Belong escrita por Kim Nari


Capítulo 20
19 - Aishiteru




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Itachi

 

Acho que observá-lo dormir havia se tornado um hábito comum e necessário para mim, era como uma garantia de que ele estava lá comigo de verdade, era uma confirmação de que ele não era apenas um sonho que tinha sido enterrado fundo no meu coração.

 

Há muito tempo havia desistido de encontrar um companheiro, minha vida nunca foi exatamente fácil principalmente dos primeiros anos e até a adolescência não ter pai e perder okaa-san Sora foi algo que me fez perder as poucas esperanças que eu tinha.

 

Na vila em que nasci, o que valia era quanto dinheiro você tinha, se você não tinha dinheiro você não era nada, crescer em uma sociedade cruel como essa não faz bem à ninguém principalmente para uma criança.

 

Encontrar Kisame foi um divisor na minha vida, deixei de ser um órfão que não tinha ninguém para ser um filho,um irmão, um líder. Me aproximar de Mikoto okaa-san não foi difícil, ela sempre foi gentil e divertida, desde o primeiro momento que nos vimos ela não me olhou com medo ou nojo, ela me aceitou exatamente como eu era, para ela não importava se eu tinha o sangue dos Uchihas ou não, éramos simplesmente uma mãe que precisava de um filho e um filho que precisava de uma mãe.

 

Com oto-san foi um pouco mais complicado, ele não é muito dado a demonstrações de afeto, e eu não era muito bom em ver como o amor poderia ser demonstrado de várias formas. Eu era um alfa jovem com raiva do mundo e Fugaku um disciplinador com coração de ouro, uma combinação explosiva que tinha tudo para dar errado, mas que no final deu mais que certo, hoje somos uma família.

 

Ter Gaara como companheiro, que divide a vida os sonhos os medos, as alegrias, tristezas e tudo mais é mais do que um dia ousei pedir, já havia ganhado tanto que achei que seria egoísta pedir mais.

 

Mas como sempre foi dito a deusa Tsuki era benevolente e generosa, encontrei meu companheiro e fui agraciado com seu amor, e agora com um filhotinho nosso. Uma família com o amor da minha vida, mal podia acreditar que isso estava acontecendo.

 

Ultimamente Gaara estava tendo um sono mais tranquilo, ele também estava cada vez mais aberto, posso vê-lo se remexendo na cama, seus olhos piscando devagar, agora que sei que ele está grávido entendo de onde vem tanto sono, isso me faz rir, fui um tolo por não perceber e juntar todos esses sintomas tão óbvios.

 

Minha risada chama sua atenção, ele olha na minha direção e ao me ver parado na frente da porta abre um sorriso, lindo capaz de iluminar a noite mais escura, Gaara iluminou a minha vida de um jeito que não tenho palavras para explicar, tudo com ele parece mais vivo e brilhante do que antes.

 

─ Tão lindo o meu amor ─ Uma coisa que ainda não foi superada foi a sua timidez quando recebe elogios, suas bochechas assume um leve tom de vermelho.

 

─ Itachi ─ Ele se encolhe dentro da coberta formando um casulo.

 

Vou até ele, tirando a coberta de cima dele, achei que era impossível me apaixonar ainda mais por ele, mas estava errado.

 

Seus cabelos estão bagunçados, suas adoráveis bochechas estão rosadas, seus olhos verdes brilham mais do que nunca e esse sorriso que não sai de seus lábios.

 

─ Você dormiu bem?

 

─ Muito, me sinto cheio de energia ─ Ele toca meu rosto com as suas mão pequenas e quentes ─ Você está feliz.

 

Não é uma pergunta é uma afirmação, ele pode sentir minha felicidade através da marca, assim como eu posso sentir a sua.

 

─ Você também.

 

─ Não tem como não estar, eu sempre sonhei em ter uma família amorosa e agora eu tenho.

 

Me aproximo um pouco mais dele para beijar seus lábios.

 

─ Amo você

 

─ Amo você

 

Ficamos durante um bom tempo apenas olhando um para o outro, sorrindo feito bobos apaixonados.

 

Até ele se sentar repentinamente na cama, me fazendo sentar também.

 

─ O matsuri! Nós perdemos? ─ Seus olhos fazem uma expressão tristonha.

 

─ Não, acabou de começar.

 

─ Ótimo ─ Ele se poe de pé e começa a alisar seu kimono. ─ Vamos, mal posso esperar para ver como tudo está.

 

─ Gaara, meu amor, acho melhor nós ficarmos.

 

─ Por que?

 

─ Você desmaiou hoje, acho melhor descansar.

 

─ Eu já descansei hoje, estava dormindo até agora, ─ Ele faz um biquinho contrariado, que o deixa muito fofo. ─ Eu quero ir Itachi, essa vai ser a primeira vez que nós três vamos a um matsuri juntos. ─ Ele acaricia a barriga, com um sorrisinho tão lindo no rosto.

 

Céus.

 

─ Gaara...

 

─ Vamos, vamos Itachi por favor ─ Ele vem até mim com um sorriso no rosto, ainda estou sentado na cama observando esse lindo ômega que é meu marido, tentando me convencer a ir nesse matsuri. ─ Gravidez não é doença Itachi, eu estou bem.

 

É isso, sinto que estou perdido, como vou dizer não a Gaara se ele continuar me olhando desse jeito.

 

─ Tudo bem mais só um pouco.

 

─ Ótimo, vamos vamos ─ Ele está tão animado, tão feliz.

 

─ Espere

 

─ O que? ─ o biquinho está de volta.

 

─ Você precisa de um casaco, lá fora está mais frio do que hoje de manhã. ─ Pego um casaco um pouco mais grosso do que o que ele usou de manhã, e coloco nele.

 

─ Obrigada ─ Ele se vira de frente para mim, fica na ponta dos pés e me dá um selinho. ─ Agora vamos.

 

Ele me puxa por todo o caminho até a saída da nossa casa.

 

Todo o clã estava enfeitado, com lanternas de papéis coloridos penduradas nas árvores que enfeitavam um longo caminho cheio de barraquinhas de diversão e os mais variados tipos de comida.

 

Gaara estava absolutamente encantado com o matsuri, exatamente como da primeira vez que o vi no matsuri em honra aos deuses que aconteceu na cidade, você podia ver a felicidade transbordando dele pelos olhos, seus gestos naquela época era contidos cheios de medo.

 

Hoje ele está andando na minha frente, sorridente, conversa com todos, para nas barraquinhas de prendas, especialmente naquelas que tem ursinhos como o prêmio.

 

─ Você quer? ─ Paro atrás dele que está com um arco e flecha nas mãos sem saber o que fazer.

 

─ Sim.

Ao invés de atirar eu mesmo, ajudo-o com a posição correta do arco e do seu corpo, pés separados e estáveis, ombros arqueados e retos, mãos firmes flexionando o arco, sobre o meu comando ele solta a flecha, o arco vibra e a flecha para na terceira borda amarela do alvo, um tiro muito bom para quem nunca atirou com arco e flecha na vida.

 

Gaara dá um pulinho todo alegre por ter acertado o alvo.

 

─ Você viu Itachi?

 

─ Você foi muito bem, meu amor.

 

Sua atenção fica toda focada nos tiros que ainda lhe restam ele precisa acertar três de cinco para ganhar um ursinho, no segundo tiro ele acerta novamente na borda amarela no terceiro ele erra e acerta fora das bordas, no quarto ele acerta a borda azul e no quinto e último ele acerta bem próximo do centro vermelho.

 

Gaara escolhe um urso com carinha fofa e olhos negros, dizendo que são os meus olhos.

 

Seguimos pelo matsuri, encontrando os nossos familiares e amigos, menos Sasuke e Narutoque foram mais cedo para casa ambos não estavam com uma cara muito boa.

 

Zabuza estava grudado em Haku que não estava nada feliz por enjoar do cheiro da comida, especialmente as suas favoritas como anpan, mandyu, odan e os rolinhos de algas com recheios de atum, que Gaara provou e adorou.

 

Haku estava lindo grávido e eu já podia imaginar como Gaara ficaria quando sua barriga crescesse e ficasse visível para todos.

 

Gaara me dá um pedaço de um bolinho doce, ainda não tive coragem de dizer a ele que eu não gosto de doces, então mordo um pedaço o que parece deixá-lo satisfeito.

 

Estamos em uma área menos movimentada do matsuri, onde abri uma toalha para que nós sentássemos, as coisas que Gaara havia ganho como prenda das barracas estavam de um lado, assim como uma cestinha com vários bolinhos.

 

Gaara estava deitado sob meu peito, meus braços em volta do seu corpo ainda magro.

 

─ Como você acha que ela vai ser?

 

─ Quem? ─ Olho para ele um pouco confuso, sem saber de quem ele está falando.

 

─ Nossa filhotinha Itachi ─ Ele sorri tanto que seus olhos se fecham, suas mãos que estavam brincando com os meus dedos vão diretamente para a barriga.

 

─ Então vai ser uma menina? ─ Ele assente ─ Parecida com você com cabelos ruivos, olhos verdes e esse sorriso lindo que você tem, além é claro da sua doçura.

 

─ Já eu queria que fosse parecida com você ─ Gaara vira uma parte do seu corpo, ficando de lado no meu colo. ─ queria que ela tivesse os seus olhos que são lindos e misteriosos e o seu cabelo ─ Ele pega uma mecha do meu cabelo que está preso com uma fita vermelha ─ A sua boca também ─ Sorrio para ele que retribui o sorriso um pouco tímido com as bochechas rosadas. ─ A sua força e coragem. ─ Conclui.

 

─ Você é forte e corajoso muito mais do que imagina, a maioria das pessoas acha que coragem é só lutar as batalhas que a vida nos impõe, mas a verdadeira coragem está em permanecer fiel a si mesmo e as suas crenças quando a vida está um caos e tudo o que se tem a sua frente é escuridão, espero que a nossa filhotinha seja parecida com você, para que você possa se ver como eu vejo você.

 

Posso ver seus olhos marejados deixando uma lágrima solitária escapar por seu rosto, capturo a lágrima fujona com os lábios, aproveitando para abraça-lo ainda mais contra mim.

 

─ Aishiteru Gaara.

 

─ Aishiteru Itachi.

 

─ Quer ir para casa? ─ Pergunto depois de longos minutos, apenas abraçados e em silêncio, aproveitando a companhia um do outro.

 

─ Não ─ Sua voz sai lenta e arrastada e ele mal abre os olhos.

 

─ Você está quase dormindo, meu amor.

 

─ Não estou não ─ Ele mal abre os olhos ─ Quero ver os fogos com você, esse é o primeiro matsuri que passamos juntos. ─ E finalmente abre os olhos, posso ver o brilho nas suas íris verdes.

 

─ O primeiro de muitos amor. Agora o que vamos fazer para que você fique acordado até os fogos serem soltos.

 

─ Não sei.

 

Sorrio um pouco mais me aproximando dele e iniciando um beijo que Gaara logo corresponde prendendo uma mão no meu ombro e a outra no meu cabelo me juntando ainda mais a ele

 

Seus lábios são quentes e macios tão convidativos, exploro a sua boca com a minha língua sentindo o seu gosto, o qual eu sei que nunca vou me cansar, nem dez mil anos seriam o suficiente para me fazer ter tudo desse garoto ruivo que eu amo com todo o meu coração.

 

Em algum momento durante o nosso beijo, escutamos os fogos estourando, mas continuamos a nos beijar sem prestar atenção no espetáculo luminoso que estava ocorrendo no céu naquele momento.

 

Estávamos ocupados selando uma promessa muda de estarmos juntos nessas e em outras vidas para sempre e mais um dia depois.   

 


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