Tudo começou quando Dazai se desvinculou da Máfia do Porto.

Tudo começou quando Chuuya se viu o responsável direto por Akutagawa, função que antes era exercida por Dazai.

E desde então ele sabia que seria a missão mais difícil que teria na Máfia.

Mas não imaginava que seria a missão mais difícil para seu coração.

Trabalhar com Akutagawa era perigoso. Ele era perigoso. Não que Chuuya tivesse medo do garoto, mas as sensações que ele despertou em si conforme iam convivendo cada vez mais… aquilo o deu medo.

E os treinos diários, as missões realizadas foram sendo intercaladas com outras coisas.

Uma, duas, três taças de vinho.

Um, dois, três beijos.

E embora Nakahara dissesse — para si mesmo e para Akutagawa — que estava apenas usando-o para aliviar o estresse e tantas outras desculpas, no fundo ele tinha consciência exata que tudo não passava de mentiras.

E ele sabia também que tinha cruzado a linha de uma relação profissional e o quanto aquele contato entre eles era mais perigoso do que qualquer coisa que já fizera antes.

Era errado.

Uma, duas, três taças de vinho.

Um, dois, três beijos.

Mas, apesar disso, não havia arrependimento e nem qualquer desculpa que pudesse justificar seus atos.

E enquanto não estava mandando-o para realizar missões para a Máfia, estava mandando-o em sua cama, com o lençol deslizando por seus corpos nus que se chocavam em uma batalha feroz e inebriante.

Uma, duas, três taças de vinho.

Um, dois, três e tantos mais beijos.

Contar não fazia mais nenhum sentido há esse ponto.

E, com o passar do tempo, Chuuya não conseguia mais pensar que o usava e nem que estava sendo usado.

Não conseguia enganar mais o homem e nem a si mesmo.

Fizesse algum sentido ou não naquela estranha relação, ele tinha encontrado o amor onde menos esperava.

Bem à sua frente.

Errado ou não, perigoso ou não, a verdade é que Chuuya não estava disposto a abrir mão daquilo.