entramos depois do primeiro ano. — ele responde e no momento seguinte, faz um sinal para que todos parem e fica alerta — Neko?

— A duzentos metros, na beira do rio. — ela sussurra — Parece que pararam para descansar.

— O que faremos? — Hizashi pergunta, também com o seu byakugan ativo.

— Vocês ficam aqui e esperem. — Naruto ordena e Hiashi contorce o rosto em desagrado.

— É minha filha, espera que eu fique parado? — ele contesta.

— Nunca dissemos que participariam da missão, vir junto não é ter permissão de agir, fiquem aqui e não atrapalhem! — Hinata reforça a ordem ríspida.

Os dois somem sem esperar por resposta, deixando os irmãos aturdidos no lugar, e a única saída era utilizar o byakugan para averiguar a situação. Naruto e Hinata se moviam em silencio pelas árvores, mesmo que estivessem um uma conversa durante o caminho, estavam concentrados e alertas, em nenhum momento deixaram de prestar atenção na missão; agora caminhavam sorrateiramente para os dois únicos guardas que os sequestradores deixaram, sem alarde ou ruído, o pescoço de ambos é quebrado em sincronia. Eles escondem os corpos e analisam os demais, que estão sentados a beira de uma fogueira, riem e falam a plenos pulmões, despreocupados, certamente confiantes do sucesso, Hanabi está visível, amarrada ao lado de um deles, parece assustada e a ponto de chorar, sem falar no quanto está pálida; Hinata suspira, era a primeira vez que via sua irmã caçula depois de crescida, e mesmo de longe pode ver o quanto se parecia com o pai. Analisando bem os adversários, perceberam que não eram organizados, e não pareciam ser um grupo unido, e isso poderia se tornar um problema, se atacassem diretamente, algum deles poderia tentar levar Hanabi dali para poder lucrar sozinho; pensando nisso, o plano de Naruto era impossibilitar que mantivessem a garota cercada enquanto eles eliminavam os demais, com isso em mente, se colocaram em movimento.

— Suiton: Hashira no Mizu no Jutsu. — Hinata fala e enormes pilares de água surgem ao redor de Hanabi, a isolando e afastando dos sequestradores.

Os homens são pegos desprevenidos e ficam perdidos, olham para os lados buscando os adversários, e realmente se apavoram quando veem os dois caminhando lentamente até o grupo, as máscaras, as roupas, não deixavam dúvidas, eram os ninjas especiais de Konoha; o que parecia ser o líder do grupo ordena que ataquem, e mesmo vacilando na postura, eles vão. Naruto tinha sua Ninja-to preparada, cada mão com uma metade, Hinata com os Tessens, eles se movimentam com agilidade, graciosamente até, os primeiros a chegar aos dois caíram sem nem ver onde foram golpeados; o sangue se alastrava pela grama, conforme eles iam avançando, e logo uma chuva começou a cair, mas não era uma chuva comum, Hinata reconheceu imediatamente, precisava encontrar quem fez aquele Jutsu logo, assim ela fez um sinal para Naruto, que a assumiu a frente, a deixando livre para procurar. Quando por fim encontrou o homem, ela sorriu, daria um gostinho do próprio veneno a ele, desfez os pilares de água, já não precisavam mais deles, enquanto os sequestradores se concentravam em atacá-los, Naruto usou um de seus clones para dar a volta e retirar Hanabi dali.

— Imbecis, onde está a garota?! — o líder grita enraivecido.

Sem perder mais tempo, Hinata faz seu próprio clone e este corre em direção ao homem que fazia o Uramiame.

— Suirou no Jutsu. — o clone fala e a redoma de água toma forma e engole o adversário.

Quando ela volta a sua atenção para os demais Nukenins, Naruto já eliminou quase todos, restavam três, entre eles o líder grandalhão que se escondia atrás dos subordinados; a chuva rancorosa já havia parado, sinal de que o chakra do Nukenin já estava se esvaindo, logo estará morto. A Hyuuga e o Uzumaki se concentram no dois restantes, que em desespero partem para o ataque, Naruto apenas ergue um braço e golpeia o inimigo na transversal, o corpo cai mole no chão com o tronco todo aberto, Hinata gira o corpo para o lado quando o homem se aproxima e usando os dois leques, separa a cabeça do corpo; o líder grita assombrado e cai de joelhos no chão, soube que já estava morto quando viu as máscaras. Se aproximando da cena a passos lentos e vacilantes, vinham Hiashi e Hizashi, os olhos perolados arregalados, para onde olhassem tinha sangue, membros mutilados e cadáveres; quando o resgate começou e eles perceberam que Hanabi estava fora de perigo, se aproximaram e ficaram a uma distância que não atrapalhasse a missão, assistiram tudo do inicio ao fim, e tudo que viram causou um grande abalo em suas mentes, Hiashi não acreditava em seus olhos, pensava estar em Genjutsu poderoso, Hizashi passava a entender o que Kurenai explicara anos atrás, era absurdamente incrivel e assustador a forma como eliminaram quinze Nukenins sozinhos, e agora acabaram de render o líder.

— Onde está Hanabi? — Hiashi pergunta meio aturdido.

— Está segura, não vamos trazer ela ainda, não vai ser bom que veja isso. — Hinata responde enquanto Naruto faz um dos Jutsus de aprisionamento que aprenderam com Ibiki.

Correntes grossas envolvem as mãos do Nukenin, esse já nem consegue falar mais nada, tudo que sai da sua boca são ruídos estrangulados e ininteligíveis; o interrogatório durou cerca de dez minutos, talvez menos. Mas em todo o momento em que estivera sendo interrogado, a única coisa que martela a cabeça do homem, é que logo seria morto e por isso tentava resistir um pouco mais, tinha esperança de encontrar uma saída dali, só não esperava ser colocado a frente de daquela besta terrível, e aquele foi o seu fim. Durante os minutos em que assistiam o interrogatório, Hiashi e Hizashi tinham o mesmo pensamento, o que os dois fizeram no clã e o que faziam agora, não era nem um terço do que poderiam fazer; eles se tornaram mais cruéis nesse interrogatório, principalmente depois de consultarem o livro Bingo e encontrarem o Nukenin e a sua lista de crimes, ali não tinha civis com que se preocupar, o que fizessem na floresta, ficaria na floresta. Quando acaba, Naruto ordena que seu clone retorne, ele se afasta dos corpos com Hinata e os dois Hyuuga's entendem que devem fazer o mesmo, o Uzumaki anota as informações que obtiveram em um pergaminho e o sela, mais tarde mandaria ao vovô; aquela situação estava se pondo complicada, realmente teriam que agir logo, só esperava que o sensei já estivesse preparado, ou seria difícil parar Orochimaru depois. Assim que vê a filha sendo trazida pelo clone, o líder Hyuuga se apressa em averiguar como a menina está, e isso de certa forma machuca Hinata, ela nunca viu o pai agir de forma tão preocupada por sua causa; os olhos de Hiashi tremem em pânico, Hanabi estava muito pálida e gélida.

— O que ela tem?! Preciso levá-la ao hospital agora! — ele fala assustado com a menina nos braços.

— Deixe eu ver. — Hinata pede e faz com que a deita na grama.

Lhe toma o pulso e a temperatura, além de estar com os batimentos muito acelerados e extremamente gelada, Hanabi suava frio; buscando apressada por seu equipamento, Hinata pega um pequeno bisturi em seu kit médico e faz um misero corte no braço de Hanabi, recolhe uma amostra do sangue e adiciona uma solução, o resultado vem rápido, o sangue vermelho fica roxo e a Hyuuga se alarma.

— Ela foi envenenada! Preciso fazer um antidoto rápido. — Hinata anuncia e começa a buscar os pergaminhos que precisa, só que uma pancada forte de chuva se inicia, obrigando que pare o que fazia — Precisamos ir agora, temos que levá-la até nossa casa.

— Vamos para o hospital. — Hizashi argumenta preocupado.

— Não, a cabana está mais perto e no hospital vão demorar a achar o veneno, eu tenho tudo que preciso para tratar disso. — ela responde e Naruto pega a menina nos braços e se coloca a correr na frente — A mantenha aquecida até que eu chegue!

Os três Hyuuga's ficam para trás, os dois homens espantados pela velocidade do rapaz, a garota já estava acostumada e se concentrava em recolher suas coisas para partirem o mais rápido possível; quando guardou seus equipamentos, Hinata corre na mesma direção que seu companheiro, e vendo o que ela fazia, os dois irmãos saem do seu transe e a acompanham. A chuva forte empapava suas roupas e dificultava o caminho, se não fosse pelo byakugan, eles não conseguiriam achar seu caminho; a Hyuuga os guiava e seus pensamentos se voltavam a todo momento para a pequena menina que seu amigo levou, estava preocupada e seu coração doía ao lembrar do seu rosto miúdo retorcido de dor, tinha que salvá-la, não importava como, fosse como fosse, aquela era sua irmã caçula afinal, e era seu dever protegê-la. Quando chegaram na cabana, encontraram as luzes acessas e a lareira soltava fumaça, Naruto agiu rápido, pensou a Hyuuga; ela entrou na casa seguida dos outros dois e encontrou o amigo preparando seus utensílios na mesa de apoio, Hanabi estava deitada sobre a mesa da cozinha.

— Naruto-kun, preciso dos pergaminhos dezesseis e dezessete, prepara esses dois, vou me lavar. — Hinata fala assim que retira sua máscara.

Ela dá a volta na mesa e passa a lavar suas mãos e braços na pia da cozinha, Naruto a ajuda se secar e lhe passa álcool pelos braços e mãos; quando se apronta, Hinata pega as ervas invocadas por Naruto e passa a preparar a solução, as moê e pica, retira a seiva de outras e acrescenta soluções a mistura, que logo assume a sua fase final, uma cor purpúrea.

— Preciso que segurem ela, essa parte é dolorosa. — ela fala aos dois Hyuuga's que assistiam a tudo em silencio.

Eles se aproximam incertos e um de cada lado, seguram os braços e pernas de Hanabi que se via cada vez mais pálida, Naruto segura o recipiente do antidoto para que Hinata o ponha na seringa, ela ajusta a agulha, retira o ar e se coloca a buscar a veia da irmã, quando a encontra, trata de aplicar o antidoto; a menina se remexe e murmura com a voz falha, mas em suas pálpebras fechadas, lágrimas escorrem lhe marcando o rostinho miúdo, vendo isso Hinata também sente seus olhos lacrimejando. Quando termina de lhe aplicar o antidoto, seus batimentos melhoram de pronto, mas ela segue gélida, precisava mantê-la aquecida  ou se resfriaria e no seu estado tão débil não seria bom.

— Vou dar um banho nela, preciso mantê-la aquecida. — Hinata fala e Naruto prontamente pega a menina e a leva para o banheiro, a deposita com cuidado na banheira e sai fechando a porta.

— Vou pegar algumas roupas antigas da Hina para ela, acho que tem alguma coisa do Asuma-sensei aqui também, Kurenai-sensei se esqueceu de levar quando foi embora. — Naruto fala aos dois irmãos que continuam na sala.

Ele vai ao quarto e busca no roupeiro, pega um conjunto de roupas que Hinata usava quando menor para Hanabi e algumas peças para que ela também, encontra as roupas deixadas por Kurenai, também arruma a cama para Hanabi, até que seria útil não a terem desmontado naquela manhã, quando volta a sala, os dois continuam parados como dois postes na cozinha; Hizashi parecia mais a vontade, mas Hiashi estava desconfortável, nunca tinha visto ou se interessado por saber como Hinata vivia, e agora se encontrava ali, em sua casa. Ele observava tudo, as paredes cheias de quadros e fotografias, várias delas com os senseis deles e do Hokage, nos aniversários ou datas especiais, mas a grande maioria era somente dos dois juntos; em todas elas Hinata exibia o sorriso mais lindo que Hiashi já vira no face da filha, parecia que ela tinha se convertido em outra pessoa. A casa era toda simples aos seus olhos, mas era a cara dela, tudo ali tinha o seu jeito delicado, desde os quadros de flores prensadas, até as capas das almofadas do sofá costuradas a mão.

— Sentem, tio você já é de casa. — Naruto fala e ri da expressão de Hiashi — Aqui tem umas roupas antigas do Asuma-sensei, ele é meio grande, mas acho deve dar bem em vocês.

— Naruto-kun. — Hinata chama colocando a cabeça na porta do banheiro, ao que Naruto lhe alcança as roupas — Obrigada.

— Vou começar a janta, quando estiver pronta me chama. — ele lhe diz e se dirige a cozinha, busca as panelas e pega os pergaminhos que usou para selar as compras — Agora qual deles é? Droga, devia ter posto uma etiqueta, ai a Hime vai me matar se eu fizer bagunça.

Sem se dar conta das risadinhas de Hizashi, que se divertia ao ouvir os lamentos do Uzumaki, ele se coloca a abrir todos os pergaminhos que carregava em cima da mesa, por sorte todos eram das compras do mercado e do boticário, então Naruto já aproveitou para guardar o que não ocuparia na sopa; com tudo no lugar, tratou de picar os legumes e colocou tudo na panela com água e pôs no fogo baixo.

— Naruto-kun, pode pegar ela? — Hinata chama.

— Sim, a cama já está pronta. — Naruto responde já no banheiro e pega Hanabi nos braços — Ela está bem melhor, sopa de legumes é bom pra evitar resfriado né?

— Sim, acho melhor montarmos a cama nova, ela pode dormir com a gente, deixamos tio Hizashi e Hiashi com a nossa cama antiga e a que era para ser minha. — Hinata fala enquanto o ajuda a por Hanabi na cama.

— Pode ser. — ele concorda enquanto vão voltando a sala, Hiashi a todo momento observava o que eles faziam — Vai tomar banho Hime, já está ficando com o nariz vermelho.

Ela vai para o banheiro e Naruto volta sua atenção para a sopa, ele aquenta uma água e arruma xícaras e faz um pouco de chá, coloca tudo em uma bandeja e volta a sala; essa atitude deixa Hiashi surpreso, não esperava esse tipo de hospitalidade da parte deles, já Hizashi não se faz de rogado e logo se serve.

— A Hanabi? — pede incerto.

— Já está bem, só está cansada, o antidoto tem efeito imediato. — ele explica com calma — O veneno que usaram nela não é mortal na verdade, ele serve para acalmar e manter uma pessoa quieta, é como se a mantivesse dormindo estando consciente, o problema foi a quantidade usada, como ele desacelera os batimentos cardíacos, e isso pode levar a morte.

— Por que usariam isso nela? — Hiashi volta a questionar, ele não sabia se era o dia ou as circunstâncias, mas ele tinha deixado de lado sua pose de líder e mostrava seu lado paterno.

— Para mantê-la quieta durante a fuga, não é uma substancia usada com frequência por sequestradores, geralmente são os estupradores que usam. — o Uzumaki explica e cerra os punhos, durante esses anos tinham abatido muitos Nukenins desse tipo.

— Naruto-kun, onde estão? — Hinata pergunta alto no banheiro, e o tom de voz dela não deixava dúvidas.

— Já te alcanço. — ele responde e vai até a cozinha buscar o que ela precisa e volta ao banheiro — Aqui Hina, ei não é muito cedo? O que aconteceu?

— Não sei, depois eu pergunto a Kurenai-sensei, obrigada. — ela responde com a cabeça na porta, estava corada até a ultima raiz de cabelo.

Quando Hinata sai do banheiro, ajuda Naruto a terminar o jantar e enquanto seu pai e seu tio tomam um banho, que eles tiveram que insistir muito para que fizessem, montam as camas, a nova e a antiga que Hinata nunca chegou a usar direito; colocam lençóis limpos e mantas, apesar de ser verão, com o diluvio caindo lá fora, o clima se tornava fresco. Hiashi ainda estava constrangido e tentava arrumar uma desculpa para irem embora, mas quando Hinata mencionou que Hanabi estava muito debilitada para sair na chuva, ele se aquietou e se deu por vencido; o jantar foi silencioso, ninguém a mesa tinha muito o que falar diante aquela situação inusitada. Depois que a fome de todos foi saciada, Naruto foi tomar o seu banho, estava muito cansado, o dia tinha sido demasiado longo para ele, muitos problemas de uma vez só, mas estava satisfeito, mais um missão cumprida; e segundo a resposta que recebera do vovô, depois de lhe enviar um clone avisado que tudo correra bem, ele e Kakashi-sensei também estavam satisfeitos e se encarregaram de avisar no clã os acontecimentos. No quarto, Hinata tratava de dar a sopa para a irmã, utilizava uma seringa para fazê-la beber, estava concentrada nisso, mas também percebia o olhar intrigado do seu pai sobre ela, ele e seu tio se encontravam sentados cada um na cama que dormiriam.

— Por que está sendo tão gentil comigo? Por que cuida dela assim? Já terminou sua missão, não tem motivos pra se preocupar mais. — Hiashi finalmente externaliza suas dúvidas.

— Não estou sendo gentil com você, estou sendo cortês. — ela responde olhando o rosto adormecido da irmã — Eu faço isso por ela, é inocente e não tem culpa do passado, e é minha irmã no final das contas.

— O que tem de diferente aqui? Tenho certeza que as coisas que passou foram bem piores do que no clã. — ele volta a perguntar e Hizashi se retrai.

— A diferença é que aqui eu tenho uma família, aqui eu tenho amor. — ela responde e seus olhos lacrimejam — Não importava o que eu fizesse, o quanto me esforçasse, você e Hiromi nunca me olharam com amor, nunca me deram carinho.

— Amar não torna ninguém forte. — Hiashi contesta.

— Muito pelo contrário Hiashi, é o que mais dá força. — ela retruca e sente a face molhada — Quando eu cheguei aqui, era como um vaso vazio, como um campo sem vida. Mas depois que conheci Naruto-kun, o vovô e Kurenai-sensei, eu fui preenchida de amor e isso me fez forte, eu quis ser forte por eles, por eles eu sei que sou capaz de qualquer coisa, até mesmo matar. Essa é a diferença, enfrentei meus medos e superei minhas limitações por causa de cada um deles, mas principalmente por ele, por Naruto-kun, porquê quero protegê-lo, quero vê-lo sempre sorrindo e feliz, porquê quero preservar todas essas coisas boa que tenho em minha vida, porquê o amo!

Quando Hinata sussurra essas palavras, sente o impacto que elas causam em si, se dá conta do quão forte e revelador o que acabou de dizer é, acaba de descobrir algo novo e isso a deixa mais emocionada ainda; ela deixa os dois Hyuuga's igualmente surpresos, para não dizer estupefatos, mas seus pensamentos não estão concentrados neles, estavam voltados para as palavras de sua tutora anos atrás. Quando Naruto entra no quarto e a vê debulhada em lágrimas, se alarma e corre para ela, tudo que envolvia Hinata o deixava preocupado e exagerado ao extremo, tanto em ações, quanto em emoções.

— Hime, o que foi? Está com dor? Quer que te faça uma massagem? Espera, eu vou pegar uma bolsa de água quente. — ele fala afobado, atropelando as palavras.

— Não Naruto-kun! Estou bem. — ela responde e sorri, queria desanuviar aqueles olhos azuis que a fitavam inquietos.

— Mesmo? — ele pede limpando a face dela.

— Mesmo, vamos dormir? Estou cansada. — ela retira suas pantufas de coelhos e se aconchega na cama, ao lado da irmã — Boa noite tio, boa noite Hiashi.

— Boa noite ao dois. — Naruto fala os vendo se arrumar na cama, as expressões intrigadas e a curiosidade anunciando uma insonia leve, ele apaga a luz do quarto e caminha até a cama, se deita ao lado de Hinata, como fazia todas as noites ele a abraça e inala seu perfume — Boa noite minha Hime.


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