5 minutos atrás

— Por que eles sempre correm? – Steve disse entrando no Camaro, seguido por Danny e pisando no acelerador

— Por que você não espera o reforço – Danny respondeu se segurando onde podia no Camaro

— Ele ia fugir, Danny

— Porque você fez questão de mostrar que você chegou – Danny falou nervoso – Já não basta um caso que pode pegar toda a madrugada, talvez o dia, e eu ainda tenho que aguentar você dar desculpa porque não quis esperar o reforço

— Vamos resolver isso logo, Danny, só pegar ele e nós vamos – Então Steve freou rapidamente quando viu o carro passar o sinal vermelho e se chocar com outro – Liga pra ambulância – Steve disse descendo do carro e indo rapidamente olhar para ver se conseguia prestar os primeiros socorros. Danny ligou enquanto corria para perto do outro veículo que estava capotado mais à frente. Steve chegou perto do carro do suspeito, como o não havia capotado, ele verificou o pulso e ele estava morto – Como está aí, Danny? – Steve disse pegando alguns sinalizadores para a pista para não acontecer mais um acidente

— Droga – Danny disse baixo após ter se abaixado para ver

— O que foi? São quantas pessoas? Estão bem? – Steve disse terminando de colocar os cones sinalizadores na pista

— São duas pessoas, olha, a ambulância já está a caminho, ok?

— Certo... – Steve observou os dois carros e em seguida pegou o celular, a primeira coisa que apareceu foram as mensagens do filho – Droga

— O que? – Danny perguntou atento

— Tenho que ir, Freddie tá encrencado, ele desobedeceu e foi pra festa – Steve olhou pra Danny – Segura qui pra mim? Eu só vou levá-lo pra casa, ok? Volto logo

— Espeta, Steve, me escuta – Danny disse chegando perto do amigo – Primeiro, ambulância já está vindo, ok? Vão todos ficar bem

— Sim, eu sei... Porque está falando isso? – Steve olhou novamente pro carro capotado – Tem sangue ali – Steve reparou na pista e começou andar na direção do carro

— Olha, você precisa manter a calma agora, ok? A ambulância já está a caminho – Danny disse segurando o braço do amigo

— Eu já sei que a ambulância está vindo

— Freddie não chegou a festa

— Como você sabe? Você nem sabia que ele estava na festa – Então Danny o olhou e, como se eles conversassem por telepatia, Steve entendeu

— Não, não, não... Isso não está acontecendo! – Steve disse empurrando Danny e se aproximando do carro, ele abaixou então viu o filho desacordado – Onde tá a ambulância? Você não disse que estava chegando? – Disse a Danny – Meu Deus, isso... Filho, fala comigo, por favor... Freddie, meu menino por favor, fala com o papai – Steve disse desesperado e observando se em algum lugar ele conseguiria ver o pulso do filho, mas todos os lugares onde ele poderia sentir, estavam impossibilitados de Steve ter acesso sem que mexesse no corpo do menino, e ele não ousaria a fazer isso

— Steve, ei, ei... – Danny disse puxando o amigo para longe do carro no momento que os socorristas chegaram – Ei, amigão, se acalma só um pouquinho, respira – Danny disse segurando ele para que ficasse de costas pro carro – Você não quer ver isso, ok? – Danny disse ao ver que retiraram o corpo do outro menino sem vida

— Me solta, Danny – Steve disse desprendendo das mãos de Danny e andando pra perto do carro – Não, meu Deus, não... Filho, acorda, amor, por favor, meu menino

— Senhor, preciso que se afaste do carro – O socorrista disse

— Steve, ei, amigo, deixe que eles façam o trabalho, sei que está preocupado, mas você precisa se afastar e se acalmar – Danny disse afastando Steve

— O outro garoto é o meu filho, por favor, eu preciso saber que ele vai ficar bem, por favor me digam – Steve disse desesperado para o socorrista – Meu Deus, Danny, e se acontecer algo? Danny, eu não vou conseguir... Eu... Danny – Steve disse vendo os socorristas cortarem mais um pedaço da lataria do carro para retirar Freddie

— Ele é um garoto forte, ele puxou você, vai dar tudo certo, viu?

— Danny...

— Eu sei, não posso prometer isso, mas eu conheço os McGarrett, eles lutam até o final, viu? Sempre foi assim – Danny disse dando dois tapinhas nas costas de Steve. Alguns minutos depois conseguiram tirar o menino

— O garoto ainda respira e tem um pulso fraco – O socorrista gritou para que trouxessem para mais perto a maca

— Graças a Deus – Steve respirou aliviado, assim como Danny ao seu lado – Danno...

— Tudo bem, eu termino aqui e você vai com eles, assim que eu terminar vou pro hospital, e você me liga, qualquer coisa, não esquece de me ligar, não importa o que seja 

— Certo – Steve correu e viu eles terminando de colocar Freddie na maca. O rosto tinham alguns cortes, uma marca perto do pescoço indicava que Freddie estava usando o cinto de segurança. Já dentro da ambulância foi colocado uma máscara de oxigênio, então começaram a entrar em contato com o hospital explicando. Não demorou muito para que chegasse lá, e os médicos estivessem agindo rapidamente.

— Comandante, precisamos de algo, você tem os documentos de seu filho aí?

— Não, mas posso dizer o que precisa

— Alergia a algum medicamento? Tipo sanguíneo? Idade?

— Não, AB positivo, 13 anos. Doutor ele vai ficar bem?

— Não podemos concluir nada, vamos fazer a medicação inicial e alguns exames

— Eu posso acompanhar? Eu preciso ver como meu filho está indo...

— Infelizmente não. Precisamos que fique esperando. Venha, vou te levar até a sala de espera – Então Steve o acompanhou – Vamos precisar de mais coisas sobre ele para a ficha médica, teria como você providenciar?

— Sim, claro – Steve concordou e o médico saiu, o deixando sozinho na sala de espera. Então ele pegou to celular e ligou pra Danny

“Hey”

“Então, como vai nosso garoto?”

“Ele vai ser medicado e vão fazer outros exames”

“Estou quase terminando aqui, você precisa que eu leve algo pra você? Alguma roupa? Posso passar em sua casa”

“Só os documentos do Freddie, está no quarto dele, no guarda-roupa.“

“Ok, posso fazer isso. E para você?”

“Não preciso de nada, obrigado Danno”

“Sempre que precisar, amigo. Qualquer novidade me ligue, logo estarei aí”

“Pode deixar.”

Steve desligou o telefone e em seguida sentiu lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Ainda não tinha caído a ficha, seu filho estava no hospital e ele não sabia ao certo a gravidade, mas dado pelo impacto que viu, o garoto pode está correndo risco. Quase uma hora se passou, então o doutor apareceu.

— Comandante McGarrett? – Steve se levantou

— Freddie foi levado para a cirugia, durante os exames, foram constatadas duas costelas quebradas, sendo que uma perfurou o pulmão dele

— Deus... – Steve fechou os olhos e respirou fundo – Essa cirurgia é arriscada? Quanto?

— Não vou mentir, é algo complicado dada a idade dele, mas estamos otimistas que tudo funcione corretamente, a saúde dele é impecável, sem problemas algum que possa atrapalhar ou atrasar a cirurgia

— Ok, tudo bem. Obrigado, doutor

— Ah, comandante, o cinto de segurança salvou o seu filho. Se ele estivesse sem no momento da batida, isso seria diferente – O médico disse antes de sair novamente para a área restrita

— Steve, ei, alguma novidade? – Danny disse chegando

— Ele foi pra cirurgia, ele tem duas costelas quebradas e um pulmão perfurado, o médico disse que estão otimistas...

— E você, como está?

— Danny, eu tô com medo... E se algo der errado? 

— Olha, aqui estão os documentos dele e uma roupa um pouco mais confortável pra você – Então Steve percebeu que ainda estava com o colete à prova de balas e uma arma reserva colada nele. Danny entregou a mochila pra Steve, após ele retirar o colete – Sabe, o Freddie vai ficar bem, ele é seu filho...

— Ele só é uma criança, Danny... E você não pode ter certeza disso

— Eu sei, mas ele é forte e vai passar por isso, ok?

— Certo – Steve disse fraco

— Você conhece o garoto que estava com ele?

— Não, Freddie nunca disse nada sobre ele... Mas é encrenca, Freddie me mandou mensagem, o garoto corria e tinha drogas... E uma arma – Steve olhou pra Danny – O que está acontecendo?

— A polícia achou o pacote de droga dentro do carro e a arma

— Danny, o Freddie me mandou mensagem, ele estava com medo... Ele não queria isso, ok? Ele pode fazer muita coisa, mas isso não

— Ei, calma, eu não estou o condenando, certo? Eu estou perguntando e te falando antes que a polícia trate isso diferente, você não precisa de outra preocupação

— Danny, o Freddie não faria isso, eu posso te garantir, tudo bem, ir atrás de uma festa escondido, caramba, quem nunca fez isso? Mas drogas não, isso não é o meu filho

— Eu sei... Isso vai ser resolvido, ok? Erick está resgatando os dados do GPS, talvez consigamos ver onde o garoto morava ou onde ele conseguiu as drogas, não conseguimos nada com digitais e reconhecimento facial

— Tudo bem – Steve pôs a mão na cabeça – Isso tudo é minha culpa, é minha culpa, eu não devia ter corrido tanto, eu... Eu devia ter esperado o reforço, meu Deus... Talvez deixado ele ir a aquela festa idiota, eu o levaria e buscaria, isso nunca iria acontecer... – Steve colocou a mão no rosto

— Não, não e não, isso não é sua culpa, tá me ouvindo? Não é! – Danny disse colocando – Você não tinha como adivinhar isso, Steve, sempre perseguimos bandidos, hoje aconteceu, isso foi um acidente, e além disso, aquela festa não era o lugar pra ele, a sua decisão foi a correta, ele tem apenas 13 anos... A HPD vai aparecer por lá, a última coisa que iríamos querer é o Freddie no meio daquilo, ok?

— Eu não sei, Danny, talvez ele estaria bem e não em um hospital

— Um cara me disse um vez que não adianta duvidar de cada uma das decisões que toma

— Danny...

— Não, me escuta... De um pai pra outro, de um policial pra outro, olha, não é fácil ser os dois ao mesmo tempo, ok? Caramba, você se preocupa todos os dias em fazer do lugar onde seu filho vive um ambiente melhor pra se viver e ao mesmo tempo não morrer tentando, só que pra isso você toma decisões, podem não ser as melhores, mas no momento aquilo parecia o ideal, certo? Você é um ótimo pai, Steve, tudo o que você faz é pelo bem do seu filho, não se questione assim – Danny disse para Steve

— Eu sei, Danny... Eu só... Eu não consigo, ok? Aquele garoto é a minha vida e eu não deixo de pensar que se eu tivesse agido diferente, talvez ele estaria em casa e não em uma mesa de cirurgia

— Não pense assim, ok? Como eu disse, você faz de tudo para ver aquele menino bem, porém as crianças crescem e infelizmente não podemos estar toda vez os protegendo. Mas sempre, sempre fazemos isso quando podemos – Danny disse olhando pro amigo que estava encarando o chão – Ele vai ficar bem, logo vocês dois vão voltar aquelas loucuras de nadar todas aquelas milhas ou correr – Danny disse e Steve deu um sorriso leve

— Será que eu fiz certo em pega-lo? Ele me disse hoje que deveria ter deixado para adoção, e que ele deveria morar em um lugar com um pai e uma mãe... Acho que ele está certo...

— Não, meu Deus, não Steve... Provavelmente ele estava nervoso, falou sem pensar... Ele não quis dizer isso, me ouve?

— As crianças diziam que te odiava?

— O tempo todo, o Charlie ainda diz uma vez ou outra, as vezes por não deixar que comessem chocolate à noite, outras por não deixar que saíssem sem fazer o dever de casa... As crianças dizem muito isso, sabe? Mas no fundo eles só estão bravos por ter recebido um “não” – Eles ficaram em silêncio por alguns minutos

— Ele falou da Catherine hoje – Steve disse brincando com a barra da camisa – Ele encontrou algumas cartas e entendeu tudo errado... Ele estava achando que eu não queria ele...

— Você contou a ele que recebeu ela quando o recebeu?

— Sim, mas ele disse que era mentira... Ele estava tão chateado, Danno... Até da Dóris ele falou, você acredita? Ele queria passar um tempo com ela

— Uau, pra ele querer passar um tempo com a Dóris...

— Pois é... Eu não sabia o que fazer direito, sabe? Ele nunca disse nada pra mim daquele jeito, eu...

— Com licença, qual de vocês é pai do Freddie McGarrett? – Uma moça apareceu na frente dos dois, interrompendo a conversa

— Sou eu – Steve se levantou

— Meu nome é Naomi – Ela cumprimentou Steve com um aperto de mão – Eu sinto muito pelo que o meu filho, o Adrian fez – A mulher disse o olhando – Ele estava com alguns problemas e pegou o carro do pai sem que percebêssemos

— Como?

— Adrian estava com problemas com drogas, não queríamos colocá-lo direto na reabilitação, seria um escândalo na nossa familia

— Deveriam ter colocado, provavelmente ele estaria vivo e meu filho em casa

— Calma, Steve... – Danny disse após levantar ao lado de Steve

— E como está seu garoto? Ele vai ficar bem?

— Na cirurgia, e eu espero que sim

— Bom, eu só queria saber isso... Eu preciso ir... Sinto muito, novamente – A mulher ia saindo quando Steve a chamou

— Eu sinto muito pelo seu menino também, eu não consigo nem imaginar como é perder um filho – A mulher sussurrou um obrigado e saiu

— Nossa... Eu nem vi essa chegando – Danny disse sobre a mulher se desculpando com Steve

— Nem eu... Eu odeio que existam drogas – Steve pôs a mão no rosto e se sentou novamente

— Falando em drogas... – Danny olhou pro celular – Erick conseguiu algo, eu preciso ir... Charlie virá ficar com você, ok?

— Deixa o Charlie em paz, Danno, vou ficar bem

— Não, eu preciso ir pegar alguns caras maus que vendem drogas para criancinhas por enquanto e não quero que você fique só... Logo o Charlie estará aqui – Danny bateu fraco nas costas de Steve – Me liga se tiver alguma atualização ou precisar de algo

— Danno... Obrigado... Pela conversa – Steve disse antes que Danny saísse

— Estou aqui pra isso, amigo – Danny sorriu fraco e saiu dali e em menos de 1 minuto uma enfermeira apareceu.