P.O.V. Allison.

Eu estava tão feliz em ter alguém da minha família biológica que sabia exatamente como eu me sentia sobre ser uma vampira que eu esqueci que também tinha uma família adotiva que me amava, eu sendo vampira ou humana e que tinha sentimentos.

—Oi Sophie.

Ela estava deitada na cama chorando e como não respondeu, presumi que o aparelho de audição estava desligado. Então eu a cutuquei.

—Oi.

Ela fechou a cara.

—Porque está aqui? A Hope não tava disponível? Tava ocupada matando um super-monstro?

Respirei fundo.

—Sinto muito que se sentiu negligenciada. Só que... é tão bom estar aqui, ser livre. Ter alguém que me entende, que entende exatamente pelo o que estou passando.

—Imagino que seja. Mas, não me deixa no vácuo. Pensei que estávamos construindo uma relação legal, que seríamos irmãs de verdade! Que apesar de você ser uma vampira, com um pai vampiro e eu ser humana havia algo especial entre a gente.

—Tem. Minha irmãzinha caçula. Me perdoa?

—Perdoo.

Nos abraçamos.

—Você pode ter sangue de Mikaelson, mas é uma Argent que nem eu.

—É. Eu sou.

Então, ela soltou a bomba.

—Á propósito, papai ligou e disse que... a tia Nicole tá vindo pra cuidar da gente.

Ai. A tia Nicole era paranoica. Ela é a irmã do meio do meu pai Chris. E coitada, ela foi perseguida por uma garota que dizia ser sua melhor amiga e isso deixou ela meio doida. Mas, sério... esse negócio de perseguição é muito terrível. A maluca matou o noivo da tia Nicole, queimou ele vivo numa festa da praia.

—Você tem sorte que não tinha nascido para se decepcionar com a tia Kate. Ela era mais louca que a tia Nicole.

A perseguidora dela era Zoe Paterson. Uma das pessoas que ela salvou.

P.O.V. Nicole.

Depois de dirigir por doze horas direto eu finalmente cheguei á pacata cidade de Mystic Falls. Essa cidade tem uma vibe daquelas cidades de filme de terror.

—Para Nicole. 

Estou na terapia á anos, é um processo lento, mas ao menos eu já consigo espantar a minha paranoia. Estou morrendo de fome e não sei para que lado ir, então parei num restaurante.

Me sentei no bar e respirei fundo.

P.O.V. Elijah.

Estou construindo uma boa relação com a minha filha Allison, mas ela é uma adolescente. Portanto, se ela tiver que escolher entre sair com suas amigas e seu novo antigo namorado e sair com o pai que ela nunca soube que tinha... ela vai escolher as amigas.

Gosto de vir aqui neste bar, não que eu tenha alguma outra escolha. Mas, ficar aqui sozinho me ajuda a pensar. Estava sentado no bar quando ouço a voz dela.

—Posso ajudar?

—Posso ver o cardápio por favor?

—Claro.

Quando olho... não creio no que estou vendo. É ela.

—Hayley. Hayley.

Me levantei e sentei-me mais perto dela que estava vendo o cardápio e quando tentei me aproximar dela, ela imediatamente recuou.

—Hayley?

—Sinto muito, o senhor me confundiu com outra pessoa.

Olhando bem para ela, parecia abatida, pálida, magra, tinha olheiras fundas.

—Já decidiu o que vai pedir, moça?

—Hambúrguer e batatas fritas. E milk-shake, de morango.

—É pra já. Não preferiria se sentar numa mesa?

—Aqui tá bom.

—Tudo bem então.

O bartender saiu para pegar o pedido dela. E ela pegou o celular da bolsa, era um IPhone.

—Oi, querida sou eu. Já, eu já cheguei na cidade, mas eu me perdi. O GPS começou a me mandar para uns lugares esquisitos e eu parei num lugar para comer. É. O Mystic Grill. Vocês estão bem? Estão seguras? Trancaram as portas? As janelas? Alarmes ligados?

P.O.V. Allison.

Realmente a tia Nicole era paranoica. A Sophie estava no telefone com ela.

—Sim tia. Nós vamos sair com nossos amigos. Sim, tia tenho certeza que é seguro sair á essa hora. Também te amo.

P.O.V. Nicole.

Ele tá me encarando. Sim, ele está me encarando. O cara de sobretudo.

—Aqui está.

—Pode embalar pra eu levar?

—Claro.

O garçom estava levando o pedido quando o homem de sobretudo veio e eu enfiei a mão na bolsa e senti o vidro de spray de pimenta.

—Sinto muito, se eu a fiz se sentir incomodada. Eu lhe asseguro que não tenho intenção de te ferir. É que você me lembra uma pessoa.

—Hayley?

—Sim.

—Mas, eu não sou.

—Pode ficar aqui e comer tranquilamente.

Eu não vou cair nessa de novo não. O rapaz trouxe o meu pedido e eu sai olhando por cima do ombro. Entrei no carro e acionei as travas, ai eu consegui comer. Seguindo as instruções de Sophie, consegui chegar até a casa. Parei o meu carro em frente. E eu vi as cercas brancas, a casa estilo colonial, com samambaias em cachepôs e um balanço de madeira.

Abri a porta com a minha cópia da chave. E tranquei a porta assim que eu passei. Só tinha uma tranca.

—Vou chamar o chaveiro amanhã.

Então eu comecei a inspecionar a casa. Arrastei os móveis, pisei no chão para ver se alguma parte rangia esquisito. Verifiquei as trancas das janelas, as paredes para ver se havia alguma que era oca.

—Felizmente nada de paredes ocas. Ou taboas soltas. Sem buracos.

Acionei o alarme e fui para o meu novo quarto. Escovei os dentes, tomei banho, sequei o cabelo no secador. Tomei meus remédios para dormir e me deitei. Não sem antes me certificar de que todas as portas e janelas estavam tão trancadas quanto possível.

P.O.V. Hope.

Nós viemos para a Cidade de Winchester que é maior do que Mystic Falls. Viemos para uma churrascaria.

—Eu gostaria de fazer um pedido.

—Que seria?

—Essa noite, não vamos falar de monstros ou Malivore. Vamos ter uma noite de gente normal. Comer, beber, falar besteira e nos divertirmos.

—Combinado.

—Estou dentro.

Como todos concordaram, ficou por isso mesmo. Allison está namorando o Scott, de novo, mas eu estou Solteira! E disponível! Parece que a Sophie também.

—Hope?

—O que?

—Eu queria pedir desculpas. Eu não quero que você morra, você é legal. Eu só tava... com raiva e com ciúmes.

—Tudo bem. Eu te perdoo.

Encontramos com o Ethan e a Maya. Convidamos eles para sentar com a gente e eles aceitaram.

Essa noite promete. Muito. Posso sentir.