Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 47
My Kind




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P.O.V. Max.

O meu amigo Kelly é o cara mais de boa que eu conheço. Ele é super tranquilo, bonzinho, era o melhor aluno da nossa sala, foi orador da nossa turma na faculdade. Ele é muito zen, leva tudo na esportiva.

O Kelly é "mauricinho" tá sempre de terno, sobretudo, ás vezes calças jeans. E agora ele arrumou uma namorada nova.

Vai nos apresentar. Hoje no bar.

—Aposto vinte dólares que é a Hope.

—Espero que esta seja melhor do que o Desastre Millie Harris.

E cara, era ela. Hope Volturi, a vizinha de apartamento dele. A mina chegou usando calça jeans, pulseiras cheias de penduricalhos, colares, jaqueta de couro e coturnos.

—E ai?

—Oi. 

—Eu sou o Max.

—Hope Volturi.

Nos apresentamos e começamos a conversar.

—Qual foi a pior coisa que você já fez, Hope?

—Cara, você não faz uma pergunta dessa pra alguém.

—Foi tão ruim assim?

—Eu tive uma fase meio negra quando era adolescente.

—Hope, em que está pensando?

—Estou com um mau pressentimento.

—Que mau pressentimento?

—Como se algo terrível fosse acontecer. 

É impressionante como o Kelly gosta duma maluca encrenqueira. Todas as namoradas dele eram doidas.

Um cara entrou no bar, ela não se mexeu, mas eu vi os olhos dela se moverem. 

—Se me derem licença, eu vou ao banheiro.

—Está tudo bem?

—Está.

P.O.V. Hope.

O que diabos é isso? Um homem cujos pensamentos são simplesmente o barulho de moscas voando? Como é isso?

Quando estava saindo do banheiro ele me abordou. Tentei dar um fora nele.

—Sinto muito, eu tenho namorado.

Mas, ele me atacou. O rosto dele virou um homem-mosca e ele cuspiu uma coisa em mim, felizmente... eu tenho a minha super habilidade de cura.

—O que?

Eu revidei e o atirei longe, o fiz atravessar o bar. 

—Porra!

O cara levantou e quis vir pra cima de mim de novo.

—O que é você?

—Ia te fazer a mesma pergunta, homem mosca.

Chamaram a polícia e eu fui presa.

—O que aconteceu?

—Ele me atacou. E eu revidei.

—O homem atravessou o bar!

—Olha, eu até deixaria você trancar uma lobisomem nervosa numa cela, mas eu não to afim de ficar trancada. Então... vamos fazer isso logo.

Eu compeli o cara a me deixar sair, prestei queixa contra o homem mosca e para todos os efeitos ele me atacou e ponto.

—Você brigou com um homem-mosca?

—É. Acho que ele é como a Rosalee. 

—Quer dizer Wessen?

—É. Ele cuspiu algo na minha cara.

—Jinnamuru Xunte. Você deveria ter vermes crescendo nos seus olhos neste momento, deveria estar cega.

—Mas, não estou.

—Você quer voltar ao bar?

—Porque não? Não fiz nada de errado.

E voltamos pro bar.

—Então, onde você nasceu Hope?

—Nova Orleans.

—Chega de papo! Eu proponho um desafio. O último homem de pé.

—Ein?

—Vamos quem aguenta beber mais.

—Oh! Eu quero participar.

—Sério?

—É claro. Vou deixar todos os machinhos ai no chinelo. Vocês já eram.

P.O.V. Kelly.

Eu passo.

—E ai, mano tá afim?

—Contra ela? Passo.

—Tá com medinho?

—Eu a conheço. Ela vai acabar com vocês, certo amor?

—Com certeza. Já que propôs o desafio, você escolhe a bebida.

O Max escolheu uísque.

—Ótimo. É o meu favorito. Agora vai ver só mauricinho.

Eles começaram a beber e vinte copos depois ela ainda estava sóbria, mas os meus amigos...

—Do que diabos você é feita?

—De células.

Eles caíram de tanto beber e ela ficou de pé.

—A última mulher de pé. Me ajude a carregar eles.

Foi uma noite divertida. Descobri muita coisa sobre a Hope. Que ela nasceu em Nova Orleans, que fala francês, espanhol, português e italiano, que o pai dela é italiano. E que ele e a tia dela são gêmeos.

Que o nome do meio dela é Genevieve.

—Hope, porque não enterraram a sua mãe?

—Enterrar é coisa de humano. Como servas da natureza, as bruxas querem causar o mínimo de dano possível á natureza. Então, fazemos grandes criptas, feitiços de barreira para impedir que qualquer um profane o cadáver e ai, preservamos o corpo com um feitiço. Ele não decompõe. É como se o falecido estivesse dormindo. E também, é muito útil se for necessário trazer o falecido de volta.

—De volta da morte? Isso é possível?

—É magia negra, é contra a lei da natureza, mas é possível. Fazer isso sem a permissão dos ancestrais é... bem, tem consequências terríveis.

—A permissão dos ancestrais?

—É. Sabe, as bruxas mortas que vieram antes de nós. Nós, bruxas nós.

—Eu entendi isso.

—Então, você é uma bruxa?

—Sebastian?

—Em carne e osso, graças á você. Porque uma bruxa ajudaria um vampiro? Eu vi você quebrar a parede de concreto aos murros. Uma bruxa não conseguiria fazer aquilo.

—Eu não sou uma bruxa normal.

P.O.V. Sebastian.

Eu vi o brasão no pescoço dela, pendurado no colar.

—Volturi? Qual é a sua conexão com eles?

—Alec Volturi é o meu pai. Biológico.

—Impossível. Vampiros não podem procriar.

—Sempre tem uma brecha. O que está fazendo no meu apartamento? Como entrou aqui?

—O criado lá embaixo foi muito gentil em me deixar entrar.

—Compeliu meu porteiro?!

Notei que ela não estava sozinha. Estava de mãos dadas com um rapaz.

—Seu pai sabe que está de dedos entrelaçados com um rapaz?

Ela riu.

—Você realmente esteve dormindo por muito tempo. O mundo mudou Sebastian. Não só, inventaram a Eletricidade, a internet, carros, trens, computadores, mas mulheres podem andar de mãos dadas com quem elas quiserem, elas podem casar com quem elas quiserem. Mesmo com outras mulheres.

—O que é você?

—Quero ouvir as suas teorias.

Disse soltando a mão do cavalheiro e cruzando os braços.

—Vi você fazer magia e como é uma Volturi... uma herege eu presumo.

—Errado. Mas, foi um bom palpite.

—Você não tem os olhos de um vampiro como o seu pai. Não são vermelhos, ou negros ou mesmo dourados.

—Está certo. Mas, eu tenho os olhos do meu pai, os azuis e os...

Seus olhos mudaram e...

—Os olhos de um lobisomem, mas as veias de um vampiro como eu.

—É. Sou uma híbrida de três criaturas diferentes. Tribrida. Minha vó era uma bruxa, meu pai nasceu lobisomem e minha mãe era... meio vampira também.

—Eu nunca adivinharia algo assim.

—Eu sei. Então, tem um lugar pra ficar?

—Tenho.

—Está ficando lá na Escola?

—Estou. Sangue frio e em pacotes.

—É melhor do que sangue nenhum.

—Verdade.

—Agora, se não se importa... estou meio ocupada.

O jovem rapaz ficou enciumado.

—Eu vou tomar banho, pode ficar aqui se quiser.

—Claro.

—Vou fazer um feitiço de privacidade tá?

—Tá.

Ela acendeu a sálvia e logo a fumaça começou a encher o quarto. A nova Volturi pegou uma muda de roupas e entrou noutro cômodo.

—Com ciúmes?

—Qual é a sua? O que você quer?

—Vou tomar isso como um sim.

—Fique longe da Hope.

—E o que planeja fazer contra mim?

—Eu sou um Grimm com uma mãe Hexenbiest. Posso muito bem te enterrar outra vez.

—Isso foi uma ameaça?

—Foi. Foi sim.

Eu avancei encima do garoto e agarrei-o pelo pescoço, mas senti a ponta afiada da estaca prestes á perfurar o meu coração.

—Você é bom. Respeito isso. Um guerreiro.

—Um caçador.


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