A desobediência tem seu devido preço escrita por Isa Caan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, tive muita dificuldade para trabalhar nesse tema, mas era algo necessário, afinal, crianças aprontam e se alguma não aprontasse estaria algo de errado, então fiz um esforço nesse projeto de uns dois meses (sim :P) e terminei, caso esteja um pouco exagerado, me desculpem. Boa leitura!
Vamos lá, a vida não é um mar de rosas, certo?



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— Pai – Freddie disse chegando perto de Steve que estava trabalhando em algo em seu escritório

— Ei, como foi a aula? E a prova de Matemática? – Steve disse após observar o filho em pé na sua frente

— Foi boa, eu acho que fui bem na prova...

— Que bom, fico feliz em ouvir isso – Steve sorriu – Vou terminar de preparar o almoço, ok? – Steve se levantou e foi para cozinha, então Freddie o seguiu

— Então pai, hoje vai ter uma festa em um clube na Costa Leste, eu posso ir?

— Eu não acho que é viável, filho – Steve respondeu

— Porque? Pai, é só uma festa!

— Qual o horário? – Steve perguntou olhando pro filho

— Às dez

— Não é um horário além do seu? Quero dizer, você vai pra cama às dez

— Sim, mas eu nunca passei do meu horário, por favor pai, deixe eu ir

— Não, Freddie, não dessa vez

— Por favor, pai, meus amigos vão a essa festa, todos da escola vão estar lá, até mesmo o Charlie, por favor, eu já tenho 13 anos, o que que tem?

— Não, filho... E Charlie é mais velho ele tem responsabilidades diferentes das suas

— Pai, por favor – O menino suplicou

— Não, Freddie. Essas festas possuem coisas erradas, e a polícia está de olho nessas casas de festa na Costa Leste, não quero que esteja lá caso aconteça algo

— Meu Deus pai, eu não sou idiota

— Você não é, eu sei. Mas eu só quero te proteger de coisas que podem acontecer, não por sua culpa, mas você pode ser afetado por coisas de pessoas ao seu redor

— Papai, eu sei até onde eu posso ir, por favor, pai

— Não adianta questionar Freddie, não está em discussão, você não vai à festa

— EU TE ODEIO, VOCÊ NÃO É MAIS MEU PAI – Freddie gritou e rapidamente subiu as escadas e foi direto para seu quarto. Steve respirou fundo e foi atrás do filho.

— Poxa, Freddie... Você odeia o papai mesmo? – Steve disse se aproximando do filho

— Eu te odeio! Eu queria a minha mãe, ela iria deixar eu ir pra festa com meus amigos! – Freddie disse com raiva

— Infelizmente sua mãe não está aqui e nem pode voltar, filho, e eu não acho que ela arriscaria sua vida a coisas assim, Freddie

— Você não deveria ter me pego, devia ter me deixado pra adoção, Steve, você não ficou comigo quando eu nasci, pra que ficou depois? Você sentiu pena por que a minha mãe morreu? Eu vi as cartas, todas elas para esse endereço, todas para você, da minha mãe contando sobre mim, e você? Não fez nada. Eu devia ter ido pra uma casa onde eu iria ter uma mãe e um pai, com certeza eles seriam melhores do que você – Freddie disse com raiva e Steve ficou sem reação, o menino nunca havia dito coisas assim pra ele – Eu não sou criancinha, eu não preciso dessa proteção idiota

— Filho, de verdade, o papai fala de coração pra você, olha, eu sei que você quer fazer o que acha certo, que não tem problema, e sim, você não é criancinha, eu sei, mas o eu também te amo muito, e só de pensar que qualquer coisa ruim pode acontecer com você, de pensar em colocá-lo em situação de risco, ele fica preocupado, então se eu puder evitar, eu vou fazer. E quanto as cartas, eu recebi elas quando soube que sua mãe tinha morrido, quando eu fiquei sabendo sobre você

— Você não é mais meu pai, e nem um herói, você não precisa me proteger... E é um mentiroso! Você está mentindo!

— Você pode achar que estou sendo ruim com você hoje, mas quando você crescer, e quem sabe, ter um filho, vai entender isso. E eu não estou mentindo, principalmente desde que a primeira regra dessa casa é não mentir.

— Meu filho vai poder fazer o que ele quiser

— Bom, olha... Eu tenho certeza que você mudará de ideia no futuro – Steve olhou pro menino que estava o olhando com raiva – Eu preciso terminar o almoço, se precisar de algo me chama – Steve disse ao filho antes de sair

Steve sabia que o filho não havia dito aquilo de verdade, ele estava bravo e achou que aquele era o melhor jeito de extravasar e tentar ofender Steve. Steve na verdade não se sentiu ofendido, mas ficou chateado, principalmente pelo filho trazer a história sobre a mãe. Talvez ele esteja certo, um lar com um pai e uma mãe talvez teria sido melhor, a vida de Steve era louca, ele pegou o menino quando estava doente pelo envenenamento, foi arriscado e se algo acontecesse?

— Eu quero a minha avó – Steve foi tirado dos pensamentos quando Freddie o surpreendeu

— Você o que? – Steve disse se virando ao garoto sem acreditar no que estava ouvindo

— Eu quero a vovó Dóris, ela vai ser mais legal do que você

— Sua avó não tem autoridade sobre você, não sobre isso, ela não pode passar sobre minha decisão

— Você não pode me impedir de ver a minha avó – Freddie disse tentando afrontar Steve

— Você está certo, eu não posso impedir você de vê-la, mas posso impedir ela de deixar você fazer algo que eu não aprove. Em relação a você, a minha palavra é a última!

— Mas se ela falar pra você, você tem que obedecer, ela é sua mãe

— E você está me obedecendo? – O menino ficou em silêncio e saiu novamente pisando forte.

 

H50~H50~H50~H50~H50~H50~H50

 

Durante a noite, novamente a pauta da festa foi colocada em questão, Steve novamente negou e não deixou o filho ir. Quando estavam preparando pra dormir, o telefone de Steve tocou.

— Filho, tenho que ir, fui chamado no trabalho – Steve disse chegando na porta do quarto do filho

— Ah claro, sempre tem – Freddie disse ainda chateado pelo pai não ter deixado ele ir à festa

— Ah qual é, filho... – Steve disse entrando no quarto e olhando pro garoto – O pai só quer o melhor pra você... Achei que já estivéssemos bem com isso, carinha

— Eu só queria ir na festa, pai! Essa tá sendo a melhor festa do ano e eu não estou presente

— Vão ter melhores, Freddie... E outra, falei com Danny, o Charlie não foi, ele mesmo disse que ouviu pessoas dizendo que teriam coisas erradas

— Eu sei o que eu posso fazer, pai – Freddie suplicou pela última vez

— Boa noite, amor – Steve beijou a testa do menino – Espero voltar o mais rápido possível, ok? Eu te amo – Steve saiu do quarto do menino e foi em direção a Steve que já havia decido as escadas

— Vai ficar bem? – Freddie disse após se levantar e correr para alcançar Steve

— Vou dar o meu máximo – Steve disse olhando pro filho – Eu prometo, garoto – Steve beijou novamente o filho

— Eu também te amo, papai – Freddie disse abraçando Steve

Então Steve saiu, Freddie trancou a porta da casa e subiu novamente pro quarto, então ele pegou o celular

 

“McGarrett, você vem?”

“Vou”

“Meu pai saiu”

“Acho que ele não volta antes da festa”

“Beleza então”

“Passo aí em 15 minutos”

“Ok”

 

Então Freddie rapidamente tomou um banho e se vestiu, quando terminou, digitou o alarme e trancou a casa, então o amigo dele chegou para buscá-lo

— Opa – Freddie disse entrando no carro

— Nós só vamos passar na casa de um amigo meu e já vamos pra festa, beleza?

— Ok – Freddie disse passando o cinto

— Ah eu não creio – O menino do lado sorriu – Você usa cinto?

— É o certo, não é? – Freddie disse dando os ombros, em seguida se assustou com a velocidade que o carro atingiu

— Não vai acontecer nada, relaxa

— Eu estou bem – Freddie respondeu tentando se acalmar.

Depois de dirigir por cerca de 20 minutos, o motorista parou e desceu do carro

— Vamos? É uma parada rápida

— Ok – Freddie desceu do carro e esperaram um rapaz abrir a porta

— Adrian, como vai? – O garoto mais velho riu ao encontrá-lo – E quem é esse pivete?

— Um menino da minha escola – Disse entrando na casa – Conseguiu minha parada?

— Cerveja? – O garoto que estava dirigindo aceitou

— Eu não quero – Freddie respondeu – Cara, você vai dirigir

— Relaxa, maninho... Está tudo sobre controle – O garoto disse tomando

— Acho melhor eu ir embora – Freddie se levantou

— Não, você não vai a lugar nenhum – O menino disse segurando o braço dele e apontando uma arma pro menino

— O que? Calma aí cara, tudo bem, ok – Freddie disse levantando as mãos – Eu apenas quero ir pra casa, achei que iríamos só na festa

— Nós já vamos, rapaz, se acalma aí

— Se a polícia pegar? O que vai fazer? Eu não quero estar junto

— O filho do policial tem que ser perfeito, né?

— Filho de policial? Você é maluco, Adrian? Se esse menino abrir a boca?

— Ele não vai, não é, Freddie? – O menino disse apontando a arma novamente

— Vamos lá logo, e seu amigo espera aqui – O rapaz disse e em seguida Adrian o seguiu. Freddie então também foi atrás sem que percebessem, ele pegou o telefone, começando a filmar tudo ao ver muita droga, e armas, então quando percebeu que estavam voltando, parou a gravação e voltou, ele abriu a porta da frente e começou a andar no sentido que havia vindo

— Pivete? Achei que tinha dito que você não iria pra casa – O menino disse após manobrar o carro e acompanhar o menino devagar

— Você não manda em mim, cara – Freddie disse apertando o passo

— Entra no carro ou eu atiro – Então Freddie cedeu e entrou

— Segura – O menino disse entregando pra Freddie

— Isso é droga! Você ficou maluco? – Freddie disse largando na parte de cima do painel do carro

— Caramba, você é muito medroso hein

— Eu não sou medroso, isso que é errado

— Vai fazer o que? Ligar pro seu pai policial? Me escuta, nós vamos até o final – O menino disse acelerando

— Para cara, você não pode fazer isso, achei que só iríamos na festa, achei que você era diferente, vamos lá, você está chapado, não está pensando direito

— Ah qual é, você acha que na festa não tem nada assim? Você quer algo leve? Vai na festa de aniversário de uma criança – O menino gritou e então Freddie pegou o celular e com as mãos trêmulas mandou mensagens pro pai

 

“Papai me desculpa”
“Acho que eu estou encrencado”
“Eu desobedeci e pedi meu colega para me levar na festa”
“Papai, ele tem drogas, tem uma arma e tá correndo, estou com medo”
“Me busca? Por favor, quando você terminar, me busca, não quero ficar lá”

 

E essa foi a última coisa que o menino fez antes de apagar.


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Notas finais do capítulo

Pois é... Ferrou! Não tenho muito o que dizer a não ser que nos vemos no próximo capítulo! Mahalo por ler até aqui!

Ps: Sempre use o cinto de segurança,. que aliás, é obrigatório!



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