Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 14
O Segredo mais bem guardado




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P.O.V. MacGyver.

Ninguém sabe sobre minha identidade de espião, ninguém sabe sobre a Fênix. Mas, agora a minha identidade é a menor das minhas preocupações. Isso porque... Murdock viu a Hope.

A verdadeira Hope. Com presas, olhos de lobisomem e tudo. E a Matty tentou interrogá-lo, mas ele não cooperou. Disse que eu tinha que estar presente.

—Estou aqui. Agora, fala.

—Você tem sorte. Ela é muito especial a sua garota não é? Como alguém pode esquecer aqueles olhos. 

—Só responda as perguntas... Dennis.

—Sim. Ela descobriu o meu nome de batismo. Não me pergunte como. Sonho com ela toda noite desde que a vi no bar. A maquina de matar perfeita, ninguém se move tão rápido quanto ela, ninguém tem uma força como a dela. Ou olhos tão especiais.

Estou começando a ficar irritado.

—Vou querer saber do que ele está falando, Mac?

—Oh, você não sabe? Pensei que a sua chefinha soubesse todos os seus segredos.

—Cala a boca Murdock. Ou eu juro por Deus que te dou de bandeja pra ela.

—Oh, por favor... faça isso. Ter uma mulher como ela na sua cama... deve ser... magnífico.

Eu surtei e dei um murro na cara daquele cretino.

—MacGyver! Vamos lá pra fora.

A Matty me levou pra fora.

—O que foi aquilo?! E mais importante de tudo, do que ele tá falando?

Respirei fundo. Eu não podia fazer aquilo com a Hope. Matty vai considerá-la como uma ameaça á segurança nacional ou sei lá. E vai haver outro expurgo. Hope havia me contado tudo sobre o Expurgo. Também conhecido como Caça ás Bruxas. Bruxas eram capturadas, torturadas e queimadas. Muitas famílias foram devastadas pela ignorância, pela esteria e pelo medo inclusive a dela. Já que o pai e a tia dela quase morreram durante o Expurgo.

—Sinto muito Matty. Mas, eu não posso falar nada.

—MacGyver, sua namorada destruiu a sua casa.

—Eu sei, mas há coisas sobre a Hope que você não sabe.

—Então, me conta.

—Não posso. Isso arriscaria não só a vida dela, mas a de todos que são parecidos com ela. Sua mãe, seu pai, sua tia, sua família e muitas outras famílias.

—Porque motivo?

Respirei fundo de novo e dei a resposta que a Senhora Volturi tinha me dado.

—O que nós não entendemos, nós tememos e o que tememos... tentamos destruir.

É claro que a Senhora Volturi usou eles ao invés de nós. Porque estava se referindo aos humanos. E há meses ela foi atacada por um caçador, um humano atrás de vingança e levou-a muito tempo para se recuperar.

—Se não sei do que se trata, como posso ao menos tentar entender?

—Olha, Matty eu te adoro. Mas, você assim como eu trabalha para o governo americano. E está numa posição mais elevada que a minha, portanto tem contatos poderosos que poderiam entrar em pânico com algo assim e que teriam Poder para trancar Hope e toda a sua família em um lugar remoto e manter o mundo longe deles pra sempre. E essa nem é a pior das hipóteses. A pior das hipóteses acho que seria o Governo trancando eles em laboratórios, para eles acho que isso seria pior que a morte.

Disse saindo sem falar mais nada. Eu voltei para o meu quarto na sede da Fênix e me troquei e voltei pra casa.

P.O.V. Matty.

MacGyver vai ter que me perdoar, mas esta história está muito mal contada. Então, plantei uma câmera nele.

Vi quando ele entrou em casa e a garota estava lá com caixas e mais caixas de coisas.

P.O.V. MacGyver.

Uau! Por essa eu não esperava.

—Vou querer saber o que é tudo isso?

—Como eu perdi completamente o controle e destruí a sua casa e todas as suas coisas, perfeitamente justo que eu te compre coisas novas. Tem fogão, geladeira, microondas e todos os outros eletrodomésticos de aço inox para combinar com as paredes, mesas novas. A geladeira é inverse e tem um dispenser.

—Vou deixar você irritada com mais frequência.

Ela olhou feio pra mim.

—Tudo bem, tem razão.

—Eu sinto muito por ter surtado, mas você não devia ter mentido. Nós juramos. Guardamos segredo de tudo mundo, menos de nós dois.

—Eu sei. Vem cá amor.

Eu a abracei, mas ela me afastou.

—Ai! O que é isso?

—O que?

—Esse barulho.

—Que barulho Hope?

—Esse apito.

Ela chegou perto de mim e ficou incomodada. Ela me revistou até encontrar...

—Uma câmera?

—Hope, eu não... eu não fazia ideia.

—Eu sei. Depois da sua quebra de confiança, eu estou de olho em você.

Traduzindo, ela está lendo a minha mente.

—Ai, ai isso dói. Tira esse negócio de perto de mim. Tira.

Peguei a câmera, coloquei no chão e pisei encima.

P.O.V. Matty.

A última imagem que a nano-câmera gravou antes do Mac pisar encima foi inacreditável. As íris da garota viraram íris de... lobo. Foi uma mudança física e real. Nítida.

Ela ouviu a frequência da câmera. Ninguém consegue ouvir uma frequência tão baixa.

P.O.V. Hope.

A minha cabeça ainda estava doendo daquele ruído irritante.

—Você está bem?

—Só um pouco de dor de cabeça. Vai passar. Olha, eu sei que sou provavelmente a pessoa mais complicada do universo e que eu posso ser assustadora e maluca graças ás emoções ampliadas, mas faço o melhor que posso com o que tenho.

Senti algo saindo dos meus ouvidos. Era quente e eu sabia que era sangue.

P.O.V. MacGyver.

Meu Deus! Os ouvidos dela.

—Meu Deus Hope!

—Ein? Eu não to te ouvindo?! Acho que meus tímpanos estouraram!

Ela perdeu totalmente o centro de equilíbrio, não conseguia ficar de pé.

—Aqui Hope, senta.

Sentei-a na minha cama e liguei para a mãe dela contando o que tinha acontecido, ela disse para que eu não me preocupasse que o tímpano iria curar, mas eu precisava lavar o sangue do ouvido dela antes disso. Ela me deu instruções bem específicas. Usar água boricada aplicada uma seringa sem agulha e colocá-la de forma que a água saísse pelo outro lado.

E foi o que eu fiz.

Também pediu para que eu a mantivesse deitada até os tímpanos estar completamente curados. Hope acabou dormindo.

Como ela vinha aqui regularmente e ás vezes passava a noite, eu tinha um suprimento razoável de sangue para ela se alimentar. Me deitei ao lado dela e acabei adormecendo também.

Foi a primeira vez desde sempre que dormimos juntos e só dormimos de conchinha. Estamos juntos á quase um ano agora.

Quando acordei ela já estava acordada.

—A quanto tempo está acordada?

—Á um tempo. Você é tão bonitinho quando está dormindo.

—Hope?

—O que?

—Você quer vir morar comigo?

Ela ficou chocada a princípio.

—Não sei. Você mora em Los Angeles, bem na área central da cidade.

—E o que tem?

—Vizinhos. Ter vizinhos implica que não posso usar as minhas habilidades. Tenho que me esconder. Quando estou em casa com meus pais, meus tios... não preciso me esconder. Posso me mover como eu quiser, na velocidade que eu quiser, posso praticar, fazer feitiços.

Isso me deixa um pouco triste, mas de uma forma eu entendo.

—Sinto muito. Não quero te deixar triste, mas eu já sou a única da minha espécie vivendo num mundo que não é meu. Pelo menos em casa eu tenho liberdade para correr, pular, praticar e espaço para me transformar. Pra caçar.

P.O.V. Matty.

Pedi para a Riley hackear as câmeras de segurança da casa do Mac e pude ouvir uma conversa estranha.

—Sinto muito. Não quero te deixar triste, mas eu já sou a única da minha espécie vivendo num mundo que não é meu. Pelo menos em casa eu tenho liberdade para correr, pular, praticar e espaço para me transformar. Para caçar.

Se transformar?

—Ela disse se transformar?

—É Bozer. Disse.

 Ela também disse que era a única de sua espécie. O que implica que ela não é humana. A conversa continuou.

—E se eu vendesse essa casa e arrumasse uma mais longe?

—Porque faria isso?

—Um, Murdock já invadiu esta casa duas vezes e dois, eu quero que a minha namorada Tribrida tenha toda a privacidade e espaço necessário para praticar sua magia, usar sua velocidade alucinante e se transformar em segurança. 

Tribrida?

—Hope?

—O que?

—Porque vai para o cemitério sempre que fica nervosa?

—Porque o que me deixa nervosa é todo esse barulho, essas luzes piscando e no cemitério é... quieto. Eu adoro túmulos.

—Túmulos? Porque?

—Porque eles são sempre tão frios e tão indiferentes a tudo. Há um certo conforto nisso. O mundo pode estar acabando, guerras, fome, peste, era após era, um túmulo é sempre um túmulo. Ele sempre prevalece.

P.O.V. MacGyver.

Eu sabia que ela não estava falando apenas de túmulos. Estava falando de ser vampira.

—O conceito de imortalidade parece ótimo até você perceber que vai passá-la sozinha. Vendo seus amados envelhecerem e morrerem. Nem sei se posso ter filhos. Sempre quis ter filhos.

Ela deu um sorriso.

—Em que está pensando?

—Estou imaginando.

—O que?

—Um bebê MacGyver. De olhos azuis e cabelos loiros.

Disse fazendo um gesto como se pudesse até tocar o bebê.

—Não, nada de cabelos loiros. Talvez castanhos, pretos como os dos meus pais e pele pálida como a neve. Uma versão bebê de verdade da Branca de Neve. Ela sempre foi a princesa que eu considerava mais bonita. Mas, a minha favorita sempre foi a Cinderela.

—Porque?

—Porque ela deixou o Príncipe louco. O cabra ficou louco atrás dela.

É. Lógica de Hope Volturi.

—Mas, se eu fosse a Cinderela já teria descido o sarrafo na madrasta e nas irmãs. Mandado elas pra puta que pariu.

—É claro que teria. Você é a Hope Volturi. Mas, teve misericórdia do Murdock.

—Não, Angus. Eu não fiz aquilo por aquele cretino, fiz pelo menino.

Ela sentou no meu colo, olhou nos meus olhos.

—Seus olhos são de um azul que eu nunca vi. Eles são azuis, bem, bem azuis. Como uma piscina.

Disse fazendo carinho no meu cabelo.

—E os seus são azuis também. E são sempre tão expressivos.

—Todos os olhos são expressivos. Eles são as janelas da alma. Palavras podem ser enganosas, olhares nunca. É o que eu mais gosto quando estou na minha forma de lobo. Não sou capaz de usar palavras, mas... bem a sensação é indescritível.

—Por isso quando matou o demônio do sonho que estava atormentando o Henry, enfiou as flechas nos olhos dele?

—Sim. Os olhos são o jeito de se ver e em alguns casos entrar dentro da alma de alguém.

Ela me deu um beijo e eu retribui. As coisas começaram a ficar boas, mas ela parou.

—Há alguém vindo.

Se levantou e abriu a porta. Quando eu vi quem estava do outro lado...

—Olá.

—Olá. Estou procurando por Angus MacGyver?

—Amor, é pra você. 

Era Nasha.

 


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