Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 28
Família


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/mYMxpwb8Poc-Hope conta a verdade para sua vó.



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P.O.V. Genevieve.

O que?! 

É claro que ninguém que não fosse sangue do meu sangue conseguiria abrir o caixão. Mas, eu sei o que aconteceu com os meus filhos. Eles foram transformados em mortos vivos e se há que eu sei sobre vampiros é... que eles não procriam!

—Você não pode ser minha neta. É absurdo!

—Você acha?

Disse ela abaixando a blusa e mostrando a marca no ombro.

—Percival. Meu marido tinha uma igual. E todos aqueles que tem a mesma marca no mesmo lugar são...

—Da mesma linhagem? Eu sei.

—Isso não significa que você é minha neta. Percival era soldado e eu não sou tola. Sei que ele tinha aventuras por ai.

—Meu pai é o Alec Volturi! Pelo o que eu sei, ele é seu filho. Ele e... a tia Jane. 

—Está me dizendo que meu filho, enquanto vampiro conseguiu ter um filho?!

—Basicamente. Então, meu nome é Hope Volturi. Você, minha querida vovó praticamente inventou a magia negra. Meu vô é... era o Alfa da matilha dos Crescentes e meu pai é... Alec Volturi.

—E isso te torna o que exatamente?

—Um show de horrores Tribrido.

—Tribrido?

—É. Eu sou uma híbrida de três criaturas diferentes. Tribrida.

Bem, parece que a natureza cozinhou algo novo.

—Sou uma bruxa Levesque com um avô lobisomem, uma mãe híbrida e um pai Volturi.

—Sua mãe é uma híbrida?

—É. Meio humana, meio vampira. 

—Uma súcubo.

—Basicamente. Mas, toda a coisa da energia sexual é... mentira. Ela gosta de sangue mesmo. 

—E quanto a você?

—Isso também. Eu preciso me alimentar de sangue para sobreviver.

—Onde estamos?

—Na America. Acho que você foi transportada pra cá. Talvez o papai tenha te trazido. Essas catacumbas existem desde sempre, passam embaixo do país inteiro. E esses encantamentos já estão aqui á muito tempo.

—Tem razão.

—Temos que sair daqui. MacGyver tá no hospital. E esse lugar pode desabar na nossa cabeça a qualquer momento.

Nós caminhamos pelas catacumbas frias e úmidas e cheias de teias de aranha, pedras de uma das paredes que havia desabado.

—Credo, parece que estamos dentro dum filme do Indiana Jones.

—Indiana Jones? E o que diabos é um filme?

—Bem, você tem muita coisa em que se atualizar.

Saímos num lugar barulhento e confuso.

—Onde estão os meus filhos?

—Meu pai está sob um feitiço do sono e... a tia Jane... a tia Jane morreu.

—O que?! Como?

—Uns extremistas malucos. Eles invadiram o casamento da mãe do Henry e... abriram fogo contra os convidados. Iam atirar em mim, mas a tia Jane se enfiou no caminho. E ai ela morreu.

—Quem assassinou a minha filha?

—Uns extremistas malucos. Os membros da irmandade do sol.

Nós fomos parar num lugar frio, claro demais e cheio de apitos.

—Irmandade do Sol? Algum Coven de bruxas?

—Não. Religiosos. Humanos.

—Humanos? Matando um vampiro? Como?

—As armas evoluíram. Muito. O suficiente para matar mil humanos em meio segundo e contaminar o solo por cem anos mais ou menos. Lanças e forcados e tochas já são... coisa do passado. Por isso coloquei meus pais sob a proteção do feitiço do sono. Como...

—Eu.

—Sim.

O feitiço do sono torna impossível a pessoa sob o efeito ser rastreado por qualquer meio mágico. Feitiço de rastreio não funciona.

—Humanos matando sobrenaturais. Algumas coisas nunca mudam. Em que ano estamos?

—Dois mil e dezenove.

—Então, este é o século vinte e um. As coisas ficaram confusas não foi? Porque tudo aqui é tão... brilhante e pisca e apita?

Disse dando um tapa naquela coisa.

—Isso vai parar?

P.O.V. MacGyver.

Vi a mulher de vestido preto dar um tapa no monitor cardíaco.

—Espero que não.

—Porque? Isso é irritante.

—Oi. Hope. Quem é sua amiga?

—Ela é minha vó.

—Sua vó? Pensei que sua vó fosse a Bella.

—Por parte de mãe.

—Espera, pensei que sua vó paterna tinha morrido á... séculos?

—Foi um feitiço do sono, só que ninguém sabia o que fazer com ela.

O que?!

—Espera, então sua vó não tava morta, ela tava dormindo?

—Sim, acabo de acordar de uma soneca de mil duzentos e dezenove anos. Eu me lembro de você. Você invadiu a minha cripta. Seus pais nunca te ensinaram a respeitar os mortos? Á propósito, quanto humanos existem agora?

—Ahm, muitos.

—Sim. Posso ver isso. Tem tantos deles, como uma praga.

É. Ela era uma florzinha. Uma mulher de vestido medieval preto que mais parece uma hippie sem teto.

—Você parece uma hippie sem teto.

—Eu sou sem teto. Seu povo queimou o meu vilarejo e os meus filhos! E o meu Coven.

Agora acho que entendo porque ela nos odeia.

—Como podem haver tantos deles? Eu me lembro que eles morriam de varíola! Ou pela peste. Qualquer coisa os matava.

—Eles encontraram a cura para a varíola e para a peste.

—Mesmo?! Mas, eles eram ignorantes, fedorentos e brutos. Não sabiam nem escrever o próprio nome. Então, o que há para se comer nesta era tão... brilhante?

—Eu vou te levar para a cafeteria. Vamos lá. Você está bem certo?

—Um braço quebrado, mas vou viver.

—Claro. Espero que você morra de algo que não a varíola, humano.

—Foi um prazer conhecer a senhora também.

Hope olhou pra mim com um olhar de desculpas.

P.O.V. Genevieve.

Este século é estranho. Aqui não fica de noite.

—Porque não anoitece?

—Mas, já anoiteceu.

—Não parece noite. São essas... velas esquisitas. Tentei canalizar delas, mas não consegui. 

—Não são velas vó, são lâmpadas.

—Para mim parecem velas. Mas, a comida é boa. O que é isso?

—Carne, pão e molho. É um hambúrguer.

—Carne? Algum evento especial?

—Não.

—Então, os camponeses podem comer carne?

—Podem.

—Fascinante. Adorei.

P.O.V. Henry.

Sim, ela não parece com uma vó. Ela é desbocada, despojada e tá nem ai. Ela fala mesmo. Agora que paro pra pensar, ela meio que parece com a Hope. Ou a Hope parece com ela.

—Quem é o seu amigo? Você é bonito.

—Obrigado.

—Me diga, a que raça o seu amigo pertence? Um bruxo? Um lobo?

—Só humano.

—Outro humano. Adorável. Mas, até que para um humano... você é bonito. Cuidado, os que tem a cara bonita são os mais perigosos. Ele vai tentar te seduzir, vai tomar a sua virtude de você e então... vai te mandar pra fogueira, para o enforcamento ou talvez ele mande te crucificar. Ele vai tomar o que é seu e ai vai te matar.

—Reconfortante.

—Vocês queimaram minha casa até o chão, assassinaram os meus filhos, queimados numa estaca, me arrastaram, me violaram e bateram na minha cabeça com um porrete. E ai eu fiquei entre a vida e a morte.

Violaram?

—Foi estuprada?

—Porque acha que eu lancei o feitiço em primeiro lugar? Você, tem alguma noção do que acontece quando uma cidade é saqueada? Que tipo de homem é você? Eu lembro que até mesmo um homem mortal sabia como empunhar uma espada, subir num cavalo. Parece que você não sabe. Oh, sua raça tornou-se ainda mais inútil.

—Obrigado.

—Antigamente, vocês podiam ser usados para matar alguém, os homens sabiam como lutar, as humanas sabiam seduzir e envenenar. Mas, agora... são um bando de inúteis. Permita-me torná-lo um pouco menos inútil, menino. Se a cidade caísse todas as belas mulheres do vilarejo e mesmo do palácio deveriam estar preparadas para serem violadas. Metade delas teriam bastardos nas barrigas antes do fim do dia. Estar com a flor vermelha desabrochando seria algo bom.

—Flor vermelha desabrochando?

—Quando mulheres, são mulheres... elas são capazes de gerar filhos e se não geram... elas sangram. 

Oh, menstruação.

—Quando o sangue de um homem está fervendo, qualquer coisa com tetas é bom o suficiente. Algo como você criança, seria perfeito. Um belo pedaço de torta prontinho para ser comido.

Ela parecia bêbada.

—Você está bêbada?

—Estou.

—Com refrigerante?

—Oh, então aquilo chamava refrigerante. Eu não sabia o que era e não apreciei o gosto, então eu transformei em vinho. Eu sei o que é vinho.

O que?!

—Você transformou refrigerante em vinho? Como?

—Eu sou uma bruxa! Eu posso transformar coisas em... outras coisas. Falando nisso, o vinho quer sair. Então...

—Vou levá-la ao banheiro.

O banheiro era uma coisa, uma evolução incrível. Os excrementos iam embora com o apertar de um... botão.

—Fascinante.


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