Choose Me. Love Me. escrita por Clementine


Capítulo 2
Fevereiro, 2004


Notas iniciais do capítulo

Alternando entre passado e presente...

Obrigada a todos que leram o capítulo anterior. Se gostaram, segue mais um.

Bjos



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"De repente a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa"

 

Sara sempre tentava agradá–lo com pequenas coisas para compensar a falta de algo realmente grande que ela nunca poderia dar a ele, mesmo que fosse completamente inconsciente.

E isso não é tão difícil já que as pessoas se sentem ingenuamente amadas quando lhes damos comida. Ela só espera que ninguém faça perguntas, já que a voz de Nick fez questão de cruzar todo o corredor para convidá-la para almoçar “Ei, gatinha, vamos almoçar juntos hoje? Não pode negligenciar sua sobremesa preferida”, e aí ele sorriu de um jeito travesso totalmente sexy e deu as costas, deixando meia dúzia de mulheres o desejando. De maneira nenhuma Sara negligenciaria aquele corpo, mas essa não era a ocasião. O que de fato fizeram foram ir até o departamento de armas de fogo, onde há um espaço próprio para testes com as armas apreendidas. Nick aproveitou sua camaradagem com o perito responsável pelo setor para fazer daquele espaço seu clube de tiros particular. Precisava treinar para o teste que realizaria daqui alguns dias, e Sara era sua assistente. Mas tudo era feito em sigilo, se a coordenação do laboratório soubesse o que Nick estava fazendo para fins particulares, a consequência seria seríssima.

Não precisou procurar muito para encontrá-lo em um dos vários corredores do laboratório, Nick estava conversando animadamente com alguém oculto pela quina da parede da sala de descanso. Isso era perfeito, ela poderia simplesmente entrar na sala e deixar o pacote de sanduíche em cima da mesa, como quem não quer nada, no máximo teria que pigarrear ou dar uma piscadela discreta para ele entender que ela trouxe comida.

A morena já estava se preparando para pedir licença ao passar por seu namorado e seja lá com quem ele estivesse conversando, para conseguir entrar na sala, quando estacou a poucos metros deles.

— Sara. – ela ouviu seu namorado chamá-la numa voz distante, como quando estamos dormindo e alguém nos acorda. Começa com uma voz ao longe que vai se aproximando… ficando mais nítida… – Sara, - até que abrimos os olhos. – venha até aqui conhecer o famoso entomologista de Las Vegas, Gilbert Grissom.

Só quando Nick disse seu nome Sara teve a certeza de que não estava sonhando ou tendo qualquer tipo de alucinação maluca. Era mesmo ele, o famoso entomologista de Las Vegas, Gilbert Grissom. O seu Griss.

A mão de Nick já estava pousada na base de sua coluna quando ela sequer tinha notado que os havia alcançado. É como se tivesse sido atraída até eles.

— Sara, tudo bem? – Nick perguntou gentilmente. Ela assentiu. – Como eu estava dizendo, esse é Gilbert Grissom, do laboratório de Las Vegas. – gesticulou em direção ao homem. – E essa é Sara Sidle, a melhor perita do diurno. – disse fazendo as devidas apresentações. – E minha namorada.

— Namorada? – Grissom perguntou demonstrando certa surpresa por Sara ter seguido seu conselho e tratado de ter uma vida. O sorriso que tinha nos olhos desde que a viu vindo pelo corredor se desfez.

— Em tempo integral. – Nick brincou a trazendo ainda mais para ele, deixando evidente que é o único ali que não estava desconfortável, porque os outros dois sequer pareciam respirar.

Não foi impressão de Sara, Grissom ruborizou de verdade. Alguma parte vingativa de seu cérebro a fez regozijar ao vê-lo passar por essa situação semelhante a quando ela soube que ele iria se casar, tirando que foi ainda pior, pois ouviu as palavras da própria boca dele. E por falar nisso, cadê a aliança? Não importa. Sara está com Nick agora, e o fato de Grissom não usar aliança não muda o sentido de rotação da terra. “Algumas pessoas simplesmente não usam”, ela pensou.

— Grissom, espero que não faça comparações, meu amigo. Seria injusto comparar o seu laboratório, o melhor do país, com as nossas humildes instalações. – Jim Brass veio dizendo interrompendo a conversa de Nick com ele mesmo, praticamente.

— Eu não chamaria de meu, mas não posso negar que é o melhor. Quanto ao seu laboratório, só não farei todos os elogios porque sei o tamanho do seu ego.

— Então quer dizer que merecemos seus elogios, apesar de você não listá-los. Por ora isso é o suficiente. – brinca. – Bom, sei que o Stokes está fazendo um ótimo trabalho lhe mostrando tudo, mas agora eu preciso roubar o seu guia. Mas te deixo em excelente companhia, até porque você e Sara devem ter muito o que conversar.

— Eu acabei de apresentá-los. – Nick informa estranhando a afirmação do chefe que olha confuso para os outros dois.

— Na verdade eu tenho que processar as evidências do caso Hopkins. – Sara se adianta.

— Pensei que já tivesse feito isso.

— Eu comecei a processá-las mas parei para comprar nosso almoço, então preciso terminar o serviço.

— O que vocês dois fizeram quando saíram para almoçar se pelo que vejo estão ainda mais famintos? - Nick teve um pequeno ataque cardíaco nessa hora. O que diriam que estavam fazendo? Era péssimo com mentiras. Mas para sua sorte Brass já tirava a própria conclusão. - Deixa para lá, não respondam o óbvio. - Brass brincou apontando o dedo para a própria camisa, se referindo aos botões da blusa de Sara que estavam abotoados errado, com uma casa sobrando. Para ajudar, o cabelo da morena ainda tinha a aparência um pouco molhada. Ela exalava um frescor agradável.

Não era nada daquilo que Brass estava insinuando de maneira completamente deselegante, se divertindo as custas dos outros. É claro que Sara tomaria banho depois de toda aquela pólvora e, principalmente, depois de usar aquele colete que nunca foi lavado e por isso guarda o DNA de mais gente do podemos imaginar, adquirindo um odor de desodorante misturado a suor.

— Ah, bem... – ela não podia contar a verdade.

Jim não poderia se divertir mais nem se quisesse, estava adorando o constrangimento dos outros três ali presentes. E Sara não poderia estar mais vermelha.

Mas que se dane! Odeia quando zombam dela. Odeia ter Grissom a encarando com aquela expressão indecifrável. Odeia quando Nick se omite a obrigando assumir a situação sozinha.

— Sim, eu estava muito ocupada. Estávamos, na verdade, Nick e eu. – falou numa falsa calma.

Essas palavras fizeram a cabeça de Grissom girar. Era insuportável imaginar Nick sobre o corpo esguio de Sara - da sua Sara—, se movimento dentro dela a fazendo pedir mais, exatamente como ele já fez tantas vezes.

— Eu tenho que ir. – Grissom anunciou já estendendo a mão para cumprimentar Brass antes que ele protestasse. Não aguentaria ficar ali nem mais um minuto, precisava de ar fresco.

— Tenho certeza que sim! – seu amigo disse. Descarado! – Grissom vai ficar na cidade por tempo indeterminado, oportunidade para conhecer todo o laboratório é o que não vai faltar. - concluiu olhando para Nick.

— Foi um prazer, Dr. Grissom, espero vê-lo ainda antes de eu sair da cidade. Sua especialidade é algo que me fascina, aprendi muito com a Sara, seu livro de cabeceira é um de entomologia, aliás. Mas ainda tenho muitas perguntas. – Nick sempre muito educado estendeu a mão para um aperto.

— Responderei a todas. – disse aceitando o gesto. – Foi um prazer, igualmente.

— Adeus, Grissom. – pela primeira vez Sara se dirigiu a ele, mas foi Grissom quem tomou a iniciativa de um cumprimento adequado, e Sara não pode recusar. Quando suas mãos se tocaram ele teve uma breve sensação de alívio, já Sara não pareceu tão receptiva, pois puxou sua mão quebrando o contato rápido demais, foi como se o toque de Grissom queimasse sua pele, e isso ele não pode deixar de notar.

 


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Notas finais do capítulo

Início em itálico não é uma frase de minha autoria, então deixo aqui a referência: Poema - Ney Matogrosso.

Por hoje é só.



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