Legacies Season 2 escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 5
Explicações




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780788/chapter/5

P.O.V. Jack.

Ela era legal, meio assustadora, mas legal.

—Ai, mas tudo isso não explica como a bruxa te possuiu.

—Depois que a tribo matou Inadu só piorou tudo. Sem um corpo para contê-la seu espírito tornou-se mais poderoso, ela os assombrou. Mas, encontraram um jeito. Infelizmente quando a Davina que também é minha tia pelo casamento cortou a ligação com os ancestrais, o espírito da Hollow escapou. Na segunda vez que a tive no meu corpo, eu tinha quatorze anos, então eu tinha consciência do que estava acontecendo. Ironicamente ativei minha maldição com a mesma idade que a minha mãe ativou a dela.  Os sussurros altos dentro da minha cabeça, as veias negras brotando pelo meu corpo. Podia ouvi-la o tempo todo. 

—Como assim?

—Eu tentei outras formas, mas não funcionava. Eu tive que descontar em alguém. Alguém feito de carne e osso. Era a única coisa que parava as vozes. Os sussurros. Eu não conseguia dormir, não conseguia comer, não conseguia pensar, eu nem conseguia respirar! Mas, depois que eu descontei no meu tio Elijah... ficou silencioso. Mesmo que por pouco tempo. Eu o matei. Não simplesmente o matei eu usei a magia de Inadu contra ele, eu o espanquei com aquilo, o arranhei e ele morreu mesmo que por pouco tempo. E aquilo aliviou a minha dor. Era horrível. Eu não queria fazer aquilo, mas não tinha escolha, eu tinha que fazer. Ou morria. Era uma fúria que só podia ser aquietada, acalmada pela violência. E quando matei os seguidores da Greta lá na Igreja usando aquela magia, eu acidentalmente matei o Padre Bill. E ativei minha maldição. Pensei que tinha matado o Declan.

—Declan?

—O namorado da minha mãe. Ele era meu amigo, meu segundo padrasto. Ele tava na Igreja quando aconteceu. Ele sobreviveu, mas o Padre não. E na minha condição... eu não seria forte o suficiente para lidar com a lua cheia.

Ver ela chorando, era como ver alguém que foi para a guerra.

—E como sobreviveu?

—As gêmeas. Josie e Lizzie, elas são bruxas de sifão. Não tem magia própria, sua principal função é tirar a magia dum lugar e colocar noutro. Elas sifaram a magia da Hollow pra fora do meu corpo e enfiaram no meu pai, ai ele se matou. De vez. Meus pais fizeram tudo, literalmente tudo para me proteger, para me manter viva, segura. E quando era minha vez, eu falhei. Fui burra, fiz um feitiço do sono/ocultação para impedir que Greta e seus fanáticos pegassem a minha mãe. Mas, o filho dela que eu não sabia que era filho dela... invadiu a minha cabeça e a sequestrou. Ele disse que me amava e me levou para uma armadilha! Minha mãe era a isca! Eles a mutilaram. Arrancaram a sua marca de nascença com um faca. E mandou para nós num embrulho de presente!

Que coisa horrível.

—Assim que eu cheguei ele me colocou em correntes para me impedir de usar a minha magia. E eu tive que assistir impotente enquanto a bruxa da Greta... queimava a testa da minha mãe com aquela pedra! Trancando seu lado lobisomem. Primeiro a testa, o chacra do terceiro olho, ai as solas dos dois pés e as palmas das duas mãos. Eu queria fazer alguma coisa, queria... queria salvá-la, mas não consegui. Ela era só uma vampira. Não podia sair no sol. Não sem proteção.

O desespero dela era de doer na alma.

—Minha mãe matou a vadia da bruxa e eu quebrei o pescoço do Roman. Tentamos escapar, mas ela não podia sair. Greta se aproveitou, soprou um pó amarelo na minha cara e eu fiquei inconsciente. E quando acordei estava no meu quarto, na minha casa, mas minha mãe estava morta.

P.O.V. Bozer.

Ver a mãe morrer queimada viva... deve ter sido horrível.

—Então, vampiros queimam no sol?

—Sim. Vampirismo não é natural. Imortalidade não é natural. Depois que o tio Henrik morreu atacado por um lobisomem durante uma lua cheia... meus avós ficaram desesperados para proteger o resto de seus filhos. Mikael e Esther imploraram para a bruxa Iyana Bennett para ajudá-los a fazer o ritual, mas Iyana se negou.

—Então, o vampirismo era uma forma de proteção?

—E o que mais seria? Os lobisomens eram o inimigo, a ameaça. Mikael era orgulhoso. Ele não queria mais fugir, queria ficar e lutar, ser superior aos lobisomens. Ser o maior e melhor de todos. Então forçou a minha vó a invocar os espíritos e fazer o ritual. Se eles mordiam, os vampiros mordiam com mais força, se podiam correr, vampiros corriam mais depressa. Agilidade, força, os reflexos, os sentidos. Tudo aumentado em níveis inimagináveis. Mas, havia um custo. Um preço a ser pago.

—Que seria?

—A bruxa Iyana disse que era o início duma praga que os espíritos se voltariam contra eles e estava certa. Nada e ninguém deveria viver para sempre. A lei natural exige que todas as coisas vivas morram. E para cada força havia uma fraqueza equivalente.

—Sua vó fez isso? Como?

—Ela era uma bruxa. Não apenas uma bruxa. Ela era a bruxa Original, a bruxa da família Original.

—Essa palavra, este título de novo. Original. Porque?

—Vocês não entenderam ainda não é? Então, me permitam explicar. Uma bruxa é uma serva da natureza, um vampiro uma abominação da natureza. É realmente raro alguém ser ambos. Minha vó pediu ao sol pela vida e ao grande carvalho branco, um dos objetos eternos da natureza pela imortalidade. Naquela noite, Mikael ofereceu aos filhos vinho misturado com sangue, não apenas sangue. O sangue duma Doppelggager Petrova. E então, ele atravessou uma espada nos corações deles.

—Ele os matou.

—Sim. O ritual funcionou. Mas, como Iyana havia avisado os espíritos se voltaram contra eles e a natureza revidou. Para cada força havia uma fraqueza equivalente. O sol tornou-se seu inimigo. Os manteve presos em casa por semanas, mas Esther encontrou um jeito. Os vizinhos que haviam aberto as portas para eles agora podiam mantê-los afastados.

—Mantê-los afastados?

—Enquanto o imóvel estiver no nome de alguém, ou seja solo consagrado vampiros tem que ser convidados a entrar.

—Como igrejas?

—Cemitérios. As ervas que cresciam na base do grande carvalho branco os queimavam e protegiam os humanos do controle mental. E o feitiço decretou que apenas a madeira da árvore que lhes deu a vida poderia tirá-la, ai queimaram ela até o chão. Mas, pior consequência, aquela que Esther não previu foi a fome. O sangue os fazia renascer, e o sangue os atraia acima de tudo. E querem saber a pior parte?

—O que?

—Essa não foi a pior parte. Ninguém sentiu esta fome mais do que o meu pai. E quando ele matou pela primeira vez descobriram porque. Ele não era apenas um vampiro.

—Ele também era lobisomem.

—Sim. Fruto de um caso. Que minha vó tinha escondido de todo mundo. Uma vez mais Mikael forçou minha vó a fazer o feitiço que suprimiu o lado lobisomem do meu pai. E ai chacinou a família biológica dele lhe negando qualquer conexão com sua verdadeira identidade.

—Seu avô era um idiota.

—Mikael não era meu avô. O nome do meu avô paterno era Ansel. Infelizmente minha vó não pretendia criar um híbrido. Ela o rejeitou, o abandonou, deixou o Mikael fazer atrocidades com ele e para melhor ou pior com o gene de lobisomem mesmo sem a maldição ativada vem esta agressividade, violência. É como doses massivas de testosterona nas veias todo dia. E como vampiro isso amplifica tudo. As emoções, sensações, sentidos, a raiva vira fúria, a tristeza vira desespero. O bom, torna-se ótimo, mas o ruim... é pior. Num acesso de fúria... meu pai matou minha vó. Ele arrancou o coração dela. E então se arrependeu, mas não podia desfazer aquilo.

P.O.V. Hope.

Ter que me dividir entre ir a escola e ser parte da equipe está me dando nos nervos. Isso sem falar nas minhas atividades extra-curriculares. Que implica num ritual para trazer o meu pai de volta. As coisas estão ficando boas entre o Landon e eu. Acho que vamos reatar.

P.O.V. MacGyver.

Não sei o que fazer. Sou ótimo em improvisar, construir coisas, mas isso... não sei como lidar com isso.

—O que está te incomodando?

—É possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, Matty?

—Sim. É sim.

—Eu gosto da Nasha, ela é inteligente, caridosa, amorosa, mas Hope e eu temos tanto em comum. Ela faz coisas que os outros não fazem e nem entendem, ela se sente diferente de todos, perdeu os pais, foi abandonada pelo pai mesmo que por motivos de força maior.

—MacGyver.

—O que?

—Você se ouve quando fala da Nasha e quando fala da Hope?

—É claro.

—Acho que não.

—O que quer dizer?

—Quando fala da Nasha você fala com carinho. Mas, fala da Hope... fala com paixão. Seu tom de voz muda. Acho que talvez deveria avaliar isso. Existem vários tipos de amor. E a distância... pode mudar as coisas. Pense nisso. E vocês tem uma missão. Você, Riley, Bozer, Lyanna e Hope foram aceitos na West Coast University.

—Eu vou pra faculdade?

—Vai. O quanto você ouviu?

—Vamos pra faculdade. Isso é muito fora da minha zona de conforto.

P.O.V. Hope.

Eles continuavam falando sobre suas experiências na faculdade.

—Você foi presa?

—Fui.

—Pelo o que? Dirigir embriagada?

—Hackear e roubar informações sigilosas.

—Ah, não poderia me sentir mais fora de contexto nesta situação. Nunca fui para faculdade, nunca fui presa e não sou humana. Adorável.

Chegamos arrombando uma fechadura eletrônica duma porta.

—Parem. Tem gente vindo.

P.O.V. MacGyver.

Tivemos que nos esconder para os seguranças passarem. Mas, precisávamos chegar aos computadores da sala de informática.

—O que fazemos?

—Bela adormecida.

—O que?

Não tivemos tempo de reagir, ela já tinha lançado o feitiço nos guardas.

—Somnia. Prontinho. Dormindo como bebês.

Descobrimos, bem a Riley descobriu que estavam recrutando a anos. Décadas.

—Essa música tá ficando mais alta?

—Sim! Está irritando meus ouvidos.

—Eu não sou lobisomem e to ficando irritada.

A música continuava aumentando e as duas iam ficando cada vez mais... piores. Vi os olhos da Hope mudarem.

—Já chega, eu vou dar porrada em alguém.

—Eu te ajudo!

A música parou.

—Pessoal, temos um sério problema.

—O que? Espera, cadê a Hope?

—Tranquei ela no dormitório.

—Porque?

—Porque ela virou um lobo! Felizmente, os caras saíram correndo quando viram os olhos.

Nós fomos correndo e mesmo com a porta trancada podíamos ouvir a bagunça que estava acontecendo lá dentro. E ouvi o barulho de ossos quebrando. Quando ela saiu, estava usando só um moletom.

—Fiquem quietos.

Bateram na porta do nosso dormitório e ofereceram um folheto.

—Ai, festa na Kapa Tao hoje. Você pode vir. Uau! Pernas lindas, trás a sua amiga.

Eliot Lambeu era o nosso suspeito. Ele era professor.

—Hope, você está pelada embaixo disso ai?

—Não me culpe. Só os idiotas do quarto ao lado que estavam ouvindo música muito alta. Sobrecarregou meus sentidos e eu acabei canalizando e me transformando.

—Não matou ninguém, não é?

—Não.

Tinha sido preso várias vezes em protestos que haviam acabado em violência.

—Tem uma aula dele começando agora. Ele tem o conhecimento, a idade certa e acesso aos computadores.

—Mac vai na aula deste cara e investiga ele.

—Sim senhora.

—Espera dois minutos, vou com você.

P.O.V. Hope.

O professor quis pagar pau pra cima dele e o Mac humilhou o professor.

—Eu sabia que tinha um vilão em você. Fiquei orgulhosa.

O cara tentou correr, mas o MacGyver o explodiu com um maçarico.

—Ficou louco! Vai mandar o cara pro hospital!

—Relaxa. Não é letal.

Encontramos o maluco das bombas e eles tentaram democraticamente.

—Liga no noticiário ás nove. E vai descobrir onde a bomba está.

—Eu tenho uma ideia melhor. 

Afastei a cadeira onde ele estava amarrado da mesa, olhei bem nos olhos dele e disse:

—Agora, Misha... me diga onde está a terceira bomba.

—Está no saguão da filial do banco nacional de Xangai, no vigésimo andar de um prédio. Á vinte minutos, meia hora daqui. Espera, o que?

—Valeu pela cooperação. Não que você tivesse escolha.

Com as provas ajudamos a impedir vários grupos terroristas aqui, no Marrocos e os alunos teriam que ser interrogados, mas foram vítimas.

—E presente para você MacGyver pelos seus esforços. Não é meu, é da Universidade.

Ele ganhou um diploma.

—Oh, meus parabéns!

—Eu não preciso de um papel pra provar que sou inteligente.

—Tem razão, e eu não preciso de um papel pra provar que você não é.

—Isso foi um insulto?

—Ás vezes eu acho que ele tá fingindo. Ninguém pode ser tão burro assim, á menos que tenha sofrido algum tipo de dano cerebral. E eu não estou falando de pessoas que nascem com deficiência intelectual tá? Você e o Mac estiveram na guerra, talvez você tenha batido a cabeça com muita força ou foi explodido e ai o seu cérebro ficou meio leso.

—Leso?

—É. Deu meio que um tiu-tiu lá dentro.

Todo mundo riu. Porque minhas tentativas de explicar o que poderia ter acontecido na mente do Jack eram muito falhas.

—Talvez devesse examinar a cabeça. Sabe, tomografia, ressonância, hoje em dia meu filho... botam você naquele tubo e eles sabem tudo o que tem na sua cabeça.

—Você já esteve num hospital?

—Já. De onde acham que vem meu suprimento de sangue? Admito, ás vezes eu me alimento de pessoas vivas, mas quem nunca?

—Eu nunca!

—Você é humano. Tem todas as frescurite que os humanos tem.

—Frescurite?

—É. Ai meu Deus! Abri a porta do banheiro e dei de cara com a minha mãe pelada. Que nojo. Ai Meu Deus, tem muito sangue, vou desmaiar. Ai Meu Deus tem um cadáver na sala, chamam a S.W.A.T.

—E encontrar um cadáver na sua sala não é motivo de chamar a polícia?

—Não. Eu vivi numa casa com uma masmorra secreta cheia de caixões com os meus parentes dissecados e mumificados vivos. Com adagas nos corações. Tudo bem, eu me assustei de primeira, mas meu pai disse que eles tavam vivos e dormindo então... deixa pra lá. Eu gostava de falar com eles. Podia conversar com eles como não podia conversar com mais ninguém.

—Mas, ainda não saquei a coisa dos Originais.

—Não é óbvio? Meu pai e meus tios e a tia Rebekah, eles são os primeiros vampiros do mundo. Os mais velhos, mais fortes, mais sanguinários, mais letais. Os Originais! Com O maiúsculo.

—Uau!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Legacies Season 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.