A Última Chance escrita por Caroline Oliveira


Capítulo 4
Realidade


Notas iniciais do capítulo

Oieee gente!! Ai, vocês não sabem o quanto eu to feliz! Já no comecinho da fanfic, duas recomendações?? Sério, vocês são demais! Agradeço a Indrid Luane e a Gi47 pelas recomendações, assim como Luana dos Santos por seus comentários! Obrigada pelo apoio e vamos ler!!



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Susana Pevensie

— Edmundo! – Gritei quando a serpente, sabe-se lá de onde surgiu, ergueu a cabeça e mordeu sua perna em cheio. Sua meia não era longa e a pele estava exposta já que ele levantou a perna da calça.

Ele urrou com a picada e caiu no chão, segurando o ferimento. Olhei em volta, aflita e até atrapalhada. Arranquei o sapato do pé e joguei na serpente, que sibilou raivosa para mim.

— Sai daqui, sai! – Tirei o outro sapato, mas ela entendeu o recado e se arrastou para entrar na tenda. – Ed, sai daí! – Puxei-o pelo braço e ele me ajudou a levantá-lo com a perna boa. – Temos que ficar longe dessa tenda, vem!

Apoiei meu irmão em meus ombros e o levei o mais rápido possível para longe da tenda. Fora uma péssima ideia, com certeza. Gritamos e ninguém respondeu, era uma cabana abandonada, da qual a serpente se apossou.

Obriguei-me a não ficar desesperada, mesmo estando há quilômetros do castelo, mesmo não tendo pessoa ou animal por perto que pudesse nos transportar ou buscar ajuda para nós.

— Vamos para a beirada – Indiquei o rio com o queixo.

Edmundo gemia e de relance vi o veneno escuro escorrer do ferimento. Que serpente miserável era aquela? E pior, onde eu encontraria um antídoto a tempo de salvá-lo?

Fiz Ed se sentar e pus uma das mãos na testa. Coloquei os fios de cabelo soltos para trás e rasguei a barra da camisa rosa claro que eu usava para molhar na água e ver se eu conseguia fazer alguma coisa. Pedro era o médico, não eu! O que eu podia fazer para ajudar Edmundo e não simplesmente piorar as coisas?

— Susana, eu não... – Edmundo parecia tonto, os lábios trêmulos – Não quero te preocupar, mas eu não estou muito legal.

— Eu sei, eu sei – Limpei o ferimento, vendo o veneno e o sangue mancharem o tecido. Não sabia se fazia um torniquete, se deixava a ferida aberta... – Aslam, por favor, nos ajude!

Meus olhos já estavam se enchendo de lágrimas quando percebi que Edmundo suava frio.

— Ed, o que está sentindo? – Perguntei com muito medo da resposta.

— Estou enjoado, acho que vou vomitar... meu coração está batendo muito rápido.

O local da picada estava bem inchado e o veneno se pronunciava por baixo da pele com uma mancha escura.

— Ed, por favor fica calmo – Pedi, indo até sua cabeça. Coloquei-a em meu colo e segurei sua mão. – Socorro! – Edmundo fechou os olhos ao me ver gritar – Alguém nos ajude! Socorro!

— Ali! – Ouvi um brado. Na costa do monte em que o castelo ficava, um grupo de narnianos e telmarinos de armadura apontavam para nós e se apressavam em nossa direção.

— Graças a Aslam – Senti uma pontada de alívio e um par de lágrimas de desespero deslizaram – São narnianos, Ed, estão vindo! Vai ficar tudo bem – Ele assentiu. – Rápido!

Quando estavam mais perto, pude ver que entre eles estava Glenstorm e sua esposa Windren. Era um grupo de confiança.

— Rainha Susana, é uma honra revê-la – Glenstorm cumprimentou.

— O que houve com o rei, majestade? – Windren indicou que os telmarinos se aproximassem para pegar Edmundo. Ergueram-no entre os ombros.

— Foi picado por uma serpente, acho que o veneno é forte – Levantei-me de imediato.

— Então teremos que ser rápidos – Ele avisou aos homens.

Um deles me ajudou a colocar Edmundo de pé. Glenstorm me pegou pela cintura de repente e eu me segurei para não soltar um grito de susto. O centauro me colocou no dorso de Windren e permitiu que os soldados colocassem Edmundo no seu.

— Windren e eu iremos na frente, o rei precisa de cuidados – Glenstorm disse aos soldados, entre eles três telmarinos, dois faunos e um outro centauro – Vasculhem a área próxima e retornem após isso.

— Sim, senhor – Falaram em uníssono.

Windren e Glenstorm cavalgaram tão rápido quanto o vento forte que soprava no monte de Aslam. Tive medo de Edmundo acabar caindo, mas ele ainda estava consciente e o centauro segurava suas mãos ao redor de seu tórax humano.

Logo chegamos ao caminho escavado no monte do castelo, o sol a pino incandescendo no solo. As ruas estavam agitadas e os soldados que guardavam a cidade afastavam os moradores do caminho à medida que cavalgávamos com urgência.

— Por que tantos soldados nas ruas? – Eu não me lembrava de ter visto tantos quando passamos pela cidadela no dia da coroação de Caspian.

— O rei Caspian ordenou o redobramento da segurança – Windren explicou – Primeiro por causa das cortes reais que chegarão para o baile de noivado e segundo porque um mago esquisito apareceu para avisar que Nárnia corre perigo.

Parei de prestar atenção após o “baile de noivado”, apesar de ainda ouvir o que ela falou em seguida. Apesar de já imaginar que aconteceria cedo ou tarde, pela necessidade de uma companheira para dividir as preocupações do reino, para... continuar a dinastia... eu ainda me agarrava à dúvida, à incerteza.

— É a estrela, não é? – Indaguei e percebi que a centaura de cabelos negros, cacheados e rebeldes me olhou pelo rabo do olho. Todos sabiam, afinal eu não fora nem um pouco discreta quando beijei seu rei antes de ir embora.

— Sim, majestade – Windren conseguiu responder com naturalidade apesar de tudo.

A cidade foi deixada para trás e assim que fomos vistos, uma corneta tocou. Eu observava Edmundo de tempos em tempos, Glenstorm trotava poucos metros à nossa frente, esforçando-se para chegar o mais rápido possível. Ele parecia bem, apesar de tudo. Meu irmão era forte.

Atravessamos a ponte, estendida previamente para nós e chegamos ao pátio cinzento do castelo telmarino. O castelo estava idêntico ao que me recordava: alto, imponente, inexpressivo. Embora fosse uma fortaleza ímpar, o castelo construído pelos antepassados de Caspian não esbanjavam a vida e a beleza que Cair Paravel transbordou um dia.

— Susana! – Pedro bradou ao surgir às portas principais do castelo. Desci de Windren e acabei por ignorá-lo, afinal era Edmundo que precisava de atenção.

Glenstorm baixou o dorso devagar e Windren me ajudou a fazer Edmundo descer. Ele cambaleou para meus ombros e logo Pedro percebeu que algo estava errado.

— O que aconteceu? – Ouvi Lúcia indagar atrás dele, que corria em nossa direção.

— O rei Edmundo foi picado por uma serpente, Majestade – Glenstorm respondeu e o pavor tomou conta de Pedro.

— Temos que cuidar disso agora! – Ele bradou.

— Eu posso ajudar! – Uma voz calma e melodiosa anunciou. A dona da voz desceu as escadas acompanhada de seu... noivo.

Ela era linda. A pele alva tal como a minha, os cabelos loiros claros, angelicais e cacheados, presos por um broche de cabelo prateado. Os olhos azuis escuros e vivos, o nariz afilado, o sorriso delicado.

— Liliandil, leve Edmundo para a enfermaria do castelo – Caspian pediu à moça, que caminhou até meus irmãos e se agachou para ver o ferimento de Edmundo, que permanecia tonto.

— Já está muito inchado, o veneno já está circulando – Ela disse a Pedro – Precisamos ser rápidos.

— Meu elixir pode ajudar! – Lúcia lembrou.

— Vou levá-la até ele, Majestade – Liliandil segurou as saias do vestido verde água e Pedro e Lúcia compreenderam que era para segui-la. Um fauno veio ajudar Pedro a levar Edmundo para dentro.

— E você, Susana? – Caspian se aproximou mais de mim – Está bem?

Meu olhar se demorou no dele por alguns momentos, os olhos castanhos acolhedores e bondosos, exatamente como me lembrava.

— Estou, sim – Assegurei, sentindo a mentira me provocar um arrepio. Eu estava bem fisicamente, apesar de cansada, dolorida e queimada do sol. Receava, no entanto, que meu psicológico não estivesse tanto. – Há quanto tempo, Caspian.

Ele tinha a mesma altura de quando nos conhecemos, porém os ombros pareciam mais largos e retos do que me lembrava. Ele usava uma barba por fazer que Lúcia mencionou ao contar sobre a viagem no Peregrino da Alvorada. As roupas mesclavam tons de marrom, bordô e vermelho e a coroa repousava em sua cabeça

— Deve estar cansada. Há um quarto preparado para você.

— Acho que deixarei para descansar mais tarde. Quero ter certeza de que Edmundo vai ficar bem.

— Podemos esperar na enfermaria – Ele indicou a entrada do castelo. - Mas primeiro... - Ergui as sobrancelhas para ele - Não mereço um abraço?

Minhas bochechas queimaram na hora e eu fiquei mais constrangida por ter ficado constrangida num ciclo vicioso infernal em apenas uma fração de segundos. Ele abriu os braços com um sorriso festivo e eu não resisti a oferta.

Sorri e abracei Caspian. Ele apertou os braços contra minhas costas e eu fiquei um pouco na ponta dos pés para abraçá-lo pelos ombros e pescoço. Foi inevitável que seu cheiro característico e inebriante invadisse meus pulmões e eu fechasse os olhos mediante o aconchego de seus braços.

A felicidade durou pouco, afinal não era muito conveniente que passássemos muito tempo agarrados no pátio. Sorrimos um para o outro e ele indicou a entrada do castelo outra vez, não antes que eu reparasse no brilho em seu olhar.

Caminhamos lado a lado para dentro do castelo. O átrio era amplo e agora decorado com obras de arte que retratavam a Era de Ouro e acontecimentos ainda mais antigos, histórias de antes mesmo da Feiticeira Branca.

— Posso pedir que lhe tragam sapatos – Ele observou meus pés descalços e eu sorri.

— Não se incomode – Recusei – Depois de andar no calcário fervente, a cerâmica fria é uma terapia.

Ele também sorriu.

Os funcionários do castelo foram simpáticos quando passaram por nós, sobretudo os humanos, o que me surpreendeu. Acho que os telmarinos aceitaram bem o governo de Caspian, apesar de tudo. Deve ter havido conflitos, talvez eu perguntasse depois. Era reconfortante saber, contudo, que ele tinha conseguido conquistar o respeito de todos, assim como conquistou o meu, o dos meus irmãos e o dos narnianos que lutaram ao seu lado.

— As coisas se organizaram bem por aqui, não é? – Comentei quando passamos a subir alguns lances de escada.

— Com muito esforço e paciência – Confessou com um meio sorriso. – Foi difícil no começo, sabe? Aprender tudo do zero tão rapidamente. Miraz jamais me ensinou sobre ser um líder, ele nunca perdeu a esperança de colocar um filho no trono em meu lugar.

— E pelo que posso ver, você conseguiu tudo isso mesmo assim – Elogiei e confesso que me recriminei por soar tão fascinada. A verdade é que meu coração acelerado não se acalmara nenhum segundo depois de eu tê-lo visto.

O fato de Caspian não tirar o sorriso do rosto desde que nos encontramos também não ajudava muito na questão do coração frenético. É difícil explicar a sensação. Eu estava feliz de reencontrá-lo e podia jurar, por sua expressão, por seus olhares que ele sentia o mesmo e isso me deixava ainda mais empolgada. Era quase uma certeza, certeza de que meu coração não se enganara.

Após mais algum tempo, chegamos à enfermaria. As portas estavam fechadas e eu ouvi Edmundo vomitar.

— Temos que deixar que vomite antes de dar o elixir – Liliandil advertiu – Ele não vai absorver se o colocar para fora!

— Colabora com a gente, Ed! – Pedro pediu.

Abracei os braços. Apesar de ser até um pouco covarde, pensei que tivesse sido melhor mesmo eu ficar do lado de fora. O acidente que matou nossos pais me deixou... sensível. A simples consideração de perder Edmundo me deixou à flor da pele no Grande Rio.

— Susana, ele vai ficar bem – Caspian pousou uma das mãos em meu ombro e eu finalmente percebi que estava chorando. – Pelo que contaram, Pedro é quase médico e Liliandil aprendeu bastante sobre ervas, remédios. Edmundo vai se curar.

Sorri, soltando o ar. Enxuguei as lágrimas com o indicador contraído.

— Eu sei, é só que... – Dei de ombros, olhando para ele – Não suportaríamos outra perda.

Caspian deixou a mão deslizar pelo meu braço até ela se voltar para o seu corpo. Ele fez menção de falar alguma coisa – provavelmente perguntar quem eu e meus irmãos perdemos –, mas guardou para si.

Alguns minutos depois, Edmundo parou de pôr as tripas para fora e ouvi Lúcia arfar de alívio quando finalmente conseguiu dar o suco da flor de fogo para ele. Pedro pediu ajuda a Liliandil para deitar Edmundo na cama para que ele descansasse enquanto examinavam a perna. Provavelmente os furos haviam ido embora, mas Pedro sempre exagerava.

Senti o olhar de Caspian em mim às vezes, ao passo que eu encarava a porta. Quando eu resolvia olhá-lo, sendo mil vezes mais discreta que ele, o via fitando as próprias botas, pensando.

 

Imaginei nosso reencontro diversas vezes, uma cena pateticamente romântica e dramática. Nela eu revelava meus sentimentos aos quatro ventos para ele, que recebia meu amor com todo o coração.

Ali, ao seu lado, no entanto... com Liliandil separada de nós apenas por um par de portas... não parecia certo. Pelo menos não naquele momento.

 

Foi quando o frenesi do reencontro despencou, pensando na estrela. Eu não queria causar problemas. Pedira a Aslam diversas vezes que tivesse a bondade de nos trazer de volta e ele fez isso. Ali, em frente a enfermaria, diferente de todas as vezes em que viemos... me senti perdida.

 

Edmundo Pevensie

Abri os olhos com muito, muito esforço. O elixir de Lúcia, além de ter me curado da peçonha da serpente, me permitiu descansar depois das dores e da série de sensações agoniantes terem passado. Eu não sabia se me deram mais algum remédio para dormir, ou coisa assim, mas caí no sono como uma pedra.

Tive que piscar algumas vezes para tomar ciência do que tinha à minha volta, mas a primeira coisa que vi foi um rosto. Um belo e familiar rosto.

— Rei Edmundo? – A voz chamou, delicada e conhecida – Rei Edmundo? Pode me ouvir?

— Posso, posso sim – Respondi, seriamente me questionando se eu estava no país de Aslam, ou coisa assim; se o elixir de Lúcia tinha tido efeito, ou se eu tinha morrido.

Sim, porque a moça parecia um anjo. A pele parecia sedosa só de olhar, as feições delicadas, o olhar gentil, o toque delicado de suas mãos enquanto checavam se eu estava com febre. Ainda era dia, mas era possível ver uma aura de luz envolvendo-a quando ela se movia. Eu podia jurar que era uma estrela. Uma estrela...

Foi quando eu me toquei.

— Liliandil?! – Eu me sentei num pulo com os olhos levemente arregalados. Eu devia estar torpe ou demente demais, não era possível!

Ela se assustou com meu chamado e depois sorriu para mim.

— Há quanto tempo, majestade – Cumprimentou – O senhor deixou seus irmãos bastante preocupados. – Mencionou enquanto derramava algum tipo de tônico numa colher – Está mesmo na hora do seu remédio.

— Isso é para quê? – Franzi a testa, já imaginando o gosto daquilo. Eu sempre fui uma criança difícil quando doente, mamãe pagava todos os pecados para me fazer tomar algum remédio e, na maioria das vezes, só conseguia depois de Pedro gritar comigo diversas vezes. Não perdera muito disso quando crescido, apesar de ser bem menos rebelde.

— O suco da flor de fogo foi eficiente – Explicou vindo até mim devagar, a mão livre em concha embaixo da colher – Mas não custa prevenir outras coisas, fora que o senhor vomitou bastante.

— Está bem, mas – Sorri de canto – Pode me chamar de Edmundo.

— Como quiser – E indicou a colher para mim. Abri a boca e ela enfiou o líquido esbranquiçado nada apetitoso nela. O sabor não era tão amargo, era como se estivesse diluído, então estava aguado. Não era bom, mesmo assim.

Foi quando Liliandil conteve um riso e eu percebi que devia ter feito uma careta muito feia.

— Vejo que está se recuperando – Ouvi a voz de Caspian à porta, que entrou com Susana. Ela ainda vestia as roupas do nosso mundo.

— Não vai se livrar de mim tão cedo – Brinquei antes dele me dar um abraço e bagunçar meu cabelo – E aí, como estão as coisas?

— Caminhando – Respondeu – E, pelo visto, já descobrimos por que vocês estão aqui.

— Deve ser bem sério – Observei – Aslam disse que não voltaríamos. Se nos deixou voltar... deve ser pior do que tudo o que já enfrentamos.

— É o que eu penso – Caspian não mudara muito desde quando viajamos no Peregrino da Alvorada. Talvez para Pedro e Susana ele estivesse diferente, mas não para mim. – Bem, Lúcia convenceu Pedro a ir trocar de roupa e imagino que vocês queiram fazer o mesmo. – Ele então se direcionou para Liliandil – Temos aquele chá com Lorde Bern mais tarde.

— Nossa, verdade! – Ela abriu um pouco mais os olhos de íris azuis escuras – Então, devo me apressar, tenho algumas coisas para terminar antes disso! – Ela já caminhava para fora quando se lembrou de que deveria deixar a colher – Se precisar de mim, Edmundo, pode mandar me chamar.

— Não se preocupe, Liliandil – Susana se pronunciou finalmente. O tom não era muito animado, pude notar – Eu assumo daqui.

A estrela assentiu com a cabeça e se apressou em sair da enfermaria.

— Bom, também tenho coisas a fazer, mas... – Seu olhar encontrou-se com os olhos pesarosos de Susana e se demorou neles antes de continuar – Pretendo ter tempo para conversarmos durante e após o jantar.

— Nos vemos à noite, então – Eu disse por fim. Caspian me olhou quando falei, mas logo trocou um olhar com Susana e caminhou para fora por fim.

Esperei alguns segundos antes de finalmente perguntar.

— Vocês conversaram? – Foi o que pensei de primeira, afinal não tinha sentido os dois estarem tão estranhos desde que entraram.

— Não, não falamos muito – Confessou ao se sentar à beirada da cama – Acho que esse é o problema. – Ela fitou o nada – Sabe, eu me obriguei a me acostumar com a Inglaterra de novo. Os Estados Unidos foram uma ótima oportunidade de recomeçar, mas... não posso negar o quanto quis esse momento.

Entendi o que ela quis dizer.

— Nós estamos bem aqui, Susana – Lembrei-a o óbvio.

— É, mas ele está noivo – Retrucou e eu parei por um momento.

“Temos aquele chá com Lord Bern”

Liliandil. Ela era a noiva, tal qual eu dissera a Prunaprismia, tal qual eu contara a Susana. Ela era a futura rainha de Nárnia, futura esposa de Caspian.

Senti o estômago pesar, a decepção tomar conta. Susana estava bem ali finalmente e... Caspian estava noivo. Em que circunstâncias seria possível pedir a ele que desfizesse o compromisso? Era inevitável que fôssemos embora depois de ajudar Nárnia de novo.

Foi o que contei a mim mesmo como justificativa pela má sensação. A verdade é que me incomodava que ela estivesse comprometida.

— Não sei onde, mas ouvi que a realidade tende a ser decepcionante – Comentei – Mas, olha... – Toquei sua mão – Se Aslam aprovar o que você sente...

— Edmundo, por favor – Pediu, interrompendo-me – Esqueça isso.

E Susana se deixou levar pelo pessimismo outra vez.


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Notas finais do capítulo

Eai galera???? Olha, talvez eu tenha decepcionado algumas pessoas ao escrever dessa forma, mas quis fazer do modo mais realista possível. As coisas não são tão simples, mas não desistam de Suspian!
Espero que tenham gostado! Me contem nos comentários! E sintam-se à vontade para ressaltar pontos negativos e dar ideias, tudo na paz e no amor!
Beijos!



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