Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 16
O que está acontecendo?!


Notas iniciais do capítulo

Outros vampiros não conseguem compelir, mas como Hope é a única da sua espécie a mais poderosa, ela consegue.



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P.O.V. Angus.

Hope tinha acabado de fazer alguns de seus truques em frente a todos os membros da equipe. Levantar uma caixa de cem toneladas como se não pesasse nada, remover blocos de concreto como se eles fossem feitos de isopor e para fechar com chave de ouro... ela tinha feito um feitiço de localização para encontrar a Eileen.

—Alguém vai explicar o que é isso e vai explicar agora.

—Não dá só pra dizer obrigado?

—Isso tem algo á ver com o que quer que a palavra Tribrida signifique?

—Você... você contou pra eles sobre mim?! Seu desgraçado!

—Eu não contei nada.

—Eu hackeei as câmeras de segurança da sua casa Mac.

—Viu? Por isso que eu não quero morar aqui. Além de vizinhos bisbilhoteiros, temos uma hacker! Perfeito.

—Você vai responder as minhas perguntas aqui ou em uma prisão federal.

—Está me ameaçando? Porque esta seria... um péssima ideia.

O clima tava ficando tenso. E realmente, a Matty ameaçar a Hope é uma péssima ideia.

—Calma gente, calma. Hope acho que deveríamos dizer a verdade pra eles.

—Porque? Pra que? Para eles entrarem em pânico e iniciarem outro expurgo? Ou algo pior que um expurgo? Como trancar a mim e a minha família num laboratório para servirmos de cobaia?!

Ela tava com raiva, nervosa. Andando em volta como um lobo enjaulado.

—Hope, entendo que esteja com raiva, mas...

—Raiva? Você claramente esqueceu a característica dominante em pessoas como meu pai. E eu. Tudo é aumentado. Então, não... não estou com raiva, estou furiosa! E eu me sinto culpada. Pelo o que aconteceu com o Henry.

—Henry? O irmão do Mac?

—É.

—E o que aconteceu com o Henry?

—Depois que eu descobri que este filho duma mãe tinha uma namorada escondida no fim do mundo... quando a dita cuja, a tal da Nasha apareceu bem aqui nesta porta eu fiquei devastada tanto quanto ela. Estava desesperada, com o coração partido e minha mãe foi atacada por gente como vocês por tanto ela não tava em condições de me ajudar. Não tinha mais pra onde ir então... fui para o apartamento do Henry. E num momento de fraqueza... eu transei com ele.

—Caramba, essa doeu Mac.

É realmente saber que a minha namorada dormiu com o meu irmão. Dói.

—Mas que segredo é esse que é tão importante? Eu posso guardar segredo. E vi os seus olhos. Vi as suas íris pouco antes do MacGyver destruir a câmera.

—Gostaria de ouvir suas teorias.

Eles falaram um monte de besteira até que o Jack acertou.

—Não é óbvio, ela é lobisomem!

—Ponto pra você, senhor Dalton. Em parte.

—Você é lobisomem?

—Eu sou a Tribrida. Minha mãe é parte vampira, parte humana, meu pai e minha tia são os primeiros híbridos de vampiro e lobisomem do mundo e minha vó paterna era uma bruxa e ela praticamente inventou a magia negra. E todas essas coisas, passaram até mim, me fazendo ser parte bruxa, parte vampira, parte lobisomem. Uma híbrida de três criaturas diferentes. Tribrida.

P.O.V. Riley.

Cacetada!

—Isso é... assustador, mas maneiro. Você se transforma em lobo na lua cheia?

—Não. Minha parte vampira... com o fato que sou uma híbrida, posso me transformar em loba sempre que eu quiser e posso também não me transformar.

—Se transforma!

Ela olhou para o Jack e falou usando muita ironia:

—Você percebe que para me transformar tenho que quebrar cada osso do meu corpo, duma vez. Todos os duzentos e seis, certo?

—Espera, seus ossos quebram?

—É o que torna uma maldição. Minha bisavó paterna era a primeira lobisomem do mundo. Por isso eu, meu pai e minha tia somos realeza lobisomem. Porque somos descendentes diretos dela.

Caramba!

—Então, a coisa da lua cheia é falsa?

—Não. Se eu fosse apenas lobisomem seria real, se aplicaria. Mas, como sou a Tribrida... não.

—Então lobisomens tem que se transformar na lua cheia? E os ossos deles quebram?

—Sim. Mas, não é simples assim. Uma pessoa pode passar a vida sem se transformar nenhuma vez, mesmo se ela tenha nascido numa linhagem de lobisomens.

—Como?

—A bruxa que criou a maldição era ancestral dos meus pais. Ela era puro mal, tipo um bebê de Rosemary. Antes dela morrer, lançou um feitiço final, um empoderado pela energia de sua própria morte. Uma maldição que recaiu sob todos os que estavam presentes naquela noite. E todos que vieram depois deles. Ela limitou-a á lua cheia, assim uma vez a cada mês seriam forçados a transformar-se na mesma besta que usaram para caçá-la.

—Resumindo, The Hollow criou a maldição do lobisomem.

—The Hollow?

—Apelido carinhoso. 

—Mas, significa O oco.

—Exatamente. Uma escuridão inimaginável, um mal inefável. Eles pensaram que este recém nascido seria um símbolo de paz, união e prosperidade, mas as coisas não saíram como planejado. 

Caramba!

—Mas, ainda não entendo o que isso tem a ver com nunca se transformar.

—Alguém pode passar a vida tendo o gene, mas nunca ativando a maldição. A maldição precisa ser ativada, empoderada.

Se a bruxa empoderou a maldição com a própria morte...

—Precisa matar alguém.

—Sim. Não precisa ser um crime. Pode ser um acidente de carro o que é o mais comum. Já vi acidente de barco, uma arma que disparou para o lado errado, roubos que deram errado, homicídio, crimes passionais. Com o gene de lobisomem vem raiva, agressividade. Passei minha vida toda indo a grupos de controle da raiva e terapia. 

—E como ativou a sua?

—Foi um acidente. Um passeio da escola para o Castelo de São Marcus, Volterra. Até aquele momento todas as minhas memórias de ser bruxa, vampira e lobisomem estavam suprimidas por um feitiço. Mas, quando eu trombei com uma sala cheia de Volturi... minhas memórias começaram a voltar. Tive que lutar com eles, um dos meus feitiços ricocheteou e Melissa morreu. Resultado...

—Ativou sua maldição. Espera, você não é Volturi?

—Sou. Mas, eu não sabia. Meu pai não sabia que eu existia. Minha mãe queria me esconder do Aro. Ele era um vampiro obcecado com construir o exército mais poderoso, obter mais poder e mais... jóias. É como ele chamava.

—Chamava?

—Aro morreu. Meu pai o matou. Até seres imortais podem encontrar um jeito de morrer eventualmente. Depois que o meu pai descobriu que Aro contratou uma bruxa para suprimir o lado lobisomem dele e o da tia Jane, ele ficou puto. Quebrou a maldição que o impedia de ser um híbrido e... matou o Aro.

Enquanto ela falava, ia catando coisas e colocando numa caixa.

—Joias?

—Alguns vampiros tem habilidades especiais. Extra-especiais. Minha tia Jane pode criar na sua mente ilusão de dor. Uma dor excruciante. Meu pai tem a névoa que cria a ilusão de que você está cego, surdo, sem tato. Você está lúcido, pode sentir a agonia da total impotência. Minha vó Bella é um escudo mental. Ninguém invade a mente dela, não se ela não quiser. Meu avô Edward, é um telepata, tio Jas é empata, tia Alice é vidente, tio Benjamin controla os elementos, tia Kate tem a corrente elétrica, tia Tânia é um detector ambulante de mentiras, tio Eleazer sente outros vampiros e seus poderes. Zafrina projeta ilusões, visões em sua mente, assim como a minha mãe. Mas, a minha mãe usa só memórias. Ela projeta suas memórias, sonhos e pensamentos nas mentes de outros e pode penetrar escudos mentais se ela quiser.

—E você?

—Eu faço tudo isso e um pouco mais. Meu potencial é praticamente ilimitado.

Meu Deus!

—O que vai fazer com todas essas caixas?

—Vou pra casa. Depois do Angus violar o nosso pacto de não segredo e de eu descobrir que era traída, eu chutei o traseiro humano dele. Eu pensei que ele era meu único e verdadeiro amor... e ele arrancou meu coração. Você tem sorte de ainda respirar! Os únicos motivos de você ainda estar vivo são o fato da sua mãe ter sido uma bruxa e você também é um e o Henry.

Ai, ela tava pistola.

—Espero que uma bomba te exploda, seu traiçoeiro pedaço de merda!

E ela saiu batendo a porta.

—Caraca Mac!

—É. Nem me fale.

—Você tem sorte. Se livrou dela.

Mas, o MacGyver não parecia muito feliz da sobrenatural maluca ter ido embora.

—Você tá bem?

—Não. Eu sei que ela parece doida, mas ela é amorosa e carinhosa, altruísta, caridosa de um jeito que nenhuma outra garota é. Ela tem um lado negro que assusta qualquer um, inclusive ela mesma, mas...

—Você a ama.

—É.

P.O.V. Bozer.

Ainda não acredito.

—Espera ai. Ela disse que sua mãe era uma bruxa? A tia Julia era uma bruxa?

—Sim. E os pesadelos do Henry eram provocados por um demônio do sonho, mas a Hope o matou.

—Se sua mãe era uma bruxa então...

—Sim Bozer. Sou um bruxo. Meio bruxo.

Eu cai na gargalhada.

—Você é meio bruxo? Você, o cara da ciência e racionalidade?

—Eu sei.

P.O.V. Henry.

Eu não consegui aguentar. Quando ela abriu a porta...

—Sabe, quando uma porta está trancada significa não entre.

Ela fechou a porta e passou a tranca. Acendeu a luz. E eu fui até onde ela estava até ficarmos a um palmo de distância. Toquei o seu cabelo, naquele tom de ruivo que era mais uma coisa única sobre ela. E disse olhando direto nos seus olhos.

—Eu não consigo esquecer a nossa noite juntos. Continuo sonhando com você. Pensando em você.

—Aquela noite foi um erro. Foi imperdoável o que eu fiz a você. Eu te usei e aquilo foi errado de tantas formas.

—Eu te amo, Hope.

—Não. Você não compreende o quão perigoso isso é. Nem você, nem o seu irmão. Eu sou uma predadora, uma predadora alfa. Vocês não seriam capazes de me parar se eu atacasse e eu não seria capaz de me parar. Agora você precisa partir. Não me faça te compelir.

—Tudo bem.

Roubei um beijo dela, peguei-a desprevenida. Então eu sai. Mas, no caminho de volta até o carro, encontrei o meu irmão.

—O que está fazendo aqui á essa hora?

—Você foi um tolo irmão, para dizer o minimo. Mas, obrigado por isso.

—Pelo o que?

—Por ser um tolo e por me salvar.

—Cale a boca, você não pode se desculpar até eu te pagar por todas as vezes em que me salvou.

—Podia ter me deixado lá. A bomba teria explodido e você teria a Hope só pra você.

—Você é meu irmão. E eu não fiz aquilo por você.

—Eu a amo Angus.

—E eu também. Acho que estamos quites.

—Você realmente dormiu com ela?

—Sim. Ela diz que se aproveitou de mim, mas eu me aproveitei dela também. Hope estava desesperada, vulnerável, carente e com o coração partido. Graças á você.

—Eu sei.


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