Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
O Sol, A Lua e a verdade


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/fkVr2uuUXaA-Hope vira lobisomem.



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P.O.V. Aro.

Dimitre facilmente rastreou a garota. Quando ela saiu não estava sozinha.

—Ah, Renesmee Cullen. Á quanto tempo.

—É. Já faz um tempo. Não posso dizer que senti sua falta.

—Qual é a sua conexão com esta bela jovem?

—Sou a mãe dela.

Disse a Cullen com um sorriso, olhando para a menina com amor. Ela fez um carinho no rosto da garota.

—A única coisa genuinamente boa, que um Volturi já fez pra mim. E provavelmente para qualquer outra pessoa.

—E o que esta menina tem a ver com o meu Clã?

P.O.V. Hope.

Era ele.

—É você não é? Você é o Aro.

—Sou.

—Você não tinha o direito de fazer o que fez. Não tinha o direito de fazer aquilo com o meu pai. Mas, fez porque estava com medo. Se tinha medo dele porque ele é um híbrido... imagine o que não vai sentir em se tratando de mim.

—Porque eu teria medo duma garotinha?

—Porque... Alec é o meu pai. Não meu criador. Meu pai. 

P.O.V. Alec.

O que?!

—Que merda. Vamos, não temos tempo.

—O que? Mãe, o que está fazendo?

—Aqui beba isso.

Ela bebeu sem questionar.

—Espera, o que é isso?

—Dizem que ajuda. 

—Ajuda com o que? Ai.

O osso do tornozelo dela quebrou.

—Hope, me ouça... infelizmente isso vai doer. Então precisa se concentrar no ar nos seus pulmões e no solo logo abaixo de você.

Os ossos dela continuaram a quebrar.

—Ai, mãe!

—Eu sei. A primeira vez, me disseram que pode levar horas.

—Horas?!

—Se você lutar. Não lute. A dor vai fazer você querer atrasar porque acha que é só o que consegue aguentar, mas se deixar ela entrar, se permitir que ela te engula, então ela não pode te quebrar.

—Porque isso tá acontecendo?

—Porque matou alguém.

—Eu não... ai.

—Não importa quem foi ou como foi. 

—Melissa. Eu acho que eu matei a Melissa.

Os ossos continuaram a quebrar era algo horripilante e ainda assim estranhamente familiar.

—Eu tava mirando no rastreador, mas eu errei. Aa!

Vi a luz azul sair dela e ela virou um lobo.

—Isso é uma abominação.

—Então, você é abominação. Ela herdou de você, afinal. Você foi amaldiçoado, usado, apagado e nem percebeu.

—Apagado?

—Aro apagou sua memória seu idiota! Ele trancou o seu lado lobisomem, o seu e provavelmente o da Jane. Já que vocês matam humanos pra viver. Quando mataram pela primeira vez, ativaram a maldição.

—E espera que eu acredite nisso?

—Acredite no que quiser, mas pelo o que me consta você ainda tem a marca de nascença em forma de lua crescente no seu ombro e ainda é filho de Genevieve Levesque e Percival Baubier. Sério, quem batiza o filho de Percival? Mas, apesar do nome realmente horrível, seu pai era descendente da primeira lobisomem do mundo. Na verdade, era filho dela.

Ela sabia o nome dos meus pais e sabia sobre a minha marca nas costas. Assim que ela mencionou, instintivamente levei a mão para o meu ombro esquerdo.

—Como não me lembro de ser lobisomem?

—Ta surdo, amor? Aro contratou uma bruxa! A bruxa suprimiu o seu lado lobisomem e apagou a sua memória! Ouviu agora?

Não. Ele não faria isso comigo. Não faria isso conosco. Olhei para o homem que considerei como pai.

—Isso é verdade?

—Dimitre, pegue a menina e mate-a.

—Com prazer.

—Faça isso não! Você não vai sair dessa vivo Dimitre!

Berrou a Cullen, mas era tarde demais. Dimitre já havia ido atrás da menina.

—Não está preocupada com a sua filha?

—Não. Devido aos séculos de rivalidade entre as espécies, em sua forma animal, em seu estado primal os lobos sempre vão atrás da presa favorita.

Eu ouvi o berro. E com certeza não era um grito feminino.

—Vampiro.

Dimitre veio correndo e ele tinha um ferimento de mordida no braço. E Hope estava em seu encalço.

—Ela vai me matar!

—Amor, ela já te matou. Dimitre Volturi, o melhor rastreador do mundo. O caçador mais habilidoso... virou a presa. 

Então, a híbrida riu. Ela gargalhou.

—Ah, o Karma é uma droga. 

—É só uma mordida.

—Não. Não é. É uma mordida de lobisomem.

O ferimento cicatrizou, mas foi momentâneo. Aquela simples mordida transformou-se num ferimento horrível.

—Concerta isso Cullen!

—Ah, não se preocupe amor, você nunca vai passar de amanhã á noite. Se você tiver sorte ela vai voltar á forma humana antes de você morrer, se não... você nunca vai passar de amanhã á noite.

Disse a Cullen com um sorriso.

—Vai ser uma morte terrível Dimitre. Aproveite quando a neuro-toxina do veneno começar a provocar alucinações e a demência e a febre. Talvez, a febre te cozinhe vivo. 

Então ela olhou pra mim.

—Porque você acha que o Aro te negou a sua herança? Se como vampiro você já é uma puta duma arma... como híbrido seria implacável. Faria isso ai, com ele. E ele não podia aturar alguém que tem mais poder do que ele. Fale o que quiser da minha família. Somos comedores de coelhos e tudo isso ai, mas pelo menos... nós não mentimos uns para os outros. Nós não usamos aqueles que amamos. Vocês não podem voltar agora. Ou vão acabar sendo mordidos.

Conforme a noite decorreu o estado de Dimitre piorou. Tentamos alimentá-lo, mas...

—Não vai funcionar.

Não funcionou. Ele alucinou, teve que ser deitado e precisamos fazer compressas para diminuir a febre.

—Isso é horrível.

—Achei que ver ele assim, me traria alguma felicidade, alguma satisfação, mas agora que eu vejo... eu tenho pena.

Ela pareceu ouvir alguma coisa.

—Hope tá voltando ao normal.

A Cullen pegou um casaco e trouxe a filha carregada.

—Como se sente?

—To um pouco dolorida, mas... Meu Deus!

—Mm.

A garota olhou para a mãe como se buscasse uma resposta.

—É sua escolha.

—Se ele estivesse no meu lugar, e eu no dele... ele me deixaria morrer não é?

—Deixaria. Mas, eu sempre pensei que você se manteria em um padrão mais alto do que... Dimitre Volturi.

—Está certa. Eu não quero ser igual a ele.

A menina se mordeu e alimentou o vampiro moribundo com seu sangue. E o ferimento cicatrizou sem deixar vestígio.

—Vai tomar banho vai. Está toda suja de terra, a água morna vai ajudar com a dor. Descanse um pouco.

P.O.V. Hope.

Aquele foi o pedido educado para que eu saísse porque o bicho ia pegar.

—Tá.

Subi as escadas vestindo nada além de um casaco e carregando o que sobrou das minhas roupas. Joguei aqueles trapos no lixo e entrei no chuveiro, enquanto sentia a água quente escorrer pelo meu corpo, ensaboava meu cabelo, e lavava a terra. Podia ouvir a discussão lá embaixo.

P.O.V. Alec.

Eu olhava em volta e via fotografias. Batizado, aniversários, balé, recitais de piano. Formaturas.

—Todo esse tempo eu tinha uma filha. E você não pensou em me contar que estava grávida, Cullen?

—É claro que eu pensei. Mas, se o Mestre Diabólico soubesse ele teria matado a Hope antes mesmo dela nascer! E ela lutou muito para vir para este mundo. Você não faz ideia do que eu tive que passar só pra ela nascer. Bruxas assassinas, lobisomens assassinos que estavam obcecados com a ideia de que o Aro usaria o bebê para fazer um exército de híbridos. Eu estou lutando com unhas e dentes contra Deus e o mundo para mantê-la viva desde o momento em que eu soube da sua existência! Feitiços de proteção, de ocultação. Até suprimir os poderes e as memórias dela eu suprimi. Eu apaguei as memórias dos meus próprios parentes. Com o consentimento deles, mas de qualquer forma... Eu fiz coisas pensei que não era capaz, só para protegê-la.

O que?!

—Além do mais, você não serve pra ser pai de alguém. Você não tem isso em você. Não tem a força. Nasceu pra essa vidinha de subserviência e não é digno de confiança.

—Como você sabe que não sou digno de confiança e que não sirvo para ser pai?! Nem me deu uma chance.

—E porque eu daria? Você é que vive se gabando que os Volturi nunca dão uma segunda chance. Esfregou isso na nossa cara toda vez que encontrava com a gente. Todo ano! Talvez seja você que não mereça uma segunda chance. E o que você tinha para ensinar a ela? Para oferecer? Olha querida, é desse jeito que se mata uma pessoa! É desse jeito que se tortura alguém. Com você, ela já teria ativado a maldição antes de sair das fraldas.

—Você é uma hipócrita Cullen.

—Sou? Se liga Alec, você é um mentiroso, um assassino e um bandido! Além do mais, se e coloca um puta se na frente eu tivesse te contado que eu estava grávida, e ai? O que acontece? Hope seria só mais um troféu na coleção do Mestre.

—Eu não deveria ter que ficar nesta posição!

—Que posição?

—Ter de escolher.

—E eu deveria? Eu considerei contar para você que estava grávida, sério, considerei mesmo. Mas, só de pensar... no meu bebê milagroso sendo mais um troféu na coleção do Mestre. Uma assassina, aprendendo a usar os seus dons para chacinar pessoas inocentes e alimentar a insasciável fome de Aro por mais Poder... Mmm, nem pensar.

—Deveria considerar que estou aqui e que posso te ouvir.

—E dai? Agora você sabe o quanto eu lhe desprezo. O quanto eu te acho... nem tem palavras para descrever. Você é um buraco negro de tempo e energia e amor, só sugando tudo. Nunca devolvendo nada. Além do mais, você tem uma esposa Alec. Ellie não é? E eu aposto que a vampira Volturi não ficaria muito feliz em receber um bebê híbrido na vizinhança.


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